A Penseira de Gryffindor
Todas as respostas sobre Tadeu Bravo, Harry recebeu no dia seguinte: além de uma notícia no jornal falando do caso, o ministro da defesa chegou em Hogwarts ofegante e com muita raiva. A manchete no Profeta Diário dizia:
Ministros correm de dementadores e gigantes.
Cornélio Fudge, Ministro da Magia e Tadeu Bravo, braço direito de Fudge e ministro da defesa, foram a Azkaban fazer uma de suas visitas à prisão. Quando lá chegaram, não foram recebidos muito bem. Dementadores e gigantes atacaram os ministros e os aurores que vinham com eles. Não demorou, para a inocente visita se tornar uma guerra entre aurores e criaturas das trevas. E quanto aos Ministros, saíram correndo do local, pois viram que a batalha já estava perdida. Dos quinze aurores que estavam com eles, treze morreram. Será que este caso tem alguma ligação com os ataques das trevas? A resposta é, provavelmente, Sim. Fudge informou a imprensa que ele vai enviar tropas de aurores a Azkaban. Tadeu Bravo voltou a Hogwarts, mais desta vez com mais aurores.
E era verdade, muito mais aurores rondavam os corredores, o ministro da defesa parecia estar mais chateado que o normal, e Dumbledore parecia estar mais feliz que o normal.
Harry tentava a todo o custo esquecer o jogo contra a Corvinal, mesmo com Draco lembrando-o toda vez que passava por ele. Nos últimos dias, Malfoy estava se gabando por demais, já que tinha sido o herói da partida da Sonserina contra a Lufa-Lufa e Harry tinha fracassado contra a Corvinal. Uma maneira de pensar positivo, foi treinar xadrez com Rony, já que o campeonato de xadrez se aproximava. Rony parecia estar bastante confiante, Harry também.
Naquele mesmo dia, a Professora McGonagall, no final de sua aula, informou aos alunos que já tinha formado as chaves para o campeonato na Grifinória. Eram, ao todo, quatro chaves. O primeiro lugar de cada uma iria disputar as semifinais da Grifinória e na final se veria o campeão dos leões.
- Os jogos começarão hoje mesmo, depois das aulas.- disse Minerva - Espero que estejam preparados.- ela olhou ironicamente para Harry, mas só o menino percebeu isso.
Outra que passou informações para o xadrez foi a Professora Figg, mas esta falou para os alunos da Sonserina, já que era a professora-chefe deles e eles faziam aula de poções junto com a Grifinória. Draco não dava a menor atenção a Arabella, se ocupava amassando papéis em forma de pomo-de-ouro e jogando-os em Harry. O menino perdeu a paciência quando tomou a quinta bolinha de papel na cabeça. Virou-se e apontou a varinha no nariz de Malfoy. Draco arregalou os olhos e levantou a mão:
- Professora,- disse- Potter está com a varinha apontada para mim... Na certa está com inveja porque eu sou melhor apanhador que ele.
Harry não agüentava mais, sabia que era melhor que Malfoy. Por um momento quase lançou uma maldição em Draco, mesmo sob o nariz da Professora de Poções. Mas hesitou.
- Harry!!!- ralhou Arabella- O que pensa que está fazendo? Abaixe a varinha, imediatamente.- o menino obedeceu prontamente. O resto da aula, ele assistiu do fundo da masmorra.
O dia estava indo de mal a pior. Mais ainda havia salvação, o menino ainda tinha duas partidas de xadrez pela frente e estava muito excitado. Rony já jogara uma e vencera. Hermione também venceu. Mas os dois amigos tinham feito partidas fáceis. A chave de Harry estava assim: Ele, Dino Thomas, Neville e Rose, uma menina do sexto ano. A primeira partida foi contra Dino. Os dois amigos se cumprimentaram:
- Boa sorte!- desejou Thomas a Potter. Harry fez o mesmo.
Quando o relógio do lado da mesa começou a andar, Dino mexeu a primeira peça. Conforme foram jogando, Harry pôde perceber que o amigo era bom. Em pouco tempo, Potter perdeu sua rainha. Dino avançou, avançou e...
- Xeque Mate!- gritou Thomas- Boa partida, Harry.
- Pra você.- disse o menino, desolado, se levantando.
Em seguida, foi atrás de Rony, que tinha feito sua segunda partida.
- Ganhei!- comemorou Weasley- tenho grandes chances de ir para a próxima fase, agora. E você?
- Eu perdi... Mas a próxima eu vou ganhar, você vai ver.
O menino foi para sua próxima partida, com Rose, e passou por Hermione- a menina estava perdendo. A partida contra Rose foi um pouco mais fácil. Harry dominou uma boa parte do jogo. Rose até perdeu a rainha, mas, a menina era esperta e trocou a rainha por um peão que estava na última casa. Desde então, Harry foi perdendo peças e...
- Droga, perdi de novo!
- Esse não é o seu dia. - disse a menina.
E não era mesmo. Quando estava conversando com seus amigos, depois da partida, McGonagall, que estava chefiando os jogos se aproximou dele:
- Potter, esqueceu que tem uma detenção a cumprir?- Harry coçou a cabeça- Pois é, Fred Weasley também vai para detenção hoje. Ele está te esperando ao lado do quadro, lá fora.
O menino só disse: "Ok"- estava muito deprimido para dizer outra coisa.
Encontrou-se com Fred ao lado do quadro da mulher gorda.
- Filch está nos esperando.- disse o ruivo- Vamos.
Os dois seguiram pelos corredores de Hogwarts, até chegar no zelador Filch. Do lado dele estavam mais dois alunos, provavelmente de detenção também. Argo olhou para Harry:
- Muito bem, agora entendo. O ministro da defesa pediu-me para não expor muito vocês nesta detenção. Gostaria que sofressem, mas quem sou eu para recusar o pedido de um ministro. Estão vendo isto?- apontou para baldes e esfregões no seu lado- Não olhem, apenas. Quero o chão deste andar bem limpo, brilhando. Tenho que sair. Depois que Hagrid partiu desta para melhor, tenho mais serviço para fazer. Mas Madame Nor-r-ra vai ficar de olho em vocês. Eu vou voltar e podem ficar sabendo que tomarei conhecimento de tudo que acontecer, ah se vou. Se houver alguma parte deste chão em que eu não possa ver meu reflexo, alguém vai se dar mal!- ele fitou-os por um instante- O que estão esperando? Mexam-se.
Todos trataram de pegar os materiais de limpeza. Todos menos Harry. O menino estava atordoado com o que o zelador havia falado. Olhou firme para Filch e disse:
- O que você disse que aconteceu com Hagrid?
Argo olhou para cima, tentando lembrar do que tinha falado. Por um momento se assustou e deu um tapa na boca, como se tivesse falado coisa demais. Olhou para o garoto:
- Esqueça. Não disse nada!- falou. Virou-se para trás e foi embora.
Harry pegou um esfregão e um balde, olhou entediado para madame Nor-r-ra e pôs-se a limpar o chão. Enquanto andava, pensava em Rúbeo. Será que o meio-gigante tinha... Morrido? O menino deixou escapar uma gota de lágrima. Hagrid era muito querido para ele.
Continuou pensativo, faxinando pelos corredores. Até que esbarrou em uma gárgula. Não era "uma" gárgula, mas sim "a" gárgula. Harry pensou. Sim, era a gárgula que dava acesso ao escritório de Dumbledore. - Dumbledore.- pensou-Preciso falar urgentemente com o diretor. Preciso tirar a limpo essa história de Rúbeo.
Pensou por um momento. Devia ter trazido o mapa do maroto. Como iria saber quem estava com Dumbledore. Decidiu entrar. Olhou para a estátua. Parou por uns segundos.
- Claro!- falou sozinho- Me esqueci da senha.- o garoto olhou para os dois lados, não havia ninguém. Nem madame Nor-r-ra.- Torrão de Barata!- chutou a senha. Nada aconteceu.- Ehh... Sapo de Chocolate, Varinha Molhada, Córneo de Dragão.
Tentou muitos outros e nada aconteceu. Desistiu. Não adiantou chutar, não tivera a mesma sorte da última vez. Quando já ia mudar de corredor, ouviu um barulho. A gárgula estava se mexendo. Alguém devia estar saindo do escritório. Instantaneamente, Harry pulou atrás de uma das armaduras e se escondeu. A gárgula pulou para o lado. Mas pareceu ninguém ter saído dali. O menino forçou a audição. Ouviu passos, mas não via ninguém. Sem que ninguém entrasse e saísse, a gárgula voltou a se mexer, desta vez para fechar. Harry pensou rápido, mas ele também agiu rapidamente. Antes que a passagem se fechasse completamente, ele saltou por entre a fresta que ainda havia restado. Foi um movimento arriscado, pois a gárgula fechara completamente a passagem, segundos depois de ele saltar. Mas dera certo. Tinha conseguido, passara, novamente por sorte, da estátua que dava acesso às escadas do escritório de Dumbledore. Subiu, lentamente, as escadarias, tentando não fazer barulho. Chegando no topo, ele deu uma espiadinha na sala. Foi o bastante para notar que estava vazia. Entrou no escritório e confirmou que, realmente, não havia ninguém além de Fawkes, a Fênix do diretor, ciscando em seu poleiro. Harry acariciou a ave. Além de ele ter uma atração por fênixes, Fawkes já o salvara de poucas e boas.
Olhou em volta, estava tudo como vira na última vez. O chapéu seletor adormecido em seu canto, a mesa de Dumbledore, repleta de papéis, o armário... Ali estava o armário da penseira, entreaberto, como antes. A curiosidade fez com que Harry abrisse-o. Lá estava a penseira do diretor. Mas outra coisa chamou sua atenção, ao lado da penseira, havia uma outra penseira. Uma penseira bem antiga, aparentava ser feita de um ouro bem velho e havia dois leões nela. Harry reconheceu: eram leões da Grifinória. O menino olhou para as duas penseiras e em seguida olhou para trás. Tinha uma grande vontade de tentar entrar em uma das duas. Ainda com o armário aberto, ele voltou para a escada. Encostou o ouvido na parede, ninguém se aproximava. Ele voltou correndo para frente das penseiras e ficou olhando-as. Finalmente, tomou coragem. Resolveu entrar na de Dumbledore, já que era conhecida e depois ir embora, correndo. - Só vou dar uma espiadinha no seu último pensamento, quem sabe não encontro uma resposta sobre Hagrid.- cochichou consigo mesmo.
Sem pensar muito, atirou-se na penseira. Fechou os olhos, e quando os abriu, estava de rosto colado em um chão úmido. Levantou-se. Reconheceu o lugar, estava dentro de Hogwarts, perto da biblioteca. Na sua frente estava Dumbledore, o Dumbledore atual, sozinho.
- Continue neste corredor.- disse uma voz.
O menino percebeu que o diretor não estava sozinho. Em sua mão, estava o chapéu seletor. O chapéu continuou:
- É ali, aquela parede.
- E eu que sempre passei por aqui e nunca desconfiei!- falou, finalmente, Alvo Dumbledore.
Ele parou em frente à parede. Harry o seguiu. O chapéu hesitou:
- Alvo, só estou fazendo isso porque confio em você. Além disso, acho que está na hora certa.
O diretor não disse nada, mas fez sinal afirmativo com a cabeça.
- Está vendo aquele tijolo meio riscado?- indagou o chapéu.
- Sim.
- Puxe-o.
Dumbledore olhou para os dois lados. Harry fez o mesmo, ninguém estava no corredor. Já devia ser bem tarde, todos já deviam estar em suas camas. Alvo puxou o tijolo.
- Deixe me ver o buraco.- o diretor levou o chapéu até o buraco sem tijolo, na parede. O capéu-seletor olhou fixamente e disse- Abra Griffindor!
De repente a parede começou a se abrir, tijolo por tijolo foi cedendo, até formar um grande portal. Dumbledore entrou. Harry o seguiu.
Entraram em uma sala cheia de teias-de-aranha, parecia que ninguém tinha entrado ali há anos. Nela, havia uma vassoura bem rústica, caldeirões, vestes e no meio havia uma mesa onde estava a penseira que Harry vira do lado da de Dumbledore. Alvo, assim como o menino, ficou impressionado com o local. O chapéu falou, orgulhoso:
- Eis a penseira de Griffindor!!!
Dumbledore arregalou os olhos. Tirou, impressionado, as teias-de-aranha de cima da penseira. Ficou quieto por um instante, admirando o precioso. Finalmente falou:
- É impressionante como se conservou com todos estes anos. Meu deus, como sabia de tudo isto?
- Não sou eu, mas sim a penseira que vai te dar todas as respostas.- informou o chapéu-seletor.
- Claro!- afirmou Dumbledore- Vou conseguir muitas respostas com isso, ah se vou.
Harry estava tão impressionado quanto o diretor. A penseira do fundador da Grifinória, um dos de Hogwarts, era um achado muito importante. E foi com a imagem de Alvo admirando o objeto, que a penseira de Dumbledore expeliu Harry para fora.
O garoto voltara para o escritório do diretor. Tinha planejado sair nessa hora, mas não pôde resistir. Fitou a Penseira de Griffindor por alguns instantes. O que teria pensado aquele grande homem? Harry pegou na penseira. A curiosidade o invadiu. Atirou-se dentro da Penseira de Griffindor!!!
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