Os Novos Professores



O café da manhã estava farto, como sempre. Um bando de corujas, como o de costume, invadiu o salão principal, carregando os exemplares de cada assinante do Profeta Diário. Um jornal foi arremessado, por uma curuja, em frente à Harry. O menino pegou o jornal e primeira coisa que viu foi a sua foto.
- Aprovado por Harry Potter!- gritou Draco, lendo a frase no Profeta - Ugh! Que baixo nível! Acho que vou parar de assinar esse jornal.
Algumas pessoas riram, outras olharam para Harry. O menino ignorou, aquela foto já estava começando a enervá-lo. Ele resolveu que quando tivesse tempo, escreveria uma carta ao Profeta Diário.
Neste momento, McGonagall entrou no salão com uma pilha de papéis:
- Muito bem.- disse a todos- Como Dumbledore já disse, teremos um campeonato de xadrez esse ano. Eu irei inscrever os alunos que querem entrar no campeonato. Entregarei os papéis com os inscritos de cada casa, para os respectivos professores-chefes. Estes professores farão o campeonato das suas casas. E, dos quatro campeões, sairá o campeão de Hogwarts. Bom, os alunos que não vão se inscrever, saiam do salão, por favor.
Uma boa parte dos alunos saíram do lugar. Harry ia sair, mas Hermione o chamou:
- Se inscreva também Harry. Eu e Rony vamos participar... Será divertido.
- Tudo bem.- afirmou o garoto. Ele sabia que não tinha muita chance, mas aceitou.
Os alunos foram formando uma fila, em frente à Minerva. Um a um, eram inscritos... Uma menina perguntou à professora se ela podia usar as suas próprias peças de xadrez para jogar no campeonato.
- Sim- respondeu McGonagall- Mas, Hogwarts fornecerá peças a quem não tem.
Conforme iam sendo inscritos, todos se dirigiram a suas casas para apanhar seus materiais e ir às aulas.
Harry chegou meio tarde no dormitório para pegar os livros, ele tinha sido um dos últimos na fila de inscrição... Foi aí que o menino se tocou que não havia pego os horários de aula no café da manhã. Ele estava sozinho no dormitório, Rony havia acabado de sair, foi pensando nisso que desceu para a sala comunal na esperança de ainda encontrar o amigo.
- Ei, Rony!- gritou ainda descendo as escadas.
Não houve resposta. Harry estava começando a ficar zangado com a falta de complacência do amigo. Pulou os degraus restantes da escada, direto para a sala comunal. Logo, ele viu porque Rony não respondera ao seu grito. Ele já tinha saído. A sala estava completamente vazia. Harry deu uma olhada no relógio. Estava atrasado para a primeira aula do ano! Correu para o dormitório. O garoto largou-se em sua cama, pensando nos pontos que perderia para a Grifinória por cabular aula. Já estava quase desistindo de pensar em uma solução, viu um papel dobrado, ao lado de sua cama: era um Horário de Aulas. Acima do quadro com cada dia da semana, tinha um recado:
"Harry, como você sabe, fui nomeada Monitora e tive que distribuir o horário de aula aos alunos da Grifinória. Com aquela confusão do xadrez, esqueci de te entregar. Espero que eu tenha colocado ao lado da cama certa. Espero que não se atrase para a aula. Desculpe, Mione."
O menino olhou as aulas que teria naquele dia. Em dois minutos começariam dois tempos de Poções com a Sonserina. Mesmo com a expectativa de uma aula dupla com a Sonserina e de seu melhor amigo nem querer olhar para sua cara, Harry não pode deixar de sorrir após o esforço de Hermione para ajudá-lo.
Harry pegou todo seu material de poções, mais o caldeirão e ingredientes que Arabella pediu para que ele comprasse e "disparou" para as masmorras. O mais difícil foi correr tanto segurando o pesado caldeirão da Sra. Figg. Já sem fôlego, virou o último corredor e avistou Draco Malfoy, prestes a entrar na sala. Harry percebeu que tinha conseguido e parou de correr. Draco ainda não tinha visto o garoto. As costas de Malfoy davam, em Harry, uma vontade quase irresistível de rogar uma das pragas de Vindicto Viridiano ao dono delas. Mas a Grifinória já perdera muitos pontos em pouco tempo.
Harry apenas achava que tinha chegado em tempo. Parada ao lado da porta, estava Arabella Figg, com uma cara nada boa, diga-se de passagem.
- Você está atrasado, Sr...
- Malfoy, Draco Malfoy.- completou Draco.
- Muito bem.- continuou Arabella- Infelizmente, terei que tirar cinco pontos da Sonserina. E menos cinco pontos para vocês dois também. - disse apontando para Crabbe e Goyle que tentavam passar escondidos.
Harry ficou feliz ao constatar que a Sra. Figg seria justa com todos os alunos. Mas a felicidade acabou quando ela descontou cinco pontos da Grifinória pelo atraso de Harry.
- Aqui está o que pediu para eu comprar.- disse Harry entregando a sacola com as coisas, enquanto entrava na sala.
- Olá a todos vocês!- disse Arabella, iniciando a aula- Sou Arabella Figg e substituirei o Prof. Snape este ano. Bom, como devem saber, no quinto ano nós estudamos venenos e antídotos. Estudaremos desde ingredientes básicos dos venenos, até como escapar da beira da morte...
A Professora Figg fez várias explicações e os alunos perceberam que era uma boa professora.
O professor Flear também era bom. Lembrava o jeito de Snape de dar aula: um tom baixo, mas penetrante. A aula de Defesa-Contra-Artes-das-Trevas, geralmente ensinava um feitiço de defesa, feitiços usados contra bruxos das trevas. Newt Scamander, que preferiu ensinar em uma sala de aula em vez de ser na parte de fora da escola, dava aula muito monotamente. Parece que Harry finalmente tinha descoberto como era chata a aula de Trato de Criaturas Mágicas. A aula só não ficava cansativa com Hagrid, por causa dos bichos esquisitos e perigosíssimos que ele levava para mostrar aos alunos. O Prof. Scamander nunca se desgrudava do seu amasso, cujo nome era Hoppy.
- O amasso é uma espécie de gato, mas um pouco maior, com as orelhas mais compridas e rabo de leão.- disse o sábio Magizoólogo, durante uma aula, mostrando Hoppy à turma.
Quase um mês se passou e nada de diferente aconteceu, a não ser a carta que Harry enviou ao Profeta Diário, pedindo que eles retirassem sua foto do jornal. O menino recebeu uma foto oferecendo assinatura grátis em troca da foto todos os dias no jornal. Harry não aceitou... Mas eles pararam de colocar a figura de Harry quando ele ameaçou escrever para o Ministério- Departamento de Defesa do Consumidor.
Uma coisa fora da rotina só aconteceu, realmente, em uma aula em que Rick Flear começou a explicar os Feitiços Imperiais. Estes feitiços eram os usados pelos aurores para combater bruxos das trevas.
- Expecto Patronum...- disse o professor- Um dos feitiços básicos para se repelir criaturas das trevas. Se esse feitiço for usado em uma pessoa, pode causar nela uma certa sensação esquisita: um grande frio na barriga. É como se fosse um susto. Dependendo do poder do bruxo que está lançando o Expecto Patronum, ele pode ser bem perigoso. O Patrono de um bruxo como Dumbledore, por exemplo, pode até matar uma pessoa. A "sensação" seria tão grande, que o coração dessa pessoa pararia. Na verdade, seria como... Morrer de susto.- algumas pessoas arregalaram os olhos- Mas vocês não precisam ficar assustados. Um Expecto Patronum lançado por qualquer um de vocês, só daria um frio na barriga como já disse. Ele é um dos mais poderosos, porém, é um dos mais difíceis de se aprender. Por isso, aprenderemos o Patrono em várias aulas.
Neste momento, alguém bateu na porta da sala de aula. Flear abriu. Era Minerva.
- Flear, pode me emprestar Potter, por favor?- Harry lembrou-se de quando ainda era do primeiro ano. Minerva tinha dito as mesmas palavras, mas chamando Wood para conhecer o novo apanhador. Rick pediu ao menino que fosse falar com McGonagall. Harry saiu da sala. Ao lado da professora, estava um menino, muito alto por sinal. Harry olhou para cima e viu o rosto do garoto: era magro, assim como o resto do corpo, e tinha um cabelo castanho e liso, bem curto.- Está aí o goleiro que eu prometi arranjar.- disse Minerva à Harry- Pedi a Hooch para que observasse os alunos. Ela me mostrou o Otávio. Achei ele bom. Finalmente o time está completo.- Os dois garotos ficaram se entreolhando, sem saber que dizer.- Ah! Desculpem-me não fiz as apresentações. Corringan, este é Harry Potter, capitão da Grifinória. Potter, esse é Otávio Corringan, o futuro goleiro da Grifinória. Por incrível que pareça, o Sr. Corringan é do terceiro ano.
- É um prazer conhecê-lo, Harry Potter.- disse o menino. Harry cumprimentou-o.
- Obrigado, Otávio. Pode ir.- Otávio saiu e Minerva se dirigiu a Harry.
- É bom que você marque logo um treino. O jogo contra a Corvinal se aproxima. Você já montou uma estratégia para o jogo, não montou Potter?
- É... Montei sim, lógico. - respondeu o garoto, meio nervoso.
- Ok. Agora que o time já tem todos os componentes, você poderá treinar. Tomei a liberdade de marcar um treino no campo de quadribol para depois de amanhã. Comunique a todos. Bom, agora eu vou ver se consigo arranjar uma Nimbus para Corringan. A vassoura dele está muito ruinzinha. Agora volte para sua aula... Já deve ter perdido matéria.
Harry riu. Ele não havia perdido matéria alguma. Lupin já havia ensinado o Patrono a ele.
Harry estava desanimado, preocupado. Nessa hora ele sentiu falta de um amigo. Rony estava na sala comunal, fazendo um trabalho ao lado de Hermione. Bichento estava no colo da monitora.
- Rony!- chamou Harry.
- O que foi?- perguntou o ruivo.
- Rony, eu queria pedir desculpas, novamente. Eu sei que fiz mal de não passar meu aniversário na sua casa. Tudo bem. Já passou muito tempo. Será que você não podia esquecer disto e voltar a falar normalmente comigo?
Weasley ficou calado por algum tempo. Ele parecia querer dizer sim, mas seu orgulho prevaleceu:
- Não estou afim de discutir. Será que você podia me deixar em paz, agora? Tenho que escrever qual foi o pior Ministro da Magia, na minha opinião e justificar. Coisa que você deveria estar fazendo, pois se não sabe, História é no primeiro tempo amanhã.
As palavras de Rony fizeram Harry esquecer o que ia dizer. Lembrou das palavras de Dumbledore: Cornélio Fudge, o iludido... Talvez Fudge estivesse tomando atos que o fizesse ser escolhido o pior Ministro da Magia, posteriormente. O menino fechou os olhos, quase automaticamente e viu Voldemort. O Lord das Trevas estava segurando uma espada pequena. Admirou o objeto e falou: "Muito bem, Rabicho. Muito bem...".
Harry abriu os olhos meio desnorteado. Estava caído, no meio da sala comunal. Um bolo de pessoas tinha se juntado em seu redor. Ele estava abafado, sua cicatriz doía. Dentre todos que estavam olhando o menino que havia desmaiado, do nada, no meio da sala comunal, um garoto se destacou. Harry ainda não enxergava tudo nitidamente, mas pode destingir que esse garoto era Rony. O menino se apoiou em Weasley e levantou. Rony conduziu-o até o dormitório masculino.
- O que houve Harry?- perguntou o ruivo.
O garoto botou a mão na testa. Ele ia contar a "visão", mas ao perceber que alguns meninos espiavam para ver o que tinha acontecido, ele mentiu.
- Nada, só uma falta de ar.
Harry tentou se levantar. Não conseguiu. Sua cicatriz doía demais. Voltou a botar a mão na testa. Rony percebeu problema do amigo e indagou em voz baixa:
- É a sua cicatriz, não é?
- Sim. - respondeu Potter-Tive uma visão... Vi Voldemort.
- E eu com raiva de você.
- Rony, me desculpe!- insistiu Harry.
- Ora, é claro!
Os dois amigos se abraçaram e Harry se sentiu muito melhor. Depois que a dor na testa passou, os dois conversaram bastante. Harry contou da reunião, da senhora Figg, de Azkaban, da visão e inclusive da capa da invisibilidade que ele havia esquecido na casa da vizinha. Rony o ajudou a decidir que não contaria nada à professora de poções. Ele esperaria até as próximas férias e voltaria na casa da vizinha para buscar a capa.
- Você sabia que a partida de Quadribol contra a Corvinal é em uma semana?- indagou Harry mudando de assunto.
- Sim. Espero vê-lo como capitão.
- O problema está aí. Eu sou o capitão, o jogo é daqui a uma semana e eu ainda não consegui montar nenhuma estratégia.
- Você já tem um artilheiro e um goleiro?
- Sim. A Prof. McGonagall me mostrou o goleiro hoje.
- Bom, se você quiser eu te ajudo.
- Obrigado, mas isso tem que ficar em segredo. Minerva pensa que já bolei uma tática.
Em seguida, tentaram discutir uma estratégia, mas estavam com muito sono.
Mas, a notícia de capa no Profeta Diário do dia seguinte que fez todos ficarem realmente assustados...

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