A viagem
Título: Ironia do Destino
Autora: Gabiii
Sinopse: Ela nunca o olhou com outros olhos que não fossem de desprezo. Ele nunca nem se quer havia perdido seu tempo analisando-a. Talvez nunca tenha passado pela cabeça deles que as coisas nem sempre seguem o rumo que imaginamos.
Amor à segunda vista? Não. O caso deles, foi à qüinquagésima vista.
Beta: Misty Weasley Malfoy
Disclaimer: Nenhum dos personagens já conhecidos me pertencem. São todos da J.K. Rowling.
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Capítulo 4 - A viagem.
As três semanas seguintes à festa de Guga passaram num piscar de olhos.
E minha folga infelizmente estava quase chegando ao fim. Nem acredito que disse isso, lembro-me de ter ficado realmente furiosa com Harry, que por toda aquela influência de “o-menino-que-sobreviveu”, conseguiu convencer meu chefe de que eu precisava de férias por estar trabalhando demais. Tudo isso por incentivo da minha mãe claro.
Eu trabalho como Medibruxa no St. Mungos. Sou o que os trouxas chamam de ginecologista obstetra, então vocês devem imaginar como meus dias são corridos. E, geralmente, quando estou em casa, recebo um chamado do hospital comunicando que uma das minhas pacientes chegou ao hospital ou passando mal ou pronta pra dar à luz. Não irei mentir-lhes dizendo que não é cansativo. Porque é sim. E muito! Mas o trabalho é a minha realização pessoal. O sonho que tornou realidade. E por mais cansativo que seja, no final do dia, quando eu ajudo a trazer para o mundo mais um anjinho, escuto seu choro e o vejo logo em seguida sendo abraçado com tanto amor pela mãe, vejo que valeu a pena.
Quando entrei de férias quase enlouqueci. Imagine só, eu, que não estou nem um pouco acostumada a dormir mais de 5h por dia e estar sem alguma coisa para fazer, de uma hora pra outra, ter 24h para fazer nada? É perturbante!
Após uma semana consegui me acostumar com tanto tempo livre e resolvi agradecer à mamãe e ao Harry. Afinal de contas, ver minhas olheiras amenizarem, sem ser necessária a aplicação de um feitiço, foi realmente bom. Nunca dormi tanto na minha vida (acho que talvez vocês lembrem do meu pequeno atraso para festa de Guga).
Mas agora meus quase dois meses de férias estão terminando. Esse vai ser o ultimo final de semana que me resta para curtir e com certeza vai ser o melhor!
Lembram quando eu comentei do complô: “Vamos levar Mione para a viagem”? Pois então, eis que desde que eu entrei de férias, Harry, Rony, Fred, Angelina (mulher de Fred), Jorge, Andreza (mulher de Jorge) e Luna combinaram de fazer uma viagem. A desculpa que deram para tal era que queriam comemorar, por eu ter tirado férias, mas tenho para mim que era só mais um motivo para fazerem “festa”.
O caso é que eles queriam um lugar exótico e diferente do clima de Londres. Então decidiram ir para o Brasil. E como disse Rony: “Ser filho do Ministro da Magia tem suas vantagens!” Falaram com o Sr. Weasley (meu pai) e ele liberou chaves do portal especiais para que pudéssemos fazer a viagem. Afinal de contas, uma chave de portal qualquer não seria capaz de transportar todos de um continente ao outro.
Mesmo estando tudo certo para a viagem, esta ficou para o ultimo final de semana das férias por causa de Mione. Ela não queria ir de maneira alguma.
Alegara que teria de trabalhar dobrado no ministério, devido a muitas pessoas terem tirado folga. Convencê-la estava sendo algo realmente difícil. Até que eu dei a idéia de fazerem com ela o mesmo que tinham feito comigo. E fizeram! Quando Rony e Harry explicaram para papai o que ocorria, ele, no mesmo instante, enviou a Mione um comunicado:
Para: Srta. Granger do departamento de Execuções das Leis Mágicas.
Querida Hermione, eu, como Ministro da Magia, admiro imensamente seu esforço e dedicação para com o departamento em que ocupa. Sem dúvidas alguma é minha melhor e mais dedicada gerente – Mas não deixe que Harry saiba isso, não quero que ele pense que desvalorizo o seu trabalho como chefe dos aurores.
Entendo que esteja preocupada com o departamento por este, no momento, sofrer um leve acumulo de material a ser revisado devido à ausência de algumas pessoas de sua equipe. Mas garanto-lhe que isso já esta sendo resolvido pessoalmente por mim. Estou contatando pessoas de confiança para que possa ocupar – temporariamente- o local dessas pessoas que no momento estão ausentes.
Então, venho por meio desta, lembrar-lhe que nos finais de semana sua presença no escritório não é necessária (somente em casos urgentes, o que não é o caso). Fiquei sabendo que os meus garotos e Harry estão planejando uma viagem e creio que não fará mal nenhum você não vir trabalhar no final de semana. Estive no Brasil há pouco tempo para resolver assuntos com o ministro de lá e pude confirmar o quão belo é o país e recomendo que não perca essa oportunidade.
Atenciosamente
O Ministro da Magia, Arthur Weasley.
P.S: Sei o quanto você consegue ser teimosa, querida Hermione, já tive oportunidade de ouvir Rony comentando sobre o assunto. Por isso, resolvi lhe avisar que mesmo que decida não viajar, sua entrada no Ministério esse final de semana estará proibida por mim. Você merece um descanso minha querida. Aproveite o final de semana e divirta-se um pouco!
Não preciso dizer o quão revoltada Mione ficou com Rony e Harry não é?
Principalmente Rony, que segundo Mione, não dever ficar reclamando e nem expondo seus defeitos para os meus pais.
Mas no fim ela decidiu ir. Segundo ela, seria mais produtivo do que ficar em casa. Já que até receber comunicados de como estavam indo as coisas com a ausência dela no departamento, ela foi proibida de receber.
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Chegou sexta-feira e já estavam todos aqui na Toca se preparando para ir.
Mamãe e papai davam as últimas instruções para os homens, enquanto as mulheres estão aqui em cima, me ajudando com as últimas coisas que eu esqueci de pôr na mala.
Por falar em mala. Meu Merlin, já posso até ouvir Rony reclamando das minhas. Isso mesmo, é no plural. Porque se tem uma coisa que eu não sei fazer, é mala pequena. E para essa viagem eu fiz duas grandes. Eu nunca sei o que levar. E considerando que eu nunca fui ao Brasil e a única informação que tenho é que lá é um pouco mais quente, eu coloquei tudo que eu achei que fosse precisar. Subentende-se: meu guarda-roupa inteiro!
Eu e as outras mulheres descemos com minhas malas levitando atrás de nós e mal chego ao térreo quando ouço Rony dizer:
-Gina! É só um final de semana! – Rum! Eu não disse?
-Rony! Deixe sua irmã em paz. – Yeah! Salva por mamãe.
-Hey galera! Vamos nessa? Esta quase na hora. – comunica Harry.
E então mamãe corre e me da um dos seus abraços “eu-vou-sufocar-você”, cheia de lágrimas nos olhos como se nunca mais fôssemos nos ver.
Toda mãe é assim ou é só a minha? Enfim, volto a respirar quando Harry diz, todo sem jeito para mamãe, que eu realmente preciso me juntar ao resto, que já estavam todos devidamente posicionados, segurando uma bota velha - a chave do portal.
5...4...3...2...1! E então veio aquela conhecida sensação de estar sendo puxado pelo umbigo. Nunca tinha feito uma viagem por chave de portal tão longa. Não sei ao certo quanto tempo levamos para chegar. Mas só foi quando já estava ficando enjoada e bem tonta foi que senti meus pés tocarem o chão. Pousamos em frente à casa em que ficaríamos.
Admirei a entrada da casa por um bom tempo. Era linda! O gramado era tão verde que chegava a brilhar na luz do sol escaldante. Nele tinha várias árvores de um mesmo tipo. Nunca tinha visto aquela árvore antes, elas tinham um tronco grosso e muito comprido crescendo sempre verticalmente e só depois é que se via as folhas que eram bem diferentes, mas o que mais me espantou foi o tamanho do fruto: era verde e redondo mais ou menos do tamanho de uma bola de futebol trouxa. As árvores, sem dúvida alguma, eram estranhas, mas estranhamente, se adequava ao jardim como uma luva. O deixava até mais bonito, se quer saber. Fazia enormes sombras pelo jardim, que era muito florido e bem cuidado. A casa era de dois andares, toda em tijolinhos. Tinha uma varanda aconchegante com cadeiras de balanço, estofados e várias redes penduras nas colunas da casa. Foi quando senti meu cabelo voar para frente, me despenteando toda. Me virei na direção oposta do vento, com o propósito de arrumá-lo, quando o que vejo me faz abrir a boca de admiração! Era o mar! Estávamos numa casa de praia! Uma praia brasileira ainda por cima! O Brasil é conhecido por suas magníficas praias, mas nunca pensei que eram tão magníficas assim! E é quando estou admirando o ambiente que vejo um casal de namorados passarem pelo calçadão, rindo de alguma coisa que deveria ser muito engraçado, porque eles praticamente gargalhavam.
E sabe como é não é? É meio impossível você ver alguém gargalhar e não dar um risinho, mínimo que seja, não é? E é com esse sorriso de canto de boca que me detenho, observando o horizonte. Inconscientemente, me vem à mente o dia em que ouvi a risada dele. Fico imaginando em como uma doninha irritante como aquela podia ter uma risada tão bonita! E então alguém me trás de volta dos meus pensamentos com um grito:
-Ginaaaa! Venha se acomodar primeiro, temos de trocar de roupas para podermos sair para ir almoçar! Você terá um final de semana inteiro para apreciar a vista!
Era Mione.
Então entro na casa – que é impecavelmente arrumada e mobiliada para ser uma casa de praia – rumo ao meu quarto, que iria dividir apenas com Luna, já que Mione dividiria um com Rony, Fred com Angelina e Jorge com Andreza. Harry foi o único a ter um quarto só pra si.
Agora sim entendi o tom de voz de Carlinhos quando me disse que o Brasil era um pouco mais quente que Londres. Era uma ironia! Porque “pouco mais” não tinha nada! Era MUITO mais.
O final de semana passou num piscar de olhos. Fiquei apaixonada por aquelas praias. Lembro de ter perguntado a Harry em que estado do Brasil estávamos. Segundo ele, estávamos no Ceará, no nordeste do país.
Visitamos muitas praias, subimos em diversas falésias, visitamos pontos históricos – Mione chantageou Rony e Harry a irem com ela, pois, por culpa deles, ela teria de trabalhar dobrado para compensar o sábado em que faltou ao trabalho. E então para não deixá-los sozinhos resolvemos ir junto, foi até divertido - e experimentamos a culinária nordestina, que era uma delícia! Dentre as diversas comidas que experimentamos, uma das que eu mais gostei foi a tapioca, cocada, acarajé e o pé de moleque (um bolo de castanha que é uma delícia!)
Nunca fiquei tão vermelha em toda minha vida. Quando usava uma blusa sem alças era visível o meu bronzeado. Apesar de termos passado boa parte do tempo visitando e conhecendo tudo que podemos conhecer, tive mais tempo de relaxar do que imaginei que teria. Acabei ficando com um quarto só para mim, já que Harry e Luna se entenderam logo na nossa primeira noite, depois de um campeonato de xadrez bruxo – trazido por Rony claro – e muita caipirinha – bebida típica do Brasil.
Nessa noite eu lembro de ter deixado os casais na varanda, cada um em uma rede e ter subido com a minha, para pendurá-la na sacada do meu quarto, para ficar apreciando a vista maravilhosa. Nunca vou esquecer o quão magnífica estava a Lua que refletia todo seu brilho no mar.
Era dia de Lua cheia. E eu nunca a tinha visto tão grande. Emanava um brilho magnífico e numa parte mais inferior havia uma mancha num tom mais escuro. Eu poderia dizer que essa mancha atrapalhava o visual belo, mas não. Aquela mancha fazia um formato que lembrava assustadoramente o formato de um sorriso. Era como se a Lua estivesse sorrindo para mim. Era como se naquele momento, em algum lugar do mundo, alguém tinha o seu sorriso refletido naquela Lua.
Lembro de antes de adormecer naquela rede, sob a vigília da Lua, ter tirado uma foto. Naquela noite tive um sonho esquisito. Sonhei que eu estava ali, naquela mesma praia, era dia e estava sentada sobre uma canga estendida na areia. E eu estava rindo, como se alguém estivesse ao meu lado, me contando coisas engraçadas. E eu podia sentir que tinha alguém ali, porque eu estava com uma sensação maravilhosa, uma sensação que me fazia sentir amada, protegida, completa. Uma risada! Eu também ouvia uma risada, e que risada gostosa de se ouvir, eu poderia quase dar a certeza de que já a tinha ouvido antes . E foi quando eu ia olhar a pessoa que estava ao meu lado que eu acordei.
Ou melhor, me acordaram.
Era Harry. Já era dia e ele veio me acordar dizendo que todos já estavam tomando café. E que se deixássemos a bagagem pronta daria tempo de darmos um último mergulho no mar antes de voltarmos para a Inglaterra.
Ainda meio atordoada com o sonho, lembro de ter concordado e ter descido para tomar café.
Chegamos em casa por volta das 17h do domingo. Todos muito vermelhos e cansados.
Minha mãe nos esperava ansiosa. Dei a ela todas as lembranças que trouxe de lá. Entre elas um livro de receitas de culinária Brasileira.
Me despedi da família e amigos agradecendo o ótimo final de semana e subi para meu quarto.
Estava me preparando para ir dormir quando novamente lembro do sonho. De como eu me sentia amada. Fico imaginando o quão bom seria poder sentir aquela sensação na vida real. E então durmo.
No dia seguinte eu voltaria a trabalhar. Tudo voltaria ser a mesma coisa rotineira de sempre. Bom, pelo menos era o que eu esperava que fosse.
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N/A: Nesse capítulo não teve DG. Mas quem for esperto não vai deixar certos detalhes passarem despercebidos. Harry ficou com a Luna. Mas esse shipper não vai durar muito ;x ..Tenho outros planos para os dois.
O motivo de a viagem ter sido para o Nordeste é simples: eu sou nordestina! =D E morro de saudades da minha terrinha =~
O capítulo ficou maior do que os outros pq eu quis apresentar a Gina melhor pra vocês. E me desculpem, mais Ginerva é medonho :X
Por isso na minha fic ela será Virginia #)
Entrei em época de provas, então vou demorar a postar o próximo cap.
Enquanto isso, vocês podiam mandar mais reviews não é? Pra eu saber se gostando ou não. Criticas construtivas são bem vindas ;D
N/B: GABIII...que capítulo lindoo mininaa...adorei betá-lo...e hey...eu vi a parte D/G...eh u sonho dela...(Misty estraga prazeres...?? não, imagina*irônica*) mal posso esperar pelo próximo...besitos
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