Sonho com Lobos
Sonhos com Lobos
Why do birds suddenly appear
Every time you are near?
Just like me, they long to be
Close to you
A música doce na voz de Karen Carpenter soava como se fosse mágica. Mas o que não era mágico ali? Era um sonho mesmo, o melhor sonho que ela costumava ter.
Só não entendia porque, ao invés de sonhar com o melhor amigo de seu irmão mais velho e por quem era apaixonada desde a primeira vez que o vira, praticamente, sonhava com aquele garoto desconhecido, alto, de cabelos negros, rosto bonito e olhos claros.
Why do stars fall down from the sky
Every time you walk by?
Just like me, they long to be
Close to you
Eles dançavam, num imenso salão iluminado por velas suspensas no ar e que parecia ter o teto transparente, pois ela podia ver as estrelas no céu lá fora. Que coisa estranha... estranha mas linda! Ela pensava, enquanto ele a fazia girar docemente, ao som da música.
On the day that you were born
The angels got together
And decided to create a dream come true
So they sprinkled moon-dust
In your hair of gold
And starlight in your eyes of blue
That is why all the girls in town
Follow you all around
Just like me, they long to be
Close to you
Ele cantarolou os últimos versos em seu ouvido, sua voz rouca fazendo-a arrepiar-se.
E ela respondeu, em voz trêmula:
- Também quero estar sempre perto de você.
- Então – ele a fitou com um sorriso divertido – Venha me pegar!
Ele saiu correndo, sumindo atrás de uma névoa estranha. A garota gritou:
- Onde você está? Como vou te achar, se nem sei o seu nome?
- Eu também não sei o seu – a voz do garoto chegava de longe – Você é apenas a “garota dos meus sonhos! – E o som de sua risada divertida era a única coisa que ouvia depois disso...
Não, não era. Alguma coisa, havia alguma coisa lá, ela podia sentir, e agora sua pele se arrepiava de terror. Aqueles sons eram... uivos! Uivos medonhos, como os que vira em filmes, filmes dos quais nunca gostara, assistindo encolhida no sofá, indiferente à zombaria de seu irmão e seus amigos que a chamavam de garotinha medrosa.
Mas ela não estava no sofá da sala de sua casa, nem no salão iluminado por velas mágicas. Estava em uma floresta escura e sinistra, machucando os pés descalços – “o que é que estou fazendo descalça?” – em galhos e raízes retorcidas, enquanto ouvia cada vez mais alto o uivo do que parecia uma alcatéia inteira. Até que se encostava ao tronco de uma velha árvore, acuada por dois grandes lobos a rosnarem ferozes, imensos, horríveis.
Ela gritava, e sentia que a árvore, provavelmente enfeitiçada – sim, aquilo devia ser uma floresta enfeitiçada – abaixava grandes galhos para abraçá-la fortemente, prendendo-a sobre seu tronco. E uma voz lhe dizia alguma coisa, e ela queria sair do abraço da árvore e não conseguia, e se debatia...
****
- Calma, está tudo bem – a voz era suave, mas firme, e foi impossível resistir ao seu comando. Ela relaxou, finalmente e...acordou.
- Está tudo bem, agora. Foi só um pesadelo.
Ela abriu os olhos, reconhecendo o irmão ao seu lado, abraçando-a de encontro ao próprio peito.
- Pensei que fosse a árvore – Ela sussurrou, e o homem levantou uma sobrancelha, curioso, fazendo-a sorrir, aliviada por ter acordado.
- Quer falar sobre ele? Sobre o sonho?
- Não. Não agora. Obrigada, Severus.
- Ora, irmão é pra essas coisas, eu suponho. Só não me peça para cantar pra você dormir. O máximo que posso fazer, infelizmente, é uma poção do Sono sem Sonhos pra você.
- Não, obrigada. Aos dois oferecimentos – Serenna sorriu mais largamente, o que fez Snape realmente se sentir tranqüilo. Ela já voltara ao normal, tanto que faria em seguida algum comentário como:
- Acho que não seria apropriado você cantar para mim com essa sua voz sensual... Posso esquecer de vez que sou sua irmã e agarrar você.
- Então acho melhor tomarmos um chá calmante, apenas. É mais seguro pra nós dois! Já tenho uma lista muito grande de crimes para me importar, mas receio que incluir um incesto entre eles não seria bom para meus planos atuais. - Ele piscou para ela, que respondeu com um muxoxo divertido de falsa decepção.
Alguns minutos depois, Snape voltava ao seu próprio quarto, deixando Serenna confortavelmente relaxada sobre seu travesseiro, a chama azul de uma vela mágica para garantir seu sonho tranqüilo tremeluzindo em sua mesinha de cabeceira, ao lado de uma xícara vazia de um inocente chá de melissa.
Mas ela não voltou logo a dormir. Foi impossível não voltar a pensar no sonho que se transformara em pesadelo.
Há quanto tempo ele não se repetia? Tinha quase certeza de que desde sua adolescência. Eles haviam cessado, quando começara o namoro com Murilo, aquele loiro cabeludo e meio amalucado, o amigo roqueiro de seu irmão Felipe, muito diferente do garoto de seus sonhos...
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pois é... resolvi continuar.
mas... quem chegou agora e não sabe quem é Serenna e que história é essa de Snape ter uma irmã... sugiro que leio as fics:
- O paciente inglês
- O paciente Inglês parte II.
e quem leu, comente. principalmente se não gostou, porque só assim vou poder saber que tem algo errado e melhorar!
e obrigada a todas que me incentivaram a continuar mais essa maluquice.
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