So Sick



Sentia falta dela. Há 2 meses ela havia partido. Havia sido estranho. Sem discussões, sem grosserias. Teria sido mais um desentendimento normal, se agora ele não sentisse tanto a falta dela e não tivesse a certeza de que ela jamais voltaria. Ela apenas havia ido embora. Ainda a amava, mas sabia que ela estava magoada demais para querer ouvi-lo. Daria um tempo a ela. O tempo a faria entender. Todo o tempo que ela precisasse, desde que ela voltasse pra ele.

Gotta change my answering machine
Now that I'm alone
Cuz right now it says that we
Can't come to the phone
And I know it makes no sense
Cuz you walked out the door
But it's the only way I hear your voice anymore
(it's ridiculous)
It's been months
And for some reason I just
(can't get over us)
And I'm stronger than this



“Vamos lá, Rony. Não fique assim... Reaja!” Ouvia isso constantemente de Harry e Gina, que estavam juntos desde o fim da Guerra e provavelmente se casariam em breve. Não era tão fácil. Mas era o que precisava fazer.

(enough is enough)
No more walking round
With my head down
I'm so over being blue
Crying over you

And I'm so sick of love songs
So tired of tears
So done with wishing you were still here
Said I'm so sick of love songs so sad and slow
So why can't I turn off the radio?



Tudo ali tinha o cheiro dela, o jeito dela. Lembrava-se de como ela estava feliz, o ajudando com tudo. Quando entrou para o Ministério e resolveu morar sozinho, ela o apoiou incondicionalmente. Ela ainda morava com os pais, mas passava tempo suficiente na casa dele. Ela o havia ajudado com a decoração. Morava num lugar tranqüilo, um vilarejo bruxo, numa casinha aconchegante. Lembrou-se do último passeio que deram pelo parque da vila, observando umas crianças brincarem.
“Sabe o que eu penso quando vejo essas crianças, Rony? Fico pensando em quando casarmos e tivermos nossos filhos... Provavelmente vamos passar tardes e mais tardes vendo-os correr por aí...” Deu um grande sorriso e o beijou apaixonadamente. “Você será uma mãe maravilhosa...” Ele dissera com um grande sorriso. “E você o melhor pai do mundo, Sr. Weasley...”

Mas não existia mais nada daquilo. O sonho havia acabado. Não adiantava mais chorar, isso não a traria de volta. Por que ele não conseguia apenas esquecer?

Gotta fix that calender I have
That's marked July 15th
Because since there's no more you
There's no more anniversary
I'm so fed up with my thoughts of you
And your family
And how every song reminds me
Of what used to be


Ainda doía pensar nela. E um misto de dor e raiva inundava seu coração quando lembrava do que havia acontecido.

15 de julho.
Haviam combinado de se encontrarem no Beco Diagonal para almoçar. Ele chagara mais cedo e passara na loja dos seus irmãos enquanto esperava por ela. Ela só sairia do St. Mungus dali a meia hora. Pensou em fazer-lhe uma surpresa. Passou na Floreios e Borrões e comprou o livro sobre o qual ela havia comentado dias atrás. Andou distraidamente pelas ruas. Ainda faltavam 10 minutos. Resolveu entrar no “Mágico Sabor” e esperar por ela lá mesmo. A duas mesas atrás, num canto meio escondido, alguém chorava copiosamente. Qual não foi a surpresa dele ao reconhecer a garota: Lilá Brown. Ela pareceu reconhecê-lo também. Ao vê-lo, abriu um grande sorriso e veio em sua direção. Ela estava mudada. Não a via há três anos. Desde o último ano em Hogwarts. Ela não participara da guerra. Fugira, como muitos outros, para outros países e só retornara quando tudo havia se acalmado, e Voldemort fora finalmente derrotado por Harry Potter.
-Oi. – ela havia dito timidamente – Posso me sentar com você? Faz muito tempo que não nos vemos...
Ele apenas assentira com a cabeça.
-Como está? – perguntou ele mecanicamente.
Não saberia responder, nem em mil anos, como, após 10 minutos de conversa, ela já estava se debulhando em lágrimas e contando como o namoro dela havia acabado de maneira drástica.
-E você? – ela perguntou após enxugar as lágrimas.
-Eu o quê?
-Tem alguém?
De todas as perguntas que poderiam ter sido feitas naquele inconveniente reencontro, essa era a última que ele achava que seria feita.
-Estou com a Hermione há três anos...
Ela pareceu desanimar. Um silêncio constrangedor pairou sobre eles... Ela respirou fundo.
-Acho que ainda sinto a sua falta... Gostaria de ter aproveitado melhor a chance que tive com você no nosso sexto ano...
Ele não sabia o que dizer. Só conseguiu murmurar que isso jamais aconteceria porque ele amava Hermione.
-Então me deixe apenas levar uma boa lembrança de você...
E sem que ele esperasse: ela o beijou. E em seguida desaparatou. Ainda atordoado ele viu uma massa de cabelos castanhos sair do restaurante. Sem mais pensar em nada, ele se levantou e a seguiu. Encontrou-a numa praça, no final da rua, olhando o lago e chorando silenciosamente.
-Mione, me deixe explicar...
-Não há o que explicar, Rony.
Preferia mil vezes que ela gritasse com ele e lhe lançasse mil azarações a olhá-lo daquela forma, com decepção nos olhos.
-Por favor, eu amo você...
Ela apenas se virou e foi andando.
-Mione... – ele a segurou pelo braço. Ela parou ainda de costas pra ele.
-Por favor, Rony, não me procure mais...


E ele simplesmente a deixou ir. Agora estava arrependido de não ter feito aquela cabeça-dura entender que a Lilá era maluca e que ele não tinha culpa de nada. Agora era tarde demais. Dois meses haviam se passado. Não adiantaram as cartas, os berradores; ela simplesmente o havia ignorado. Agora era tarde demais.

(Leave me alone)
Leave me alone
(Stupid love songs)
Don't make me think about her smile
Or having my first child
Let it go
Turning off the radio


Lembrou-se da última noite que passaram juntos, das infindáveis juras de amor e planos para o futuro. Uma lágrima molhou seu rosto.
Uma coruja. O Harry e a Gina dizendo que passariam por lá mais tarde.

-Rony, você não pode se enterrar em casa, parar de viver, já faz dois meses.
-O Harry tem razão. Você não quer sair com a gente, dar uma volta, sei lá...
-Não, obrigado.
-Por que você tem que ser tão cabeça-dura? E a Mione também. Eu não vou permitir que meu irmão se afunde nesse poço de tristeza. Nem a minha melhor amiga.
-Ela não se importa comigo. Nem ao menos me deixou explicar... Eu não tive culpa...
-Nós sabemos, cara. Mas não é por causa disso...
-Nem vem, Harry. Ela me ignora. Não respondeu a nenhuma das minhas cartas...
-Talvez esteja aí o problema. Você deveria ter ido até lá Rony, com a sua melhor cara, seu melho pedido de desculpas e sua melhor declaração de amor. Vá atrás dela, o que você está esperando? Que ela apareça aqui?

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Comentários (1)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    SIMPLISMENTE P-E-R-F-E-I-T-O ESSE CAP. A-M-E-I *.*#MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.*CHOREI E MUITO AQUI :)

    2013-03-07
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