Humilhação na aula

Humilhação na aula



Humilhação na aula





Como o Draco conseguiu me convencer tão rápido da sua inocência, eu não
sei. Só
sei que ele me pareceu sincero e resolvi confiar na minha intuição.

- Me daria uma prova dessa amizade então? – perguntei.

- Que tipo de prova?

- Você me manteria informada sobre todos os planos dos comensais e de
Voldemort.
– ele estremeceu ao ouvir esse nome – Tudo o que conseguir saber que possa
nos
ajudar a enfrentá-lo.

- Escuta, eu sei que meu pai tá nessa e que é errado, mas ele é meu pai e
isso
não vai mudar. Não quero fazer nada que possa prejudicá-lo.

- Você não percebe que ficando assim, em cima do muro, só vai prejudicar
a si
mesmo? Seu pai escolheu o caminho do mal, será mesmo que você quer ser como
ele? Você tem de escolher de que lado vai ficar e tem de ser logo! Ou você
prova que realmente mudou ou não olhe mais na minha cara.

- É que... não me agrada nadinha ficar do lado do Potter.

- Não acredito nisso! – disse indignada, já me levantando pra ir embora.

- Espera aí! – ele disse segurando, com força, meu braço – Eu aceito.

- Isso é ótimo! – disse sorrindo e o abracei – Mais tarde nos falamos.
Tenho
aula agora.

- Eu também.

- Trato das criaturas mágicas! – nós dois falamos ao mesmo tempo,
rindo.




Quando cheguei no local da aula, próximo à cabana de Hagrid, Parvati
estava me
esperando a uma certa distância de todos.

- Oh, meu amor... Por que demorou tanto? Estava te esperando! – ela
disse.

- Estava na biblioteca. Pra variar...

- Com ele, né? – ela perguntou ao ver Draco passar por nós.

- É... mas não é nada do que você está pensando.

- Ah, Mi... temos que arranjar alguém para você! Já notou como o amor
está no
ar?

- Por que você está aqui? E não ali com todos, assistindo aula? –
perguntei
tentando fugir do assunto.

- São bichos realmente horríveis hoje... uma espécie de barata
superdesenvolvida
e amarela.

- Blergh! – dissemos juntas.

- Mata aula aqui, comigo? – ela perguntou.

- Tudo bem... não estou afim de pegar em baratas mesmo.



Nós ficamos sentadas na grama observando nossa turma em aula, de longe, e
Parvati apontava uns garotos bonitinhos pra mim.

- Saulo Rocket da Sonserina – ela disse, apontando para um garoto
fortinho –
Esse é gato. Se não tivesse namorando o Zac, pegava.

- Não faz o meu tipo. Gosto de homens mais altos.

- Malfoy é alto. E lindo.

- Nem rola! Ele é lindo sim, mas não ficaria com ele.

- Que mentira, Hermione! Vai dizer que nunca pensou em ter algo a mais
com ele?

- Sim, já pensei...

- Ahhhhh!!!! Eu sabia!

- MAS... – falei alto pra interromper o ‘ataque’ dela – Eu não ficaria
com
alguém só por atração física.

- Então você só ficaria com um garoto se estivesse rolando um clima a
mais com
ele?

- Sim... eu acho. E penso que seria muito difícil vir a rolar com o Draco
um
dia. Eu gosto dele, mas de outro jeito.

- E o que você me diz de Rony Weasley?

- Ele é só meu amigo, Parvati! Pára com isso...

- Você pode até me convencer disso. Mas a si mesma, amiga... aí vai ser
mais
difícil.

- O que você quis dizer com isso?

- Tire a conclusão que quiser. – ela disse, deitando-se na grama – Sabe,
eu já
fui afim do Rony. Ele não é lindo como o Malfoy, mas é bonitinho e tem uma
coisa, um charme... o jeito dele é charmoso. E aquele cabelo ruivo-escuro
contrastando com aquele olho azul tão escuro também... é uma bela
combinação,
né?

- É... – disse observando-o – Mas quando você gostou dele?

- No terceiro ano, por pouco tempo. Minha irmã também já se interessou
por ele.
Ela ficou mal no Baile de Inverno quando percebeu que ele não queria nada
com
ela. Na verdade, ela achava que ele tinha uma queda por você. E eu também.

- Não... ele me considera como irmã. Ele disse isso com todas as letras
na minha
cara.

- Ah! Adivinha quem gostava dele também? A Luna!

- O quê?! Me conta isso!

- Foi a Gina quem me disse. Que no ano passado ela tinha um amor
platônico por
ele. Mas aí aconteceu o Neville e o resto nós sabemos. É, garotinha... Rony
Weasley é um cara concorrido aqui em Hogwarts. A Olívia é louca por ele,
você
sabe. E se formos contar todas as meninas mais novinhas apaixonadas por
ele...

- É verdade.

- Você também ficaria com ele, não ficaria? Ah, Hermione, admita!

- Não sei... talvez... sabe, eu nunca pensei... – disse meio gaguejante e
ela me
lançou um olhar descrente – Tudo bem, vai. Eu já pensei sim. - confessei

Ela começou a ter um acesso de riso tão grande que sua cara estava
ficando cada
vez mais e mais vermelha. Eu lhe perguntava o que houve, mas ela não
conseguia
falar de tanto que ria.

- Mione, sabe o que eu descobri? – ela disse ainda rindo um pouco.

- O quê? Diz logo!

- Que você gosta do Rony e nem sabe!

- Eu não gosto dele. Não desse jeito.

- Você acabou de dizer que não ficaria com um cara só por atração física,
e sim
se gostasse. E depois que você FICARIA com o Rony. Se você ficaria é porque
você gosta!

- Eu não disse que ficaria com ele. Disse que já pensei nisso. – e fiquei
algum
tempo em silêncio, mas depois continuei – Não sei o que está acontecendo
comigo, Parvati. O Rony é meu amigo, mas às vezes eu me pego pensando nele
de
outra forma. Será que fui só eu que reparei que ele mudou ou fui eu mesma
que
mudei? Sei lá, eu posso estar errada mas acho que as coisas já não estão
mais
as mesmas pra nós dois. Nós nunca tivemos tanto contato como ultimamente.
Contato físico mesmo, entende? E quando ele me toca, às vezes, eu me sinto
quente, sabe? Como se ele passasse algum calor pra mim. E também, nós nunca
tínhamos tido uma conversa mais profunda, mas faz pouco tempo, nós tivemos.
Nós
estamos mais próximos. É como se só agora, depois de anos de amizade, que
nós
estamos nos conhecendo mais a fundo. E eu quero mais. Decifrar mais dele.

- Vocês dois mudaram mesmo, Mione. Mas isso é uma coisa que acontece. Ou
você
achou que a sua amizade com ele seria sempre resumida a briguinhas & fazer
as
pazes? A relação de vocês tinha que subir um degrau.

- Mas e se ele não quiser subir esse degrau? E se eu não quiser? Eu tenho
medo
de...

- De cair e quebrar a cara? – ela interrompeu – Esse é um risco que se
corre.

- Mas que não se precisa correr. Há muita coisa em jogo nessa história...

- Sim. A sua felicidade.

- Pára de tentar me dar esperanças! Eu sou praticamente uma irmã pra ele.
E você
já viu como ele anda rodeado de garotas agora? – disse o olhando de longe.

- Alooouu, Hermione!! Ele é o rei da Grifinória!!! Capitão do time!!!
Qual a
garota que não gostaria de sair com o goleiro mais popular de Hogwarts??
Você é
muito invejada por aqui, sabia? Qualquer uma daria tudo pra andar com Harry
Potter e Rony Weasley.

- É, mas agora finge que nós estávamos falando de outra coisa porque o
Rony tá
vindo aí. – disse ao perceber que ele vinha em nossa direção. A aula já
tinha acabado.

- Que feio, hein mocinhas... matando aula! E até você Mione!

- Gente, sabem o que eu lembrei? Que eu tô... eu tô... com muita vontade
de ir
ao banheiro! Fazer xixi! É... xixi. – disse Parvati muito rápido e depois
saiu
correndo.

- Ficou louca? – Rony perguntou apontando para Parvati.

- Sei lá. – respondi tentando sorrir e não ficar muito vermelha.

Ele sentou ao meu lado e ficou calado olhando na direção da Floresta
Proibida.
Eu tentava não olhar pra ele e pensava que a Parvati fora muito má ao
inventar
aquela mentira pra nos deixar sozinhos.

- Como você está? – perguntei, quebrando o silêncio.

- Você não se cansa de me perguntar isso?

- Não.

Ele ficou um tempo calado, mas começou a falar de repente:

- Ás vezes eu penso nele, sabe...em como nós éramos unidos quando eu era
menor.
O Percy sempre se preocupou muito comigo. E às vezes, quando estou
sozinho... –
e parou de falar subitamente. Deu pra perceber que ele lutava para não
deixar as
lágrimas caírem.

Sentia meu coração pesar ao vê-lo sofrendo tanto. Eu faria de tudo pra
não vê-lo
chorar, porém naquela situação eu não podia fazer nada. Entrelacei minha mão
na
dele e apertei com força, como se aquele gesto pudesse transmitir alguma
paz.
Ele me olhou com os olhos marejados de lágrimas e eu sorri embora tivesse
muita
vontade de chorar também. Ele sorriu um sorriso triste. Ele era tão
bonito...
mas não era pra mim. Eu era só a irmã. E embora isso fosse muito, ser só
amiga
dele já não era o bastante pra mim.

- Não chore, Rony. Vai dar tudo certo. – disse sem muita certeza. Os
olhos dele
ainda eram tristes.

- Sabia que não fica bem pra um homem do seu tamanho, chorar? Você é um
rei e
reis não choram, viu... – disse tentando sorrir. – Seja forte... eu sempre
vou
estar aqui pra você. E se eu não estiver, muitos outros estarão. Tem muita
gente que te ama, sabia? Tem muita gente boa do nosso lado e é essa gente
que
vai salvar o mundo bruxo e com ele, seu irmão. – os olhos se tornaram muito
vermelhos. Eu estava piorando tudo.

- Qualquer dia desses, não demora muito, a gente vai olhar pra trás e rir
bastante disso. Sabe por que? Porque vai acabar tudo muito bem. Nós
merecemos
ser felizes. E nós iremos ser. Eu te prometo. – disse com um nó na garganta.
Uma dor crescia dentro de mim.

- Eu te prometo, Rony. Confia em mim... – aí eu me calei. Acho que não
conseguiria dizer mais nada.

Nós ficamos um pouco em silêncio. Eu não acreditava em metade das coisas
que
tinha dito, mas queria desesperadamente acreditar. E queria que ele
confiasse
também. Porém sabia que ele se sentia tanto como eu. Nós dois, mudos, sem
nem
ao menos trocarmos um olhar, nos compreendíamos como nunca na vida.

Até que ele tirou um pequeno embrulho do bolso e passou às minhas mãos.

- Eu comprei isso pra você depois da nossa briga. Ia te dar no natal,
junto com
um pedido de desculpas.

Eu ia abrindo lentamente o embrulhinho malfeito, entre o prazer e a
admiração...

- Já tinha percebido há um tempo o quanto você gosta de estrelas... vive
as
desenhando, por vezes sem nem perceber, e sempre olhando o teto encantado
pra
ver se está nublado ou não.

Era um par de brincos no formato de estrelas. Se eu quisesse poderia
comprá-los
sem problema. Mas sabia que Rony devia ter gasto as economias de toda uma
vida
neles.

- Não precisava...

- Precisava sim. Foi a segunda vez que eu te fiz chorar... Segunda e
última... –
ele disse não conseguindo mais segurar as lágrimas. – Mione... – e deitou a
cabeça no meu colo. – Eu não queria... fui um babaca... e você é tão melhor
que
eu...

- Tudo bem... mas não precisa ficar se acusando. Porque eu não estou.

- Quando você tiver vontade de brigar comigo ou me corrigir ou me dizer
umas
verdades, pode fazer mesmo, eu nunca mais vou resmungar ou reclamar...

- Aham... – eu disse sem prestar muita atenção, tentando segurar a dor
que
aumentava. Não era só sobre aquela briga. Era sobre tudo que de repente
virara
a minha vida de pernas pro ar. Não sei ao certo quanto tempo mais ficamos em
silêncio. Eu não queria sentir mais nada. Só a brisa que nos envolvia. Só os
cabelos vermelhos entre os meus dedos. Aí, do nada, ele falou:

- Sabe, se eu pudesse, te daria o céu inteiro.

Eu me calei e fiquei a olhar o céu azul, lindo e sem nuvens, durante uns
segundos. Quando baixei a cabeça novamente, meu rosto já estava molhado de
lágrimas.

Se ele quisesse poderia me dar uma coisa melhor do que o céu.



*****



Nós almoçamos e depois fomos a caminho das masmorras para a aula de
poções.
Estávamos quase chegando na sala de aula, quando Rony disse ter que ir ao
banheiro. Fiquei o esperando sozinha no corredor até que Draco apareceu com
Crabbe e Goyle.

- Como vai, Srta. Granger? – ele perguntou beijando minha mão.

- Draco, a gente não pode ficar se falando assim! – e completei
sussurrando – Na
frente de outras pessoas.

- Por que?

sem
ninguém saber. Se Harry e Rony desconfiarem que eu voltei a falar contigo
nem
sei! – e imediatamente após essas palavras saírem da minha boca, ele me
lançou
um olhar congelante e virou as costas.

- Draco... – e segurei sua mão fazendo-o olhar pra mim – Eu os conheço há
mais
de 5 anos. E você nem por 5 meses. – disse esperando a pior reação dele. Mas
aquilo eu tinha de dizer. Então ele me olhou nos olhos com uma expressão
indecifrável no rosto e disse:

- Então continuamos inimigos na frente de todos?

- Nos odiando como nunca! – eu disse sorrindo. Enfim, Draco Malfoy era
capaz de
entender uma garota. E era incrível como cada vez mais parecia que ele
poderia
me impressionar a vida inteira.

- Lá vem o infeliz do Weasley... – ele disse olhando para o fim do
corredor. – O
que acha de o provocarmos um pouco? – perguntou se aproximando de mim.

- Draco, não...

- Hei, Malfoy! – gritou Rony – Mantenha a distância dela!

- Isso é impossível, Weasley.

- Realmente acha que a Mione ia querer um cara como você? Se enxerga,
Malfoy.
Ninguém gosta de você. Ninguém te suporta.

- Impossível, Weasley é eu obedecer a uma ordem sua. Que meigo... você
pensou
mesmo que eu estava afim da sangue-ruim?

- Não a chame assim... – disse Rony ficando vermelho de raiva.

- Eu a chamo do jeito que eu quiser.

- E eu te bato a hora que eu quiser! – disse Rony, já avançando pra cima
dele,
mas eu o puxei pela camisa.

- Não. – disse olhando-o nos olhos.

- Você não vale a pena, Malfoy. – disse Ron, voltando atrás – Vai acabar
se
tornando um velho sozinho e maluco, falando mal dos outros, que aliás é a
única
coisa que você sabe fazer.

- E você, Weasley? Acha mesmo que vai conseguir ter alguma coisa com ela?
Até
uma sangue-ruim como ela consegue coisa melhor que você. Pobre, feio, burro,
ruivo e o pior de tudo: amigo do Potter. Sabe qual vai ser o fim dessa
história? Vai vê-la casar com o seu melhor amigo e a sua mulher, se você
conseguir uma, vai te trair com o vizinho. Um velho brocha e corno, babando
o
ovo do Potter, que aliás é a única coisa que você sabe fazer...

Mas eu parei de ouvir a discussão dos dois ao ver Snape chegar
acompanhado da
Tonks. Eles conversavam animadamente, como se fossem velhos amigos e eu me
perguntava o que havia de errado com aquela cena. Pois que tinha algo
estranho,
ah, isso tinha. Quando eles foram se despedir, um Snape muito embaraçado
tirou
uma mecha dos cabelos dela que lhe cobria os olhos (naquele dia Tonks estava
loira). E esse gesto dele me pareceu de uma intimidade e carinho tão
grande...
ela enrusbeceu ao seu toque e eu percebi impressionada o que havia de
errado.

- Você viu isso, Rony?! – perguntei. Mas ao olhar pro lado percebi que
ele já
estava no chão, aos socos com o Draco.

- O que significa isso?! – perguntou Snape, furioso ao ver a briga – 30
pontos
menos para Grifinória por seu comportamento agressivo, Sr. Weasley!

- Mas isso é injusto! – eu disse.

- E o Draco?! Não vai tirar pontos dele também?! – perguntou Rony,
levantando-se
do chão. Ele tinha o lábio cortado.

- Quer perder mais pontos, Weasley? – perguntou Snape com um sorriso
cínico no
rosto.

Rony já ia começar uma briga com Snape também, mas eu disse à ele:

- Não faça mais besteiras.

Então ele voltou atrás e respondeu, engolindo a sua raiva:

- Não, professor. Não quero perder mais pontos.

- Ótimo. – disse Snape – Podem entrar na sala então.

- Professor, eu acho que quebrei o nariz... – disse Draco. Snape pareceu
se
atrapalhar um pouco, mas enfim disse:

- Vá até a minha sala, tome essa poção... – e entregou um frasco a Draco
- ... e
me espere.

Foi aí que o Harry chegou com a maior cara de quem tinha acabado de
acordar e eu
dei graças a Merlin por ele ter chegado a tempo de evitar um atraso que com
certeza seria desculpa para descontar mais pontos da Grifinória. Porém
naquele
dia Snape estava estranhamente feliz. E isso me deixava mais apreensiva.
Afinal
a gente já sabia como lidar com um Snape mal-humorado e alguma coisa me
dizia
que feliz ele poderia ser bem pior.

Ele começou a aula com a poção da ilusão. Era uma poção muito difícil de
fazer,
os ingredientes eram muitos e se nós errássemos uma só medida, podíamos
correr
sérios riscos de vida. Snape passava de mesa em mesa conferindo e fazendo
perguntas. Já tinha jogado fora sete poções erradas. Até que chegou na mesa
de
Neville, sua vítima preferida. Ele fazia dupla com Diana Silver (seu novo
caso,
segundo as fofocas) e os dois pareciam ter errado tudo. Snape começou a
humilhá-los e a parte sonserina de turma ria a valer. Ele acabou jogando a
poção deles fora também depois virou-se para a turma e disse:

- Imaginem que eu perguntei a esses alunos qual a função das ervas
cestuns e
eles não sabiam... à essa altura do curso... é um absurdo não acham? – todos
os
alunos se entreolhavam – Quem souber me dizer todas as funções dessas ervas
vai
ganhar... 30 pontos? É, acho que 30 pontos é o merecido.

Imediatamente todos da Grifinória olharam pra mim. Era uma grande chance
que eu
tinha de recuperar os pontos que Rony perdeu e também não era sempre que
Snape
distribuía 30 pontos assim. Aliás não lembro de ele ter feito isso antes.
Mas
aí aconteceu uma coisa incrível: eu não sabia a resposta.

- Diz logo, Mione! – disse Parvati me cutucando.

- Eu não sei... – sussurrei.

- Há! Impossível.

Todos continuaram me olhando, inclusive o professor, esperando que eu
levantasse
o braço pra responder, mas eu não o fiz.

- Ora, ora... parece que ninguém sabe... porém acredito que a Srta.
Granger
possa nos esclarecer a nossa dúvida, não é mesmo? – disse Snape.

- Desculpe professor. Mas eu não sei.

Uma exclamação geral de surpresa ecoou pela sala. Todos pareceram se
admirar e
começaram a cochichar uns com os outros.

- Então 5 pontos menos pra Grifinória.

- Mas isso é...! – eu comecei a dizer.

- Injusto? – ele completou – Faça-me um favor, garota. Vá aprender um
pouco mais
sobre a vida e depois venha falar comigo sabre injustiça. Você é patética,
Granger, com esse seu ar intelectual. Não se aprende tudo da vida nos
livros.
Vai haver uma hora que essa sua inteligência não vai servir de nada e aí
você
vai perceber o quanto foi BURRA de não ter vivido mais com os pés no chão,
no
mundo real. Nem todo mundo aí fora é bonzinho, coisas injustas são as que
mais
acontecem e VOCÊ tem que aprender a lidar com elas.

Eu nunca tinha visto do Snape falar assim com ninguém. Mil vezes mais
rude que o
normal. Me sentia a menor das menores garotas por não saber a resposta
daquela
maldita pergunta e por ser humilhada daquela forma. O silêncio reinava na
sala.
Meus olhos se encheram de lágrimas involuntariamente.

- E se for chorar, não o faça na minha frente! – ele disse. Então eu me
levantei
depressa e saí pisando firme. As lágrimas, teimosas querendo cair mas eu me
controlava pra não dar esse gostinho à ele. Fui me esconder, como sempre, na
biblioteca.

Depois de 15 minutos, Harry e Rony me acharam. Eu estava procurando
livros de
Poções.

- Oi... Mione. – disse Rony. Eu nem olhei pra cara dele.

- Você tá bem? – perguntou Harry um tempo depois. Eu continuei procurando
os
livros como se nada tivesse acontecido.

- Você não vai achar respostas nos livros para o que está sentindo. –
disse
Harry.

- Não vou achar mesmo! Esses livros são uma droga!!! – e joguei todos no
chão,
fazendo um grande barulho e recomecei a chorar. Harry catou os livros do
chão e
Rony me abraçou, porém eu o empurrei e disse:

- Não tem necessidade de ter pena de mim, nem de me abraçar. – mas ele me
puxou
e me envolveu nos braços novamente e falou quase com raiva:

- Quem disse que eu tenho pena de você?!

- Que barulheira é essa aqui?! – perguntou Madame Pince.

- Não é nada... nós já estávamos de saída. – disse Harry.

Quando nós atravessamos o salão principal, eu e Rony ainda estávamos
abraçados.
Podia sentir os olhares curiosos sobre nós e ouvir os cochichos.

- Já estão fofocando sobre a gente... – sussurrei pra ele.

- Que se danem todos eles. – ele disse enrusbecendo um
pouco.




N/A: eu sei q esse capt naum esclareceu quase nda e q está pequeno em
relação aos outros, mas é q como ele ia fikr enorme resolvi dividir em duas
partes... se v6 comentarem eu prometo (dessa vez é sério) postar o cpt 7
mais rápido

Tbm sei q teve poko d/hr, mas nos próximos cpts vai ter mais interação
entre draco e mione assim como r/hr tbm... a partir do capt 7 não vai Ter
mais encheção de linguiça, as coisas vão começar a pegar fogo então comentem
e não deixem de ler! Obrigada a todos q estão comentando, isso eh mt
importante p/ mim!

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