Vivendo no Passado
Resumo: Slugues e Sonserinos.
Happy and I'm smiling, walk a mile to drink your water.
You know I'd love to love you, and above you there's no other.
We'll go walking out while others shout of war's disaster.
Oh, we won't give in, let's go living in the past.
[Feliz e sorrindo, ando uma milha para beber da tua água.
Você sabe que eu amaria te amar, e acima de você não há mais ninguém.
Seguiremos andando enquanto os outros gritam sobre os desastres da guerra.
Oh, nós não desistiremos, vamos ficar vivendo no passado.]
- Jethro Tull
Capítulo Três – Vivendo no Passado
A concepção errônea mais comum era que as camas acortinadas e com quatro pilares de Hogwarts eram assim porque seus fundadores era decoradores meio românticos. A verdade era que Hogwarts se localizava a cinqüenta e oito graus de latitude a norte e era terrivelmente frio. Entre o Halloween e a Páscoa a única hora que esquentava mais que o ambiente interno de uma geladeira era antes de nevar. Dormir em uma cama acortinada não era uma questão de estética, mas de sobrevivência.
Hermione, com a cabeça no travesseiro, observava as cortinas drapeadas. Era sua primeira noite no dormitório da Sonserina. Ela tinha seu próprio quarto, que na verdade deveria pertencer à Monitora Chefe, se ela fosse da Sonserina, e assim, o quarto estava vago este ano. Este continha uma cama acortinada e uma grande mesa que também poderia servir para o preparo de poções. Ela também estava adorando seus sedosos cabelos e poderia preparar e engarrafar Vanity como e quando precisasse.
Sua nova sala comunal era grande como uma masmorra sob o lago. As paredes gotejavam a água do lago perpetuamente. Os móveis eram formais, dominados pelo couro e pelo mogno polido, do tipo que se esperaria ver numa sala de espera de um médico. As janelas em arco com vidros reforçados davam para o lago e você se sentiria olhando para um aquário ao olhar por elas. Cada cavaleiro da távola redonda estava representado nos vidros das janelas. Uma lareira larga era a única coisa que esse cômodo tinha em comum com o da Torre da Grifinória.
O Diretor fora muito compreensivo ao receber a carta dela. Ele havia conversado baixinho com o Chapéu Seletor sobre colocá-la automaticamente na Sonserina. Quando ela sentou no banquinho pela segunda vez em sua vida, o velho chapéu falou como se estivesse dentro da cabeça dela.
'Inteligente, humm, vejo muita inteligência. Corvinal cairia bem. Aha! Aqui também tem lealdade e determinação. Grifinória é a sua casa! Tem certeza que não preferiria ela à...?'
'Coloque-me na Sonserina, seu chapéu idiota, ou calarei você e o colocarei num ninho de fadas mordentes de modo que ninguém nem imagine que você está lá.'
“SONSERINA!”
Os colegas de Snape que vieram na mesma carruagem acenaram para que ela se juntasse a eles na mesa de sua casa quando ela foi sorteada. O banquete ocorreu como sempre, com abundância, e rodeado pelas fofocas sobre a ligação suspeita entre Hermione e Severo. Ela notou que Snape, que estava sentado à sua esquerda, parecia um meio convencido. Ela raciocinou que talvez ele gostasse da idéia de ser visto como o sedutor da linda novata. Por sua vez, ela nem confirmava nem negava os rumores. Se isso alimentava o ego de Severo, que ele aproveitasse. Se a maior parte da escola os visse como um casal, isso a deixaria livre de avanços indesejados de outros rapazes e para investir na afeição de Snape. Só porque o rumor idiota atingia suas reputações, isso não significava que Hermione e Severo deixariam de conversar. Um certo monitor seria contemplado com o que havia sido planejado para ele...
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Davy Gudgeon, um fofoqueiro dos mais tolos, não havia assistido a muitas aulas durante a primeira semana do período escolar. Um misterioso problema de pele havia aparecido em sua testa logo no primeiro dia de volta às aulas. A enfermeira da escola não conseguiu remover a azaração e optou por usar uma quantidade imensa de maquiagem trouxa para aliviar o problema do rapaz. Gudgeon agora parecia ter uma queimadura de sol com a palavra ‘Fofoqueiro’ estampada na testa.
Ao sair da Ala Hospitalar, o infeliz Lufa-lufa foi vítima do feitiço Levicorpus. O feitiço foi feito quando o sétimo ano estava tendo sua aula de História da Magia e foi impossível descobrir o culpado, então nada foi feito por Davy. Gudgeon passou três horas pendurado de cabeça para baixo pelos tornozelos na sala de Binns enquanto as aulas continuavam para o terceiro e depois para o sexto ano. Os estudantes estavam rindo demais para conseguir fazer o contra-feitiço, e o espectral professor não o havia notado.
Quando Hermione entrou no Salão Principal para o jantar daquela noite, Snape levantou a vista e acompanhou-a com os olhos até que ela chegasse na mesa, levantando-se para que ela se sentasse ao seu lado. Sem saber como seria a reação Sonserina, Hermione aceitou o convite silencioso e sentou ao lado dele.
“Boa azaração,” ele disse cumprimentando-a quietamente e saudando-a discretamente com o suco de abóbora.
“Bom feitiço,” ela respondeu, alcançando o pão.
Nada mais foi ditto sobre o assunto Ninguém mencionava o feito ou ria das conseqüências na mesa de Salazar Slytherin. Esse era o jeito Sonserino de ser.
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A realidade de ser uma Sonserina em 1977 era um pouco assustadora. Os garotos do sexto e do sétimo ano fingiam ler numa reunião de Comensais da Morte. Ah, eles bem que tentavam esconder. Eles se chamavam de ‘Grupo de Leitura Os Cavaleiros de Walpurgis’, mas o que Evan Rosier, Severo Snape, Régulo Black, Rodolfo Lestrange, Wilkes e Avery poderiam estar discutindo toda noite senão as Marcas Negras e extermínio de trouxas?
Esse bando nefasto encontrava-se às oito a cada noite, congregando num canto afastado do salão comunal da Sonserina. Eles sentavam-se num círculo de poltronas verdes com encostos altos abaixo da janela que tinha a figura de Sir Meleagant, o cavaleiro errante de Camelot. No colo de cada um ficava uma cópia encadernada em couro de Macbeth, de Shakespeare. Os rapazes sentavam com as cabeças abaixadas como se estivessem lendo o livro. Um observador mais atento notaria os lábios deles movendo-se intermitentemente enquanto eles conversavam aos sussurros.
O grupo de leitura era cercado por uma zona de exclusão implícita. Se algum primeiranista curioso chegasse a poucos metros do círculo, Avery levantava a cabeça, olhava para o invasor e soltava um pequeno grunhido para assustá-lo. Se algum monitor quintanista ou se o Diretor da Casa tentasse se engajar no grupo, Rodolfo Lestrange gritava, “Quando a balbúrdia reinar, quando a batalha estiver perdida e ao mesmo tempo ganha!” alertando o grupo para a interrupção e confirmando a hora deles terminarem a reunião.
Uma noite, o Barão Sangrento deslizou para o salão communal. Mesmo morto, o fantasma parecia austero e intimidante. Ele lentamente se aproximou de um grupo perto da lareira e ficou ouvindo a conversa deles, como se procurasse algo errado. Satisfeito, ele flutuou na direção da janela perto da qual o grupo de Snape estava sentado. Régulo Black viu o Barão primeiro. Ele levantou-se e gritou para avisar, “Fora, maldita mancha! Fora, eu digo!” em uma voz de mulher. Isso divertiu muito Hermione. Régulo, o mais novo do grupo, obviamente era quem fingia ser a personagem-título de Macbeth.
Entre as aulas, o ‘grupo de leitura’ andava pelos corredores numa formação em V, com Snape na frente. O passo deles era seguro, as capas nos ombros pareciam as de Guardas Pretorianos num retorno triunfante a Roma.
Outros alunos e alguns professores não tinham escolha a não ser desviar-se quando eles se aproximavam. Eles eram chamados de ‘Gangue dos Sonserinos'.
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O Guia Bluffer para se Disfarçar numa Viagem no Tempo claramente explicava que um viajante amador deve prevenir distorções na linha do tempo. Hermione interpretou isso como: evite Tiago, Lily, Sirius, Remo e Pedro a todo custo. Eles eram setimanistas da Grifinória. Tiago e Lily era Monitores Chefes. O senso comum mandou-a afastar-se de todos os conhecidos do futuro, com exceção de Snape. Corromper a linha do tempo em relação a Snape e particularmente os sentimentos dele em relação a ela era considerado permitido por ela. Se descoberta, ela alegaria insanidade passional na Corte Bruxa.
A despeito do fato dela ter que evitar os Marotos, ela estava livre para confraternizar com os outros estudantes, como seu colega Régulo Black. De volta ao seu tempo, ele era apenas uma memória numa tapeçaria desbotada. Seu novo Diretor de Casa era seguro para se associar. Não havia absolutamente nenhuma chance de encontrá-lo no futuro. Era o Professor Horácio Slughorn, mestre de Poções, um bruxo com uma jovialidade tão pronunciada que parecia quase ser louco. Ele vestia ternos e casacas tão incomuns que chegavam perto de serem absurdos. Com a idade entre os sessenta e os cem, ele tinha um excêntrico bigode louro começando a ficar grisalho que dava a ele um ar de Arquiduque Franz Ferdinando.
Slughorn estava delirante por ter um Gregorovitch em sua Casa. Quando Hermione confirmou que era prima em terceiro grau do fabricante búlgaro de varinhas, e sem nenhum parentesco com o batedor Gregorovitch do Chudley Cannon’s, seu Diretor de Casa quase a abraçou. Felizmente, Hermione recuou bem a tempo. Sua queda por mestres de Poções não ia tão longe.
A Hogwarts de 1977 era exatamente igual à Hogwarts de 1996. O castelo parecia não sentir o passar do tempo e Hermione se adaptou logo. Ela passava o tempo livre entre a Biblioteca e o Salão Comunal da Sonserina.
Ela estava tão contente nesse ambiente familiar que quase esqueceu o próprio aniversário. Era quase a hora de recolher-se quando ela percebeu que era dezenove de setembro. Ela oficialmente tinha dezessete, a idade da maioridade bruxa. Ela saiu pelos corredores para a cozinha. Os elfos-domésticos cantaram o Feliz Aniversário trocando seu nome pelo termo ‘Senhora’. Eles estalaram os dedos e apareceu um bolo com uma vela em cima, deixando Hermione deliciada e decidida a fazer uma performance de aniversário na central Sonserina.
Ela se manteve nas sombras, esgueirando-se silenciosamente em direção à janela de Sir Maleagant. O grupo de leitura estava em sessão. Hermione foi se escondendo até chegar atrás da cadeira de Evan Rosier. Viver no passado dava-lhe uma sensação surreal, e um sentimento falso de bravata. Ela conseguia ouvir os murmúrios; apenas as palavras ‘Lorde Negro’ inteligíveis na sibilância. Ela esperou os sussurros pararem por um momento antes de fazer sua cena.
“O JUSTO É TOLO E O TOLO É JUSTO! ATRAVESSE A NÉVOA E O AR CARREGADO!” Hermione gritou, mostrando-se atrás da cadeira.
Num piscar de olhos seis bruxos irados levantaram-se apontando suas varinhas para ela.
“Macbeth, Ato um, Cena um?” ela perguntou inocentemente.
Snape se recuperou primeiro, relaxou e guardou a varinha no bolso das vestes. “Encontramo-nos com companheiros que caem pelo caminho,” ele respondeu numa voz profunda.
“Banquo?” ela perguntou.
“Malcolm, assassino de Macbeth. Ato cinco, Cena seis,” disse. Ele levantou uma das sombrancelhas quando acrescentou, “Você dá uma boa terceira bruxa, Hermione.”
Os outros garotos, seguindo a liderança de Snape, guardaram as varinhas e começaram a se sentar. Apenas Severo e Hermione continuaram em pé, encarando-se, e nenhum dos dois queria desviar o olhar.
“Acho que sirvo mais para repassar o texto,” ela ofereceu quietamente. “Talvez amanhã possamos tentar Otelo; tenho certeza que eu poderia ser sua Desdêmona.”
Severo inclinou sua cabeça à frente, deixando os cabelos esconderem um sorriso malicioso, “Tenho certeza que sim.”
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A hora de estudar na Biblioteca era relaxante para Hermione. Não que ela fosse ficar tanto tempo no passado para prestar qualquer exame. Ela devotava toda sua atenção aos textos de auto-ajuda que mostrassem a ela como atrair a atenção de seu objeto de desejo. Uma nota de rodapé em 'Bruxos são de Marte, Bruxas são de Vênus' levara-a a um antigo livro de artigos legais da Idade Média. O século dezessete havia tido julgamentos de bruxas num nível quase epidêmico. Em 1684 os trouxas britânicos mataram sua última bruxa. Por duas razões; primeiro não havia muitas bruxas para executar e segundo, o mundo mágico finalmente se escondeu envolto de muitos segredos para manter-se vivo. Superando o número de bruxas em vinte e cinco para uma, os bruxos homens tomaram para si a tarefa de assegurar a sobrevivência da própria raça. Bruxas de parentesco trouxa escapavam da peseguição principalmente devido às suas habilidades de misturar-se aos trouxas. Bruxas de sangue-puro estariam extintas se não fosse por duas leis que surgiram em rápida sucessão.
Estatuto Internacional do Sigilo Bruxo, 1692. Esse estatuto efetivamente separou o mundo Trouxa do Bruxo. Também era da responsabilidade dos diversos governos Bruxos de cada país manter o sigilo de tudo, desde jogos de Quadribol até Dragões. Com o passar doa anos a mágica se tornou para os trouxas apenas um elemento dos contos de fadas.
A Lei de Casamento da WIKTT, 1693. Sob essa lei, qualquer bruxo puro-sangue ou chefe de uma família puro-sangue poderia fazer uma petição de um contrato de noivado dando-lhe controle total sobre uma bruxa nascida trouxa.
Efetivamente, as bruxas nascidas trouxas eram dadas em casamento para garatir a continuação do mundo bruxo. A Escócia manteve as fogueiras das bruxas até 1722, o que deu maior credibilidade à Lei do Casamento e desestruturou severamente a indústria do turismo em Hogsmeade.
Nenhuma das duas leis haviam sido refutadas.
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Em seguida: Uma Lei do Casamento muito louca e uma coruja ocupada.
N/A:
Disclaimer: Peço desculpas a J.K Rowling sem nenhuma reserva pelo abuso a que estou submetendo os personagens dela. Macbeth, Otelo e todas as falas associadas e direitos sobre os personagens são de propriedade de The Bard of Stratford. O Estatuto do Sigilo vem do Lexicon. WIKTT vem do desafio de casamento do grupo When I Kissed the Teacher SS/HG do Yahoo.
Agradeço imensamente a Sheri e Zoelyn, duas betas soberbas.
Os guias Bluffer’s são livros de bolso vendidos em livrarias por cerca de 3 libras. Eles vão de assuntos como ‘Jantando em Londres’ a ‘Arqueologia’. Eles costumam ser meio resumidos.
Nota da tradutora: espero que vocês estejam gostando!! Júbis.
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