Vamos a la praia



Num instante, ele corria pela Floresta Proibida, com toda a velocidade que podia. Precisava alcançá-la antes que Aluado o fizesse. Aquela estranha menina precisava ser salva! Pontas corria ao seu lado, ou melhor saltava com suas pernas ágeis, mas Almofadinhas, não tinha o ar de diversão de sempre. Estava mesmo preocupado com aquela menina, que nem ao menos sabia quem era. Só sabia que precisava protegê-la de Aluado.

Com um último salto colossal, ele pulou à frente do amigo. Pontas também deu um último impulso, sua galhada pronta a mandar Aluado para trás se fosse preciso. E Almofadinhas parou, ofegante, fitando a garota que tremia, encostada a uma árvore. Ela estava com medo, claro. Ele tentou aproximar-se, farejando seu cheiro de forma amistosa, mas a menina não reconheceu seu gesto. Pelo contrário, pareceu ainda mais assustada e... gritou. Gritou, e sumiu em seguida, como se a árvore às suas costas a tivesse engolido. Ou então, aparatara. Mas Almofadinhas tinha certeza de que uma criança não poderia aparatar, ou poderia? Em situação de perigo iminente, ela teria tido força mágica suficiente para isso? Então, não era uma trouxa perdida na floresta como ele pensara a princípio... Ou então, tudo aquilo não passava de um sonho...

Sim, um sonho. Era o sonho que ele costumava ter. Mas agora, algo estava diferente e Almofadinahs não conseguia entender. Seus amigos também haviam sumido e havia um cheiro diferente...

Ele ergueu seu focinho, farejando o ar freneticamente, e percebeu que o cheiro trazia também uma sensação de calor. Não o calor de um incêndio. Não, a floresta não estava queimando. Permanecia sombria e fria como sempre fora.Então, ele fechou os olhos, como se dessa forma pudesse sentir melhor. Aquele calor era... acolhedor, envolvendo-o como um cobertor macio, e tinha um aroma tão gostoso! Como se o chamasse...de algum lugar muito longe...

E, no instante seguinte, Almofadinhas abriu os olhos... e acordou.


O quarto ainda estava escuro, mas Sirius sentiu-se completamente desperto. O cheiro forte e caloroso que sentira em seu sonho ainda estava lá, envolvendo-o. Sentiu então uima vontade imperiosa de se levantar, o que fez de um salto. E, por um momento, esqueceu-se de que não estava na forma de cão, quase caindo de quatro. Mas recompôs-se rapidamente e saiu do quarto, seguindo o cheiro e a onda estranha de calor. Seria um feitiço? Conhecia aquele cheiro, mas algo não estava certo.
Passou pela porta do quarto ocupado pelos garotos e notou que eles também já estavam acordados. Conversavam enquanto se vestiam, como todos os garotos.
- Ah, eu não entendo como eles sempre vencem os cavaleiros de prata. Se eles são apenas cavaleiros de bronze, por que são tão fortes?
- Porque protegem Athena de verdade, por isso. Ela é que os faz fortes.


Sirius franziu a testa. De que falavam? Mas seguiu em frente, logo chegando à cozinha e se surpreendendo com a agitação que encontrou.
Nem os duendes na cozinha de Hogwarts fariam tanta coisa ao mesmo tempo, constatou divertido.
Das cinco mulheres na cozinha, apenas duas – Susan e Lucy – pareciam calmas e simplesmente levavam coisas de um lugar para o outro, sob as ordens de um das outras três. Claro, as três irmãs Laurent falavam, riam, cozinhavam, embalavam, cantarolavam... por Merlim, o que mais elas faziam?
Mas Sirius identificou rapidamente o cheiro agradável que o fizera se levantar: café. Como não percebera antes? Era café, um aroma rico e quente. Sim, quente. O calor que sentira, acolhendo-o, envolvendo-o num misto de alegria e aconchego era café!
Ao vê-lo aspirar com satisfação, Neuza sorriu:
- Vejo que você também acordou com o cheiro do meu café. Fico feliz por isso.
- Eu disse a você que estava cheirando como o que a mamãe fazia! – Bere sorria para a irmã, que sorriu de volta, meio encabulada com o que pareceu ser um elogio.
Hamilton indagou pra cunhada, bem humorado.
- Tem certeza de que não é mesmo bruxa, Neuzinha? O cheiro desse café parecia um “Imperius”! Não é mesmo, Sirius? – o homem negro piscava de forma divertida. Enquanto as três irmãs se fitavam, confusas.
- Sério? – Neuza conseguiu perguntar, finalmente. – Eu apenas fiz o café como mamãe fazia e...
- E cantarolava a mesma ladainha que ela. – Sarah comentou, e olhando em volta para a cozinha já cheia, completou, rindo: - Bem, pelo visto, apenas um trouxa “casca de jacaré” continua imune ao café enfeitiçado das Laurent. Alguém pode ir chamar o Murilo, por favor?
- Não precisa, não precisa, já estou aqui, sua chata! O Sirius me acordou. O que era aquilo, minha nossa! Já vi gente falando enquanto dorme, mas latindo, foi aprimeira vez!
- Eu não... – Sirius começou a dizer, mas Sarah o interrompeu. Algo a incomodara na afirmação do amigo.
- Não temos tempo para gracinhas, Murilo. Se quisermos chegar a tempo de pegar uma prainha, temos que por o pé na estrada rápido.
- Isso é música para os meus ouvidos!
- Com certeza! – Sarah retrucou.
- Eu sei essa! – Leo afirmou, começando a cantar uma música, provavelmente tirada de um filme, (1) e todos começaram a falar e rir ao mesmo tempo.
Mas Berenice pôs ordem na bagunça, distribuindo xícaras, pratos e talheres rapidamente.
Sarah e Neuza também passavam alimentos para todos, e logo, a conversa cessava. Bem... por algum tempo, porque Hamilton ficara cismado com a história do “café enfeitiçado das Laurent”.
- Eu deixo vocês lá e volto aparatando. Então, farei umas pesquisas. Estou achando muito estranho isso. Neuza, você também é bruxa, tenho certeza! Talvez por ser a mais velha, o bloqueio tenha agido com mais força. Mas esse seu café estava sim, enfeitiçado. Não conheci sua mãe, sobre ela não posso dizer. Talvez também tivesse sangue de bruxos ameríndios, nenhum de nós deixa de ser mestiço nessa terra, por mais que isso doa a alguns falsos aristocratas!
- Você diz mestiço com tranqüilidade. Na Inglaterra, isso é um problema. – Snape comentou.
- Bem, o povo brasileiro é todo mestiço, não há como negar. Hoje, isso não é tão complicado, como já foi no passado. Aqui em Minas, por exemplo, apesar de praticamente toda a população ter sangue negro nas veias, na época da exploração do ouro, as aparências tinham que ser mantidas. Se um homem fosse chamado de mulato por outro no meio da rua, tinha o direito de puxar sua arma para defender sua honra. Os ricos, os privilegiados, eram poucos, mas todos tentavam viver ostentando poder e riqueza, principalmente se fossem funcionários da Coroa. Pelo que eu sei, os bruxos que vieram da Europa pra cá também traziam um grande preconceito, e para eles, confundi-los com trouxas ou bruxos nascidos aqui era uma injúria respondida com um feitiço mortal. Até hoje, temos condomínios de famílias bruxas de sangue-puro, onde nem trouxas nem mestiços entram. Ainda bem que são minoria, esses radicais do preconceito.
- Nossa. Nunca pensei nisso. Os bruxos que encontrei até agora são tão acessíveis! – Sarah comentou. - E tem os duendes também.
- Ah, mas você notou que alguns são bem arrogantes, não? Duendes que vêm de linhagens antigas também são muito seguros de sua importância... – Hamilton balançava a cabeça.
- Meu Deus, que papo sério e ainda é de madrugada! – Murilo retrucou. – Se fôssemos monges beneditinos...seriam as “matinas” ainda...
- Nem me lembre daquele livro! – Sarah retrucou, - Que história terrível!
- Terrível, nada. Era até divertido! O lance do Brunello, por exemplo...
- Murilo, sua idéia de diversão é um espanto pra qualquer um! – Felipe o cortou, rindo e socando-lhe o ombro levemente. (2)

Todos se concentraram no café, enquanto os garotos começavam a perguntar por Harry Potter e seus amigos para Alan e Sirius. Em dado momento, o assunto passou a ser a participação de Snape na guerra, um dos garotos brasileiros comentando que havia muitas dúvidas ntre os fãs antes do último livro sair, sobre ele ser um herói e não um traidor – claro, endereçando ao próprio, ali bem à sua frente, um olhar tímido de desculpas.
- Mas até a JK admitiu isso no final! – Sarah retrucou em voz alta – Se bem que não gostei daquela história de “look at me” e depois morrer...
- Você também leu, tia Sarah? – era Matheus quem perguntava.
- Ops, assunto encerrado! – Snape interferiu. – Não é porque estamos no Brasil que vamos conversar abertamente sobre os livros dessa maluca que resolveu revelar o mundo bruxo para os trouxas. Na Inglaterra, um bruxo não consegue nem chegar perto de um dos livros...
- Mas eu pensei que foi sob as ordens de Dumbledore! Ana me disse que... – Sarah investiu novamente.
- Pois é, outro maluco. Albus não sabia o que estava fazendo. Por causa disso, os nascidos trouxas e mestiços precisam de um feitiço adicional para ir a Hogwarts, e os nossos filhos correm perigo.
- Mesmo? – Sarah o fitava, sombrancelha erguida, tornando-se mais parecida com ele para os que estavam à sua volta.
- Você não sabe... como seu pai diria, se me lembro bem, “da missa a metade”! – Snape respondeu em tom evasivo.
- Bem, que tal deixarmos de confusão e sair logo? Vocês querem ou não passar uma semana na praia, antes que cheguem as “águas”? – Berenice retrucou, mudando o assunto.
- Águas? – Sirius indagou, curioso.
- “As águas de março fechando o verão”. – Murilo respondeu, usando uma música como de hábito.

****

Claro, quando todos começaram a tomar seus lugares, Sarah e suas irmãs já tinham cuidado de praticamente toda a bagagem, que agora estava bem guardada na van que os levaria para a casa de praia dos Laurent no litoral fluminense.
- Eu disse a vocês, elas são as “meninas superpoderosas”! Olha só! Rapidinho “tá” tudo aí, e mamãe nem tem varinha! – Eduardo ria, falando para o irmão e os primos.
- Quem são essas? – Lucy perguntou, intrigada.
- Lindinha, Florzinha e Docinho, olha só. Estão até de uniforme! – Matheus apontava para Berenice, Neuza e Sarah, que curiosamente vestiam-se com as cores das personagens.
- Tia Sarah é a Docinho mesmo, com certeza! – Eduardo comentou. – Já viram quando fica brava, né? Quem segura?
- Parem de onda e venham logo pra dentro, ou não partimos nunca! – Sarah já vinha tocando cada um pelo ombro, direcionando-os para dentro da van.
- Estão vendo? É a Docinho “escrita”! Tio Sirius, tenho até dó “docê” – o garoto riu, sendo acompanhado por uma gostosa gargalhada de Murilo, enquanto Sirius não entendia nada e Sarah fingia não ser com ela.

Muitas brincadeiras, conversas, canções, paisagens rurais e cidades depois, enfim, chegaram.
A casa em uma rua sem calçamento, em que as rodas do carro quase afundavam na areia, aparentava ser pequena, sua fachada simples com uma varanda circulando, as janelas e as pilastras de madeira pintadas de azul claro, as paredes brancas. O muro baixo na frente e a ausência de portão denotavam desapego e o sossego do pequeno vilarejo de pescadores.
Sirius reparou logo que as casas próximas, algumas de estrutura semelhante, outras mais “decoradas”, estavam todas fechadas, apesar da manhã já estar adiantada. Felipe acompanhou seu olhar e explicou:
- Nessa parte da praia, a maioria das casas é de veraneio, como a nossa. Aqui ou ali você vê moradores fixos, mas a maioria mora mais pra frente. De quinta feira em diante, que é o feriado pra valer aqui, teremos mais alguns vizinhos com certeza.
O bruxo concordou, agradecendo a explicação, e seguiu os outros para dentro. O que ele notou no primeiro instante foi que a simplicidade de fora era também a marca dentro da casa, mas que o espaço enganava bem, e não era por ter sido ampliado magicamente.
A sala era ampla e clara, e por um vão sem porta via-se a cozinha, onde as irmãs Laurent já se movimentavam como abelhas numa colméia. No lado oposto, outro vão mostrava um corredor cheio de portas: os quartos e o banheiro.
Enquanto Hamilton mostrava a casa aos cunhados, os meninos achavam por si mesmos seus lugares e já voltavam dos quartos de roupa trocada, ou seja, usando apenas bermudas e camisetas, sandálias de borracha e bonés.
Ao passarem pela cozinha, em bloco, para se despedirem de mães e tias, foram logo alertados sobre protetor solar e outras coisas com as quais mães se preocupam por mais simples que seja o passeio...
Saíram dizendo que estava tudo certo, rindo despreocupados. Murilo e André logo perceberam que eram deixados para trás e trataram de se preparar, seguindo os garotos em questão de segundos.
- Vocês não vêm? – Murilo indagou para os outros.
- Daqui a pouco. Tome conta das crianças, ou melhor... peça aos meninos para tomarem conta de você. – Felipe retrucou.
- Certo, combinado. Tchau.
E lá se foi ele, rindo e correndo atrás de André, que já alcançara o grupo dos sobrinhos.
Lucy permanecera com Susan e Aline, porque Susan se preocupara em ajudar às cunhadas, que logo a mandaram ir se divertir.
- Aline, pegue o protetor solar em minha bolsa. Susan e Lucy vão precisar, são muito clarinhas. E não deixe de passar também, certo? E Susan, veja se Peter e Alan passaram também, eles não sabem como é o sol aqui, se não usarem ficarão vermelhos rapidinho...
O tom levemente autoritário de Sarah não incomodou a Susan, mas fez os homens na sala sorrirem. Snape comentou com os outros que ela entrara de novo no modo “Molly Weasley”.
- Eu ouvi isso! – ela gritou da cozinha, fazendo todos caírem na risada, enquanto sua irmã perguntava quem era Molly e ela explicava, dizendo por fim que consideraria a observação do irmão como um elogio.
- Sem dúvida! – ele retrucara, sarcástico, fazendo-a encará-lo de lá com expressão cerrada.
- Acho que ninguém vai acreditar se eu contar que Snape faz piadinhas caseiras com o nome da Sra Weasley... – Sirius gracejou.
- Não se atreva, Black! – Snape respondeu, ameaçador e, por um segundo, o clima entre eles esteve tenso.
Mas Felipe o quebrou imediatemente, perguntando a Snape se ainda se lembrava de como jogar futebol, ao que ele respondeu que poderia até se arriscar, mais tarde.
- Hei! Porque vocês homens não somem um pouco também? Vamos só acabar de ajeitar as coisas na geladeira e alcançamos vocês na praia. Ainda dá pra aproveitar um pouco antes do almoço.
Eles não tiveram outra saída. Logo, os quatro também haviam se trocado. Embora Sirius ainda não se sentisse inteiramente à vontade com apenas bermuda e camiseta, o fato de Snape ter se despojado rapidamente de suas vestes bruxas e também se vestido como os outros foi para ele um desafio: “Se o Ranhoso pode, eu também posso.”

****

O mar ali era tranquilo, embora não fosse o mais bonito que Sirius já pudera apreciar. Claro, era mais claro, nada parecido com o mar do Norte que ele atravessara a nado como cachorro, de águas frias e sombrias.
Um banco de areia se estendia em uma longa faixa para dentro do mar, e a praia não tinha muitos atrativos, além de alguns quiosques de madeira e palha de coqueiro.
Mesmo assim, sob um céu de azul brilhante e claro, era um lugar agradável. Por ser domingo, havia mais pessoas – moradores da cidade próxima que não possuía praia e hóspedes de uma colônia de férias que ficava a algumas quadras, Hamilton explicou. Sirius logo descobriu como distingui-los dos moradores locais, que não traziam bolsas, sacolas ou qualquer outro aparato e eram na maioria crianças, com exceção de alguns vendedores de petiscos ou bugigangas.
Apesar do convite de Felipe, tanto ele quanto Snape ficaram fora do jogo de bola que os outros faziam, agora compartilhados pelos mais jovens.
Susan e Lucy caminhavam pela praia, acompanhando Aline e Leonardo numa caça a conchinhas, e os dois ingleses preferiram permanecer à sombra de um dos quiosques, observando a todos. Um estranho momento de sintonia do qual não se deram conta, até que a voz de Berenice lhes chamou a atenção.
- Sarah, veja só! Os dois estão com medo do sol, não acredito!
Ambos olharam para trás, vendo as três irmãs se aproximando, risonhas. No meio das duas irmãs, Sarah pareceu quase fora do lugar, afinal, parecia não ter se importado com a aparência, ao contrário das outras. Berenice vestia uma espécie de bata de crochê branco, que realçava ainda mais sua pele cor de chocolate e os adornos grandes de madeira que usava. Neuza vestia uma caftan de algodão colorido, em estilo bem africano que lembrou a Sirius de seu amigo Quim Schakebolt. Mas Sarah... bem, ela apenas vestira sobre o biquini uma grande camiseta que poderia pertencer a qualquer um de seus irmãos, e usava um chapéu de palha todo desfiado nas bordas.
Enquanto elas conversavam entre si, Sirius a admirava em silêncio, sem perceber que Snape media as reações de ambos, de onde estava, atento a qualquer gesto.
Claro, só o antigo espião percebeu a manobra de sua irmã, chegando a ele primeiro, estendendo-lhe um vidro de protetor solar e mandando ir nadar um pouco.
- Não me diga que esqueceu, desde a última vez que esteve aqui, seu enrolado! – ela lhe sorria.
- Mas não sou eu quem precisa de sua ajuda. Acho melhor você tratar de seu convidado! – ele lhe retrucara mentalmente, enquanto piscava um olho.
Sarah lhe fez uma careta, mas resolveu deixar de lado o medo bobo. Afinal, eles não haviam se tornado “namorados”, aquela noite na varanda? Só porque agora sabia que eram casados, mesmo não entendendo ou recordando as circunstâncias – o que lhe provovou a costumeira fincada na testa e a confirmação de sua suspeita anterior: isso acontecia sempre que ela tentava se lembrar dele com clareza.
- Sarah, você está bem? Está sentindo dor de cabeça? – Neuza perguntava, já acenando para Felipe, que era o médico da família, afinal.
- Claro, Neuzinha, etá tudo certo, foi só uma fincada. Nada sério. – ela sorriu para a irmã e voltou-se para o “marido”. – então, Sr. Sirius Black, vai me deixar passar o protetor solar em você ou vai ficar escondido aqui que nem um siri? Mesmo sendo parte do seu nome, não acho que seja um bicho que combine com você...
Ela sorria, e Sirius fitou-a, nitidamente espantado, mas logo se refez e respondeu no mesmo tom de desafio e diversão:
- Eu só estava esperando que uma alma caridosa e de mãos macias tivesse pena de meu sofrimento...
- Mesmo? – ela lhe sorriu, aceitando a provocação. – Tire a camisa, ou acha que o tecido precisa de proteção também?
Sirius não se fez de rogado por mais tempo. Igonorando os olhares divertidos de quem observava a cena com interesse mal disfarçado, ele tirou a camisa, sem perder o contato visual com Sarah.
Notou com alegria que um pequeno brilho de reconhecimento passou por seus olhos negros, uma cintilação de centésimos de segundo, quando ela olhou para as tatuagens agora visíveis em seu peito nu.
Mas se Sarah ficou desconcertada, disfarçou bem. Com uma generosa quantidade de creme nas mãos, começou por suas costas, em movimentos firmes, porém suaves. Quando ela se deu por satisfeita aí e passou para o seu peito, ele susteve a respiração, tentando parecer o mais normal possível, mas era difícil. Ela o estava tocando! Seus dedos deslizavam por sua pele, desciam de seu pescoço até a cintura e...
- Hei! Há crianças por aqui, nãos e esqueçam! – a fala de Murilo, que correra para alcançar a bola que rolara até perto deles, assustou a ambos.
Sarah murmurou algo que a Sirius pareceu ser “ninguém merece” e continuou a passar o protetor solar, como se não houvesse ninguém à sua volta. Depois de correr as mãos cheias de creme branco por seus longos braços, fitou-o com seriedade, dizendo:
- Vou tentar não emplastar a sua barba, certo?
- Tudo bem, você está fazendo um ótimo trabalho. Mas não se esqueça de que não sou tão estranho assim a um sol tropical. Lembra-se de que vivi na Austrália e no Hawai?
- É mesmo! O que me lembra que faltou comprar o seu sarongue! – ela riu. – Daqui a pouco, deve aparecer um vendedor de cangas por aqui e a gente vê isso.
Eles continuaram assim, conversando com naturalidade, por alguns minutos. Sirius se ofereceu para devolver-lhe o favor, passando protetor em suas costas, o que não foi uma tarefa tão fácil quanto a dela, afinal, Sirius tinha menos auto-controle...
Ele não viu, mas ela fizera uma expressão tão clara de desagrado quando Murilo tentou dizer alguma coisa, que o loiro saiu dando de ombros, rindo baixinho, sem dizer nada, e Snape abanara a cabeça, em sinal de aprovação.


O sol já estava quase a pino, quando Sarah viu caminhando pela praia um homem que mais parecia um varal ambulante, cheio de grandes quadrados de pano colorido pelos ombros e mãos.
- O vendedor de cangas! – ela exclamou, puxando Sirius pela mão e correndo em direção ao homem.
- Pra que a Sarah quer outra canga? Ela já tem milhares! – Murilo exclamou, parando a bola em seu pé.
- Exagerado! – Berê veio em defesa da irmã – ela só tem... uma dúzia, eu acho que foi isso que contei da última vez.
- O que para um homem parece mais de mil, tenha certeza! – Felipe ria, mas depois de um momento observando o casal a curta distância, disse com ar de troça –Eu acho que devíamos nos preocupar é com nosso cunhado... Ou ela o contaminou já, ou ele tem alguns hábitos estranhos, mesmo para um... bruxo.
Snape, que voltava de uma caminhada solitária pela beira da água, chegara até o casal e se envolvera numa pequena discussão.
O grupo os observou com ainda mais interesse, sabendo que ele e Sirius “não se davam bem”, e todos ficaram ainda mais espantados, quando os dois homens finalmente entraram num acordo com o vendedor, ante o sorriso feliz de Sarah. Agora, ambos caminhavam de encontro ao grupo... enquanto enrolavam na cintura cangas coloridas.
Claro, Sirius explicava com ares de profundo entendedor a maneira havaiana de se amarrar um sarongue, enquanto Snape seguia os passos indicados com atenção.
- Uau! Que gatões são esses? Você não me apresentou pra eles, Berenice!
A fala divertida vinha de uma mulher morena, cabelos negros e longos como os de Sarah, que se aproximara do grupo. Malu, uma amiga das irmãs, que sempre viajara com eles no passado e, coincidentemente acabara de chegar.
- E aí, gata, que bom que você apareceu! O Felipe já estava uma tristeza só!
- Não enche, Murilo! – a bela morena respondeu, piscando para Felipe. O loiro sempre achara que os dois fariam um bom casal, mas eram só amigos, mesmo, embora às vezes se divertissem muito fingindo que aceitavam a sua sugestão, ou Felipe dava uma de namorado ciumento sempre que Malu precisava de ajuda pra afastar algum engraçadinho que não estava agradando.
- Acho que meu pai nunca foi chamado de “gatão”... isso vai ser um choque pra ele. – Alan, que saíra da água para beber a água de côco que sua tia lhe oferecia, comentou.
- Seu pai? – Malu perguntou – Qual deles é seu pai?
- O que não tem barba. – o rapaz apontou para o homem pálido e magro, que a canga na cintura fizera parecer ainda mais alto, com suas cores fortes, preto com estampas verdes que pareciam folhas de samambaia, Ele não entendia o que aquela mulher considerava como “gatão”. Seu pai não era um homem bonito (claro, ele era bem consciente disso) e o corpo magro, embora bem proporcionado, estava longe de ser o que se costumava chamar atualmente de “sarado”. O Black também não ficava atrás, Alan reconheceu, depois de um olhar avaliador. Não tivera tempo de se recuperar totalmente dos tempos em Azkaban e depois caíra naquele véu, do qual não tinha nem um ano que saíra. Ainda tinha muito que se desenvolver... Mas mulheres são mesmo incompreensíveis.
- Você não está considerando o charme pessoal. – Neuza cochichou para ele, interpretando corretamente seu balançar de cabeça. – Tanto o Jonh... desculpe, o Severus quanto o Sirius têm um charme próprio. Um ar de mistério e desafio, que no seu pai é até mais acentuado. Se ele abrir a guarda um pouco, talvez uma mulher de sorte lhe alcance o coração.
- É... pode ser. – Alan sorriu.
- Você não se parece muito com ele – ela comentou, enquanto observava a irmã adotiva chegar até a amiga e cumprimentá-la efusivamente, antes de apresentar os dois homens.
- Eu fui adotado por ele. Mas posso sim, ficar igual a ele como se fôssemos pai e filho de verdade.
- Sério? – Neuza desta vez, espantou-se, e olhou rapidamente à volta do grupo familiar que ocupava praticamente toda a sombra refrescante de um dos quiosques.
Alan fizera o mesmo, e chamando a tia mais para longe, demonstrou rapidamente sua habilidade especial: fechando os olhos para concentrar-se melhor, alterou a forma de seu nariz, depois seus cabelos, que de levemente cacheados eram agora lisos e compridos como os de seu pai, com a mesma aparência oleosa.
- Incrível! E você não está usando a varinha! – ela cochicou novamente.
- É porque sou um metamorfomago. Só tia Sarah que sabia, além dos meus amigos – ele apontou para Lucy e Peter, que brincavam na água como qualquer casal de namorados da sua idade. – Na escola, todos me conhecem assim, como você está me vendo agora: um “xérox” do Professor Snape.
- Isso era porque você queria se sentir realmente filho dele? – Neuza perguntou, com jeitinho, preocupada em não ferir o garoto.
- Não. Era porque queria mostrar a todos que me orgulho de ser um Snape. Mas tia Sarah já me convenceu que não é necessário. Estou ficando mais tempo com minha aparência “normal”, apesar de já ter me acostumado tanto com essa que até me esqueço.(3)
- Então, o retorno das férias de Páscoa terá algumas surpresas pro pessoal da escola...
- Sem dúvida! Mutios não reconhecerão de pronto o “morceguinho”. – ao olhar curioso da mulher, ele explicou –Muitos associam esse animal ao meu pai, e tia Sarah sempre brinca com ele por causa disso. Ainda mais que... bem, ele acabou se transfigurando em um certa vez, e muita gente ficou pensando que é sua forma animaga. (4)
- E é? – Neuza perguntou, curiosa, olhando para Snape, que em sua mente ainda era o desmemoriado Jonh Smith.
- Não, não é. Mas ele não fez nenhuma questão de desmentir o boato. Ele é assim mesmo, “na dele”. Os outros que pensem o que quiserem.
- Interessante...
Eles voltaram para junto do grupo, Alan já com suas características “normais”. Os primos também já sabiam de sua capacidade especial, tinha brincado com eles no quarto, chegando até a demonstrar como eram de verdade alguns dos nomes que eles conheciam dos livros. Saber que tinham agora um primo com o mesmo “poder” da famosa Tonks fora pra eles uma divertida descoberta.
Mas Malu já fora completamente integrada à conversa da família, e agora aproveitava para zuar com Sarah, ciente de que o “gato de barba” era seu “namorado”.
- Esse sarongue ficou um charme. Pena que a moda não pega por aqui.
- Mesmo? – Sirius sorriu seu sorriso cativante, fazendo Sarah se mexer na cadeira de plástico, subitamente desconfortável – Eu não entendo por que. É muito mais confortável e prático.
Sirius se mostrava muito à vontade, sentado na areia ao lado de Sarah, a mão displicentemente descansando em seu joelho, enquanto Snape se mantinha de pé, os braços cruzados sobre o peito.
- Menina, ele não tem um irmão não? Deve ser fofo, tipo o Jonhy Deep...
- Hei, o que vocês vêem nesse garoto? Garoto não, ele já é quarentão também, sabia? – Murilo retrucara, enquanto Malu lhe fazia uma careta debochada.
- Ciumento!
- Sossega, Malu! “Cadê” o Alex? – Sarah tentou mudar de assunto.
- Ali! – ela apontou para um garoto forte que já corria com Leonardo pela praia.
E a conversa entre as mulheres começou a girar em torno do segundo assunto mais natural para elas: filhos. Bem, isso foi a conclusão dos homens por perto. Se há alguns segundos estavam discutindo abertamente seus atributos físicos, agora desviavam sua atenção para as crianças, falando de seus progressos na escola, hábitos, saúde, contando coisas engraçadas.

Mas não por muito tempo...

Malu voltou à carga, reparando de repente nas cores das cangas-que-viraram-sarongue.
- Sabem de uma coisa engraçada? Vocês parecem personagens de livro, olha só, Sirius com as cores grifinórias, Sev – Sarah o apresentara com o diminutivo do nome e ele não retrucara, para sua surpresa – tem as cores sonserinas, não é engraçado?
Só então eles perceberam o fato, pois a canga que Sirius comprara era vermelha com grandes flores amarelas, num contraponto evidente com as cores sonserinas de Snape. Um leve mal estar começou a se espalhar, Snape já pensando se valia a pena puxar a varinha e obliviar a mulher, Sarah preocupada em evitar algum comentário infeliz, Berenice e Felipe se entreolhando, preocupados pela primeira vez com o fato dos parentes ingleses de sua irmã adotiva não serem simples bruxos normais (se é que ser bruxo era ser normal). E Malu continuava, alheia à apreensão dos amigos:
- Sirius, realmente, é um nome incomum, só conheço mesmo o... – ela arregalou os olhos – Sirius Black?
Snape viu que não tinha jeito mesmo. Já puxara sua varinha da mochila com um “accio” não-verbal, quando a mulher levantou os braços quase gritando:
- Calma, gente. Muita calma nessa hora! O que vocês não me contaram? Somos “iguais” e vocês nem sonharam em me contar?
- Iguais? – Berenice se espantou com a afirmação da amiga, que sempre fora considerada “maluca”, daí a abreviação natural de seu nome composto – Maria Luiza. (5)
- Deixa eu ver... Sirius é Sirius Black e o nosso amigo aqui é Sev... Severus Snape, certo? O que vocês estão fazendo no Brasil e que história é essa da Sarah ser sua irmã?
Espantados com o fato de que ela não tinha dito algo como “vocês são bruxos de verdade! Vocês existem!” e sim “o que estão fazendo no Brasil?” causou mais espanto do que qualquer coisa.
- O que você sabe... sobre eles? De verdade? – Sarah perguntou com cuidado, tentando coltar a conversa para um tom normal que não chamasse a atençãodos trouxas em volta.
- Bom... – Malu sorriu de um jeito estranho, como quem cogita se conta um segredo do qual se vangloria – Se eles fazem mesmo parte da família, você sabe o que são... então, posso dizer que sou também.
- Você é também... o que? – Murilo indagou, já aflito com os rodeios da amiga.
- Bruxa, uai! – ela exclamou, elevando a voz um pouco, ao que as amigas fizeram um aflito... “shiiiii”.
- Meu Deus, sou uma vítima do destino. Caí num caldeirão e nem sabia. Primeiro, me caso com uma, depois descubro que minha ex é também, e então, quase toda a família dela. Agora, até a maluca oficial do colégio? Estou perdido!
- Murilo, deixe de ser melodramático! Peraí? Você disse que a Maggie é? E Sarah e... quem mais aqui?
Quando apenas André e Murilo não ergueram as mãos, ela caiu na risada. Claro, Neuza ficara em dúvida se era ou não, então, ficara no meio do caminho. Felipe só agora começava a descobrir o que era capaz de fazer, ainda nem tinha uma varinha, mas era com certeza um bruxo.
- As crianças também? – ela apontou para os filhos adotivos de Sarah.
- Sim, não é incrível? Por isso a adoção deles foi tão difícil. O Ministério da Magia interferia. Só quando descobriram que eu também era bruxa que o processo deslanchou.
- Que legal! O Alex vai ficar louco! Sabem, ele leu os livros de Harry Potter, escondido da professora de magia. Ele vai para o centro Rio Negro no ano que vem, e soube que os alunos de lá estão passando por algum tipo de triagem, quando sabem sobre... os livros.
- Eduardo e Matheus estudam lá. – Neuza comentou. – Ele vai gostar de saber que já terá amigos qiando chegar lá.
- Incrível! – Malu ainda ria, como se tivesse recebido um presente de Natal antecipado. – Pena que não vou poder contar pra muitas das minhas amigas... Sarah, você estaria em sério risco se algumas pessoas que eu conheço soubessem quem é seu namorado... ou seu irmão!
- Verdade? – Sirius indagou, a curiosidade aguçada e sem um pingo de modéstia – Sou mesmo famoso...entre as mulheres, mas o Ran...err... o Snape, é novidade.
- Ah, você nem imagina, esse jeito dele de “não chegue perto” faz justamente o efeito contrário. E muitas mulheres adoram o tipo.
- Que tipo?
- “Bad boy”, anti-herói, o falso vilão que no fim das contas é do bem, mas sempre foi incompreendido... sei lá, desperta um lado diferente da gente.
- Malu, sossega! – Sarah repetiu, mas desta vez com autêntica diversão. Vira o quanto o irmão ficara desconcertado, e isso suplantara sua sensação de ciúme do Sirius. Peraí, ela sentira ciúmes? Sim, constatou pra si mesma. Sentira ciúmes ao ver a admiração sem disfarce da amiga pelo seu “namorado”.
Mas Berenice estava de olho era no relógio, e começou a reunir a turma mais jovem.
- Gente, já são onze e meia! Passou da hora de sair deste sol! Vamos pra casa almoçar e mais de tarde vocês voltam!

Algumas reclamações foram ouvidas, mas o grupo logo estava em peso, voltando para casa, acrescido de Malu e seu filho Alex, que ao descobrir estar no meio de outros bruxos, ficara bem mais descontraído e falante.
E almoço e tarde passaram da mesma forma: os irmãos Laurent recuperando a velha tradição de seus pais, mantendo a casa cheia de amigos e a família se divertindo em conjunto.

Em dado momento, Sarah encontrou Neuza quieta, pensativa, na varanda.
- O que foi?
- Tô sentindo falta “dele”... Mas isso passa.
- O que aconteceu de verdade? Acho que você não me contou direito porque se separaram...
- Ele não aceitou bem essa coisa toda. Os meninos serem bruxos, sabe? E foi muito difícil, porque o pessoal lá do Ministério queria fazê-lo esquecer da gente. Mas como deixar os meninos sem o pai? Entâo, ele foi colocado sobre um feitiço especial, em que esqueceu só essa história de bruxos, como se não fosse capaz de perceber mais qualquer coisa. Só que... isso não salvou nosso casamento. Acho que foi só uma desculpa para ele assumir de vez que queria sair de casa. Então, voltei pra casa de papai e mamãe, e ele ficou em Brasília, seguindo sua carreira profissional em paz. Com os meninos no colégio interno, tive que procurar outras coisas pra me ocupar e não penso muito nele, mas agora... com todos aqui, me senti sozinha. Entende? Não é saudade dele, é... solidão.
- Maninha! – Sarah abraçou a irmã, tentando confortá-la. – Não fique assim. Olha, o Hamilton tem razão, eu tenho certeza de que você também é bruxa. Você só precisa começar a descobrir como lidar com isso, e parar de se sentir culpada pelo que aconteceu. E logo, logo, tudo vai ficar melhor, você vai ver.
- Quem sabe, acho outra pessoa que me aceite como sou agora? – ela piscou – Talvez um de seus amigos ingleses?
- Desse jeito, o Ministério de lá vai começar a achar que estamos planejando uma invasão!
- Do que vocês estão falando? – Berenice viera atrás das irmãs.
- Planejando a tomada da Inglaterra pelas brasileiras, pra ver se aquele povo fica um pouco mais... alegre e feliz! Eles parecem muito sombrios...
- É porque sua referência é só seu irmão! Mas espere só quando ele entrar em Hogwarts usando aquele sarongue... Vai ser um escândalo, uma revolução!
Elas riram da idéia, voltando abraçadas para dentro da casa. Para as Laurent, solidão nunca durava muito tempo. Como uma certa família de ruivos que Sarah conhecia (e nós também, com certeza), a casa estava sempre cheia de alegria e de coisas pra fazer.

E as irmãs Laurent sabiam muito bem disso.

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(1) “Irmão Urso”, a música é “Pé na estrada”.
(2) “O nome da rosa” – Umberto Eco – o livro é excelente, o filme também, embora adaptações... vocês sabem no que dá. As “Matinas” seriam entre 2:30 e 3:00 da madrugada, e eu sempre acho graça de como culturalmente nos falta conhecimento de detalhes como esse, ao cantar “Frére Jacques”
(3) Eu sempre dei pistas no decorrer dos capítulos, mas agora aproveitei pra falar diretamente: O Alan é um metamorfomago, e sempre usou esta capacidade pra se parecer com o pai “de verdade”. Mas agora, ele já viu que pode “relaxar” e ser ele mesmo, ou seja, ficar a cara do fofinho do Rollo Weekes.
(4) “O Retorno das Trevas”, da Sally Owens. Como não sei se todos já leram essa fic, não vou dizer mais nada... hehe... seria spoiler.
(5) gente, meu presente de niver pra minha irmã, Maria Luiza, Malu, “Maluca”... hihi... ela é apaixonada por Sirius e pensando nela tô querendo inventar outra moda nessa fic... mas não sei se ainda dá tempo... vamos ver.
Alex, é seu fiho Alessandro, que eu não podia deixar de fora, né?




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