Armadilha
Capítulo 7 – Armadilha
Era muito difícil fazer o que devia. Contudo, aquilo tinha um lado bom, se é que em uma situação como aquela poderia existir um lado bom. Rever sua família era algo que queria fazer a muito temp. Entretanto, não tinha coragem de assumir seu erro.
Como será que eles estariam agora, se ele ainda estivesse lá? Algo difícil de imaginar. Não sabia nada sobre eles desde que saira de casa. Apenas vira-os de relance, em poucas oportunidades.
Não era o bastante! Não queria vê-los só de relance! Queria viver novamente com eles!
Será que o perdoariam? Provavelmente, depois que fizesse o que pretendia, uma negação a esta pergunta era algo certo.
Ali, sentado à mesa do bar, ele pensava em tudo isso. Além de formular um jeito de agir. Seguiria todas as palavras do seu mandante, pois não queria pagar o preço tão cruel. Bebia mais do que seu corpo podia suportar e isso já era visível na sua aparência. Bebia desde que foi solto.
Teria que agir logo. Fora solto há dois dias e o prazo dado pelo sequestrador era de quatro. Teria que cumprir sua missão ainda hoje, ou pelo menos, começá-la.
=-=-=
Já era muito tarde quando os dois garotos foram acordados por Hermione. Ela gritava muito. Rony se levantou e se espreguiçou, Harry fez o mesmo enquanto colocava os óculos.
- Como vocês conseguem dormir tanto? – perguntou ela, indignada.
- Simples Hermione, a gente deita e dorme! – falou Rony com um enorme sorriso.
- Hahaha... – ela fingiu estar rindo – Andem! Troquem-se!
- Pra que Hermione? – Harry olhou a amiga com curiosidade.
- Iremos ao beco! – falou ela, impaciente, os pés batendo frenéticos no chão – Comprar as coisas para o casamento e nossas vestes!
- Legal! – sussurrou o ruivo.
- Agora... ANDEM LOGO! – gritou ela, saindo do quarto.
- Ela está muito estressada. – Rony sorriu marotamente para Harry.
- Concordo. – o moreno sorriu de volta.
Minutos depois eles chegaram à sala e todos já estavam prontos. Aparataram para o Caldeirão Furado e vários rostos se viraram para eles. Ignorando-os, continuaram seus caminhos, e entraram no beco. Harry, Rony e Hermione foram ao Gringotes pegar dinheiro. Os três ajudariam nas compras, depois de insistirem muito com a senhora Weasley.
Por fim, depois de um longo dia de compras, restou apenas comprar as roupas que cada um usaria. Gina ficou emburrada por ser a dama de honra. No entanto, depois que Hermione sussurrou algo em seu ouvido, um enorme sorriso apareceu na face da ruiva.
Todos rumaram para a loja de roupas, Madame Malkins. Arthur pegou uma veste a rigor preta e um vestido vermelho foi o escolhido de Molly. Carlinhos escolheu uma veste preta, como o pai, e Rony um traje azul muito escuro, quase preto. Harry queria ir mais pelo básico, mas a pedido de Hermione, pegou uma veste preta que mais parecia um verde escuro. A garota pegou um longo vestido azul.
Rony pagou as suas vestes e as dos pais, Harry a sua e Carlinhos a dele. Hermione pagou dois vestidos. Porém, ninguém notou que um deles não lhe servia.
Terminadas as compras, todos voltaram para a Toca. Gui e Fleur estavam sentados na sala, aguardando-os.
- Harry! – ela se levantou e o abraçou.
- Ela estava louca para vir aqui. – Gui sorriu.
- Como é bom te ver. – Fleur apertou o abraço.
- Falando corretamente. Nossa, que evolução! – falou Hermione, animada.
- Obrigada Hermione. – a loira soltou Harry e cumprimentou todos.
- Então Fleur, como que estão os seus pais?
- Bem, Molly. – Fleur voltou para o meio da sala e abriu um malão que estava sobre o sofá.
- O que você vai fazer, amor? – questionou Gui.
- Vou dar à Gina o vestido que ela usará. – respondeu a loira, pegando um vestido azul.
Harry olhou de relance para Gina, que fazia uma careta. Ele sorriu e ficou espantado por não vê-la questionar ou algo do tipo.
- Gina! – falou Molly depois de Fleur ter lhe entregado o vestido – Vá lá em cima experimentar!
- Certo. – a ruiva pegou o vestido e subiu correndo.
- Acho que aquele vestido não vai ficar muito bem nela. – sussurrou Hermione no ouvido de Rony.
Dois ou três minutos depois a ruiva desceu e não possuía emoção nenhuma na face.
- Ficou lindo! – disse Fleur alto.
Hermione e Rony se entreolharam, ela tinha quase razão. O azul do vestido ficou em contraste com o vermelho dos cabelos da garota, não era a melhor combinação do mundo, mas ficara bom o suficiente. Todos os Weasleys pensaram o mesmo que os dois jovens e ninguém comentou nada. Pouco depois, Gina subiu novamente, agora acompanhada de Hermione.
- A Gabrielle vai usar o mesmo vestido?
- Sim, Molly. – Fleur fechou o malão – Amor, vamos guardar as nossas coisas?
- Sim. – sorriu Gui.
Eles subiram logo depois.
- Cara, você viu só como a Gina ficou?
- Vi. Ela não gostou nadinha. – Harry começou a andar na direção das escadas, com Rony ao seu lado.
- Verdade. Só não entendi por que ela não protestou.
- Nem eu. – eles subiram as escadas e foram para o quarto do ruivo.
O resto da tarde passou tranquilo. Fleur, Gui e Molly sempre andando de cá pra lá, acertando os últimos detalhes para a celebração do dia seguinte. Já era noite quando uma grande paz tomou a casa.
Novamente, Harry, Rony e Hermione estavam no quarto e haviam abandonado a leitura dos livros. Eles estavam pondo em prática algumas coisas, as azarações do livro que Moody dera, por exemplo. Rony estava dominando-as quase que perfeitamente, Harry estava quase lá e Hermione nem tentava.
- Anda Hermione, tenta!
- Não, eu nem li o livro. – ela tentava manter a concentração no livro em suas mãos.
- E daí? Eu também não li. Pega ali o livro e escolha alguns. É fácil. – Harry lançou outro feitiço em Rony, que defendeu.
- Ta. – ela foi até o livro e escolheu, virou-se para os garotos e os azarou com perfeição.
- Ah Mione, podia pelo menos avisar antes. – ralhou Rony.
- É, gostei dessas azarações. – ela agitou a varinha e cancelou os feitiços.
- Pois é né Mi, nem treinando a gente é melhor que você. – Rony sorriu ao se levantar.
- Fazer o que... – Hermione deu os ombros também sorrindo. – Eu e você temos que estar afiados para acompanhar o Harry.
- Por falar nisso, - começou o moreno – eu quero pedir, novamente, para que fiquem.
- O que? – perguntaram Rony e Hermione incrédulos.
- É muito arriscado vocês irem. – respondeu ele de uma vez.
- Mas Harry, nós já falamos sobre isso... – Hermione tentou convencê-lo.
- Vocês não entendem! Dumbledore deixou essa missão para mim, tenho que destruir as horcruxes antes de destruir o próprio Voldemort. – Harry a interrompeu enraivecido.
- Harry, isso não justifica nada. – Rony caminhou até ele.
- Com o descobrimento das horcruxes tudo faz sentido. – disse Harry aos amigos.
- Sim Harry, mas você não está ficando muito louco por isso? – Rony pôs a mão no ombro do amigo.
- Como assim, Rony? – disse Harry se virando e o olhando.
- Isso mesmo Harry, depois da morte de Dumbledore você tem achado que isso é a única coisa que importa na vida. – respondeu Hermione, séria.
- Mas Hermione! – Harry foi até ela – Sem vocês, sem os Weasley e sem a Gina eu não tenho vida!
Hermione ficou chocada com as palavras dele. Ela se sentou na cama, olhando o nada. Rony teve a mesma reação. Harry foi até os livros, os guardou dentro da mochila e falou calmamente:
- Desculpa. Mas, olhem, com ou sem vocês, - Rony e Hermione o olharam – eu vou amanhã, depois da festa do casamento.
- Não! – Hermione se levantou em um pulo.
- Por que não? – Harry a fitou.
- Precisamos de mais tempo! Precisamos treinar mais! – Hermione estava muito agitada.
- Calma, Hermione. – Rony estava ao lado dela.
- A gente treina em outro lugar, aqui não da pra ficar. Tem os Weasleys e também a Gina. É muito difícil manter segredo com esse bando de gente. – Harry se tranquilizava, pouco a pouco.
- Ok. Vou pegar minhas vestes. – Hermione correu até a porta – Você tem dessas daí sobrando? – ela se virou para Harry e apontou para a mochila.
- Sim. – ele enfiou a mão na própria mochila e retirou outras duas, jogou uma para Hermione e outra para Rony – Peguem o necessário: vestes, alguns livros, objetos pessoais... ou seja, o principal!
- Ok! – falaram Hermione e Rony.
A garota correu pro seu quarto e pegou tudo o que precisava, Rony também pegou suas coisas. Minutos depois os três estavam reunidos novamente.
- Ótimo! Amanhã depois da festa a gente sai de fininho pra ninguém percebe.
- Ok. – concordaram Hermione e Rony, colocando as mochilas juntas, escondidadas debaixo da cama.
- Vamos dormir agora? Estou um caco. – Harry se sentou na cama.
- Tá certo. – Hermione foi até a porta – Boa noite!
- Boa noite Mi. – Rony se deitou, viu a garota fechar a porta e virou-se para Harry – Como vamos sair?
- Aparatando oras. – Harry se levantou e se trocou.
- Sim, mas... como vamos sair da festa? – Rony imitou-o.
- Ah... Agora você me pegou. – Harry se deitou e se cobriu.
- Vai pensando cara. – Rony se deitou e apagou a luz de seu abajur.
- Ow... – Harry se virou para o ruivo – você vai pedir pra dançar com a Mione?
- Nem sei. Acho que sim. – Rony sorriu.
- Boa sorte! – desejou Harry, retirando os óculos e virando-se.
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Todos já estavam acordados quando o relógio da cozinha badalou as dez horas. Fleur e Molly já haviam comido e estavam do lado de fora da casa fazendo os preparativos. O dia passou como em um piscar de olhos e já era cinco da tarde quando Harry saiu de dentro do banheiro.
- Harry!
- Fala, Rony.
- Você sabe que vai entrar com a Mione, né? – Rony terminava de ajeitar a gravata.
- Não.
- Agora você sabe. Ela é madrinha também. – o ruivo se olhou no espelho.
- Ficou bem Rony. Tá nervoso? – Harry começava a se vestir.
- Sim. Vou pedir pra Hermione dançar comigo. – Rony tentou arrumar os cabelos, mas não conseguiu.
- Vai ser duro arrumar isso daí. – Harry riu, terminando de se vestir.
- Nossa Harry, a Hermione escolheu bem. – Rony olhou o amigo.
- Mas não sei o porquê das vestes serem verdes. – Harry foi até o espelho ajeitar a gravata.
- É mesmo, o vestido dela é azul. Opa, perai... – Rony se lembrara de algo – Ela também comprou um vestido verde.
- E... – Harry o olhou sem entender.
- Vai vê ela vai usa aquele! – falou Rony, sorrindo.
- É, pode até ser. – Harry passou a mão pelo cabelo, tentando contê-lo.
- Meninos! – gritou Hermione do outro lado da porta.
- Perai, Hermione! – gritou Rony e se virou para o amigo – To bem né?
- Claro, vai lá e abre a porta! – Harry sorriu colocando a mão no ombro do amigo.
- Pode entrar. – falou Rony após abrir a porta, um largo sorriso de orelha a orelha.
- Nossa Hermione! – Harry sorriu batendo palmas.
- Obrigada. – Hermione fez uma leve reverência.
Ela usava o vestido azul. Ele havia caído como uma luva nela. Seus cabelos estavam cacheados, em cachos perfeitamente iguais. A franja dela estava presa por uma bela presilha prata, deixando a vista os seus olhos castanhos delineados de preto.
- Você está muito bonita. – falou Rony.
- Obrigada. – Hermione sorriu, meio encabulada.
- O casamento vai demorar muito? – questionou Harry.
- Não, foi por isso que vim. Vamos descer! – Hermione saiu do quarto.
- Respira... respira! – falou Harry ao passar por Rony.
- Ah, cala a boca! – Rony riu e fechou a porta, descendo.
- Só faltavam vocês. – disse Molly ao vê-los – Rony junte-se aos convidados!
- Não. – interveio Gui – Ele é o padrinho da Fleur.
- Sou? – Rony olhou o irmão.
- Sim, ela não te disse? – Gui se aproximou.
- Não. – Rony olhou mais atrás e viu uma garota, que devia ter quase 17 anos, alta, loira e olhos verdes azulados, estava com um belo vestido prata.
- Oi. Você é o Ronald? – perguntou ela com um forte sotaque francês.
- Sim. – ele quase não conseguiu falar.
- Sou Vanessa Delacour. Prima da Fleur. – ela estendeu a mão.
- Prazer. – Rony a apertou – Entrarei com você?
- Sim. – Vanessa sorriu.
- Bem então. Vamos lá. – falou Molly.
Os jardins estavam maravilhosos. Um longo tapete vermelho estava entre duas fileiras de cadeiras, sendo ocupadas pelos convidados. No final do tapete se encontrava um belo arco decorado com lindas rosas brancas e ramos verdes.
Gui, acompanhado da mãe, foi o primeiro a entrar. Depois Harry junto de Hermione e Rony junto de Vanessa. Passado alguns segundos entrou Gabrielle e Gina, ambas com aquele mesmo vestido que Fleur havia mostrado. Gabrielle estava muito mais bonita que Gina, se é que isso fosse possível. Realmente o azul não ficava tão bem na ruiva.
Então, entrou a noiva, acompanhada do pai. Fleur estava muito bela. Seu vestido era todo branco com maravilhosos bordados. Seu cabelo estava em uma perfeita trança embutida, entrelaçada com fios azuis claros de seda. Dos seus cabelos pendia um véu branco que ia até as suas costas.
O sol já estava se pondo à oeste. O céu ficou alaranjado e as nuvens ficaram rosadas. Mal a cerimônia terminou e o sol sumiu por entre as montanhas. Parecia que o astro queria presenciar o casamento.
Quando a festa começou, um céu azul escuro era visto, com inúmeras estrelas brilhando com toda a força. Como de costume, houve a valsa dos recém-casados e, logo depois, a dos mesmos com seus pais e sogros. Pouco depois, os outros convidados tomaram o espaço sem receio. Harry, Hermione e Rony preferiram se sentar em uma mesa.
- Hermione!
- Que Harry? – ela o olhou.
- Cadê a Gina? – ele ergueu a cabeça, procurando à ruiva.
- Não sei. – Hermione deu os ombros.
- Relaxa cara, daqui a pouco ela aparece. – falou Rony.
Cinco muitos depois, todos os olhos estavam sobre a ruivinha. Ela usava um vestido de alça verde que ia até um pouco acima do joelho e seu cabelo estava solto, caindo até suas costas. Deu pra notar que Gabrielle perdeu o incrível sorriso que tinha. Ela tentou disfarçar, indo conversar com a mãe.
Todos ficaram surpresos por verem Gina com outro vestido, Harry e Rony olharam Hermione e ela apenas sorriu cúmplice. Carlinhos pediu à irmã caçula uma dança, que aceitou. Contudo, seus olhos não saíram de Harry.
- Vai lá cara! Dança com ela!
- Não posso, Rony. – o moreno desviou o olhar de Gina e fitou o amigo.
- Por quê? – Hermione o olhou, perplexa.
- Não danço bem. – Harry sorriu marotamente.
- Tem nada. Olha ela vindo ai. – Rony deu um cutucão no amigo.
- Quer dançar Gina? – Harry se levantou sorrindo.
- Claro. – Gina lhe deu a mão e eles foram para o local de dança.
- Eles dois combinam.
- Concordo Mi. E por falar em dança. – Rony se levantou e estendeu a mão para a amiga – Quer dançar?
Ela ficou surpresa. Demorou pouco mais de um segundo para sorrir e pegar na mão dele.
- Danço até o sol nascer.
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- Admito, Harry. Fiquei surpresa com o seu convite.
- Surpreso fiquei eu ao te ver assim. – eles se aproximaram mais para dançar.
- Assim como? – Gina fitou-o.
- Assim, tão linda. – falou ele, envergonhado.
- Harry, - ela esperou que ele a olhasse nos olhos – você sabe que eu te amo...
- Sim, eu sei. E eu também te amo. – sussurrou ele.
- Então me deixe ficar com você! – dava para ver a tristeza no olhar dela.
- O que eu mais quero no mundo é ter você do meu lado, mas não posso. É muito perigoso e você sabe. – ele começara a ficar nervoso.
- Mas Harry eu sei me cuidar! – ela tentou acalmá-lo com um sorriso.
- Gina, você não vê? Voldemort voltou mais forte que nunca. O mundo bruxo está um caos com essa guerra que não tem fim! Não posso arriscar te perder! – gritou Harry, sua voz não foi ouvida pelos outro por causa da música.
Quando Gina abriu a boca para falar, a música cessou e um clima de tensão surgiu. Todos olhavam para um lugar em comum. Harry e Gina se viraram e foram ver o que acontecia.
- Olá família!
- Você?! – exclamou Arthur sobresaltado, tanto ele quanto Harry sentiam que iriam explodir de raiva.
- Sim, sou eu. Percy Weasley. Vejo que cheguei na hora da festa! O que ocorreu? – ele andou na direção de sua mãe, que estava prestes a chorar.
- Gui se casou com Fleur. – respondeu ela em tom de choro e o abraçando – Que bom que voltou.
- É bom voltar. – ele se separou dela e foi até o irmão mais velho – Parabéns Gui!
- Obrigado. – agradeceu Gui, frio.
- O que faz aqui? – bradou Harry.
- Ah, Harry! Justamente quem eu procuro. – ele se virou e foi até o moreno.
- O que você quer com ele? – ralhou Rony ao lado de Hermione.
- Dar uma informação. – Percy enfiou a mão no bolso e tirou uma carta, entregando-a para Harry logo depois.
"Senhor Potter,
Meu nome é Cassius McWell, sou amigo de infância de Alvo Dumbledore. Recebi uma carta dele há alguns meses, na qual ele pedia para que eu lhe ensina-se algumas coisas.
Encontrei o jovem Percy Weasley quando fui ao Ministério perguntar sobre você. Ele ficou encarregado de lhe dar essa carta e de lhe levar até York, onde te esperarei.
Espero que aceite o meu convite, ou melhor, a vontade de Dumbledore.
Cassius McWell."
Harry ficara paralisado. Um amigo de infância de Dumbledore? Aprender? Ir a York? Eram tantas perguntas. Hermione o tirou do transe.
- Harry, o que há? – questionou ela, sussurrando.
- Nada. – sussurrou ele em resposta, guardando a carta no bolso - Falo depois.
- Ok. – ela se virou para Rony e lhe informou a mesma coisa.
- Então Harry, o que acha? – Percy parecia calmo, porém, por dentro, se consumia em nervosismo.
- Eu nunca ouvi falar desse homem. – falou Harry vagamente.
- A quem você se refere Harry? – Tonks se aproximou do moreno, com Remo ao seu lado.
- Cassius McWell. – respondeu ele, olhando-a.
- Eu já ouvi falar esse nome. Dumbledore me falou que era amigo dele. – disse Remo logo em seguida.
- Quando? – perguntou Harry, surpreso.
- A questão não é quando, e sim como. – começou Remo – Naquele pergaminho que ganhei. Dumbledore falava de um velho amigo que iria lhe procurar.
- Entendo. – Harry começou a acreditar na história.
"Perfeito. Com Lupin afirmando a verdade, Harry virá comigo!" – Percy não pôde conter o sorriso.
- Só não entendi por que Dumbledore não me falou sobre isso. – sussurrou Harry para os amigos.
- Ele não contou para a gente muitas coisas. – ponderou Rony.
- É verdade. – Hermione ficou com uma expressão séria de repente, pois Percy se aproximava.
- Então? Você vem? – questionou ele.
- Vou sim. Mas não hoje. – respondeu Harry – Vamos curtir a festa, amanhã iremos.
- Claro. – Percy se virou e foi até a mãe.
- Harry, e agora? Com isso tudo muda! – exclamou Hermione, exasperada.
- Eu vou até lá. Quando voltar, iremos pra Godric Hollow. – falou Harry com velocidade, encerrando a conversa e voltando a pista de dança com Gina.
- Harry. – começou ela.
- Não Gina! Por favor, não vamos mais falar sobre esse assunto. – ele tentou se conter.
- Ok. – Gina se aproximou mais dele, abraçando-o.
- Espero sinceramente que um dia você possa me entender. – Harry olhava o céu, acariciando os cabelos dela.
- Algum dia Harry, algum dia.
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- Lindos. – falou Hermione, longe.
- O que?
- Eles dois. – ela apontou para Harry e Gina abraçados – Ficam muito lindos assim.
- É. – Rony voltou a olhar a garota – Mas...
- O que? – ela o olhou.
- A gente não fica muito atrás. – ele sorriu.
- Verdade. – ela começou a pensar no que aquela indireta queria dizer.
A noite passou, todos rindo, dançando e festejando.
=-=-=
Em cima do morro onde os Weasleys jogavam quadribol, um bruxo olhava para a festa, sério.
"Tudo está andando... não ao nosso favor, mas também não contra. Ele cairá em um beco sem saída. Eu irei ajudá-lo e lhe revelarei a verdade. Espero, apenas, que ele compreenda".
O bruxo aparatou.
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- Anda logo, Harry.
- Calma, Rony. – ele saiu do banheiro.
- Que demora. – Rony se levantou, colocou o livro sobre a mesa e foi até o amigo.
- Fica calmo Rony, não é você que vai conhecer um estranho. – falou Harry, sorrindo.
- É. Eu estou com o seu e o meu nervosismo. – Rony riu.
- Vamos descer. – Harry pegou sua varinha, seu sobretudo e sua mochila com algumas roupas.
- É. – Rony colocou o braço por cima do ombro do amigo.
Eles saíram e desceram as escadas.
Todos estavam lá em baixo. Percy era abraçado pela mãe, Arthur estava um pouco distante. Gina estava conversando com Hermione.
- Olá!
- Oi Harry. – falou Percy após ser solto pela mãe.
- Vamos? – Harry colocou a mochila nas costas.
- Sim. – Percy saiu pela porta.
- Até. – Harry abraçou Rony.
Em seguida recebeu um abraço caloroso de Hermione.
- Cuide-se. – falou ela, um pouco chorona.
- Cuide bem deles. – Harry a soltou.
- Que Merlim lhe acompanhe. – Molly veio e o abraçou fortemente.
- Obrigado. – respondeu ele e, depois, foi cumprimentar Arthur.
- Boa sorte Harry. – desejou o homem, continuando mais baixo – Não dê as costas para ele.
- Certo. – Harry entendeu o recado, depois viu Gina se aproximar.
- Tome cuidado. – ela o abraçou.
- Pode deixar. – ele beijou a cabeça dela e continuou mais baixo – Tome cuidado você também. Cuide bem de todos. Eu confio em você.
Ela o olhou e viu-o piscando para ela com um sorriso maroto. Não compreendeu o que aquilo significava, só sabia que era algo muito importante.
- Vamos! – gritou Percy lá de fora.
- Até logo. – falou Harry já à porta.
- Vamos aparatar. Segure meu braço. – pediu Percy.
- Certo.
Eles aparataram em um beco escuro, apesar de ser dia claro, onde havia apenas uma casa. Andaram calmamente, embora Harry segurasse a varinha dentro do bolso. Ele seguiria à risca a orientação do senhor Weasley. Não iria confiar plenamente no ruivo ao seu lado.
Eles entraram na casa. Tudo estava escuro. Harry deu alguns passos e se surpreendeu ao ver que Percy ficara imóvel e que, agora, apontava-lhe a varinha. O ruivo lançou o mesmo feitiço usado por Bellatriz, impedindo-o de aparatar.
- Perdoe-me. – suplicou Percy antes de aparatar.
Harry retirou a varinha do bolso, jogou a mochila para o lado da porta e ficou atento a cada som. Um frio repentino o tomou e tudo começou a escurecer. Medo tornou-se algo maior e inevitável. Dementadores, muitos deles.
- Droga! – ralhou Harry, começando a pensar em todos os momentos felizes que tivera com Gina – Expecto Patronum!!!
Os dementadores se afastaram ao serem atingidos pelo cervo prateado e voltaram novamente.
- Pega eles! – gritou Harry para o cervo, encorajando-o.
Segundos depois os dementadores haviam recuado, não pelo patrono, mas por ordens de um bruxo. Harry olhou em volta, viu seu patrono se dissipar e ouviu palmas. Alguém batia palmas e esse alguém saiu da escuridão.
- Bravo! Bravo! – a voz era desdenhosa.
- Snape! – sibilou Harry.
- Não, sou o Cassius. – riu Snape, sarcástico – Você realmente achou que Cassius McWell iria lhe procurar?
- Nem o conheço. – Harry prestava muita atenção aos mínimos detalhes.
- Ele é um grande bruxo e realmente foi amigo de Dumbledore. – Snape andava lentamente – Viu como ser espião tem suas vantagens? Melhor ainda se for um comensal e conseguir fazer com que insignificantes façam o trabalho sujo.
- Percy. – Harry compreendeu.
- Exato. Ele é um froxo. Foi só ameaçar a família que ele aceitou fazer tudo o que eu queria. – Snape olhava Harry, esperando que ele atacasse.
- Então foi por isso. – Harry mantia os olhos fixos em Snape – Ele quis protejer a familia. "Faz sentido."
- Concordo com você. – Snape entrara na mente do garoto – Nossa, foi mais difícil dessa vez. Anda treinando, Potter?
- Não é da sua conta. – bradou Harry, agora sua raiva o consumia – Estupefaça!!!
Snape desviou-se com facilidade, dando apenas um passo para o lado.
– Está mais rápido também! Vamos ver se melhorou, além disto. Crucio! – Snape pegara a varinha e apontava para o garoto.
- Protego! – Harry defendeu-se - Alarte Ascendare!
“O que?” – pensou Snape, surpreso.
O feitiço acertou-o em cheio. Ele foi erguido no ar e depois bateu violentamente no chão.
- Não esperava, não é? Isto é o que um bom livro de azarações faz. – Harry mantia a varinha apontada para Snape.
- Realmente não esperava. Mas, para minha sorte, – Snape ergueu-se –não estou sozinho.
Harry preparou-se para um duelo. Vários comensais apareceram, todos apontando as varinhas para o peito do garoto. Snape tomou a frente, recompondo-se.
- E para a sua sorte, o Lorde Negro não lhe quer morto. Então, desista. Largue a varinha. Você está sozinho.
- Não é verdade. – riu outra pessoa.
- Quem disse isso? – retrucaram Harry e Snape, juntos.
- Eu. – um ser encapuzado apareceu atrás de Harry.
- Quem é voce? – Snape segurou fortemente a varinha.
- Owen. É a unica coisa que precisa saber. – cinco feixes prateados sairam de dentro das vestes do bruxo e atingiram os comensais, menos um.
- Snape acredite em mim. Nós não podemos com ele. Ainda! – o comensal correu até Snape.
- Não vou deixar isto barato, Potter. Eu voltarei. E diga ao seu amigo Weasley que ele terá o que merece. – dito isso os dois comensais aparataram.
- Olá Harry. – Owen reticou o capus.
- Oi. Pensei que nunca mais o veria. – Harry sorriu.
- Que isso... eu sempre estou com você. Olhe seu tornozelo.
Harry se abaixou e ergueu a barra da calça. Sua tornozeleira brilhava fracamente, apando-se em seguida. Ele se levantou novamente e olhou Owen com seriedade.
- Por que não apareceu aquele dia? Porque ficou nas sombras?
- Não era eu Harry, no seu aniversário. Não era eu. – Owen guardou a varinha.
- Então quem era? – Harry andou até sua mochila e a jogou sobre os ombros.
- Cassius McWell. – Owen ficou sério de repente.
- Não acredito que esse cara possa existir realmente ou que possa ser meu amigo ou algo do tipo.
- Amigo seu com certeza ele nunca será. – Owen riu.
- Por que diz isso? – Harry não entendia.
- Porque você não o conhece. – Owen andou até a porta e a abriu – Venha.
- Para onde? – Harry seguiu-o.
- Vamos dar uma volta.
- Então você conhece esse tal de Cassius? – perguntou Harry, enquanto saiam do beco.
- Sim. E ele realmente quer lhe ver.
- Por quê? – Harry parou.
- Quantos "por quês" em um só dia. – Owen se virou e o olhou com um sorriso – Ele quer lhe ensinar, como o Snape disse.
- Como então ele sabia disso? – Harry recusavasse a acreditar em qualquer coisa que Snape dissera.
- Espionando. Você não usa os ouvidos não? Ele próprio falou isto. – Owen girou os olhos.
- Ta. Mas...
- Chega Harry. – Owen voltara a ficar sério – Você deve ir onde Cassius está e deve aprender o que ele irá te ensinar.
- Não posso. – sussurrou Harry.
- Não interessa o que você pretende fazer. A Guerra está ai há muitos anos, não vai mudar nada se ela durar alguns dias a mais. – mentiu Owen – E além do mais, lá no fundo, você já sabe o que irá aprender.
- Então não preciso aprender nada!
- Precisa sim, Harry! A magia antiga que eu lhe falei antes está dentro de você. Você deve aprender a usá-la ao seu favor. – Owen pôs a mão sobre o ombro do garoto.
- Por que Owen? Tenho coisas mais importantes a fazer. – disse Harry se virando e indo embora.
- Eu sei que você tem que descobrir quem é o misterioso R.A.B. e só poderá fazer isso com essa magia. – disse Owen, fazendo Harry parar e voltar.
- Odeio quando outras pessoas lêem a minha mente. Agora me diz por quê!
- Porque com essa magia, você se tornará um ótimo oclumênte e legimente. Poderá fazer coisas extraordinárias, coisas que você nunca imaginou. – Owen parecia mais calmo.
- Ok. Quando eu encontro esse cara? – Harry desistiu de insistir.
- Agora seria o melhor. Mas, como sei que você tem que voltar aos seus amigos... – Owen colocou o capuz – Encontre-me em Liverpool, no aeroporto internacional, em uma semana.
- Certo. Am... me faz um favor? – Harry ficou sem jeito.
- Ah, sim! – Owen pegou a varinha e a apontou para Harry – Finite Incantatem.
- Obrigado. E até semana que vem. – falou Harry e aparatou.
Owen olhou o céu, extremamente sério e sombrio.
– Era você, não era? Está trabalhando junto ao Snape. Da próxima vez eu te pego. – ele trincou os dentes e aparatou para casa.
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- Nossa Harry, já voltou?
- Sim e vocês nem imaginam o que aconteceu. – Harry se sentou à mesa, vendo todos se sentarem a sua volta.
- O que aconteceu, querido? – perguntou Molly, apreensiva.
- Percy me levou pra uma armadilha.
- O que? – Arthur e Rony gritaram mais alto que os outros.
- Exatamente o que vocês ouviram. Não era Cassius que me esperava, era Snape e um bando de dementadores e comensais. – Harry tirou a mochila das costas.
- Não acredito. – Molly levou as mãos à boca, chocada.
- Pois acredite. Mas eu não culpo o Percy. – Harry deu um leve sorriso.
- Por que não? Ele quase foi o culpado por você morrer? – Hermione o olhou.
- É, mas foi graças a isto que vocês... – ele olhou os Weasley – ainda estão sãos e salvos.
- Não entendi. – Gina se aproximou.
- Snape o ameaçou de matar vocês ou de fazer algo de mal. Percy se submeteu a ele para que nada acontecesse a vocês. – Harry olhou nos olhos de cada um – Eu faria à mesma coisa.
- Pois eu não. – Arthur se levantou – Colocar a sua vida em perigo para salvar a nossa? E desde quando somos fracos perante os comensais? A sua vida é mais importante Harry.
- Eu não concordo. – Harry também se levantou, retribuindo o olhar ao senhor Weasley – O que seria de mim se eu não tivesse vocês? – ele olhou cada um novamente, todos calados – Qual seria a minha consolação nessa guerra? Se não, ter vocês a salvo para que, quando essa guerra acabar, a gente possa viver feliz?
- Harry... – começou Gina.
- Eu mesmo respondo. – ele a cortou – Eu não seria nada. Não lutaria mais. Não me importaria com mais nada.
- Harry, calma. – Hermione estava ao seu lado, quase chorando.
Com Gina foi diferente, ela já estava chorando. Compreendia agora o que Harry estava pensando quando rompeu com ela, quando se afastou dela. Todos estavam tristes, até que Rony falou:
- Não me importo com Percy e suas tramóias, o importante é que você está bem Harry. – e completou – E nós também.
- Concordo. – Hermione passou a mão nos olhos e olhou Gina.
A ruiva não falou nada, apenas subiu as escadas e se trancou no quarto.
- Desculpem pelo que eu disse. – Harry olhou novamente para todos e se sentou.
- O que você disse está certo Harry. – Arthur se sentou novamente - Até certo ponto.
- Sim, sim. – Molly voltou ao que estava fazendo.
- Harry. – Hermione se aproximou dele – Você não acha que está na hora de fazer as pazes com a Gina? Ou você se esqueceu que precisa dela pra entrar no cofre?
- Não esqueci, não. – Harry se levantou e a olhou – Vem. Preciso falar com vocês primeiro.
- Ok. – disse Rony, levantando-se para segui-los até seu quarto.
- Eles realmente não confiam em nós. – Molly olhou as escadas.
- Não os culpo. Nós também não confiávamos neles. – Arthur abriu um exemplar do Profeta Diário e percorreu o olhar pelas notícias.
- Eles podem não saber, mas são a salvação para a guerra. – Molly olhou o marido.
- Sim, e eles não sabem. – ele a olhou.
=-=-=
- Fala logo Harry.
- Calma, Rony. – Hermione se sentou na cama.
- Prestem atenção. Temos uma semana para ir até Godric Hollow e depois irmos até Liverpool. – falou Harry, rápido.
- O que? – Rony e Hermione não entenderam.
- Eu encontrei Owen lá em York. Ele me falou que conhece Cassius McWell e que realmente ele quer me ensinar. Ele me deu uma semana para resolver o que temos de resolver. – Harry se sentou ao lado de Hermione.
- Ah, tá. Então, amanhã mesmo você já vai no cofre? – Rony o olhou.
- Nós vamos. – Harry os olhou – É melhor a gente ir direto de lá para Godric Hollow.
- Vamos levar a Gina junto? – Hermione olhou-o, surpresa.
- Não, embora ela realmente saiba se defender. Ela merece uma chance de provar a mim que merece estar conosco. – falou Harry, olhando Rony – Vamos só até o cofre, depois ela volta pra cá.
- Ok. E se acontecer algo com a minha irmã. – ameaçou Rony, levantando o punho.
- Eu sei. – Harry sorriu e se levantou – Vou lá falar com ela.
- Certo. – Hermione se levantou também e pegou um livro – Rony, me ajuda a treinar?
- Ai, céus! – ele olhou pra cima – Ok. – se levantou e foi até a garota.
- Ah! Boa sorte Harry. – desejou a garota ao amigo, que já estava na porta.
- Obrigado. Vou precisar. – ele saiu e fechou a porta.
Harry desceu as escadas, apreensivo, e bateu na porta do quarto da ruiva.
- Deixe-me em paz, Hermione!
- Não é a Hermione. – informou Harry.
Mal se passara um minuto e a porta se abriu
– Oi. – disse ele.
- Oi. – ela sorriu, era possível ver marcas de lágrimas em sua face e seus olhos estavam vermelhos.
- Você está bem? – perguntou Harry.
- Estou. Entra. – Gina abriu mais a porta e deu espaço para que ele entrasse.
- Gina. Eu espero que não seja tarde. – ele entrou e parou no meio do quarto.
- Tarde pra quê? – ela o olhou, fechando a porta.
- Pra você vir comigo até o meu cofre. – Harry se sentou na cama.
- Fazer o que? – Gina se aproximou.
- Preciso da sua ajuda para entrar lá. – falou ele, olhando-a.
- Acho que não vou poder lhe ajudar. – Gina virou as costas para ele.
- Gina. – ele se levantou e foi até ela – Por favor. Sei que lhe magoei, mas... eu preciso de você.
- Agora você precisa de mim, não é, Potter? – ela se afastou dele.
- Gina. – ele a olhou triste – Eu te amo. Preciso da sua ajuda. Por favor, venha comigo.
- Depois eu volto pra cá? – ela o olhou pelo canto do olho.
- Não. – mentiu – Você vem comigo, com o Rony e a Hermione.
- Jura?
- Juro. – ele sorriu.
- Terá de me contar tudo o que vocês pretendem fazer. Tudo o que eu não sei. – Gina se sentou na cadeira.
Harry tinha medo que ela pedisse isso, pois sabia que não tinha outro jeito. Sentou-se na cama e começou a falar de tudo. As aulas com Dumbledore, as horcruxes, o plano de ir à Godric Hollow. Tudo. Gina ficava mais pálida a cada palavra do garoto. Quando ele terminou, ela se levantou e se sentou ao seu lado.
- Espero que a gente possa superar tudo isso.
- Como assim? – ele fitou-a.
- Para podermos ficar juntos. Eu e você, - ela riu – Rony e Hermione.
- Verdade. – falou ele depois de rir – Quando será que eles irão ficar de bem?
- Não sei. – Gina deu os ombros – Sei lá! Eles que se entendam.
- É. Vem comigo. – Harry se levantou e estendeu a mão para Gina.
- Aonde vamos? – ela também se levantou e pegou na mão dele.
- Quero lhe mostrar algo. – eles saíram do quarto e entraram no quarto de Rony.
A cena era a mais engraçada possível. Rony estava sob os efeitos de uma azaração um tanto estranha. Ele corria de um lado para o outro. Corria pelo teto, pelas paredes. Hermione estava rindo, caída no chão.
- Finite Incantatem! – Harry apontou a varinha para o amigo, que caiu no chão.
- QUE DROGA EM HERMIONE. POR QUE NÃO CANCELOU O FEITIÇO? – bradou Rony, vermelho de raiva e de cansaço.
- Eu esqueci. – Hermione se recompôs.
- Que coisa. – Gina entrou no quarto rindo, até que viu a montanha de livros de baixo da cama – CARAMBA!
- Xi. – Harry fez sinal com o dedo – Ninguém sabe.
- Então ela já sabe de tudo? – Rony se levantou.
- Sim. – falou a ruiva, sorrindo.
- Legal. – Hermione sorriu – Quando vamos?
- Amanhã de manhã. Estejam prontas às seis e meia da manhã. – pediu Harry.
- Tão cedo assim? – Rony deu um bocejo, só de pensar em acordar cedo, já estava com sono.
- Sim. Para que ninguém nos veja. – explicou Hermione.
- Exato. – Harry sorriu.
- Então mamãe e papai não sabem que iremos ao Gringotes e depois à Godric Hollow? – Gina os olhou.
- Não. – Rony olhou Harry.
- É, não conte a eles. – Hermione se aproximou.
- Pode deixar. – Gina deu um enorme sorriso.
- Vamos. O jantar deve estar quase pronto. – Hermione pegou na mão de Gina e a puxou para fora do quarto.
- Você falou que ela não ia. – Rony fitou Harry, ainda com raiva.
- E ela não vai. – Harry olhou o amigo.
- Então você mentiu pra ela?
- Sim. Se não ela não iria topar. – Harry foi até a porta – Vamos jantar por que eu estou com muita fome.
O jantar foi como de costume, uma bela comida e todos reunidos. Após seu termino é que algo mudou. Gina e Rony foram abraçar os pais, como uma espécie de despedida, contudo, apenas falaram que estavam querendo um abraço. Harry e Hermione olharam à cena, emocionados. Logo depois, subiram. As meninas dormiram imediatamente e Rony e Harry demoraram um pouco para guardar os livros e escrever um bilhete.
=-=-=
- Anda Rony, acorda! – Gina e Hermione tentavam acordar o garoto.
- Eu já to acordado. – falou Rony bravo, se sentando.
- Assim vocês vão acordar os seus pais. – ralhou Harry, sussurrante.
- Desculpa. Vai Rony, corre e se troca. – falou Gina.
Rony saiu bufando e a ruiva caminhou até Harry.
– Nervoso?
- Um pouco, não é todo dia que eu fujo. – respondeu ele.
- Muito menos nós. – falou Hermione, fitando-os.
- É, eu sei. – Harry pôs a mochila sobre o ombro e a espada de Gryffindor na cintura.
- Estou pronto. – Rony entrou enquanto vestia o sobretudo.
- Vejo vocês no Gringotes. – Harry pegou no braço de Gina.
Ela o abraçou e eles aparataram, sendo seguidos por Rony e Hermione.
=-=-=
- Bom dia senhor Potter.
- Bom dia. – falou ele para o duende após Gina lhe soltar – Leve-nos até o meu cofre, por favor? – Rony e Hermione apareceram ao lado dele.
- Qual é o número senhor? – perguntou o duende quando todos se sentaram no carrinho.
- Número um. – falou Harry com naturalidade e completou sob os olhares perplexos – O que foi?
- Qual é o número? – perguntou Rony quando a carrinho começou a andar.
- Um. – Harry sorriu – É bem antigo mesmo. Nem acreditei quando vi.
- Nossa. Antigo é pouco. – Hermione começou naquele tom de inteligência – Gringotes tem mais de mil anos de história.
- Mil e vinte cinco senhorita. – afirmou o duende.
- Viu. – Hermione sorriu.
- Nossa Hermione, nem em um momento como este você age como gente normal. – Gina riu.
- Isso tem uma explicação Gina. – a morena a olhou – Eu não sou gente normal, nem vocês.
- Como é? – Rony a olhou.
- Somos bruxos. Não gente normal, no caso, trouxas. – explicou Hermione e, depois, riu.
- Ai Mi, agora sim você ta agindo como gente comum. – riu Gina.
O carrinho parou, Harry desceu e ajudou Gina a descer também. Rony fez o mesmo com Hermione. O moreno pediu para que o duende esperasse ali enquanto os outros ficaram pasmos ao olhar a escuridão do corredor.
- Vamos. – Harry pegou na mão de Gina e eles entrarão.
- Harry, essa escuridão não é comum, é? – Hermione se aproximou de Rony, olhando para todos os lados.
- Não Mi. Mas ela já vai acabar. – Harry parou e olhou para Gina, murmurando no ouvido dela – Eu te amo.
Rapidamente uma luz forte fez todos ficarem cegos.
- Uau! – gritou Rony após ver as duas portas.
- São lindas. – Hermione chegou bem perto delas.
- Eu sei. Vamos entrar nesta primeiro. Quero que vocês conheçam uma pessoa. – Harry se pôs a frente da porta com o P gravado - Sou Harry Tiago Potter, filho de Tiago Potter e de Lílian Evans Potter.
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