A moça;
Disclaimer: Como sempre, nenhum desses personagens é meu. E eu ainda não desisti de subornar a tia Jô.
Shipper:James/Lily. Pra variar xD
Resumo: “Olhando maravilhada para o cervo, ela ficou parada, um sorriso formado no canto de seus lábios. De repente, o cervo parou de beber e levantou a majestosa cabeça levemente, encarando a ruiva com olhos cor de avelã, acinzentados e brilhantes como a água do lago”. [Universo Alternativo] [Shortfic de dois capítulos].
Porque a beleza...
Ela caminhou por entre as árvores em uma trilha precária e úmida. As copas das árvores balançavam levemente com a leve brisa de verão, e o sol brilhava tímido naquela manhã. Não havia nuvem no céu; apenas uma imensidão azul. O canto dos pássaros não era mais que um leve ruído calmo e harmonioso.
Hesitou por um momento ao mirar um pequeno lago que parecia resplandecer sob a luz do sol. Flores de todas as cores e tamanhos balançavam em cada lado, dando a impressão de que foram plantadas propositalmente ali – mas não foram. Era tudo obra da natureza, e vinham da mais bela obra do mundo.
Caminhou até a beira do lago. A brisa agora lhe trazia o leve perfume das flores, inebriando-a por completo. Fechou os olhos de íris extremamente verdes e apenas respirou, sentindo o ar dentro de si, deixando-a leve... Abriu os olhos novamente. Sentou-se com cuidado na beira do lago, tomando cuidado com os espinhos das flores.
O barulho de água corrente tilintando ao bater em pedras fez-se presente quando ela se descalçou e mergulhou os pés levemente no lago. Imediatamente a água calma e fresca fez efeito, deixando a menina mais relaxada. Balançou os pés levemente, sentindo a água correr levemente por seus pés. Fechou os olhos, e novamente sentiu-se leve, como num sonho, como se as nuvens inexistentes fossem possíveis de se tocar – inspirou profundamente, o cheiro de terra fresca invadindo-lhe as narinas, os ouvidos apurados captando o cantar dos pássaros.
Uma brisa mais forte balançou a grama e as folhas das árvores; o cabelo acaju e cheio da moça balançou-se para todos os lados, batendo levemente em seu rosto – ela sorriu. Estava sentindo uma paz interior que nunca sentira antes, como se estivesse completa.
Sua blusa de alças finas deixava aparecer os ombros agora levemente avermelhados pelo sol sobre sua cabeça. Meneou a cabeça, expulsando os desobedientes fios ajudados pela brisa e alargou o sorriso, mostrando dentes brancos – na mesma hora seu nariz franziu levemente, como sempre acontecia quando ela sorria. As pequenas sardas em seu rosto estavam agora espalhas por seu rosto de bochechas levemente avermelhadas. Por sua pele ser muito branca, o sol muito facilmente avermelhava sua pele, dando a impressão de que ela não era nada mais que uma boneca de porcelana; uma boneca que agora apoiava-se nos braços jogados para trás, enquanto sentia o vento bater em seu rosto com mais intensidade.
A grama macia massageava as delicadas mãos da menina, por vezes fazendo-lhe cócegas quando o vento batia mais forte. O short jeans deixava metade de suas coxas descobertas, e elas também estavam avermelhadas. O sol da manhã, apesar de muito claro, não fazia nada a mais que avermelhar sua pele branca feito leite.
Deitou na grama, espalhando os curtos cabelos acaju em todas as direções. Esticou os braços para os lados, e de seus joelhos para baixo a água massageava de lado a lado seu pé e sua perna. Suspirou. Coçou a ponta do nariz com a ponta do dedo e depois voltou a descansar o braço sobre a grama e sob o sol.
O canto dos pássaros, agora mais forte, invadia-lhe os ouvidos e o perfume que emanava das flores mais próximas invadia suas narinas, fazendo a menina deliciar-se com aquela maravilha da natureza.
Fechou os olhos, sentindo que iria cochilar com aquela calma maravilhosa. Sabia que não corria perigo ali, sentia que nada poderia lhe fazer mal. Deixou a cabeça rolar para o lado e cochilou ali mesmo, sob o sol, com a leve brisa matinal balançando seus cabelos.
Não soube quando tempo ficou ali. Ainda estava divagando em sonhos quando o barulho de água sendo balançada despertou-a de sobressalto.
Ela se sentou rapidamente, abrindo os olhos. Olhou em volta, e não havia nada além de pássaros, árvores e muitas flores.
Então, ao olhar para frente, viu uma criatura maravilhosa, diferente de todas as outras, especial só de vista: um Cervo, um Cervo majestoso, belo, diferente de todos os animais que ela já tinha visto. Sua pele castanha contrastava perfeitamente com o anel branco em sua boca. Ele bebericava a água levemente, como se estivesse saboreando cada gota de água fresca que lhe tocava a língua e escorria por sua garganta, refrescando seu corpo.
A menina pôde apenas admirar o belo cervo na margem oposta de onde estava, na clareira circular com várias árvores altas, tendo como saída apenas a trilha de onde a menina viera.
Olhando maravilhada para o cervo, ela ficou parada, um sorriso formado no canto de seus lábios. De repente, o cervo parou de beber e levantou a majestosa cabeça levemente, encarando a ruiva com olhos cor de avelã, acinzentados e brilhantes como a água do lago.
O sorriso soltou-se de seus lábios e pela segunda vez naquela manhã ela mostrou seus dentes brancos e impecáveis, mas desta vez para o cervo.
Ela não sabia o quê lhe fazia sorrir, mas sorria, sentindo que era a cosia certa, a coisa mais pura a se fazer. O animal que aparentemente a encarava não era comum, e certamente não era qualquer pessoa que tinha a sorte de encontrá-lo. E apenas o olhar dele parecia retribuir a alegria da ruiva.
Depois do que pareceram segundos, ele abaixou a cabeça levemente, não quebrando o contato visual, mas fazendo uma reverência à bela moça. Ela alargou ainda mais o sorriso, os olhos verdes brilhando intensamente. Enquanto encarava o belo cervo numa reverência, maravilhosas lembranças invadiam-lhe a mente.
O cervo voltou a sua posição normal e caminhou silenciosamente até a ruiva, como se seus passos não fossem mais pesados que uma pena ao tocar o chão. Ele parecia até uma ilusão, como se fosse perfeito demais para ser de verdade.
Chegou tão perto da menina que ela sentiu que deveria tocá-lo. Mas, deveria mesmo? Hesitou, quando sua mão involuntariamente subiu até a altura do cervo. Porém, tocou-lhe o focinho como se não tivesse feito isso. Sentiu apenas sua mão acariciando a leve pelagem castanha do cervo, macia como o mais leve algodão e profunda como se fosse de um ferro fortíssimo, impossível de ser quebrado.
Varias sensações corriam pelo corpo da menina ao tocar o belo cervo. Sentia-se calma, profunda e tão perfeita como o cervo, como se fizesse parte dele...
De repente, ele abaixou a cabeça e num gesto ágil arrancou a única flor que não tinha espinhos do meio de muitas outras flores. Uma flor vermelha, tão intensa como o cabelo da menina e tão forte como se fosse mágico, um vermelho vivo. Vivo como o fogo, como a maçã.
A moça pegou a flor da boca do cervo, lisonjeada, e cheirou-a levemente, o nariz delicado tocando as superfícies lisas das pétalas da rosa. O mesmo perfume que passeava pela clareira tomou-lhe o nariz de um jeito mais forte, invadindo seu ser por completo. Era um perfume doce e forte ao mesmo tempo, ácido como limão e leve como melancia. Fechou os olhos e abriu várias vezes, com a flor ainda encostada no rosto.
O cervo se afastou levemente, sem ela perceber. Quando ela virou o rosto, ele já estava a uma pequena distância, com os olhos presos na menina. Parou. Abaixou a cabeça levemente, como se estivesse se despedindo, e caminhou em direção as árvores, desaparecendo após galhos e folhas ficarem para trás.
Ela sorriu novamente. Colocou a flor nos cabelos, suspirando, e levantou-se, os pés descalços tocando a grama fresca como se fosse algodão.
Espreguiçou-se lentamente, tomada por aquele momento mágico, e calçou-se, sorrindo involuntariamente. Jogou os cabelos para trás, ajeitou o short e caminhou de volta pela trilha, carregando a flor como um troféu. Estava feliz, muito feliz...
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