PRISIONEIROS EM HOGWARTS
Harry se sentiu mal pelo o que Hermione dissera, ele não havia contado a nenhum dos dois sobre a profecia que dizia que, no fim, ou ele matava Voldemort, ou Voldemort matava ele, o que Harry achava muito mais provável.
— Harry, o que você tem? — Perguntou Rony.
— Vamos dar uma volta. Pelo castelo mesmo — disse Harry.
Harry guiou Rony e Hermione até o sétimo andar. Harry só pensava que precisava de um lugar para poder conversar com Rony e Hermione em paz, sem que ninguém aparecesse. Um lugar arejado, com árvores e com um dia bonito, quando uma porta se materializou no meio da parede. Harry abriu a porta e mandou que Rony e Hermione entrassem.
A Sala Precisa desta vez se transformou nos jardins da escola num excelente dia de verão, com uma grande jarra de suco de abóbora próxima ao lago. Porém, Harry percebeu, não existia a cabana de Hagrid.
— Uau! — Exclamou Rony entrando na Sala e indo até o lago. — Alguém está com sede?
— Vamos andar um pouco? — Perguntou Harry e os três começaram a andar pelo gramado à volta do lago. Harry contou tudo a Rony e Hermione. Tudo o que ele conversara com Dumbledore, a profecia, Neville, Sirius, Sibila Trelawney, o que acontecera no átrio do Ministério da Magia no dia em que Sirius morrera, como Dumbledore dera vida às estátuas da fonte. Quando ele terminou, Hermione gaguejou:
— Harry, desculpe pelo o que falei de Voldemort no café. Eu… não sabia.
— Tudo bem, você não tem culpa.
— Harry, — disse Rony — acho que sei como você se sente. Tudo isso sobre Você Sabe Quem no jornal, várias pessoas atacadas, várias leis mudadas por culpa da volta dele. Deve ser bastante difícil.
— E é. — disse Harry se sentando encostado a uma árvore e se servindo de suco de abóbora, quando, pela segunda vez naquele dia, Harry se assustara e quase cuspira o suco que estava na boca dele.
— Creio ter-lhes proibido de sair — disse Alvo Dumbledore parado à porta da Sala Precisa. — Devo reconhecer que esta idéia é bem original e não lhes oferece perigo. Podem usá-la quando quiserem. Mas devo atrapalhá-los hoje. Por não terem comparecido à Oclumência ontem, hoje começarão uma hora mais cedo, já passaram das três horas. Acho que vocês deviam ir até às cozinhas, pegar um pouco de comida, o almoço já foi retirado há bastante tempo, para que vocês tenham energia para bloquearem suas mentes.
Dumbledore saiu da sala e Harry, Rony e Hermione o seguiram. Às quatro e meia, com o estômago cheio de comida oferecida pelos elfos na cozinha, Harry estava entrando na sala de Dumbledore para mais uma aula de Oclumência. Harry já estava ficando cheio de Oclumência todos os dias, ele tinha uma idéia.
— Professor Dumbledore — disse Harry se sentando mais uma vez na cadeira defronte ao diretor —, será que o senhor não poderia colocar as nossas aulas, as minhas, as do Rony e da Hermione com uma freqüência semanal menor?
— Harry, eu o farei quando eu achar que as suas cargas de Oclumência por semana já estiver demais, ou seja, quando eu vir que vocês já sabem o suficiente para poder diminuir, Harry. Por hora, eu ainda acho necessário Oclumência todos os dias. Vamos começar?
Harry concordou desanimado, a vontade que ele tinha era de deixar aquilo tudo de lado e sair naquele momento da sala do professor Dumbledore, mas ele de repente se lembrou de Sirius e resolveu continuar com a Oclumência.
*
— Mais um treino desses, eu saio do time.
— Nem morta.
Todo o time da Grifinória retornava à Torre da Grifinória após um treino realmente exaustivo. As pernas de Harry não paravam de tremer à medida que o mês de setembro terminava, mas não era só com isso que o garoto estava preocupado. Ele não esquecia, e Hermione não parava de lembrar, que os exames simulados de N.I.E.M.s estavam se aproximando. E Harry, com aulas de Oclumência, reuniões da AD e com os treinos de Quadribol, mal tinha tempo para pensar em fazer seus deveres de casa, que eram cada vez maiores e mais difíceis. E sequer estudar como deveria para os exames simulados práticos que ele faria em Feitiços, Defesa Contra as Artes das Trevas e os exames práticos e escritos em Transfigurações. Hermione parecia estar à beira de um ataque de nervos, pois tinha treinos de Quadribol e aulas de Oclumência para impedir a garota de estudar como ela achava que deveria.
— Boa noite — disse Rony para todos.
— Nada disso! — Exclamou Hermione segurando Rony pelas costas das vestes do garoto. — Nós temos exames daqui a uma semana, você vai ao seu dormitório com o Harry — ela apontou para Harry — e os dois vão pegar seus materiais de Feitiços, Defesa Contra as Artes das Trevas e Transfigurações e vão voltar para cá para estudarmos! Vão, agora!
Harry e Rony não pensaram em contestar, foram sem dizer uma palavra ao dormitório, apanharam os materiais e voltaram para a Sala Comunal, onde Hermione já estava em frente à lareira, sentada numa poltrona fofa de costas para os garotos e de frente para o buraco do retrato da Mulher Gorda.
— Vamos começar com Transfigurações, pois será o primeiro. Daqui a duas segundas-feiras.
Os garotos começaram a estudar a teoria do feitiço de dar vida a objetos, o que Harry achou muito difícil. Eles fizeram uma redação que Hermione mandara (“O melhor jeito de assimilarem é listando” disse ela), que nem Harry, nem Rony gostaram de fazer e depois começaram a dar vida a quase todos os objetos dentro da Torre. Quando as poltronas, penas, mesas, caixas, livros, etc. já estavam andando, falando e reclamando dos seus formatos, Harry, Rony e Hermione apontaram as varinhas para todos os objetos e disseram Matrus e todos os objetos foram voltando a ser somente objetos aos poucos. Quando eles terminaram de tirar a vida das coisas na torre, Harry achou que finalmente poderia ir dormir. Ele estava cansado do treino e já era quase uma hora da manhã, mas para a infelicidade dele, e claramente da de Rony, Hermione os mandara praticar novamente.
O dia estava quase amanhecendo quando Hermione finalmente liberara os garotos. Eles, exaustos, tentaram ir dormir, mas quando eles entraram no dormitório, Neville, Simas e Dino já estavam trocando os pijamas pelas vestes de Hogwarts para tomarem café e, após, irem para a aula de Feitiços.
— Nós teremos exames disto também — disse Harry, completamente exausto, desanimado e quase desesperado, olhando para Rony.
— Eu não agüento nem levantar a varinha, Harry.
— Nem eu.
Neste momento, Dino, Simas e Neville saíram do dormitório e Harry se deitou na cama.
— Só dez minutos, a gente descansa um pouco e depois vamos tomar café.
— Boa idéia, Harry — disse Rony se deitando na cama também.
Antes que Harry pudesse pensar em tirar os óculos, ele já estava ferrado no sono.
Harry abriu os olhos e viu a manhã pela janela. Será que ele dormira só os dez minutos que ele combinara com Rony? Para responder à sua pergunta, Neville Longbottom disse:
— Ei, Harry. Vamos tomar café. Falta pouco para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.
— Defesa Contra as Artes das Trevas? Isso não é amanhã? Hoje é Feitiços.
— Não. Defesa Contra as Artes das Trevas é hoje. Feitiços foi ontem, mas você dormiu o dia todo.
Digerindo todas essas informações rapidamente, Harry se levantou da cama bruscamente e viu que Rony também levantara correndo.
— Como assim dormimos o dia inteiro? — Perguntou Rony para Neville.
— É! Dormiram o dia inteiro — respondeu o garoto. — Eu até vim aqui na hora do almoço, mas vocês continuavam a dormir.
Rony saiu correndo do dormitório, mas Harry, percebendo que não havia mais nada a fazer para repor as aulas de ontem, permaneceu no quarto, quando Rony voltou ofegante, mas sem palavras e notavelmente aterrorizado.
Harry acalmou Rony, explicou que não havia nada a fazer (“Se ao menos nós tivéssemos um vira-tempo!” Exclamou Rony) e desceu com o amigo para o Salão Principal para encontrarem uma Hermione com uma cara muito fechada.
— O quê foi? Dormiu demais também? — Perguntou Rony se sentando ao lado de Hermione
— Não! Mas alguém contou à professora McGonagall o motivo de vocês terem faltado à aula dela e ela me tirou vinte pontos por causar exaustão em vocês.
Harry sentiu vontade de rir, mas achou que Hermione ficaria ainda mais zangada, então o garoto voltou sua atenção para o seu mingau com aveia.
— Hermione, como você agüentou ficar acordada ontem o dia inteiro, vai me dizer também que teve Oclumência, uma coisa assombrosamente cansativa?
Hermione pareceu ficar mais calma, e mais envergonha-da, pois ela estava ficando vermelha.
— Eu… eu não agüentei — respondeu a garota. — Eu desabei no meu tinteiro no meio da aula de História da Magia enquanto tomava as notas de que o Prof. Binns estava explicando. Manchei as minhas vestes, o meu cabelo e um bom pedaço do chão da sala de História da Magia com tinta verde. Foi vergonhoso, ainda mais para uma monitora. Aí ele me mandou para a Ala Hospitalar e a Madame Pomfrey me levou até o dormitório para ter certeza de que eu iria dormir.
— Vamos, temos Defesa Contra as Artes das Trevas — disse Harry quando ouviu a sineta tocar avisando o final do café da manhã e o início das aulas daquele dia.
Oito horas depois, Harry estava indo para a sala de Dumbledore para mais uma sessão de Oclumência. Harry imaginava se o diretor já sabia o que havia ocorrido no dia anterior, quando se lembrou de que ele faltara a mais uma Oclumência em três dias. Harry abriu a porta da sala de Dumbledore, onde o diretor já o esperava.
— Boa tarde, Harry — disse o diretor. — Harry, quanto a sua proposta de reduzir as aulas de Oclumência, eu andei pensando. Esta semana, em virtude das suas faltas, você irá ter Oclumência até Domingo, mas na próxima semana, somente às segundas, quartas e sextas. Por favor, avise ao Sr. Weasley e à Srta. Granger. E quero que peça à Srta. Granger, que não mais os obrigue a estudar durante a madrugada. Vocês têm aula e não podem faltar.
Harry saiu da sala do diretor quase duas horas depois, muito cansado e com muito sono, mesmo depois de ter dormido um dia inteiro.
Harry entrou na Sala Comunal da Grifinória, contou a Rony e Hermione sobre as aulas de Oclumência, o quê fez Rony comemorar e Hermione ficar na dúvida se sentia alívio por ter mais tempo para estudar ou aflita por temer não conseguir bloquear a mente treinando com uma carga horária inferior.
Na manhã seguinte, Harry foi acordado por um barulho de malões sendo arrastados, levantados, derrubados no chão, lençóis rasgando e um palavrão em voz alta da parte de Dino Thomas. Harry colocou os óculos e viu que Pirraça, o Poltergeist, estava quebrando todo o dormitório, as cortinas da cama de Harry já até haviam sido rasgadas. Sentindo muita raiva de Pirraça, Harry brandiu a varinha e gritou em direção a ele:
—Imobilus!
Pirraça parou no ar, no meio de uma acrobacia e assim ficou até cair no chão com um baque surdo.
— Ventatus! — Harry brandira novamente a varinha em direção a Pirraça e ele saiu voando do.
Rony agitara a varinha para as várias coisas quebradas e dizia Reparo, tudo voltava a ficar inteiro, mas o quarto continuava a ficar desorganizado, Simas Finnigam então, com a varinha em punho, gritara Arrumar Quarto, e tudo voltara ao normal.
Harry desceu para o Salão Principal para tomar café da manhã, mas o Salão Principal estava com as portas fechadas. Vários alunos estavam parados em frente à porta, todos perguntando o que acontecera.
— Vamos, vamos. Vocês ouviram a professora, vão para os seus dormitórios até que o diretor das suas casas mande vocês para as aulas e não saiam de lá — disse Hermione para os alunos, aos poucos a multidão se dissipava. Quando todos os alunos se retiraram, Hermione se virou para Harry e Rony:
— McGonagall disse que é uma reunião extraordinária da Ordem da Fênix, mas eu acho que, se fosse mesmo reunião, seria na sala do Dumbledore, não no Salão Principal.
— Eu queria saber quem está aí — Rony apontou para a porta do Salão com a cabeça.
— Eu não sei — disse Hermione. — Mas deve ser urgente.
— Ei! Eu tive uma idéia. Venham comigo.
Harry levou Rony e Hermione até o seu dormitório, onde ele tirou um pedaço de pergaminho velho e em branco de dentro da gaveta do seu criado-mudo.
— Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom.
O pergaminho deixou de estar em branco, agora aparecia nele um mapa, um mapa de Hogwarts e todas as pessoas que estavam dentro dela. Harry viu três pontinhos onde ele estava e leu na legenda: Harry Potter, Hermione Granger, Ronald Weasley, Harry olhou para o lugar que indicava o Salão Principal no mapa e viu mais de quarenta pontos dentro dele. Porém cerca de vinte, destes quarenta pontos, estavam à volta de um único ponto (um pouco maior do que os outros) intitulado Rúbeo Hagrid.
— Legal! Ele voltou! — disse Harry, mas Hermione apontou para três dos pontos que estavam à volta de Hagrid. Harry olhou na legenda e viu que os pontos se relacionavam à Augusto Pye, Eddie Cook e Agneus Sung. Ao lado do nome deles, estava um símbolo de uma cruz. Quando Rony gaguejou:
— Espera aí! Pye, esse não é o nome daquele curandeiro do St. Mungus que tentou costurar a perna do meu pai no ano passado?
— É. É verdade, Rony — disse Hermione. — Mas será que…
— Hagrid foi atacado. Só pode ser isso. Foi atacado enquanto estava numa missão da Ordem da Fênix. Olhem. Os três estão levando Hagrid embora do Salão Principal. Temos que ir lá. Andem! Vamos! Malfeito Feito!
Harry apagou o mapa e o deixou sobre a sua cama.
Harry, Rony e Hermione saíram correndo do dormitório, cruzaram a Sala Comunal da Grifinória e, ainda correndo cada vez mais rápido, foram até o Saguão de Entrada. Mas quando eles chegaram aos pés da grande escada de mármore, encontraram somente Dumbledore fechando as portas de carvalho que eram à entrada do castelo.
— Sinto informa-lhes que Hagrid já foi levado para o St. Mungus.
— Mas o quê ele tem, Professor?
— Acho que você já chegou a esta conclusão, Harry. Hagrid foi atacado num serviço para a Ordem da Fênix e foi levado para o hospital.
— Não acredito — disse Harry. — Será que podemos…
— Vocês não podem sair do castelo — Interrompeu Dumbledore. — Esqueceram?
— Não — disse Harry triste. — Eu só queria vê-lo.
— Eu sei. Mas em breve ele estará de volta.
— Mas, Prof. Dumbledore — disse Hermione — na quinta série, quando Umbridge foi atrás de Hagrid enquanto nós fazíamos os N.O.M.s de Astronomia, Hagrid não se machucou por ser um meio gigante, como é que…
— Hagrid foi atingido pela maldição Avada Kedavra, Srta. Granger. — Dumbledore interrompera agora Hermione, Harry fez uma cara de pânico. — Mas por ser meio gigante, ele não foi morto, só ficou desacordado e assim estará por uns dias.
— Mas, Professor — Harry interveio —, por que Hagrid foi trazido até aqui ao invés de ser levado diretamente ao St. Mungus?
— Receio — Respondeu Dumbledore apreensivo —, que ele foi atacado nos portões de Hogwarts. De acordo com algumas testemunhas que estavam em Hogsmeade na hora em que tudo aconteceu, Hagrid saíra do Três Vassouras e vinha em direção ao castelo, quando um Comensal da Morte, que tentava entrar, forçou Hagrid a trazê-lo para cá. Hagrid negou… e foi atacado. O Comensal desaparatou e Hagrid entrou na escola. Apareceu no Salão Principal e desmaiou antes que qualquer aluno pudesse entrar. Eu sinto em informá-los, mas eu terei de voltar atrás com as aulas de Oclumência de vocês. Agora, mais do que nunca, vocês precisam treinar todos os dias. Eu sinto muito, mas com Voldemort cada vez mais perto, vocês precisam estar preparados. Harry, eu quero que você esqueça os princípios básicos com a AD e parta logo para a parte avançada. Com todos eles. Entendeu? O que você não souber, a sua sala de aulas tem os livros necessários para te ajudar. Agora, voltem aos seus dormitórios e não saiam de lá. Na hora da Oclumência, eu, o prof. Flitwick e o Prof. Davi iremos até à torre. O almoço e o jantar serão servidos na própria torre. Agora vão. As aulas serão retomadas amanhã. Nós estaremos em reunião da Ordem da Fênix o dia inteiro. E você não vai treinar Quadribol hoje. Não quero você fora do castelo.
*
Harry estava voltando para a Torre da Grifinória com Rony e Hermione e abrira um largo sorriso.
— Dá pra explicar o riso? — perguntou Rony com um olhar bastante intrigado.
— Não. Só o que eu digo é que eu quero todo o time pronto para treinar às sete e meia da noite.
— Sabe? — Perguntou Rony quando eles passaram pelo buraco do retrato. — Eu nunca esperaria isso de você, Harry. Sempre foi a Hermione que não contava nada.
— Você vai ver. Não seja tão ansioso. Após a aula de Oclumência, nós vamos treinar Quadribol.
— Você não vai dizer, então não vou perguntar como — disse Rony com um grande tom de curiosidade na voz ao se sentar no canto do sofá em frente à lareira.
Harry ficou a tarde inteira jogando Snap Explosivo com Rony contra Hermione e Gina. Às cinco e meia, Dumbledore, Flitwick e Davi apareceram na torre. Dumbledore levou Harry até o dormitório, Flitwick levou Rony até o dormitório da primeira série, expulsando quem estava dentro. E Davi, por não poder entrar no dormitório feminino, levou Hermione para o dormitório dos alunos da segunda série.
Os três professores saíram da Torre da Grifinória às sete horas. Meia hora depois, todo o time de Quadribol estava sentado em cadeiras quando Harry, carregando sua Firebolt Segunda Geração disse a todos:
— Vamos.
Harry levou o time ao sétimo andar, pensando o tempo todo no campo de Quadribol que estava lá fora, exatamente com as condições climáticas do dia fora do castelo. Então a porta da Sala Precisa apareceu. Guto e Alexandre, que provavelmente não conheciam a Sala, se assustaram ao ver a porta se materializar na parede.
Quando Harry abriu a porta da Sala, viu-se mais uma vez nos jardins do castelo, mas agora ele estava a poucos metros do campo de Quadribol. Todos foram até o campo, apanharam as vassouras (aqueles que não as possuíam) no armário e foram até o campo.
— Vocês já devem ter percebido que eu não posso sair do castelo sozinho — disse Harry no vestiário da Grifinória. — Então, nós dependemos do Prof. Dumbledore para podermos treinar. Assim, podemos treinar todos os dias, até quando houver outra casa usando o campo. Agora, vamos treinar.
Todo o time ia bem no treino, mas um imprevisto acontecera. Alexandre fora atingido por um Balaço mandado por Gina e caíra de uma altura de mais de vinte metros. Ele quebrara um braço e uma perna.
— Você está bem? É claro que não está. Desculpe pela pergunta idiota — disse Harry ao impedir que Alexandre chegasse ao chão após cair da vassoura. — Vamos. Ala Hospitalar.
Hermione conjurou macas que levaram Alexandre até Madame Pomfrey.
— Ele já está bom — disse Madame Pomfrey após examinar Alexandre e dar a ele um cálice de uma poção roxo berrante que fumegava uma fumaça vermelho sangue. A poção não parecia ser boa a julgar pela cara que Alexandre fazia a beber um gole da poção. — Mas aconselho que ele só volte a voar depois de amanhã.
Harry, Rony e Hermione voltaram à Sala Comunal da Grifinória após Madame Pomfrey expulsá-los da Ala Hospitalar (¬“Este menino tem que descansar! FORA!”).
— O que será que Dumbledore vai falar? — Perguntou Hermione se sentando numa poltrona vermelha próxima a lareira.
— Do quê? — Perguntou Rony.
— Do Alexandre — respondeu a garota. — Ele nos mandou ficar na Sala Comunal e nós saímos, o resultado foi um aluno com dois membros quebrados.
— O que ele vai falar eu não sei — disse Harry se levantando e bocejando longamente. — Tudo o que sei é que eu vou dormir. Boa noite.
— Eu também vou — disse Rony. — Boa noite, Hermione.
— Boa noite.
— Potter, venha aqui, por favor. Agora.
Era a professora McGonagall, ela aparecera no buraco do retrato da Mulher Gorda. Harry, que já estava ao pé da escada que levava ao seu dormitório deu meia volta em direção à professora McGonagall.
— Potter, creio que você já sabe que Hagrid foi atacado esta manhã e que nós estivemos em reunião da Ordem da Fênix durante todo o dia. Nós viemos lhe avisar que, não só para a sua, mas para a segurança de todos dentro deste castelo, você irá seguir com a AD duas vezes por semana. Agora, com licença.
Harry foi se deitar pensando em como seria perder todos os fins de semana com a AD. Mas quando ele acordou na manhã seguinte e desceu para tomar o café da manhã, ele viu que não haveria muita diversão nos fins de semana para ninguém.
Pela primeira vez durante o ano letivo, Dumbledore impediu que os alunos que chegavam saíssem até que toda a Hogwarts estivesse no Salão Principal. Sentindo-se confusos por não poderem sair do Salão e pela cara de extrema preocupação de Dumbledore durante todo o café, os alunos foram surpreendidos quando o diretor se levantou e começou a falar.
— Sua atenção, por favor. Devido às novas medidas de segurança adotadas ontem à tarde, todas as visitas a Hogsmeade estão canceladas. Nenhum aluno pode sair do castelo. De modo algum. As partidas de Quadribol serão numa sala especial, vocês entenderão tudo quando a virem. No natal e na páscoa, para os alunos que passam as férias em casa, os alunos irão sair do castelo de outra forma. Esta que nós decidiremos à época. A Herbologia, que era a única disciplina a ainda ter aulas nos jardins da escola, será trazida para dentro do castelo. Salas de Aula número quinze, dezesseis, dezessete e dezoito. E para garantir que nenhum aluno saia do castelo, todas as portas estarão trancadas todo o tempo. A Rede do Flu está bloqueada. As corujas continuam a ser interceptadas e nenhuma carta informando estas medidas sairá da escola. Peço ao monitores, ao monitor e monitora chefe que vigiem todo o castelo para que nenhum aluno deixe de cumprir as novas medidas. Agora, podem ir para as suas aulas.
Harry ouviu Hermione comentar que eles estavam presos. Presos em Hogwarts.
Era óbvio, pensou Harry, que a professora McGonagall iria comentar alguma coisa sobre isso tudo na aula dela. Ela tinha que falar alguma coisa.
— Vocês já sabem, é óbvio, das novas medidas de segurança que entraram em vigor hoje — a Professora franziu o rosto, como se achasse um absurdo que todos tivessem que ficar trancados em Hogwarts. — Então, peço que nenhum aluno da Grifinória me decepcione e tente sair do castelo. Lamento informar que nós íamos sediar a Copa Escolar de Quadribol, para aqueles que não conhecem a Copa, é um torneio de Quadribol com os melhores jogadores de Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang, assim como o Torneio Tribruxo. Mas, pelas novas medidas, isso será impossível, e Hogwarts provavelmente não participará da Copa. O nosso diretor está em contato com Madame Maxime e o novo diretor de Durmstrang para acertar tudo. Peço que não esperem um bom resultado. Mas, voltando ao assunto das novas medidas, repito que não quero ninguém tentando sair do castelo, e para aqueles que o fizerem, haverá uma punição, que não será nada agradável — Harry e Rony se entreolha-ram. Harry sabia que Rony estava pensando que tudo aquilo era culpa dele. Harry não gostava disso. Ele já estava farto de, a cada passo que ele desse, alguém criasse uma nova norma de segurança para que Voldemort não o apanhasse.
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