A triste revelação

Eram cinco da manhã quando Harry acordou. Estava acabado, pois não pregara o olho a noite inteira. Só conseguiu dormir depois das três da manhã. E nessas duas horas de sono, teve muitos pesadelos, envolvendo a garota latina e ele. Algo iria acontecer com aquela garota no início de sua vida como bruxa. Mas resolveu deixar pra lá e levantar, já que não iria mais conseguir dormir.

Vestiu-se de forma adequada, fez o toalete e pegou o corredor. Resolveu dar uma volta na escola. Estava muito perturbado e precisava tomar um ar. Nisso, encontrou a garota latina numa das janelas do corredor. Aproximou-se: ela estava chorando! Num ato automático, viu-se ao lado dela. Como já era tarde para voltar atrás, resolveu falar com ela.

- Nossa, o que foi que aconteceu? Você está com os olhos fundos de tanto chorar!

- Nada que seja importante pra você. Sniff...

- Claro que é! Eu não gosto de ver as pessoas tristes. Principalmente as pessoas que estão aqui pela primeira vez. Vamos, me conte o que aconteceu.

- Meus pais...sniff...foram mortos. Era para mim ter morrido junto, porque um bruxo estava nos perseguindo fazia muito tempo e sempre dizia que ia matar nós três. Ele os matou depois que eu parti pra cá. Me contaram só hoje porque ontem eu estava muito feliz e eles não queriam que eu ficasse triste. O que mais me dói é que eles não vão ver o sonho deles realizado. Eles sempre sonharam que um dia eu seria a melhor bruxa de todos os tempos. Agora acabou tudo. Acabou! Sniff...

Depois do relato, ela, muito emocionada, abraçou Harry. Ela estava muito mal, se sentindo culpada de tudo o que aconteceu. Harry não entendia direito o que ela falava, pois ela falava em prantos. Mas havia entendido que seus pais haviam morrido. Harry tentou animá-la:

- Depois de tudo isso eu esqueci de me apresentar. Meu nome é Harry Potter e eu estou nessa escola a três anos. Meus pais foram mortos da mesma maneira que os seus. Só que eu ainda era bebê. Essa cicatriz que eu tenho na minha testa é conseqüência da tentativa frustrada daquele bruxo de me matar. Estou vivo por sorte, mas me superei de tudo, como você também vai superar. Mas o que interessa a minha vida, não é mesmo? Qual é o seu nome?

- Tatyanna Schaucoski. Vim do Brasil. Desculpe minha reação desenfreada de lágrimas...aposto que não entendeu nada do que falei direito.

- Que isso! Eu tô entendendo tudo!

- Deixa de ser bobo! Xi, me ferrei! Já são sete horas e eu ainda tô de roupa de dormir! Tenho que ir. Tchau.

- Peraí. A gente pode se ver de novo?

- Claro, no refeitório, às oito.

- Tá. Tchau.

Naquela hora, Harry pensou:

- “Meus olhos só vêem Hermione. Eu acho que eu devia abrir os olhos para o mundo e ver que existem pessoas especiais como Tatyanna”.

Harry seguiu para seu quarto pensando naquela conversa, que apesar de triste, era especial.

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