A Mão Habilidosa de Snape
'Lumus!'
Hermione estendeu sua varinha luminosa para iluminar o quarto dela. Ela acordara pelo barulho do que soou como um barulho distante de uma construção – Lilá estava roncando. Parvati estava dormindo também. O peiro dela subia e descia; ela sorria contente da terra dos sonhos. As outras duas meninas tinham as costinas fechadas.
Saindo cuidadosamente da cama para o chão gelado de madeira, ela parou em frente às camas de suas colegas. Lilá suspirou e virou-se no sono. Hermione parou, com medo de ser pega. Apenas quando a respiração de Lilá voltou a ficar pesada foi que ela ousou abrir a porta do banheiro. Iluminando o recinto, ela passou a luz por sobre a miríade de garrafas e potes sobre a pia.
‘Vanity’ – Serum Fortalecedor e Alisante de Cabelos.
‘Vanity’ – Shampu para Cachos Sedosos.
‘Vanity’ – Condicionador para Cabelos Danificados por Feitiços.
‘Vanity’ – Spray para Reforçar Feitiços de Penteados.
‘Vanity’ – Halloween Spray Essencial Leave-In.
‘Vanity’ – Pré-lavagem Capilar, com Essência de Murtlap a 0.3%.
Hermione abriu a tampa do condicionador e deu uma cheirada no conteúdo para investigar. Cheirava a laranja e parecia ser de boa qualidade. A garrafa era pequena e a embalagem opulenta. Era definitivamente luxuosa, uma das melhores do mercado. Levantando mais a varinha, ela leu a etiqueta:
Pegasus Produtos Pessoais, Lancashire, Inglaterra.
Serviço de Atendimento ao Consumidor e Conselhos quanto ao cuidado com Cabelos disponíveis via correio-coruja.
Escritório Registrado: Residência Netuno, Ilha Spice.
Não ingerir. No caso de ingestão acidental, beber uma infusão de chá de folhas de ervilha doce enquanto se dirige diretamente ao St. Mungo's.
Ela colocou gentilmente o condicionador dentre as outras garrafas e fechou quietamente a porta do banheiro e voltou à cama. Vanity era um grande sucesso. Os produtos deles eram usados, ou pelo menos conhecidos, por cada bruxa e bruxo do mundo. A mãe de Draco provavelmente compraria a loção de camomila no lançamento, separando-se de um pouco da sua preciosa fortuna Malfoy. Draco provavelmente havia sido banhado quando era pequeno com a Vanity “Infusões Infantis”, uma linha de produtos homeopáticos para bebês. Aquele elitista esnobe provavelmente usava o creme de barbear deles – Elixir Facial Netuno para Homens Mágicos – e amanhã quando ele acordasse e fosse para o banheiro usaria. Isto é, se ele sequer já se barbeava. Ela duvidava que já.
Hermione afofou o travesseiro, se deitou e puxou o cobertor até o queixo. Ela estava rica, feliz e com o homem que amava.
E não era só ela que Vanity estava fazendo feliz hoje.
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“Não, Alvo. Eu não aceitarei isso. Eu vejo a situação pelo que ela é – uma loucura total.” Minerva balançou a cabeça descrente, cruzou os braços e recusou a oferta de chocolate quente e creme que ele fez.
O Diretor suspirou, recostou-se na cadeira e fez um gesto grandioso para pegar um dos biscoitos. “O que está feito, está feito. Mesmo que quiséssemos interferir, temo que não poderíamos. Somente o tempo e a inteligência combinada de ambos pode achar uma solução para o problema deles – se é que isso é um problema.”
“É claro que é um problema! É a tolice mais ridícula que já presenciei nos meus quarenta anos de ensino em Hogwarts.”
“Pode haver algo mais acontecendo aqui do que apenas incoveniência e impropriedade,” Alvo suspirou. “Você sabia que ele saiu com ela do Castelo ontem? Eu não acho que eles tenham ido comprar ingredientes para poções, tampouco.”
A pergunta de McGonagall estava cheia de suspeitas. “Aonde eles foram?”
O Diretor alisou lenta e pensativamente sua barba. “Não sei dizer. Eu só espero que ele mantenha a Srta. Granger bem longe de Tom e seus seguidores. Temo que exista mais em jogo do que a honra Grifinória, Minerva.”
Ela levantou rapidamenta a cabeça, estreitou os olhos, escrutinando o colega. “Você não pensa que ele iria-“
“O que eu estou dizendo,” ele a interrompeu, “é que eu acho que talvez precisemos manter uma vigilância maior sobre as idas e vindas de agora em diante. Ele ainda considera Lestrange e Avery ‘amigos’, e eu acredito que ela também deve fazer o mesmo. Existe algo ocorrendo, e eu ainda não sei o que é.”
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A semana após a ida deles à Residência Netuno pareceu passar muito devagar. Hermione não havia visto Severo desde o retorno deles a Hogwarts na segunda de manhã bem cedo. Eles haviam se despedido com um breve beijo no Hall de Entrada um pouco antes das cinco da manhã. No dia seguinte ela estivera tão cansada que havia lutado consigo mesma para prestar atenção às aulas. Felizmente, Snape, que não era tão mal, maneirou com ela. Ele ignorou-a quando ela sentou-se no fundo da sala dele, e ele resistiu à tentação de fazer algum comentário sobre a notória falta da mão dela erguida quando quer que ele fizesse uma pergunta.
Na quarta, Hermione sentiu-se um pouco melhor, mas seu sono estava tão perturbado que a concentração dela caiu dramaticamente. As noites dela eram cheias de excitação e antecipação – excitação pelo sucesso dos negócios deles e antecipação por quando poderia estar sozinha com Severo de novo.
A necessidade física de tocar e sentir o corpo quente dele envolvendo o dela excitava e frustrava-a. Ficar deitada na cama não ajudava em nada a diminuir a vontade de tê-lo. A escuridão fazia com que a imaginação sugestiva dela trabalhasse demais, trazendo deliciosos sonhos do corpo dele cobrindo o dela, ele pulsando ritmicamente dentro dela. Ela o queria tanto que parecia estar num estado de excitação constante e insaciável. Ele havia transfomado-a numa ninfomaníaca que só ele mesmo podia satisfazer. Ela era agora um monstro lascivo e libidinoso de prazer, um MONSTRO da Categoria SEXO, cujo ‘apenas um mago habilidoso poderia manusear.’
Na quinta, a aula de Transfiguração foi de longe a pior da semana. A Diretora de sua Casa parecia determinada a olhar para ela como se ela fosse algum tipo de prostituta. Vingando-se no que podia, McGonagall subiu o nível da aula para o de Mestres, de modo que nem Hermione, em sua exaustão, conseguia acompanhar. Para a satisfação de Minerva, Hermione teve que perguntar as instruções de novo mais de uma vez.
A última aula da semana era uma dupla de Defesa Contra as Artes das Trevas na sexta à tarde. Exercícios não-verbais haviam progredido para o trabalho em dupla, com os estudantes tentando lançar e repelir feitições com um parceiro. Hermione trabalhou com Neville, escolhendo-o por achar que ele era a pessoa com menor probabilidade de lançar alguma azaração nela. Ele passou a aula toda com o rosto vermelho, lutando para fazer o feitiço funcionar sem sussurrar o encantamento.
Cada vez que Snape circulava pela sala ele chegava um pouco mais perto de Hermione do que na vez anterior. Ao parar atrás dela, fuzilando Neville com os olhos, ela teve certeza de ter sentido a respiração dele em seu pescoço.
“Longbotton!” ele falou de repente. Hermione sobressaltou-se com o som súbito da voz dele. “Pelo amor dos deuses, garoto, visualize o efeito do feitiço na sua mente. O que falta a você é concentração. Granger – mostre a ele.”
O pobre Neville parecia apavorado. Faíscas saíam de sua nova e brilhante varinha e colocaram fogo na perna da calça dele. Ele corria e saltava pela sala, gritando e se sacudindo como um Banshee. Malfoy se dobrava de rir e Goyle jogava bolinhas de pergaminho, tentando dar mais combustível às chamas. Harry, Ron e Hermione tentaram segurar Neville para que ele parasse e se acalmasse. Eventualmente, o Professor Snape, a varinha em punho, colocou-se perto o suficiente para lançar dois feitiços numa rápida sucessão.
'Locomotor Mortis!' ele gritou, congelando Neville no lugar.
‘Aguamenti!’ Um jato de água extinguiu as chamas.
Snape olhou por sobre seu longo nariz para seu pupilo, que se mantinha rígido a sua frente, com as calças fumegando. A voz dele estava baixa e sedosa quando ele falou com certo sarcasmo, “Parece-me, Sr. Longbottom, que sua veia destrutiva não se limita à sala de Poções. Menos cinco pontos da Grifinória por alterações não autorizadas ao seu uniforme escolar. E dez pontos por tentativa intencional de incêndio.”
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A manhã de sábado chegou e Hermione estava sentindo-se cansada e ressentida. Ela crocitou um ‘Bom Dia’ para Ron ao sentar próxima a ele no café da manhã.
“Bom dia, flor,” brincou Ron, com um humor insanamente feliz. “Está indo assistir a seleção para o time de Quadribol essa manhã?”
“Claro,” ela respondeu. Na verdade, ela havia se esquecido de todo daquela seleção para o time de quadribol. Passar a manhã no campo de quadribol não estava exatamente em sua agenda. “Depois dos testes, eu acho que nós deveríamos ir ver o Hagrid.”
Ela olhou mais atenciosamente para o amigo ao falar e ele parecia nervoso. “Ron, você não está nervoso com nada, está?”
“Não, de jeito nenhum,” ele respondeu, derrubando comida. “Hum, é, a gente devia ir ao Hagrid vê-lo. Nenhum de nós explicou a ele porque não estamos cursando a disciplina dele dos N.I.E.M.s e ele não tem comido na mesa dos professores a semana toda.”
Harry olhou por cima do café da manhã. “Concordo, vamos depois do quadribol. Eu tenho me sentido culpado, mas tem tido tanta coisa para fazer. Temos que praticar feitiços não-verbais para o Flitwick essa tarde, então eu espero que esses testes não demorem muito.”
Ron ainda parecia nervoso. A voz dele estava mais alta e um pouco rouca quando ele perguntou, “Você já viu a lista de pessoas que querem entrar no time, Hermione? Grande demais!”
“Bem, eles têm o incentivo a mais de querer estar no time com o Harry,” Hermione ofereceu uma explicação.
“O que eu tenho a ver com isso?”
“Acorda, Harry, não é o Time da Grifinória que atrai, é você. Você é O Escolhido, cresceu um bocado durante o verão e, para ser franca, você é – falando de uma perspectiva feminina – sexy.”
Ron cuspiu flocos de milho em cima do próprio agasalho. Tentando limpá-los, ele conseguiu dizer no meio do engasgo, “Ei, eu sou mais alto que ele!”
“Sim, Ronald, mas você come como um porquinho,” Hermione informou a ele factualmente e olhou para cima para ver as corujas que chegavam com o correio matinal. Duas delas desceram na direção de Ron e Harry carregando pacotes idênticos.
Rasgando o pacote, que tinha o nome ‘Floreios e Borrões’ estampado transversalmente, Harry retirou um livro estalando de novo, uma cópia de Poções Avançadas, de Libatius Borage.
Hermione estava imensamente aliviada. Agora ela poderia pegar ó livro de Severo de volta das mãos do amigo antes que qualquer dano ocorresse. “Que bom, Harry. Agora você pode devolver aquele livro indecente. Eu poderia leva-lo ao Professor Slug-“
“De jeito nenhum, Hermione,” Harry interrompeu, “Eu fico com a cópia do Príncipe; eu tenho uma idéia, olha só...
‘Diffindo!’”
Para horror de Hermione, Harry transformou a capa do livro novo para que ele parecesse velho e a capa velha foi transformada num livro novinho, que ele colocou triunfantemente sobre a mesa. O olhar no rosto dela deve ter mostrado o choque e a desaprovação dela, pois Harry sentiu-se a necessidade de reagir em própria defesa.
“Pronto – Slughorn fica com um livro de nove galeões de graça e o Príncipe e eu continuamos sendo os primeiros da classe.” Ele sentou-se e cruzou os braços, desafiando-a a retrucar.
Hermione esta com raiva. E agora, como é que ela ia pegar o livro de Snape de Harry? Antes que ela pudesse pensar numa resposta para dar a ele, uma coruja soltou uma cópia do Profeta Diário no colo dela. Levemente surpresa, ela desdobrou-a. Escrito claramente em tinta rosa na página principal estava uma mensagem:
'Senhorita Granger, seu jornal será entregue diariamente. Debitado em conta. Sheri.'
Ela tirou o papel das vistas de Ron, mas essa era um cuidado desnecessário. Ele estava arrotando o chá e conversando besteira com Colin, e olhou para ela apenas uma vez para perguntar, “Alguém que conhecemos morreu?”
Hermione estava olhando as notícias de negócios, nas quais o lucro de Vanity eram anunciados. Ao ouvir a pergunta de Ron, ela olhou rapidamente as manchetes principais. “Não, mas Stan Shunpike foi preso e têm ocorrido ataques de dementadores.”
“Shunpike?” perguntou Harry, “O que ele fez? Cobrou a mais na passagem do Noitibus Andante?”
“Aqui diz que ele foi pêgo discutindo táticas de Comensais da Morte num pub.”
Sir Nicholas flutuou próximo, carregando uma gaiola, discutindo com Pirraça, "Veja, garoto. Eu quero reclamar sobre esse papagaio que comprei de você não faz nem meia hora."
"Oh, sim, o, é, o Azul Nórdico... O que... O que há de errado com ele?” Pirraça perguntou.
“Eu vou lhe dizer o que há de errado com ele, amigo. Ele está morto, é o que está errado!” Sir Nicholas parecia irado.
Pirraça tentou acalmá-lo, "Não, não, ele uh, ...ele está descansando."
"Olhe, seu poltergeist estúpido, eu conheço um papagaio morto quando vejo um, e eu estou olhando para um agora mesmo."
"Não, não, ele não está morto, Sir Nicholas, ele está, está descansando! Pássaro notável, o Azul Nórdico, eh? Linda plumagem!"
"A plumagem não entra na discussão. Ele está morto feito pedra!"
"Nãonãonãonão, não, não! Ele está descansando!"
E eles saíram flutuando até não poderem mais ser ouvidos. Hermione voltou os olhos para o artigo sobre o aumento do preço do murtisco. Ela conseguia até imaginar Chartreuse sentada à mesa fazendo cálculos e alertando os diretores. Quatro Sicles a onça era substancial para o mundo dos artigos de toalete. Margem de lucro: tudo girava ao redor disso.
Harry e Ron estavam discutindo a prisão de Shunpike e suas implicações. Foi só quando Harry mencionou que eles estavam à salvo desde que Dumbledore estivesse no Castelo que Hermione resolveu baixar o jornal para ouvir a conversa.
“O problema é que eu acho que não temos a atenção dele todo o tempo.” Ela olhou para a mesa dos professores, para Snape. Os amigos dela pensariam que ela estava falando de Dumbledore, e talvez originalmente ela estivesse, mas Severo estava tendo uma conversa muito animada com o Professor Slughorn.
Por mais tolo que parecesse, ela estava com ciúmes.
***************
Hermione não estava muito falante no caminho para o campo. Ela deixou Harry e Ron – sem nem mesmo desejar-lhes boa sorte – para que eles começassem a organizar os testes e foi para a arquibancada. Querendo ficar sozinha, ela escalou para um dos camarotes mais altos, normalmente reservados para os professores e VIPs.
A chuva fina parecia ter parado, mas Hermione manteve a capa firmemente fechada para se proteger do vento frio. Ela se inclinou sobre a borda do camarote e olhou para o campo lá embaixo – havia muitos estudantes que tinham vindo para os testes – pelo menos uma centena. Ela suspirou angustiada ao calcular o tempo que levaria para que o processo de seleção se completasse.
“Quadribol idiota,” ela murmurou em voz alta. “Testes idiotas. Garotos muito, muito idiotas.”
“Quão… articulada,” sussurrou uma voz atrás dela.
Ela não se virou. Não se mexeu. Ela conseguia senti-lo, sentir sua proximidade. Ela fechou os olhos.
“Bom dia, Professor Snape. O senhor veio assistir o adversário-“
“-Selecionar seus poderosos guerreiros para o próximo embate? Receio que não.” Ele deu leves tapinhas nas costas dela ao passar por ela e sentou-se em um dos bancos.
Ela não ousou encará-lo, mas manteve-se ereta, olhando seus colegas de Casa no campo lá embaixo. “O senhor não está precocupado que nós possamos levantar suspeitas ao sermos vistos juntos com tal proximidade?”
“De modo algum, minha doce Ofélia. Existem coisas muito mais interessantes de se ver no campo esta manhã. Duas figuras, meramente observando a seleção, dificilmente serão um motivo adequado para distrair a atenção de alguém.”
Ela desistiu da pose que estava mantendo e virou-se para encará-lo. “Neste caso, Professor, eu poderia sentar-me ao seu lado? Parece-me o mais adequado e desejável.”
Ele fez um gesto conciliatório ao se mover levemente para dar espaço a ela. Uma vez sentada, ela esticou as pernas, reclinou-se no banco e subrepticiamente acomodou a cabeça sobre o ombro dele ao se sentar de modo mais confortável. Ele retirou a varinha. Ela levantou uma sombrancelha e o olhou.
“O que você estaria fazendo com sua varinha, Senhor?”
“Uma tradição honrada pelo tempo, Senhorita Granger. Nós estamos em vias de participar de uma pequena seleção de Quadribol muito peculiar. Pegue sua própria varinha, por favor.”
Confusa, mas desejosa de participar, Hermione pegou a varinha dela de dentro das vestes e segurou-a no colo, aguardando instruções.
“Agora pela manhã, estamos jogando Quadribol – ou, se você preferir, anti-Quadribol. Nós estamos representando a poderosa e indomável Casa de Sonserina. Ali – no camarote oposto ao nosso – jogando pela Corvinal, Filius, Flitwick. Lá embaixo – no campo, bom Senhor, quantos alunos têm ali? – estão as ovelhas de sacrifício Grifinórias.”
“E quanto a Lufa-lufa?” perguntou Hermione?
“Pomona está a caminho, Minerva encontrou com ela, mas ela estará aqui assim que puder. Ela estará no camarote à nossa esquerda.” Ele indicou as arquibancadas distantes.
“Err, Severo, isso é uma prática regular, esse anti-torneio?”
“Todo ano, meu amor. Minerva conseguiu fazer com que eu não viesse nos últimos quatro anos, com uma desculpa ou outra. Então hoje eu tenho muito o que por em dia. A Grifinória tem mantido a Taça de Quadribol desde 1992, e essa é nossa pequena maneira de empatar as coisas.”
Ele olhou diretamente para Hermione. “Antes de iniciarmos, devemos mudar as cores de sua casa para aquelas preferidas por nós.” Ele tocou a gravata dela com a varinha dele. Vermelho e dourado transformaram-se em verde e prata.
Ela gostou da mudança.
“As regras são,” ele continuou, “nós atrapalhamos as disputas a nosso favor do modo que for possível. Olhe – eles estão para começar, deixe-me mostrar-lhe.”
Um grupo de dez primeiranistas havia montado nas vassouras e estava começando a fazer o circuito pelo campo. Um jovenzinho montou confiantemente e mostrou que era uma pessoa potencialmente competente voando. Severo esperou até que ele estivesse no nível do gol e fez um movimento com a varinha.
‘Rictusempra!’
O menino pareceu surpreso ao ser atingido por um feitiço de cócegas, perdeu o controle e colidiu com o aro do gol.
“Professor Snape!” Hermione desaprovou, virando-se para encará-lo, chocada com o que tinha acabado de presenciar. “Isso foi o mais sujo e vil ato de traição que eu JAMAIS presenciei.”
“Obrigada,” ele aceitou com uma pequena cortesia. “Preste atenção em Flitwick, ele é muito criativo.”
Hermione escrutinou o camarote oposto. O Professor Flitwick podia ser visto em pé no banco com os braços cruzados. Sua varinha, casulmente em sua mão, moveu-se quase imperceptivelmente quando o segundo grupo de esperançosos estudantes passou por ele. Houveram gritos de alarme e o som de madeira se quebrando quando todo o grupo colidiu
“Adorável!” exclamou Hermione.
Severo estava aplaudindo. “Esse foi excelente. Observe um mestre trabalhando. Um perfeitamente executado feitiço quebrante de Horton-Keitch combinado com uma azaração irlandesa.” Ele levantou a mão numa saudação silenciosa a seu colega e falou, sem o som, ‘Soberbo!’. Flitwick curvou-se e desapareceu. Seu trabalho estava feito.
“Você não espera que eu acredite que a cada ano os Diretores das Casas se rebaxam a atrapalhar as seleções?”
Ele respondeu movendo a varinha na direção de um terceiranista que estava tentando ser selecionado para Artilheiro. A Comet 260 dele colidiu com o chão enquanto ele era jogado para a frente.
“Que menino atrapalhado!” Snape falou, com um sorriso satisfeito.
Katie Bell voou pelo ar mostrando todo seu talento de jogadora experiente. Ela bateu na goles e fez uma manobra passável para os jovens esperançosos, deseperados para impressionar o novo Capitão.
“Por favor, Severo,” Hermione pediu desesperada, “não faça nada a Katie.”
“Acalme-se; a Senhorita Bell está totalmente a salvo. Ela é uma ótima jogadora para se ter no time. Um ponto positivo para Sonserina. Podemos manobrá-la facilmente no campo,” Severo divertiu-se ao estudar os prováveis Artilheiros fazendo seus Passes Reversos e tentando uma manobra de Parkin Pincer. “E eu sou muito parcial quanto à jovem Senhorita Weasley. Acho que poderíamos lidar com ela em campo. Draco conseguirá intimidá-la facilmente num dia de competição. Vamos ajudá-la a ser selecionada, não é mesmo?”
Severo lançou uma série de feitiços não-verbais. A vassoura de Gina aumentou dramaticamente a velocidade e ele a ajudou a marcar uma série de gols ao limpar o caminho para ela chegar aos aros do gol. Estudantes e vassouras eram espantados para os lados quando Gina, com o cabelo vermelho deixando uma trilha atrás dela, fazia seu caminho triunfante para os aros várias e várias vezes.
Demelza Robins estava em apuros. Enquanto Severo continuava a ajudar na direção do gol, Hermione notou um Balaço que vinha direto para as costas de Demelza.
‘Impedimenta!’ Hermione gritou, diminuindo a velocidade do Balaço o suficiente para Demelza notar a ameaça iminente e fazer uma manobra para evitá-lo.
“Esse é o espírito!” encorajou Snape.
“O Balaço ia arrancar a cabeça dela, eu tinha que fazer alguma coisa!” Hermione respondeu ao afastar outro Balaço de Demelza. Katie jogou Demelza para cima com uma manobra Porskoff Ploy e atirou a Goles para Gina, que então executou um loop duplo e voou – colada na vassoura – na direção dos aros do gol.
“Continue assim e teremos ela no time logo logo,” ele disse, soando divertido. Snape apontou sua varinha na direção do Balaço.
“Você está controlando aquela maldita bola, não é?” Hermione falou, com a respiração ligeiramente curta. O Balaço mais uma vez se dirigiu para Demelza.
“Não posso nem confirmar nem negar sua acusação.”
“‘Mobilis balaço!’ Pois pare com isso, Severo, isso não é engraçado!”
“Pelo contrário, eu acho isso muito cômico.”
“'Protego!'” Hermione lançou um escudo em Demelza que afastou o último Balaço de Snape.
Harry chamou os Artilheiros de volta ao chão. Hermione estava com o rosto vermelho de sua frenética atividade com feitiços.
“Você é realmente horrível. Veja, os Goleiros estão voando. Por favor, não faça nada ao Ron. Ele quer isso mais que qualquer coisa.”
Snape virou-se para ela. “Defendendo o Sr. Weasley, Hermione? Por que você estaria fazendo algo assim?” Ele colou um cacho do cabelo dela atrás da orelha dela para poder estudar melhor o rosto dela.
“Não estou defendendo ele, não exatamente. Ele é meu amigo. Ele quer tanto entrar no time, é só o que ele realmente quer.” Ela virou o rosto e olhou para baixo. Harry tinha as duas mãos nos quadris e estava discutindo com os alunos que não haviam sido selecionados para ser Artilheiros. As coisas não estavam indo bem para O Escolhido. A voz dele chegou junto com o ar frio; dava para ouvi-lo ameaçando azarar os reclamões que falharam.
Severo alisou as costas de Hermione, massageando-a através das roupas. “Você tem certeza de que é só isso? Eu vejo o modo como Weasley olha para você – como uma criança olhando através da vitrine de uma loja desejando uma vassoura profissional importada. Ele a deseja.” Os olhos dele procuraram Ron, que estava assistindo os possíveis Goleiros dando o máximo para impressionar Harry com suas muitas habilidades.
“Talvez,” Snape continuou depois de uma pausa, “devêssemos dar ao Sr. Weasley uma distração, algo para manter as mãos e a mente ocupados e longe de você.”
Hermione virou-se imediatamente e olhou para Snape – o temor por seu amigo aparente em seu rosto e olhos arregalados.
“Ah, vejo aquela preocupação de novo. Sim, me servirá muito bem ter o Sr. Weasley envolvido de outros modos com o time de Quadribol. Ele terá muito menos possibilidade de causar uma distração em você, penso eu.” Ele levantou a varinha.
Hermione entrou em pânico. Ela não tinha nenhum sentimento que não fosse de irmã po Ron, mas o medo de que ele fosse machucado levou-a a levantar a mão para encontrar a de Snape, parando o feitiço que havia ameaçado sair dos lábios dele.
“Nada tema por seu pretendente, Hermione. Eu meramente desejo ajudá-lo em sua tentativa de entrar no time,” ele disse, com um toque de malícia. Ele então apontou a varinha para os gols. “Aquele ali parece estar se saindo muito bem, ele salvou quatro de quatro bolas.” Concentrando-se por um momento no garoto que estava, naquele momento, em frente aos aros do gol, ele murmurou, ‘Confundus’.
O moleque foi desajeitadamente para o lado direito enquanto a Goles fez seu caminho para marcar o gol. Praguejando, ele voou de volta para onde estava Harry. Ele jogou a vassoura no chão em frustração.
“Quem era aquele que você acabou de confundir?” perguntou Hermione virando o pescoço para ter uma visão melhor.
“McLaggen. Um irritante, petulante e ridiculozinho,” ele murmurou desdenhosamente.
Ron montou em sua vassoura e voou para os aros. Ele pegou todas as quatro bolas sem nenhuma intervenção mágica, ainda que a varinha de Snape estivesse posicionada e ele estivesse preparado para afastar a Goles até Hogsmeade, se fosse necessário. Hermione comemorou e deu um beijo no rosto de Snape.
“Obrigado. O fim, neste caso, justificou os meios.” Ela beijou-o de novo antes de sair correndo para achar Ron e parabenizá-lo.
Snape permaneceu sentado, dardejando o olhar para Ronald Weasley. Ele também observou Lilá Brown orbitando ao redor do novo Goleiro enquanto ele era felicitado por seus colegas de time. Havia um pequeno romance em potencial a contemplar. Talvez um pequeno encorajamento fosse necessário...
***************
“Ron, você foi genial!” Hermione gritou enquanto corria pelo campo.
Ron endireitou-se, estufando o peito orgulhosamente. “Eu fui muito melhor que o Córmaco McLaggen; você viu o mergulho que ele deu no quinto lance?”
Hermione não respondeu. Ela baixou a cabeça e corou furiosamente.
Harry olhou para ela, a cabeça inclinada para um lado. Ele notara o rubor dela.
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A ida à cabana de Hagrid fôra, bem, tensa. Ele acreditava que eles estavam ignorando-o desde o início das aulas. A insistência dele de que eles poderiam ter usado Vira-tempos para encaixar as aulas dele em seus horários deixou Hermione tão nervosa que ela disparou que todo o estoque de Vira-tempos do Ministério havia sido destruído quando eles lutaram lá no último verão. Uma mentira, talvez, mas que afastava suspeitas.
Eles deixaram a companhia do amigo quando estava na hora do jantar. No Hall de Entrada eles viram McLaggen. Ele estava esbarrando na porta, como se estivesse confuso ou algo assim. Ron foi ajudá-lo a passar pela porta e o seguiu. Hermione adiantou-se para entrar atrás de Ron, mas Harry segurou-a.
“Hermione, o que aconteceu hoje nos testes?”
Ela não o olhou nos olhos. “Eu não sei do que você está falando.”
Harry virou-a de modo que ela o encarasse. “McLaggen parece que foi Confundido, Hermione. E você estava sentando alto o bastante nas arquibancadas para lançá-lo.”
O que ela poderia dizer? Estava óbvio demais que McLaggen ainda estava sob os efeitos de um poderoso Feitiço Confundus. Era ou admitir que fôra Snape que lançara o feitiço e se preparar para os Fogos Industriais Superfortes do Dr. Filibusteiro que ele soltaria nela, ou era mentir.
“Ok, fui eu,” ela disse, olhando para a porta. “Fui eu. Pronto – satisfeito?”
“Hermione Jane Granger!” Harry admoestou-a. “Que coisa traiçoeira da sua parte, e eu pensei que você era a Monitora perfeita.” Ele sorriu de orelha a orelha e deu leves tapinhas nas costas dela.
“Ei – venham, vocês dois!” chamou Ron da porta. “O que vocês estão fazendo?”
“Nada,” Harry e Hermione responderam juntos. Eles olharam um para o outros e riram, antes de sair correndo atrás de Ron e dos cheirosos filés tostados do jantar.
“Ah, Harry. Meu, meu, com pressa, não estamos? Bom, bom, bom, eu digo.” A voz eternamente jovial do Professor Slughorn chamou-os de trás. “Ainda bem que alcancei vocês. Estou fazendo algo como um sarau esta noite. Espero que possam ir.”
Hermione olhou o mestre de Poções de cima a baixo. Ele estava pomposamente vestido, como sempre. Ele torceu seu bigode por um momento, antes de fazer uma floreada cortesia e falou diretamente com ela. "Eu realmente espero que a adorável Senhorita Granger possa comparecer ao nosso pequeno sarau também?"
Ele ignorou Ron, o que deu nojo em Hermione. Por que será que o Professor Slughorn era tão tendencioso? Ele não percebia como isso era ignominiosamente ofensivo?
“Eu não poderei ir, Professor,” disse Harry, soando aliviado. “Tenho uma detenção com o Professor Snape esta noite.”
“Não importa, meu garoto. Eu falarei com Severo e resolverei este pequeno problema para você, eh?” Ele piscou e bateu conspiratoriamente no braço de Harry.
“E eu também não tenho certeza se poderei comparecer, Professor,” disse Hermione, totalmente sem idéias, “Tenho que praticar a transfiguração de... alguma coisa.”
“Absurdo!” falou Slughorn. “Não há nada como uma de minhas festinhas para relaxar uma jovem. É como diz o ditado ‘trabalho demais sem diversão fazem de Jill uma bruxa chata’, afinal.” Com um sorriso imenso e sem esperar por uma resposta ele se foi, sem negar os anos que tinha ao andar pelo corredor como um sapo envolto em cetim depois de comer uma apetitosa mosca.
Hermione olhou-o até que ele desaparecesse. O último lugar no qual ela queria estar era na companhia de seu antido Diretor de Casa e seu pomposo Clube do Slugue. Ainda havia toda chance dele reconhecê-la da década de 1970. Perdida em pensamentos, ela seguiu Harry e Ron para o Salão Principal, desamarrando a capa enquanto andava atrás deles.
Severo estava olhando para ela quando ela entrou. Ele sem dúvida havia visto a conversa com o Professor Slughorn. Enquanto ela colocava a capa sobre um ombro ela viu Severo ficar sério e segurar o colarinho das próprias vestes, olhando-a significativamente e torcendo a gola levemente.
Oh, pelas barbas de Merlin!
Ela ainda estava usando a gravata da Sonserina.
Pegando a varinha tão casualmente quanto podia, ela apontou-a na direção da própria garganta e pigarreou o encantamento reverso. Olhando ao redor, ela não viu ninguém que tivesse notado. Levantando os olhos para a Mesa Principal, ela viu Snape assentir brevemente antes de voltar a atenção para o prato à frente dele.
O olhar de mais alguém queimou-a; ela sentiu. Escaneando a mesa dos professores, ela viu a Professora McGonagall dardejando para ela, o desgosto aparente em seu olhar imóvel. Hermione sorriu para ela fracamente, antes de sentar-se entre Ron e Harry.
“Quer pudim de Yorkshire, Hermione?” ofereceu Ron, passando para ela a travessa.
“Adorável, Ron. Obrigado,” ela respondeu ausentemente, os pensamentos em outro lugar.
***************
Eles acomodaram-se em frente do fogo no Salão Comunal na Torre da Grifinória. Primeiro e segundanistas brincavam seus jogos infantis, fazendo tanto barulho e confusão quanto podiam. Lilá e Parvati fofocavam, as cabeças juntas, numa cadeira próxima à janela. Os retratos moviam-se para esticar seus doloridos e cansados membros pintados. As tapeçarias em dourado e vermelho aqueciam as paredes de pedra e davam a Hermione uma sensação de conforto e contentamento.
Harry e Ron estavam falando de Draco, como sempre. Ron levantou-se e saiu assim que Demelza Robins se aproximou.
“Oi, Harry,” ela disse timidamente. “Eu tenho um recado para você.”
Harry olhou para ela. “Do Professor Slughorn, espero.”
“Não,” ela disse, balançando a cabeça, “Do Snape.”
Harry pegou o recado e leu. “Ele diz que devo vê-lo para a detenção às oito e meia. Vou dormir fedendo a vermes! Droga!”
Enquanto ele falava, Demelza entregou outro recado, não notado por Harry, desta vez a Hermione. Ela o abriu discretamente. O papel tinha um leve cheiro de limão. Ela leu-o rapidamente antes de enfiá-lo no bolso da saia.
'Ofélia,
Esteja nos Portões de Hogwarts às 21:20.
Não vista-se com rigor excessivo.
Até lá,
Hamlet, seu Príncipe da Dinamarca.'
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Obrigada a Gardengirl, minha Beta (em inglês) e melhor cliente da Vanity.
”The Dead Parrot Sketch” (“A piada do Papagaio Morto”) é propriedade do grupo Monty Python. Eu só brinquei com isso. Wartcap.
Comentários (1)
Onde está o proximo capitulo????A fic foi abandonada? O_O espero que não pq é muuuuuuuuuito boa mesmo!!!por favor continueBeeijo!!
2011-03-17