Mudanças
Capítulo 3 – Mudanças
Seus olhos e seus olhares, milhares de tentações / Meninas são tão mulheres, seus truques e confusões / (...) Garotos não resistem aos seus mistérios / Garotos nunca dizem não / Garotos como eu sempre tão espertos / Perto de uma mulher são só garotos – Leoni, “Garotos”
Se no dia anterior Gina acordara radiante, naquele dia ela estava brilhante. Sua felicidade era tanta que ela mal podia conter. Tinha vontade de gritar, de pôr todas as suas emoções para fora. Se sentia confusa, se sentia alegre, se sentia... completa. Como era possível um Malfoy fazer isso com ela? Sim, era ele a razão de sua felicidade. Ele fora seu último pensamento ao dormir, e o seu primeiro ao acordar. Nem nos seus sonhos o loiro a deixou em paz...
Se vestiu com tanta calma e cuidado que até ela mesmo estranhou. Penteou o cabelo diversas vezes e o prendeu diferente em todas elas. “Porcaria de cabelo...” pensou “Estou doida para cortá-lo”. O cabelo da ruiva era liso até os ombros, mas se enchia de cachos na ponta, fazendo a dona odiá-lo. Ora! Todos os seus irmãos tinham o cabelo escorrido, e só ela o possuía cacheado! Era uma tremenda injustiça genética.
Desceu para o café da manhã e não encontrou ninguém conhecido pelo caminho. “Ainda bem” disse uma vozinha dentro da sua cabeça. No estado em que se encontrava, seria capaz de contar sobre a noite anterior para o primeiro que visse. E tinha certeza absoluta que seu irmãozinho Rony não ia gostar de saber...
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Draco acordou naquela manhã sentindo um turbilhão de sentimentos diferentes. As lembranças da noite passada passavam pela sua cabeça... Cada beijo, cada suspiro, cada gemido soltado pela sua pequena... Se sentia feliz, se sentia confuso. Não, ele não poderia gostar dela! Ela era uma Weasley, uma pobretona, uma adoradora de sangues-ruins! Dizia uma voz em sua cabeça. Mas ao mesmo tempo, outra voz dizia: Você gosta dela. Ele sabia que era aquela voz que estava certa. Você gostou quando ela o abraçou e principalmente quando ela o beijou. Pela primeira vez, ele, sendo um Malfoy, não conseguiu camuflar seus sentimentos. Estava tão evidente! O amor que nascia entre os dois, aquele sentimento capaz de unir dois inimigos naturais... Mas sabia que aquele relacionamento não poderia existir. O que todos iriam dizer, o que sua família não iria dizer? Ele, andando com a pobretona de Hogwarts, a pobre Gininha Weasley, abandonada por todos.
Inexplicavelmente, Draco sentiu ódio de todas aquelas pessoas que destravam Gina. Que todas elas fossem para o inferno! Como podiam maltratar uma garota tão doce e tão bela como sua pequena? Começou a sentir ódio novamente, só que agora sentia dele próprio. “Droga! Agora eu estou querendo protegê-la...” Foi então que mais uma vez uma voz gritou em sua cabeça. Ela está mudando, não está? Sim, ela estava. Em apenas dois dias de aula, Draco pudera perceber o quanto ela se esforçava para melhorar. E se ele a ensinasse a se tornar uma verdadeira Malfoy? Ensinaria a ela como se vestir, como agir em lugares de alta classe, como conversar com pessoas falsas que só se aproximam por dinheiro...
Seu coração, que agora se enchia de esperanças, de repente murchou ao se lembrar de algo. Ele nada poderia fazer se ELA não aceitasse. Deveria descobrir primeiro o que ela sentia por ele, se era verdadeiro e se ela estaria realmente disposta a mudar de verdade, não só por que ela queria, mas também por ele. E já até sabia como faria isso... Usaria o velho truque do “Malvado Malfoy”... Dependendo de como ela reagisse, ele saberia se ela estava mudada ou não...
Desceu para o salão principal e se sentou na mesa. Pouco depois, a porta se abriu novamente e uma linda ruiva passou por ela.
Sentiu uma sensação estranha, como se estivesse recebendo um feitiço poderoso que o impedia de se mexer. Era como se a visão dela estivesse percorrendo todo o seu corpo antes de entrar em seu cérebro.
Quase no mesmo instante, seus olhares se cruzaram e Draco pode perceber a alegria nos olhos da grifinória. Sim, ela estava feliz. Ela gostara de verdade dos acontecimentos da noite anterior. Isso só facilitaria as coisas. Decidiu prosseguir com seu plano. Desviou o olhar antes que alguém percebesse, e continuou a comer.
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Gina deslizava pelo salão. Mantinha um sorriso encantador no rosto, o que a estava deixando mais linda ainda. Pouco antes de se sentar a mesa, a ruiva olhou para a mesa da sonserina e encontrou a pessoa que queria a fitando. O sonserino desviou o olhar, e ela fez o mesmo. Vai que um engraçadinho resolveu prestar atenção nela logo naquela manhã? Começou a comer calmamente, embora quisesse acabar a refeição o mais rápido possível.
Ah! Não via a hora de encontrá-lo. Acabou o café e se dirigiu a sala de transfiguração, onde teria a primeira aula do dia. A ruiva estava literalmente nas nuvens, porque até os seus passos pareciam mais leves. Foi chamada à realidade quando já estava fora do salão principal.
- Ei, GINA!!! – uma voz a gritou.
Ela virou-se lentamente para trás. Sabia que não poderia jamais ser quem ela queria, então, camuflou todas as suas emoções.
- O que é? – disse um tanto seca, para o garoto cicatriz.
Harry veio correndo em sua direção, e arfou um pouco antes de falar.
- É sobre o treino de quadribol... Nós não teremos hoje...
- Que peninha... – em seu íntimo, Gina pulava de felicidade. Passaria uma hora a mais com seu loiro! Merlin realmente gostava dela.
- Pois é... Mas teremos amanhã, e por favor, tente não se atrasar, tudo bem?
Gina deu um sorriso falso antes de responder.
- Não sei... Tenho coisas realmente importantes para fazer amanhã...
- É para o bem estar do time, Gina. Estamos entrando em treino intensivo por causa do nosso jogo contra a Cornival, nesse sábado.
- Está bem, se é para o bem estar do time... Vou tentar não me atrasar – disse enquanto se virava e seguia seu caminho – até.
Deixou o moreno parado no mesmo lugar, como paralisado. Ele estava linda! Seu cheiro permaneceu no ar por mais algum tempo, e o moreno aproveitou pra tentear adivinhar qual a fragrância que ela usava. Parecia ser jasmim... Ele não conseguiu descobrir... Percebeu que o corredor em que estava começou a encher, e teve que correr para a sua aula de Feitiços.
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Em sua aula de transfiguração, a pobre Weasley não conseguia tirar um certo sonserino do pensamento. Não só porque estava doida pra encontrá-lo, como também tentava se lembrar de toda a matéria de transfiguração que o loiro lhe ensinara. E, inexplicavelmente, ele conseguia se lembrar de tudo que ele falara. Incrível como as pessoas prestam mais atenção às outras quando estas lhe parecem tão interessantes...
E Draco Malfoy era um cara realmente interessante. Naqueles dois dias de aula com ele ela descobriu coisas que ela nem imaginara. Não só acontecimentos como acidentes de infância e variados, mas sim detalhes contidos por trás de tudo aquilo. Draco era uma pessoa cheia de sentimentos e dúvidas. Ele não era aquele cara que de quem ela ouvia no corredor falando sobre ser um coração de pedra e não sentir sentimentos. Não... Não, ele ia muito além disso. E estava doido pra saber como ele se sentia naquele instante, depois do que aconteceu na noite passada...
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Para Draco, a manhã até que passou rápida. No ritmo de exames de N.I.E.M.’s, suas aulas de Herbologia renderam mais do que o esperado. Saiu da estufa e correu para o seu dormitório, onde tomou um banho rápido e se arrumou. Foi um dos primeiros a entrar no salão principal para almoçar e procurou sair de lá antes que a ruiva grifinória entrasse. Seguiu para o lugar marcado da primeira aula que teria com ela. Em seu íntimo, algo lhe dizia que a reação da ruiva seria positiva. Ela iria mudar por ele, assim como ele iria fazer o mesmo por ela...
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Embora tentasse não se atrasar, Gina não conseguiu. Almoçou correndo, mas passou no dormitório antes para dar uma “ajeitadinha” no visual. Correu até os jardins do colégio e de lá, foi andando calmamente até as margens do lago, onde um loiro já a esperava.
- Cheguei! – disse sorrindo, com alegria na voz.
O sonserino, que estava de costas para ela, não respondeu nada.
- Alôôô... Eu tô falando com você! Sua mãe não lhe deu educação não? – disse com ironia e certa raiva na voz.
Draco se virou de repente, o que a assustou.
- Preste atenção, Weasley, pois eu só vou dizer uma vez – seus olhos estavam cheios de fúria e sua voz, impregnada de raiva – não existe nada entre a gente, entendeu? Nunca existiu e nunca vai existir!
- É mesmo? Parece que você se esqueceu disso na noite passada... – a voz da garota se enchia de arrependimento.
- A noite passada foi um erro! Nunca deveria ter acontecido! Eu me deixei levar, só isso!
- Não, Draco, não foi só isso! – agora Gina berrava, pondo todas as emoções para fora – Foi muito mais do que um beijo, foi posto sentimento nele, ou melhor, neles, porque não foi um beijo só, foram vários!
- Eu já disse, foi um grande erro! Nós nos deixamos levar!
- Só se você se deixou levar, porque eu sabia exatamente o que estava fazendo!
- Se sabia, então porque não parou? Sabe que é errado, que somos completamente diferentes, que todos me odeiam!
- Todos te odeiam mais EU te amo!!! Que droga, é tão difícil entender isso??? – ela gritou isso com todas as forças que lhe restavam, como um desabafo.
Ele a olhava incrédulo, como se não acreditasse no que ouvira. E então, dentro do seu coração, ficou claro uma coisa:
- Eu... Eu também te amo – disse num sussurro.
Como acontecera na noite anterior, os dois não esperaram nem um segundo antes de mergulharem num beijo apaixonado. Estava explícito que ambos falavam a verdade e agora só confirmavam naquele beijo. Ao pararem o beijo, Draco a abraçou com força antes de dizer:
- Eu te amo Gi... Eu sei que pode ser cedo demais pra dizer isso, mas... Eu te amo. E eu queria saber se você me amava, por isso armei essa discussão toda.
- Você... Você armou essa discussão? – sua voz estava trêmula e seus olhos ligeiramente vermelhos. Por um momento ela teve a vontade de chorar.
- Armei. Eu... Eu achei que você não gostava de mim... Que você tinha apenas sido levada pelas emoções ontem à noite... Acho que pela primeira vez, eu fiquei com medo de perder alguém... Quero dizer, não é realmente perder, porque só se perde algo que já se tem, e eu não tenho você...
- Shiii... Draco, não precisa se desculpar... Eu entendo o que você fez, e fico muito grata... Afinal, eu também tinha receio de eu ter apenas sido sua diversão... E, acredite, você já me tem. Acho que desde o momento que nós nos falamos pela primeira vez, eu me tornei sua...
- Digo o mesmo... Vamos enfrentar a todos juntos, não é mesmo?
- Sim... Mas acho que agora não seria o momento oportuno... Vamos esperar um pouco mais... Até a nossa tão esperada mudança, o que acha?
- Acho que é uma boa idéia... – ele brincava distraído com os cachos do cabelo da ruiva – Sabe, acho que você não deveria cortar o cabelo...
- Por que?
- Ele é tão bonito assim... Não que você não ficaria bonita com ele curto, quero dizer, você é linda de qualquer maneira, mas... Acho ele muito mais bonito assim...
- Bom, se você não quer que eu corte, eu não corto.
- Você não precisa fazer as coisas só porque eu quero, pequena – disse sorrindo.
- Eu sei disso... Mas eu gosto de escutar a opinião das pessoas que se importam comigo... E tirando meus pais, você é o único a me dar importância...
- Que nada, os outros que são uns cegos... Não sabem reconhecer uma pessoa tão valiosa como você... Pelo menos, não como eu...
Naquele instante, um barulho de sirene (N/A: sinal do colégio =P) foi ouvido ao fundo.
- É melhor irmos... Já perdemos tempo demais aqui discutindo... E acabou que eu não aprendi nada hoje...
- Ah, mais isso será recompensado depois... Prometo – ele a puxou para um beijo de despedida, mas ouviu vozes se aproximando.
- Mais que m... – resmungou baixinho.
- A gente se vê de noite – Gina deu-lhe um beijo rápido e correu para a sua próxima aula, que seria de Trato de Criaturas Mágicas. Draco permaneceu parado no mesmo lugar, enquanto via um grupo de alunos da Corvinal se aproximando. “Malditos corvinais...” praguejou mentalmente, enquanto seguia para uma aula exaustante de poções.
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Gina seguiu para sua aula de TCM saltitando pelo caminho. Ela cantarolava uma musiquinha que nem ela mesma sabia qual era. Sua felicidade era evidente, tão evidente que até o professor notou.
- Mas qual seria o motivo de tamanha felicidade, pequena Weasley? – indagou Hagrid, quando passava por onde a menina estava.
- Feliz? Eu? Imagina... –Gina bem que tentou disfarçar, mas não dava. Sua alegria chegava a ser contagiante.
- Vou fingir que acredito. Mas antes digo com total certeza que os seus Kneazle (Amasso) estão pegando esse “vírus” que te deixou assim...
E deixou a menina, pensativa. Será que ela estava mostrando demais os seus sentimentos? Bom, se estava, não deveria. Ficou bem claro que para aprender a “filosofia Malfoy” e se tornar outra pessoa ela precisaria ocultar seus sentimentos, especialmente para o trio perfeito. Ela deveria se policiar mais. Desse modo, ansiaria pelo horário em que se encontraria com Draco, pois só com ele é que ela poderia mostrar seus sentimentos.
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Em sua aula de poções, Draco fazia de tudo para prestar atenção, embora não conseguisse. Depois de tudo que ouviu de Gina de manhã, não conseguia se concentrar em mais nada. A garota era a sua luz, o seu sopro de vida. Sem ela, ele não teria como viver. Mas nem por isso ele deixaria de ser o que ele é. Quando a aula terminou, ele se aproximou do “trio maravilha” que hoje estava acompanhado por mais uma pessoa.
- Ei, Potter, como será os seus filhos com a Patil? Um bando de criancinhas com a testa aberta usando tranças indianas? – disse cheio de desdém, enquanto os alunos da sonserina caíram na gargalhada e Harry fechava a cara.
- Pelo menos eu vou ter filhos, Malfoy. Agora eu quero saber qual garota vai querer um cara como você – falou, com a namorada do lado acenando a cabeça, como que o apoiando.
Os olhos de Draco se estreitaram perigosamente.
- Acredite, Potter, têm muitas garotas querendo um cara como eu. E caso não saiba, eu já tenho a pretendente perfeita para ser a mãe dos meus filhos – era lógico que ele estava pensando em Gina, mas como todos não sabiam, ficaram cheios de dúvida.
- Ah, é? E quem seria? – agora era Hermione que falava.
- Minha vida pessoal é algo que não lhe diz respeito, sangue-ruim – disse, cuspindo a última palavra, o que deixou Rony furioso.
- Ele está mentindo, Hermione! Não ligue para esse idiota! – dizia Harry, enquanto segurava Rony para impedi-lo de socar Draco – duvido que esse idiota tenha capacidade de arrumar alguma garota que tenha o mínimo de dignidade como você e a Parvati!
- Hahaha! Não me faça rir, Potter! Qualquer um consegue algo melhor do que essas duas – as pessoas da sonserina começaram a rir novamente – e se quer tanto saber que tipo de garota iria querer um cara como eu, espere até o baile de inverno. Até lá, a única coisa que você pode fazer é sonhar comigo. Mas isso você já faz toda a noite, não? – disse, enquanto se afastava deixando os alunos da sonserina rolando no chão de tanto rir.
- Argh, aquele idiota! – dizia Rony, enquanto se acalmava com os carinhos da namorada – quem ele pensa que é para fazer isso?
- Ele é um Malfoy, Rony, e todos os Malfoys acham que podem fazer o que querem – explicava Hermione.
- De fato, Hermione, eles podem – disse uma voz.
Gina acabara de chegar e vinha andando em direção ao trio.
- O que você quer dizer com isso, Gina? – Harry já tinha até se esquecido que estava acompanhado pela sua namorada. A presença da ruiva era tão inebriante que ele conseguia se esquecer de tudo.
- Quero dizer que eles têm poder, têm dinheiro, têm respeito. Qualquer pessoa que tenha isso pode fazer o que quiser – já estava na porta da sala de poções quando ouviu seu irmão falando.
- Podem até ter tudo isso, minha irmã, mas eles não têm tudo que nós temos!
- Tipo o que? – perguntou inocentemente.
- Tipo... Tipo... Bom, eles não tem amigos! – falou como se tivesse achado a resposta para uma pergunta dificílima.
- A sua ignorância realmente me comove, maninho... – disse enquanto adentrava à sala e pensava “Que idiota... É por isso que vai continuar assim: burro e pobre. Nunca está aberto à novas idéias...”.
Rony continuou parado no mesmo lugar, junto com todos os outros.
- O que ela quis dizer com isso, hein? – perguntou, com uma cara um tanto tapada.
Harry e a namorada apenas acenaram a cabeça em sinal de negação, mas Hermione parecia já saber a resposta, embora não quisesse revelar a ninguém.
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O sinal no término das aulas da tarde finalmente havia tocado, e Gina corria feliz para a margem do lago. Avistou o SEU loiro sentando num canto mais afastado, encostado em uma árvore que o escondia.
- Oi amor! – disse, enquanto se sentava ao seu lado e o beijava apaixonadamente.
- E aí? Como foi o resto do seu dia? – perguntou ele, com um olhar carinhoso que só a ruiva conhecia.
- Ah, normal... Umas pessoas chatas me perturbando, que nem levando uns foras tomam semancol... – disse indiferente, enquanto seu namorado ria – e você? Como foi seu dia?
- Normal também... Provoquei o seu querido irmãozinho e o seu heroizinho preferido...
- Ah, sim, muito preferido. Tão preferido que eu tenho uma foto dele pendurada atrás da porta do meu quarto, que eu uso como mira para atirar dardos – disse gracejando.
- Sério? Então já sabe o que eu vou querer de natal, hein? E não esqueça a foto do Potter, isso não pode faltar numa coleção de dardos.
- Pode deixar. Então, vamos começar? – disse, dando-lhe mais um estalinho.
- Hum, começar o que? O treino ou uns amassos? – disse enquanto a puxava para seu colo e ela soltava um gritinho e lhe dava um tapinha.
- Draco, seu safado! Eu tava falando do treino! – ele fez uma expressão de cão sem dono e ela completou perto de seu ouvido, com um sorrisinho insinuante – deixa os amassos para noite.
- Olha que eu vou cobrar, hein? – disse enquanto se levantava e ajudava a namorada a fazer o mesmo – ok, vamos começar com um aquecimento e um alongamento...
E assim passou-se o resto da tarde, e os dias que faltavam... Finalmente faltavam menos de vinte quatro horas para o passeio de Hogsmeade.
Os dois estavam treinando numa tarde um tanto quanto abafada.
- Você realmente está ficando boa nisso – dizia Draco, enquanto se esquivava dos golpes de Gina.
- Eu... Estaria... Melhor... Se conseguisse... – Gina falava cada palavra entre um soco e outro – Acertar você!
Finalmente conseguira. Acertara um soco no estômago de Draco, que ficou sem ar momentaneamente, e se deitou no chão.
- Draco? Cê tá bem? Cê tá legal? –dizia Gina, tentando rir do ocorrido.
- Eu tô bem... Só tô com um pouco de falta de ar...
- Falta de ar? Então você precisa de uma... RESPIRAÇÃO BOCA-A-BOCA!!! – gritou a ruiva, enquanto se tacava em cima dele e o enchia de beijos apaixonados.
Pego de surpresa, Draco não se segurou a tempo e os dois rolaram até as margens do lago, onde caíram dentro das águas geladas.
- Wow!!! Essa água é realmente gelada!!! – disse Gina, enquanto batia o queixo e tremia.
- Eu pensei que grifinórios não fossem tão estúpidos quanto aparentavam ser... – disse Draco, enquanto tentava sair daquela água sem escorregar nas pedras cheias de limo. Sem nenhum sucesso.
- Nós somos corajosos, se é o que quer dizer!!! E aliás, nós também somos... – Gina caiu na gargalhada antes de terminar a frase. Enquanto falava, Draco fazia novas tentativas de sair de dentro do lago. E em uma delas ele escorregou e caiu de bunda no meio das pedras.
- Qual é a graça? Não é a sua bunda que está doendo! – falou ele raivoso, enquanto esfregava o bumbum.
Gina ainda se controlava para parar de rir, e Draco teve que esperar alguns minutos até que ela parasse por completo.
- Desculpa, Amor... É que eu não resisti... - ela chegou perto dele e falou em seu ouvido – se quiser eu dou beijinho para sarar... – terminou em um tom provocante.
- Não me provoca, guria... – respondeu o sonserino em um sussurro, enquanto a abraçava e beijava apaixonadamente.
Os dois saíram de dentro do lago e foram se sentar perto da árvore, onde ainda havia um mínimo de sol de final de tarde. Enquanto se secavam, Draco olhou mais atentamente para Gina. Seu uniforme estava colado ao corpo, o que deixava suas formas mais definidas ainda. Chegou mais perto dela e passou a mão pelo seu ombro, trazendo-a mais para perto de si. Procurou a boca que tanto queria junto a sua e a beijou. Havia mais que sentimento naquele beijo, havia também intenções. Suas mãos passeavam pelo corpo de Gina, que não fazia nada para repelir os seus toques. A ruiva só se tocou do que estava acontecendo quando sentiu sua blusa ser aberta.
- Draco... Não... – ela tentava parar o beijo, mas estava impossível – Não podemos... Não aqui...
Gina deu um impulso para trás, se afastando definitivamente do namorado.
Draco a olhou com certo ressentimento, e depois se encostou na árvore, emburrado. Não falou uma palavra sequer.
- Draco, não fica assim... – ela tentava fazer carinhos no namorado, mas este a repelia – quer parar de bancar o infantil?
- Eu? Infantil? – falou levemente irritado.
- Sim, você!
- Não sou eu que sou infantil, é você que não quer amadurecer!
É, tem coisas que nunca mudam. Por mais que o amor exista entre duas pessoas, velhas brigas nunca são deixadas de lado.
- Não, Draco, não sou eu que não quero amadurecer, é você que é mimado demais!
- Eu? Mimado? Foi você que foi criada entre seis irmãos mais velhos, não eu.
- Posso ter sida criada entre irmãos mais velhos, mas isso não significa q eu fui mimada.
- Ah não, com certeza... E o fato de você ser filha única, justifica?
- Ora, seu... Como ousa falar de mim! Eu não fui criada numa mansão só minha...
- Quem pode, pode né?
- É, e também se f*d* com esse jeito arrogante e metido...
- Você está me chamando de metido?
- Estou! Ah sim, eu também esqueci do esnobe...
Assim como tem coisas que nunca mudam, tem também coisas que passam por mudanças radicais. Uma delas foi que em uma das discussões dos dois, Gina passou a conhecer o quarto de monitor-chefe de Draco, onde passava quase todas as noites da semana, junto ao seu namorado.
- Eu vou te mostrar quem é esnobe!
Gina foi puxada para um beijo apaixonado, o qual não fez nenhuma resistência. As mãos dos dois corriam livremente pelos seus corpos, procurando “algo mais”. Queriam sair dali, queriam ir para um lugar onde ninguém os veriam.
- Hoje a noite... – Draco arfava, tentando respirar – no meu quarto... Pra você pedir desculpas pelo que você falou agora pouco...
- Pode... – Gina lutava pra respirar, depois de um beijo daqueles – deixar... Eu vou me desculpar... – um selinho trocado – muito bem...
Trocaram mais alguns beijos, antes de se separarem e voltarem para suas casas.
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Gina havia se esquecido completamente que estava molhada e que chamava muita atenção. Quando entrou no salão comunal, encontrou Harry sentado em uma das poltronas. O garoto se assustou pela aparência da ruiva. Ela estava linda, com o uniforme grudado no corpo, o cabelo bagunçado e molhado. Se tinha uma palavra para defini-la naquele momento, seria “sensual”.
- G-Gina, o que aconteceu? – ele se levantou num pulo e correu para onde a garota estava.
- Eu estava brincando nas margens do rio e acabei caindo dentro dele – explicou. Nos últimos dias, Gina passara a odiar menos o garoto cicatriz, embora ainda guardasse mágoa – onde está meu irmão e Hermione?
- Estão por aí, namorando...
Gina olhou atentamente para o moreno. Ele pareceu ligeiramente triste.
- Aconteceu alguma coisa Harry? Você está estranho... – nesse momento Gina olhou para os lados e sentiu falta de alguém – onde está a sua namorada?
- Ela... Bem... Nós terminamos...
- Terminaram? Nossa... Hum... Bem, eu... – Por um momento Gina voltou a sua antiga personalidade, mas logo se recompôs – desejo melhoras.
- Obrigado – ele a olhou de outra maneira. Parecia querer dizer algo a mais, mas parecia estar sofrendo um conflito interno.
- Bom, eu vou indo... Tenho que tomar um banho antes do jantar... – Gina já subia as escadas, quando ouviu Harry a chamando-a novamente.
- Que foi?
- Eu... Você... Você quer ir a Hogsmeade comigo amanhã? – disse ele de uma só vez.
Gina ergueu as sobrancelhas em sinal de evidente espanto. O garoto cicatriz a estava realmente convidando-a para ir com ele a Hogsmeade? Ele, que disse que ela era um pé no saco, que só atrapalhava o seu namoro? “Bom, ele terminou com a Parvati” dizia seu consciente. Mas mesmo assim, para que ele iria querer ir justamente com ela para Hogsmeade? Se sentiu frustrada ao se lembrar que não poderia descobrir quais as intenções do moreno com ela. Afinal, amanhã seria o grande dia! Ela se encontraria com Draco em Hogsmeade, onde eles sairiam para as compras juntos.
- Desculpa Harry... Mas eu já tenho companhia... Quem sabe na próxima, ok? – disse dando um sorriso de consolo e deixando o moreno parado no mesmo lugar por muito tempo.
Desceu para o jantar arrumada e perfumada. Afinal, quando saísse do salão principal ela iria para outro lugar...
No jantar, sentiu-se tentada a se comportar com Draco lhe ensinara. O sonserino lhe mostrou como agir educadamente à mesa, sem bancar a troglodita. Lembrou-se porém, que ainda não poderia fazer isso. "Calma, Gina, controle-se" a ruiva tentava se controlar, ao ver seu irmão comer. Ele mais parecia um monstro do que um ser humano. Colocava toda a comida na boca, sem se importar com educação nenhuma. Teve a súbita vontade de esganá-lo naquele momento. Era por isso que a família Weasley tinha aquela má fama: a de pobretões e sem classe.
- Rony, meu querido irmãozinho, quer fazer o favor de PARAR DE COMER IGUAL A UM PORCO??? – berrou, logo em seguida saiu da mesa, deixando o outro ruivo parvalhado.
- O que ela quis dizer com isso? – perguntou ele, após engolir a comida.
- Ela quis dizer que você como igual a um porco – respondeu Harry.
- isso eu entendi, mas... Ela sempre me viu comer assim, por que só agora que ela gritou comigo?
- É uma boa pergunta... Gina tem andado muito diferente nesses últimos dias – Mione entrara na conversa.
“E como!” pensava Harry. A garota estava atrevida, provocante, sensual. Ela estava perfeita.
Harry mudou sua atitude com a Gina completamente naquelas duas últimas semanas. Em vez de ser frio com ela, ele estava tentando ser carinhoso. Nem ele mesmo reparara, mas estava completamente apaixonado pela ruiva.
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- É, parece que essas duas semanas de treinamento estão fazendo efeito... – disse Draco, assim que Gina entrou em seu quarto.
- O que você tá querendo dizer com isso? – perguntou a ruiva, enquanto tirava as suas roupas e vestia um roupão verde do namorado.
- Quero dizer... – ele mesmo já se livrava de suas roupa -que lá da mesa da sonserina eu ouvi o seu grito “parar de comer igual a um porco” – ele imitou a vozinha fina de Gina.
- Ah, isso... – ela dava um sorriso maroto, enquanto andava pelo quarto em direção ao banheiro – bom, eu... hum... me descontrolei um pouco...
Enquanto a garota escovava os dentes, Draco se jogava na cama, nu. Quando a garota saiu do banheiro, ele bateu com a mão na cama, no lugar ao lado dele, indicando que ele a queria ali.
Ela caminhou até a cama e se sentou na beirada.
- Hum... E não está na hora de você se descontrolar novamente, não? – o rosto do sonserino estampava desejo, enquanto seu olhar corria o corpo da ruiva, ainda encoberto pelo roupão.
- Pode deixar... – ela engatinhou pela cama até onde ele estava, e retirou a única coisa que a encobria – eu vou me descontrolar tanto que eu vou te deixar louco...
Dizendo isso, ela começou a beijar o tórax definido de Draco, e assim foi descendo...
O loiro fechou os olhos enquanto soltava pequenos gemidos. Aquela seria uma noite longa... Muito boa, mas longa...
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Na manhã seguinte, Gina se levantou cedo pra ir ao seu dormitório. Enquanto s vestia, Draco murmurou sonolento:
- Já vai?
- Tenho que ir, amor... Dar tempo de eu tomar um banho e trocar de roupa...
- Toma banho aqui...
- E vou vestir que roupa?
- Hã... A minha?
Gina deu um sorriso de descrença e fez que não com a cabeça.
- Nós vamos resolver isso hoje... Em Hogsmeade eu vou comprar umas roupas pra você só pra deixar aqui...
- Faça como quiser... Só vê se levanta logo... E tenta se livrar das suas responsabilidades de monitor o mais cedo possível...
- Vai ser difícil... Como monitor-chefe, eu deveria patrulhar Hogsmeade o dia todo... Mas eu dou um jeito na Granger, pode deixar...
- Vou indo... – deu um beijo suave no loiro antes de sair do quarto. Aos poucos, vencido pela falta de sono, Draco resolveu levantar e entrar no chuveiro.
Em seu dormitório, após o banho, Gina procurou se vestir de modo que não chamasse muita atenção. Afinal, ela andaria lado a lado com Draco Malfoy, e isso já seria atenção demais. Procurou alguma roupa nova dentro de seu armário, mas não encontrou nenhuma. Definitivamente, precisava de roupas novas. Optou por uma calça jeans e um casaco de lã azul claro feito por sua mãe. De todas as peças de seu guarda-roupa, a única que ela guardaria seria aquele casaco. Era a única roupa que ela tinha um carinho extremo.
Tomou seu café da manhã rápido e pegou uma das primeiras carruagens. Queria chegar logo em Hogsmeade, queria encontrar logo seu namorado. Sabia que ele já estava lá, pois ele não se encontrava no café, e tinha certeza que ele não era tão lerdo assim no banho.
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Realmente, Draco já se encontrava em Hogsmeade. Ele esperava a ruiva numa pequena cafeteria pouco movimentada. Sentava numa mesa do canto, e observava todas as pessoas que entravam pela porta. Viu sua ruivinha passando pelo portal e vindo na sua direção.
- Demorei?
- De modo algum... Pra mim, você nunca está atrasada – disse lhe dando um beijo caloroso.
- Hum... Vou me lembrar disso quando eu quiser demorar no banho... – completou com um meio sorriso – e então, vamos?
- Está com pressa?
- Não muita... É só que nós vamos demorar um pouco, lembra? Temos muitas coisas pra fazer – e dizendo isso, se levantou, sendo acompanhada pelo namorado.
Eles saíram do pequeno bar-café e seguiram para a rua principal.
- Antes de mais nada, pequena, vamos procurar por uma roupa descente para você usar enquanto está aqui em Hogsmeade.
- Como assim “decente”?
- Bom, você não pode andar na companhia de um Malfoy vestida desse jeito – disse apontando para a calça jeans e o casaco de lã de Ginny. Antes que ela pudesse argumentar, completou – Nada de “mas”. Você deve andar sofisticada ao meu lado. E não se preocupe, eu vou pagar tudo.
Pela primeira vez em duas semanas Gina enrubesceu.
- Draco, eu não quero que você gaste seu dinheiro comigo...
- Não vamos começar a discutir, Gina. Eu já disse, vou pagar tudo, quer você aceite ou não.
A ruiva desistiu da discussão. Sabia o quanto o sonserino era teimoso, e que ele não ia mudar de idéia tão facilmente.
- Tudo bem então. E o que Vossa Alteza quer que eu vista?
- Hum, não sei... Vamos decidir lá naquela loja – e ele apontou para um loja do outro lado da rua.
Os dois adentraram na loja (que por sinal era bem chique) e logo foram atendidos por uma moça elegante.
- Sejam bem vindos, meu nome é Judith Vonpair. Em que posso ajudar? – perguntou, com um sorriso terrivelmente falso no rosto e um sotaque francês dos mais falsos.
Antes que Gina pudesse falar alguma coisa, Draco respondeu primeiro.
- Acontece que eu quero as melhores roupas para a minha princesa aqui. E não tem limite de preço para elas – o sorriso de Judith aumentou.
- Pois não, veio ao lugar certo. Por aqui, mademoiselle.
Gina a acompanhou, e Draco lhe deu um sorriso de encorajamento.
Foram duas horas e meia dentro daquela loja escolhendo roupas para a garota. Ela vestia uma peça e ia até Draco para saber sua opinião. Quando o loiro não gostava, Gina não queria a peça. Afinal, era ele que estava pagando, então é lógico que ele também tinha que gostar... Até que a ruiva não teve tantos problemas com isso, pois os gostos dos dois eram bem parecidos. Quando Gina saiu da loja, com diversos pacotes diferentes flutuando ao seu lado (para ela evitar carregar peso), trajava um lindo vestido com manga curta que ia na altura do joelho e na cor caramelo, que parecia ter sido feito da pele de algum animal. O vestido tinha como bainha algo que lembrava o rabo de um gato, pois era branco e felpudo. Junto com o vestido, vinha uma bela capa com capuz da mesma cor e do mesmo material, tendo também como bainha algo branco e felpudo. Tinha também uma bota e um par de luvas combinando com o vestido. A bota ia até metade da sua batata da perna. Para que não sentisse frio nas partes de seu corpo que ficaram de fora, Gina usou um feitiço de aquecimento.
Ao andarem pela rua, Gina cobriu o rosto com o capuz, para impedir que as pessoas a reconhecem. Assim, poderia andar ao lado do Draco sem ter as pessoas torrando sua paciência.
Dali, eles visitaram outras lojas de roupa e também de calçados. Cada vez mais a pilha de pacotes flutuantes aumentava... Draco comprava coisas de todo o tipo para Gina. Não só as roupas normais, como também lingeries e trajes de banho (esse a garota relutou em aceitar. Pra que diabos ela ia precisar de um biquíni?) Comprou jóias (que deixaram a ruiva maravilhada) e maquiagem, embora soubesse que a sua namorada não precisaria. Quando se cansaram de andar, fizeram uma parada para o almoço.
Almoçaram no Três Vassouras mesmo, pois era o lugar mais perto para eles comerem. Se sentaram em uma mesa escondida pelas sombras, para ocultar as pessoas que almoçam nela. Enquanto Draco ia no balcão pegar a comida, Gina aproveitou para baixar o seu capuz, que já estava a incomodando.
- Ufa... Meus pés estão doendo... – dizia o loiro, enquanto depositava os pratos na mesa e se sentava – acho que finalmente acabamos com as compras...
- Acabamos de começar, você quer dizer? – Gina assoprava a sua sopa.
- Como assim “acabamos de começar”? Você já não acha que comprou o bastante por hoje? – ele olhou para a pilha de pacotes flutuando ao lado de Gina.
- Draco, você não acha que está esquecendo nada? – como os olhos cinzas do loiro diziam “o quê?” ela completou – ainda temos que comprar coisas para você. Ou você pensa que eu esqueci do nosso acordo? Você me ajuda a mudar, e eu também o ajudo.
- Eu já mudei muito por sua causa, Gina. Desde que a conheci, minha vida mudou – ele deu um beijo na mão da namorada.
- Muito galanteador, querido, mas você não vai conseguir me convencer a esquecer da sua mudança.
O garoto soltou um muxoxo.
- Droga, eu achei que tinha feito direitinho – disse com um sorriso maroto.
- Acontece que eu conheço você bem demais para saber quando você está tentando me enganar.
- Gi, eu tô com os pés doendo! Não agüento mais andar... – disse, com uma voz de cachorro sem dono – você vai mesmo abusar de mim assim?
- Hum, vou sim... Vou abusar de você o dia todo hoje... Inclusive à noite – completou com uma voz sensual.
- Wow, tô dentro... Vamos logo, temos muita coisa a fazer... – dizendo isso, ele jogou algumas moedas encima da mesa.
- Vamos, nós temos hora marcada no salão hoje – se cobriu com o capuz novamente.
- Salão? Que salão? – falou surpreso.
- Como que salão? Salão de cabeleireiros, Draco! Ou você acha que nós vamos estar completamente mudados se não dermos um jeito em nossos cabelos?
- Eu gosto muito do meu cabelo do jeito que ele está, obrigado.
- Na-na-ni-na-não! Não vou deixar você ficar com esse cabelo lambido pra trás, não mesmo!
- O que você tem contra o meu cabelo?
- Eu não tenho nada contra, é só que esse cabelo cheio de gel fica horrível em você!
- Você nunca reclamou disso enquanto estava gemendo... – disse a última palavra em um sussurro.
Gina não se deixou intimidar.
- Por que você acha que eu bagunço o seu cabelo quando estou no seu quarto?
Draco ficou sem reação.
- Ora! Eu... Eu... – estava com raiva e sem jeito. Gina soltou um risinho – Vamos logo embora.
Eles estavam até agora na mesma mesa em que eles comeram, de pé e discutindo.
- É, melhor nós irmos – falou a grifinória, controlando o seu riso.
Mal eles sabiam que quando eles saíram do bar três pessoas falaram deles...
- Quem será aquela garota que estava acompanhando o Malfoy, hein? – falou Hermione, sentada na mesa junto com seu namorado Rony e seu amigo Harry.
- Eu sei lá Hermione... Só tenho pena dessa garota por ter aquela doninha como companhia – dizendo isso ele riu – não é mesmo, Harry? – uma pausa e o moreno não escutou – Harry?
- Hum? O que disse Rony? – o moreno de olhos verdes andava com a cabeça no mundo da lua ultimamente.
- O que houve, Harry? Faz uma semana que você anda tão distraído – dizia Mione – eu e o Rony notamos que você está estranho desde que terminou o namoro com a Parvati...
O casal havia terminado há uma semana atrás, mas não era por esse motivo que ele estava daquele jeito... Acontece que ele não conseguia tirar uma certa ruiva dos pensamentos...
Virginia Weasley. Era esse o seu nome. Se ele estava estranho, a menina estava mais estranha ainda. Cada fora que ela lhe dava, mais Harry ficava gamado nela. Era como se ela tivesse uma mágica própria, algo que lhe prendia a atenção, que não o deixava esquecer de sua existência. Porém, toda vez que ele tentava se aproximar dela, ela o repelia. Logo ele, que sempre acreditou que a garota fosse apaixonada pelo herói que lhe salvara a vida no primeiro ano...
- Vocês sabem onde está a Gina? – perguntou subitamente ao casal sentado à sua frente.
- Não sei... Não a vi hoje de manhã... Nem sei se ela veio a Hogsmeade... – falou Rony, sem se importar muito.
- Que irmão você é, hein Ronald? – Harry levantou-se e saiu da mesa irado, deixando os dois amigos pasmos.
- O que deu nele? – o ruivo perguntou para a namorada.
Hermione simplesmente sacudiu os ombros, como se não soubesse.
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Já era de noite, quando dois vultos encapuzados de dirigiram a Hogwarts. Ambos estavam levando ao seu lado dezenas de pacotes flutuantes. Para evitar que reconhecessem o novo Draco Malfoy, Gina sugeriu que o namorado fizesse o mesmo que ela, usasse uma capa com capuz. O loiro seguiu o conselho, usando uma capa preta.
- Precisamos mesmo de todo esse mistério? – falou o loiro, ligeiramente aborrecido por estar tendo que ocultar sua linda face.
- Não vamos começar a discutir agora, meu amor. Vá logo para o seu quarto que eu tenho que ir para o meu dormitório guardas todas essas coisas.
- Tá bem... Até depois do jantar – deu um beijo suave nos lábios da ruiva e se dirigiu ao quarto andar, onde ficava o quarto de monitor-chefe.
Gina fez um feitiço para que as compras diminuíssem e seguiu para o seu dormitório. Teve muita sorte em não encontrar ninguém conhecido pelo caminho. Com a ajuda de sua varinha, a garota guardou as novas roupas rapidamente. Decidiu tomar um banho no quarto do namorado, onde havia uma banheira enorme para ser usada. Separou algumas roupas e usou o mesmo feitiço para diminuir e levar dentro do bolso. Com a mesma capa que usou o dia todo, desceu as escadas do dormitório e passou pelo quadro da mulher gorda.
Mal sabia que quando ela saiu uma pessoa estava observando... Harry Potter estava sentado em um canto e observou a garota encapuzada sair da torre da Grifinória. Então a companhia de Draco Malfoy daquele dia era uma grifinória... Estava terrivelmente curioso para saber quem era a garota...
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- O que você tá fazendo aqui? – perguntou Draco, quando Gina apareceu na porta do banheiro. O loiro estava tomando um banho relaxante de banheira quando a ruiva adentrou no aposento.
- Vim fazer companhia ao meu namorado no banho – disse enquanto se despia – por que? Não está feliz em me ver?
- Não é isso, eu só me assustei... Achei que você só viria mais tarde...
- E ia vir, mas decidi chegar mais cedo... Como não vou descer para o jantar, para não estragar a surpresa de amanhã, achei que seria melhor vir logo para cá...
A ruiva foi entrando na banheira, e, para que Draco se sentisse mais acomodado, ela se sentou por trás dele e o recostou em seu corpo. Começou a massagear os seus ombros, enquanto dava pequenos beijos no seu pescoço.
Uma hora depois...
- Ah! Que banho delicioso! – dizia Gina enquanto se enxugava.
- É... O problema é que em vez de eu relaxar eu usei mais ainda os meus músculos...
- Hum, usou os músculos de entre as pernas, não? – disse a ruiva com um sorriso safado. O namorado lhe puxou e lhe deu um beijo de tirar o fôlego.
- Estou com fome – reclamou o sonserino.
- Eu também... Conjure alguma coisa pra gente comer, amor.
- Tá bom – o garoto conjurou um prato cheio de sanduíches de presunto e queijo (misto quente!), uma jarra com suco de maracujá (para relaxar) e um pote de sorvete napolitano.
Após comerem, decidiram dormir logo, pois amanhã seria um longo dia...
O dia amanheceu lindo e brilhante. Assim como no dia em que Draco e Gina “se conheceram”, nem parecia ser inverno. Perfeito para a ocasião.
Ginny abriu as pálpebras lentamente e deparou-se com um par de olhos cinzas olhando para ela.
- Que foi? – perguntou com falsa preocupação – meu cabelo está muito desarrumado?
O loiro deu um leve sorriso.
- Não... É só que a cada dia que passa eu a acho mais linda ainda, se é que isso é possível...
Trocaram um beijo antes da ruiva tomar a atitude e se levantar.
- Vai se arrumar aqui mesmo?
- É... Estou com preguiça de ir para a torre... Mas antes, eu vou utilizar a sua banheira... – deu um sorriso maroto e correu para dentro do banheiro.
- Ei! Eu quero tomar um banho!
- Algum problema de tomar banho comigo aqui?
- Sim, um problema muito grande.
- E qual é?
- Com você aqui, eu nunca relaxo, só me excito... Desse jeito eu nunca consigo completar o meu “Banho Relaxante”...
- Hum... Então você vai ter que deixar pra tomar o seu “Banho Relaxante” em outra hora. Com licença – e o expulsou do banheiro, trancando a porta com um feitiço.
- Gina? Gina, abre essa porta. Gi, eu tenho que tomar meu banho! Vamos, eu só estava brincando... Eu adoro tomar banho com você, juro... – depois de implorar, a ruiva abriu a porta, sendo logo em seguida agarrada pelo namorado e tacada dentro da banheira, ainda com o roupão.
- Draco!
- Que foi? – ele a olhou com um olhar inocente.
- Aff... Nada... – disse enquanto tirava o roupão verde completamente encharcado – Vem, entra logo... Vou te fazer uma massagem...
- Uuuh, a última vez que você falou que ia fazer uma massagem em mim, aconteceram muitas outras coisas...
- Bom, pode ser que aconteça de novo... – disse a garota, com uma cara bem safadinha.
O loiro não esperou nem mais um segundo antes de entrar na banheira.
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Harry estava habitualmente sentado na mesa da Grifinória tomando o seu café, junto com seus dois melhores amigos, Ronald Weasley e Hermione Granger. Bebia seu suco calmamente, quando ouviu murmurinhos das pessoas no salão. Olhou para a porta principal e levou um choque tão grande que cuspiu o seu suco todo em cima do prato de pães.
Uma garota ruiva de cabelos lisos e extremamente linda e sensual adentrou no salão. Por ser domingo, não usava o uniforme da escola. Usava uma calça de brim larga ao estilo rapper na cor verde escuro e uma blusa branca justa de manga 3/4 com decote canoa, acentuando seus seios e a cinturinha fina. Seus cabelos caíam soltos pelos ombros com uma franja no olho esquerdo e por onde passava deixava um cheiro irresistível.
O moreno só veio a reconhecer a garota quando esta lhe dirigiu um “bom dia”.
- Gi... Gina?! – ele estava mais que surpreso, estava aparvalhado. E não era o único a ter essa reação. O salão inteiro parecia partilhar da mesma emoção: admiração da partes dos meninos e inveja da parte das meninas.
A ruiva se sentou como se nada estivesse acontecendo e começou a comer, esbanjando classe e etiqueta na mesa.
- Virginia Weasley, desde quando você é educada à mesa? – seu irmão lhe dirigiu a palavra pela primeira vez desde que ela adentrou no salão. Ele parecia perigosamente vermelho – aliás, desde quando você deu para... Aparecer para os outros com essa entrada espalhafatosa no salão?
A garota o olhou com ar de sonsa.
- Eu? Entrada espalhafatosa? – fazia voz de inocente – Eu simplesmente desci para tomar meu café da manhã, maninho. Se os outros começaram ou não a prestar atenção em mim é outra história.
- NÃO SE FAÇA DE BOBA COMIGO!!! PRA QUEM VOCÊ ESTÁ TENTANDO APARECER, HEIN? ME DIGA!!! – Rony gritava a plenos pulmões como se Gina estivesse a quilômetros de distância. A essa altura, todo salão principal já olhava para eles, esperando que a garota ruiva tivesse a mesma reação que o irmão. No entanto, ela se manteve calma e controlada. Levantou-se lentamente antes de voltar a falar.
- Eu realmente não sei do que você está falando, Ronald. Só porque eu resolvi ter um pouco de classe, algo que você não tem, você ficou estressadinho. Ou será que esse fuzuê todo é por que eu estou chamando mais atenção que o seu amigo cicatriz, sem precisar arriscar minha vida para isso? – algumas pessoas que estavam no salão riram, principalmente a sonserina. Harry corou – deve ser por isso, não Rony? Você sempre foi doido para ser popular, porém nada pode fazê-lo ser, nem mesmo ser goleiro da Grifinória. E sabe por que, meu irmão? Porque você não é refinado. Não tem algo que todos os bruxos da socialite tem: classe. Vai viver sempre na sombra de seu amiguinho, vivendo às custas do reconhecimento dele, que aliás, é completamente desmerecido.
O irmão permaneceu em silêncio. Tentava digerir tudo que a garota lhe falara.
- Dói ouvir a verdade, não é mesmo irmão? Ouvir tudo aquilo do qual você tem fugido durante todos esses anos... Tudo aquilo que você tem escondido no fundo da alma...
- Agora já chega, Gina! – era Hermione que falava – já falou demais por hoje.
- Ora, ora... Se não é a doce namoradinha do meu irmão... Tão doce quanto uma víbora traiçoeira... – a ruiva tinha um sorriso cínico nos lábios.
A morena corou, mas não se deixou intimidar.
- Já não acha que está chamando atenção demais não, Gina? Como monitora eu...
- Virginia. Para você e todos os perdedores, meu nome é Virginia.
Mione mordeu os lábios, como se estivesse controlando a sua raiva.
- Que... seja. Como monitora, não posso aturar esse tipo de atitude da sua parte...
- Atitude? Mais que atitude? Eu estava quieta no meu canto, quando o seu queridinho veio cheio de raiva pra cima de mim. Não fiz nada de errado a não ser conversar. E se quer saber, Granger, você não tem nada que se meter. A briga aqui é entre irmãos, não inclui uma sangue-ruim como você.
A última frase que Gina falou espantou todo o salão. Até os sonserinos pareciam surpresos com a grifinória. Rony não falava nada, simplesmente olhava abismado para a irmã, assim como Harry. Mas a atenção de todos foi roubada por uma certa pessoa que entrou no salão.
Aos poucos, o salão antes silencioso, se encheu de cochichos. Todos olhavam para o loiro que atravessava a porta principal. Só notaram que era Draco Malfoy quando olharam seus olhos.
Ao invés do habitual cabelo loiro quase branco, a nova cor de seus cabelos era um loiro mais escuro, mas com mechas ainda na cor platinada natural. Em vez de colocá-los lambido para trás, com gel, deixou a franja cair por cima de seus olhos, o que o deixou muito mais sexy.
Suas roupas, que antes sempre tinham detalhes na cor verde, eram todas negras, o que lhe acentuavam a cor pálida de sua pele e a cor cinza azulada de seus olhos.
Ele sentou-se à mesa como se nada estivesse acontecendo (será que ele a ruiva combinaram isso?) e começou a comer polidamente, como todo Malfoy faz à mesa.
Pansy foi a primeira a falar com o “novo Draco”.
- Draquinho, querido... Você ficou uma graça com esse cabelo...
- Não enche, Parkinson. Quero comer minha refeição sem ter que vomitar.
Alguns colegas sonserinos, já recuperados do transe, riram.
- Mas Draquinho, querido...
- Eu não sou seu querido, Parkinson. Muito menos “Draquinho”. E para você é Malfoy. Agora suma daqui antes que eu me aborreça.
Pansy, ligeiramente constrangida, saiu de perto do loiro e foi se pendurar na gola de outro garoto sonserino. O loiro revirou os olhos e olhou para a mesa da Grifinória.
Sua namorada estava de pé, anormalmente calma, de frente para a Granger, o outro Weasley e o Cicatriz. Tinha certeza absoluta que algo estava acontecendo pouco antes dele adentrar o salão.
Mione ainda olhava para a mesa da sonserina e isso já estava irritando a ruiva.
- E aí? Até quando vai ficar babando pelo Malfoy? – sentiu certa raiva no peito por estar com ciúmes de uma garota como ela. Hermione não era bonita. De fato, tinha o seu charme de garota inteligente, mas que só serviu para conquistar o seu irmão, que também não era grande coisa.
Hermione se recompôs e deu uma olhada no namorado, que a encarava zangado. Deu um sorriso tímido como se pedisse desculpas ao garoto antes de se virar para Gina e a encarar.
Parecia uma eternidade. Antes que a sabe-tudo pudesse dizer algo, Virgínia virou as costas e saiu do salão. Já havia perdido completamente a fome.
Draco observou, orgulhoso, o comportamento de sua namorada. Dedicou-se completamente naquelas duas semanas a ensiná-la tudo o que podia sobre regras de educação e bom comportamento, em todos os tipos de ambiente. Como meta, não queria apenas mudá-la, queria torná-la aceitável para a sua família. Na verdade, ele não se importava com as atitudes da ruiva. Mas sabia que sua família ligava, e muito. Para que seus pais a aceitassem, ela deveria sobrepujar o seu sangue e provar que não se deve julgar uma pessoa apenas pelo seu sobrenome. E ela havia conseguido. Provara que nem todos os Weasley eram iguais.
Draco comeu rapidamente e malocou alguns biscoitos do bolso. Saiu do salão, recebendo olhares de admiração de quase todas as garotas de Hogwarts.
Se dirigiu aos jardins e lá encontrou a sua ruiva, encostada na árvore, esperando por ele.
- Bravo!-disse ele batendo palmas, enquanto se aproximava – nota onze para a nossa atriz principal! – ele estendeu os dois polegares para cima, como indicando a nota que acabara de dar.
Os dois se abraçaram e trocaram um beijo suave. Ao afastarem os lábios, Gina falou.
- Tudo isso graças a você. Se eu não o tivesse conhecido, não sei o que seria da minha vida...
- Nem eu. Como você pode viver sem mim por tanto tempo? – eles riram, um riso de felicidade. Pela primeira em muito tempo, Gina não se sentia tão completa. Era mais do que a união dos dois, era também o sentimento de vingança brotando em seu coração. Ah! Como era bom poder se vingar de todas aquelas pessoas que a humilharam , a destrataram como bruxa, se achando superiores... Agora sabia que a única pessoa superior a ela é e sempre será Draco. Ele era mais do que o amor de sua vida, era também o seu herói, seu príncipe encantado que viera lhe salvar de todo o mal. Embora soubesse que contos de fadas não existissem, e que era bem mais provável que o próprio Draco Malfoy fosse o mal, não pode deixar de sorrir enquanto abraçava o garoto e lhe dava mais um beijo terno e apaixonado.
- Ah, sim, antes que eu me esqueça... – ele meteu a mão no bolso e tirou algo – tome, trouxe-lhe alguns biscoitos.
Gina o olhou admirada. Até isso ele percebera! Parecia que eles tinham uma ligação mental, como se um adivinhasse o que o outro pensava. Deu um sorriso meigo, um sorriso que só ela podia dar e que Draco amava, e aceitou, muito agradecida. Enquanto comia, observava o seu namorado olhando para o horizonte, onde o sol já se estendia e ameaçava aquecer o dia. Percebeu o quanto era sortuda por ter alguém como ele por perto e percebeu que, para ela, Draco nunca seria “o mal”.
... Fim do capítulo 3 ...
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N/A: Oi povo!!!!
E aí? O que estão achando da fic???
Gente, não se irritem com a personalidade da Gina. Eu aviso antes que vocês se decepcionem: a Gina não vai ser aquela garota boazinha que aparece na maioria das fics D/G. Ela será, principalmente depois da tão esperada mudança que ocorreu, uma garota cheia de atitude e sensualidade. Sabe quando a gente imagina o Draco fazendo aquelas caras nojentas de desprezo que só ele sabe fazer? Pois então, imaginem a Gina fazendo isso, aí sim, vocês estarão bem próximos das características descritas da Gina na minha fic.
Não deixem de ler minhas outras fics: "Tchimitchanga: O Mundo Perdido" e "Entre o Céu e o Inferno"!!!!
DEIXEM COMENTÁRIOS!!!!
Bjinhos!!!
(¯`•._.•[ Princesa Chi ]•._.•´¯)
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