Onda quente




Onda quente





“O calor aumenta, derrete as coisas, faz as coisas ferverem, põe fogo nas coisas. E eu ver os efeitos desse calor ao meu redor, só percebo de forma assustadora o quanto a minha vida não estava se expandindo, que eu estava presa." *




- O que significa isso?! – Rony perguntou furioso ao ver Neville quase me beijando. Este me largou quase imediatamente ao ver a cara nada amiga de Rony.

Os dois começaram a discutir, ou melhor dizendo, Rony gritava feito um louco com Neville e ele tentava se explicar, sem sucesso, pois gaguejava mais do que falava. E eu no meio disso tudo, comecei a passar mal.

Uma fraqueza que me envolvera desde a hora em que Neville me agarrara, naquele momento começou a ficar mais intensa. Tive de me apoiar na parede para não cair. Fiquei zonza e de repente pareceu que o quarto girava a minha volta. As vozes deles discutindo se tornavam cada vez mais distantes e incompreensíveis. Minhas pernas bambearam e eu senti que ia cair. Foi quando Rony, percebendo isso, me segurou.

Ele gritou mais algumas coisas com Neville, ainda me amparando, depois me pegou no colo e comigo nos braços desceu a escada até a sala comunal, me pôs em um sofá e disse algo como: “Já volto” e saiu. Minutos mais tarde ele voltou. Eu já me sentia um pouco melhor.

- Ron, eu não queria... – disse num fio de voz.

- Eu sei. – ele respondeu – Como você está se sentindo? – perguntou em seguida.

- Melhor.

- Júlia! Melissa! – ele chamou por duas meninas quartanistas que estavam mais próximas de nós.

- Dá um tempo, Rony. – uma delas respondeu.

- Acho que vocês esqueceram que sou MONITOR!!! Venham aqui, agora!

- Quero que levem a Mione até o quarto dela. Ela está passando mal. – ele disse à elas e depois chegando mais perto de mim, me deu um beijo na testa e disse:

- Fica bem.

- Ficarei. – respondi.




Já estava me revirando na cama há pelo menos uma hora. Não conseguia dormir, embora estivesse muito cansada e com sono. Fiquei muito perturbada com a atitude de Neville, mas por mais incrível que pareça, o beijo que Rony me deu na testa perturbou muito mais. É que desde as férias, só a presença dele me fazia ter sensações esquisitas e agir diferente do que eu queria. Isso me deixava com tanta raiva dele, mas mais ainda de mim mesma... já não tinha controle das minhas ações quando estava perto dele, quando ele me tocava era como se passasse uma corrente elétrica pelo meu corpo, quando ele falava comigo era como se o mundo parasse... e só existisse nós dois e quando a gente brigava eu me sentia tão bem, mas depois tão mal...

Era estranho e por ser estranho, assustava, mas ao mesmo tempo era... sedutor.

E por causa dessas sensações eu não sabia dizer se gostava ou não dele. Porque às vezes eu pensava: “Ele é só o Rony, seu amigo de sempre que nem deve te ver como mulher” e outras vezes pensava: “Uau! Ele é o Rony, e como ele está diferente... e... uau!”

Podia ser porque eu estava muito carente e acabava fantasiando alguma coisa com meu amigo e talvez qualquer homem provocasse em mim o que eu senti (um estremecimento bom por todo o corpo), quando os lábios dele encostaram de leve na minha testa.

Ah, nem sei...

Mas acho que não foi só pelo beijo, foi também a situação que me balançou muito. Porque aquele Rony que me salvou daquela ocasião terrível não parecia ser o mesmo Rony de sempre. O Rony de sempre faria uma piada sem-graça sobre o que tinha acontecido ou então começaria uma briga sem razão comigo. Mas ele nunca me beijaria. Ele nunca demonstraria sentir um mínimo de carinho por mim. Foi um gesto simples, infantil. Um beijo na testa. Coisa de amigos normais. Mas acontece que a nossa relação de amizade nunca foi normal.



*****



Quando acordei, totalmente encharcada de suor, já era de noite. Tinha perdido todas as aulas da tarde, mas estranhamente,pela primeira vez não me importava com isso. Tomei um banho gelado e desci para jantar. O teto encantado estava lindo, repleto de estrelas, muito diferente do que nós estávamos acostumados a ver nos últimos dias: completamente nublado.

- Muito estranho essa noite linda e esse calor todo agora, no meio do outono. – eu disse ao sentar entre Gina e Parvati.

- Pois eu adorei! – disse Luna, aparecendo atrás de nós – Já não estava mais suportando todo aquele frio e as chuvas constantes. Sou uma pessoa muito solar...

Só de ver a Luna, meu estômago revirou. Lembrei do que tinha acontecido, ou melhor, QUASE acontecido mais cedo entre eu e Neville. Eu teria de contar tudo a ela e não gostava nem um pouco disso.

- Só posso dizer que as coisas vão esquentar mais daqui a pouco. Hoje tem Ritual. – disse Gina.

- Sabe, Mione, antes de nós começarmos com isso, eu já tinha ouvido alguém aqui na escola falar alguma coisa sobre essa palavra: Ritual. – disse Luna.

- Sério?! Quem??

- Não lembro. Mas se eu lembrar...

- Me diz, por favor.

- Digo, sim. Mas por que a curiosidade?

- Só por curiosidade mesmo. – respondi. Mas na verdade alguma coisa me dizia que essa palavra, ritual, poderia ser a chave para muitos dos meus problemas e a resposta para algumas das minhas dúvidas.

- A propósito, hoje não vou ao Ritual. Tenho um trabalho enorme de Astronomia pra fazer. Se o Neville aparecer por lá avisem a ele. – disse Luna, retirando-se logo depois.

- A propósito, acho que ele nem deve ir mesmo. Olha o estado da cara dele! – disse Gina apontando para Neville, que entrou no salão um minuto depois de Luna ter saído. O lado esquerdo do rosto dele estava completamente roxo. Rony tinha feito um grande estrago.

- Gente, tenho uma coisa muito chata pra contar a vocês. – e comecei a contar tudo o que tinha acontecido entre eu, Neville e Rony.




- Não diga a ela. – disse Gina, se referindo a Luna, quando terminei de contar.

- Seria mais correto contar, mas do jeito que ela está apaixonada por ele, é bem capaz de não acreditar em você e até ficar chateada contigo. – disse Parvati.

- Eu também acho que vai acontecer exatamente isso. – disse Gina.

- Eu não vou conseguir omitir isso dela. Contarei e mesmo que ela me odeie depois, pelo menos minha consciência estará limpa.

- Coitadinha da Lu... se isso acontecesse comigo, nem sei como iria reagir. – disse Parvati.

- Nem sei se gostaria de saber. – disse Gina.

- E continuar vivendo uma ilusão? A verdade às vezes dói, Gi, mas ela é sempre o melhor caminho. – disse a ela, mas também tentava convencer a mim mesma que por mais que eu gostasse do Draco, cortar relações com ele e tentar enxergar a verdade era o melhor a se fazer, por mais doloroso que fosse.




Mais tarde elas foram pro Ritual e eu fiquei sozinha na sala comunal. Tinha dado uma boa idéia às meninas para se encontrarem com seus namorados e agora elas estavam todas felizes, fazendo planos... me sentia feliz por isso, por tê-las ajudado, mas me perguntava: Quando vou ser feliz por mim mesma? Até quando vou pegar carona na felicidade dos outros pra me sentir bem? Minha vida era totalmente medíocre, sentimentalmente falando, então como eu sabia dar conselhos aos outros quando se tratava de amor? Só gostaria que meus conselhos e idéias pudessem se aplicar a mim mesma.

Pouco tempo depois, Harry e Rony apareceram para saber como eu estava e nós ficamos conversando um pouco. Harry subiu logo pra dormir, aliás nos últimos dias ele estava dormindo muito cedo. Eu e Rony ficamos sozinhos e um silêncio constrangedor se abateu sobre nós. Eu estava quase indo dormir para sair daquela situação, embora não estivesse com nenhum pouco de sono. Foi aí que Rony me convidou pra dar uma volta nos jardins. Não sei se aceitei por estar quase derretendo com o calor que fazia dentro do castelo, ou por achar uma boa combinação eu, Rony, o jardim e as estrelas...




Sabe quando você está num momento perfeito, com uma pessoa que gosta e até a natureza parece conspirar a favor desse momento? As flores...nunca as tinha visto tão lindas. E as estrelas, tão brilhantes e misteriosas! E vocês dois já conversam há um bom tempo e se entendem como jamais haviam se entendido na vida. E aí, você começa a sentir coisas que jamais sentiu. Coisas como o coração leve, a mente leve, o corpo em chamas, pedindo que aquele momento não acabasse nunca, que o tempo parasse e que a distância entre os dois corpos diminuísse cada vez mais e mais e mais...

Mas aí você estraga tudo.

Eu estraguei tudo.

A nossa conversa estava indo muito bem até que eu disse a ele que não havia necessidade de bater daquele jeito em Neville, mas ele entendeu tudo errado e achou que eu estava defendendo Neville e o acusando. Nós brigamos feio e acabamos voltando pra torre da Grifinória.

Ao chegarmos na sala comunal eu resolvi dar o braço a torcer.

- Rony, desculpa vai... você me salvou de ter um primeiro beijo desastroso e eu nem sequer te agradeci. Obrigada. Mas ainda acho que não devia ter feito um estrago tão grande no rosto do Neville.

- Você nunca beijou? – ele perguntou, sem dar atenção a minha última frase, que há alguns minutos atrás o tinha deixado furioso.

- Nunca.

- Quer experimentar?

- Eu te adoro, Rony. – disse rindo, antes de subir pra dormir.



*****



- “Eu te adoro.” Que tipo de garota normal diz isso? Eu deveria ter dito: “Claro que quero!” ou então não ter dito nada e agarrá-lo e beijá-lo antes que ele mudasse de idéia. Ou que eu mudasse de idéia. Ai, Hermione, como você é burra! Óbvio que ele estava só brincando quando perguntou se você queria experimentar! “Eu te adoro...” eu sou uma idiota mesmo...

- Deu pra falar sozinha, é? – perguntou Luna, se aproximando de mim.

- Não... só pensando alto. – respondi, ficando mais vermelha que um tomate. – Luna eu preciso conversar sério contigo.

Era de manhã bem cedo, de modo que ainda tínhamos tempo até o começo das aulas. Nos sentamos em um banco do lado de fora do castelo e eu contei tudo ela, da tentativa de me beijar ao caso dos “tocos”, sem omitir nada. Quando acabei ela disse:

- Hermione, eu gosto muito de você e realmente acho que não mentiria pra mim, mas também acho que o Neville não tentaria te agarrar nem pedir pra ficar com outras garotas além de mim. Isso deve ser algum mal entendido.

- Acredite, Luna. Se houvesse alguma dúvida quanto a tudo isso que lhe contei eu não te diria!

- Desculpa, Mione. Mas eu não posso acreditar nisso.

- Bom, eu fiz o que achava certo. Se você acredita ou não, aí vai da sua cabeça. Só lamento ser porta-voz de notícias tão ruins pra você. – disse já me retirando.




O calor estava tão insuportável que eu poderia até classificá-lo como infernal. E talvez por causa disso, Tonks resolveu dar a aula daquele dia fora do castelo, próxima a Floresta Proibida. Desde o começo do mês, ela nos ensinava como enfrentar comensais. E apesar disso não ser novidade pra mim, Rony e Harry, as táticas que ela nos mostrava eram muito boas, embora um tanto sombrias. Por exemplo, na aula daquele dia, ela estava ensinando um feitiço que os fazia ter um tipo de ataque do coração. Tudo bem que ela auror, mas aquelas coisas que ela ensinava não tinham nada a ver com o jeito dela.

Ao fim da aula ela me chamou a um canto isolado:

- Está tudo bem com você? – ela perguntou.

- Sim. Ai, Tonks! Foi mal! No dia em que eu acordei você pediu pra conversar comigo e eu esqueci totalmente! Pode falar agora.

- Não era nada... nada de mais. – ela disse me olhando de um jeito esquisito e virando para ir embora. Mas voltou de repente e perguntou – Mione, tem acontecido algo de estranho com você?

- Não... acho que não.

- Olha, Mione, eu não quero ser apenas a sua professora de DCAT, eu gostaria muito que você visse em mim uma amiga que vai estar sempre pronta pra te ajudar com qualquer coisa, qualquer problema, qualquer dúvida...

- Puxa, eu agradeço muito... mas não há nada pra se preocupar. Ainda. – disse ligeiramente intrigada. Essa nossa conversa foi bastante estranha. Parecia que ela sabia de algo que eu deveria saber e que ela queria me contar algo a mais, mas por algum motivo desconhecido, não o disse.



*****



Os dias foram passando e mais nada de anormal aconteceu, exceto pelo calor incomum. A Luna continuava saindo com o Neville e se tornara muito estranha comigo, me ignorando todas as vezes em que eu tentava falar com ela. Já Neville mantinha distância de mim, talvez por medo do Rony. Draco me cercava de vez em quando, tentando conversar comigo, mas eu sempre conseguia me esquivar dele. Eu e Rony continuávamos tendo nossas pequenas briguinhas sempre e a Olívia não desgrudava dele, o que era insuportável, mas pelo menos ela não falou mais comigo. Melhor pra ela.

Nesse meio tempo aconteceu nosso primeiro jogo de quadribol. O dia bonito de sol e calor fez com que a escola em peso fosse ver nosso jogo contra Corvinal. E a Grifinória arrasou, é claro! Nós ganhamos de 210 a 10!!! Rony estava demais na defesa e se o Harry não pegasse o pomo tão rápido, nós ganharíamos por uma diferença muito maior, pois Gina e Simas no ataque, eram tão afinados quanto no amor. Aliás a Gina não perdia uma oportunidade para provocar a Cho. Zombava dela pelas costas, arrancando risadas de todos; atrapalhava a visão de campo da outra e a impediu de pegar o pomo 2 vezes, cortando o seu caminho. No fim elas quase brigaram, mas quando Gina viu que Cho se aproximava pronta a lhe dar uma vassourada na cara, agarrou o Simas e lhe deu um longo abraço, deixando Cho só olhando, sem ação. E a Olívia... tudo bem, eu tenho que admitir que ela também jogou muito.

Antes de começar o jogo eu comecei a me sentir mal. Tontura e dores de cabeça ultimamente eram minhas companheiras, porém naquele dia eu estava bem pior. Mas nem pensei em descer da arquibancada e agüentei até o final do jogo. Quando acabou, fui procurar Gina pra voltarmos juntas ao castelo, mas Rony estava tão eufórico, que ao me ver não me deixou dar nem mais um passo. Levantou-me do chão, bem alto, e disse:

- Essa você viu, não viu?? Admita que eu sou o melhor. Melhor até que o Krum.

- Sim, eu vi. E todos jogaram muito bem. Agora me põe no chão, seu maluco. – eu disse e ele fez que ‘não’ com a cabeça.

- Não?! Como assim, não?? – perguntei.

- Só te ponho no chão se você falar: “Weasley é o rei”.

- Você ouviu essa musiquinha besta durante todo o jogo! Eu não vou falar isso.

- Ah, mas vai. – e ameaçou me carregar nas costas.

- Se você está pensando que fazendo esse joguinho eu...

- Se você está pensando que eu vou te largar, Granger, está muito enganada. O que todos vão pensar ao ver os dois monitores da Grifinória assim? – ele disse sorrindo, me interrompendo. Eu estava quase chorando de raiva do Rony, mas por um breve momento nossos olhos se cruzaram e havia fogo. Eu queimei por dentro, por um instante, e gostei disso. Foi aí que eu percebi o quanto nós dois estávamos próximos. E fiquei sem saber se aquela queimação que eu senti foi de raiva ou de alguma outra coisa...

- Por que é tão difícil pra você admitir que eu sei fazer pelo menos algo de realmente bom? Por que você só repara as coisas ruins em mim? – ele continuou, mas agora seu tom de voz era amargo. E eu percebi que aquela seria mais uma briga inconseqüente. E percebi também que eu não estava em condições de brigar. E o que eu mais queria naquele momento era uma poção pra dor-de-cabeça. Então resolvi dizer:

- Tudo bem, eu digo: Weasley é o rei. Você acabou com eles, Rony. – falei baixinho.

- O quê?! Não ouvi nada! Fala mais alto! – ele disse, voltando a sorrir.

- Weasley é o rei. – disse entediada, de forma que só ele pudesse ouvir.

- Continuo não escutando!! Grita!!! – ele disse rindo.

Aí eu me revoltei. Ele estava se divertindo às minhas custas, mandando aquele papinho de “por que você só repara as coisas ruins?”. Aí dei um chute forte na canela dele, fazendo-o me largar e pôr no chão novamente e depois, enquanto ele fazia uma careta de dor, colei minha boca no seu ouvido e fiz o que ele tinha me pedido pra fazer: Gritei.

- Aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhh!!!!!!!!! – e depois saí correndo. Mas ele foi atrás de mim e me alcançou rápido, puxou meu braço com violência e gritou:

- VOCÊ...! – mas aí começou a rir de repente, me abraçou e sussurrou ao meu ouvido - ... é uma boa menina. Mas precisa aprender a controlar essa sua histeria. – e me beijou o rosto, entrando no vestiário em seguida. E eu fiquei ali parada e trêmula, o rosto em chamas, o corpo úmido de suor meu e dele, mais dele por causa daquele abraço. A mão sobre o rosto, no lugar do beijo, tentando entender o que tinha acontecido se é que tinha alguma coisa pra entender.

Depois eu só me lembro que a Gina saiu do vestiário e me puxou pelo braço, falando alegremente alguma coisa sobre a Cho, mas eu não prestava atenção. Nós andávamos no meio da multidão que voltava para o castelo e a última coisa que eu reparei, foi na quantidade de gente que passava esbarrando em nós duas. Se eles soubessem o quanto isso me incomodava... aí tudo começou a ficar muito confuso na minha cabeça e eu apaguei.

Quando voltei a mim, estava sentada no chão em frente à ala hospitalar da escola, com várias pessoas a minha volta, todos olhando curiosos pra mim. No meio delas reconheci Gina e perguntei:

- O que aconteceu comigo?

- Você desmaiou quando nós voltávamos do campo de quadribol. Agradeça ao Antônio, que te carregou até aqui. – e apontou para um garoto que eu reconheci ser Antônio Goldstein, monitor de Corvinal.

- Obrigada, Antônio. – disse à ele.

- Disponha. – ele disse sorrindo – E pra você pode ser ‘Tom’.

- Certo, Tom. – eu disse, retribuindo o sorriso – Mas por que eu estou aqui no chão e não lá dentro? – perguntei apontando para a porta da ala hospitalar. As pessoas começaram a ir embora ao ver que eu já estava melhor.

- Madame Pomfrey foi embora hoje de manhã. – disse Antônio, sentando ao meu lado – Parece que a mulher surtou, disse a Dumbledore que precisava de férias e partiu, sem dar mais explicações, o que é muito estranho.

- E a fofoca que está rolando por aí é que ela ficou muito rica de repente, com uma herança de um parente distante e foi embora pra começar a gastar a grana, o que também é muito estranho. – disse Gina, sentando no chão também.

- Mas o que é mais estranho, e que não pode acontecer, é a escola ficar sem ninguém pra cuidar dos alunos doentes e eventualmente feridos! – eu disse.

- Estão dizendo que Dumbledore vai pôr Snape pra cuidar disso enquanto não achar alguém pra ficar na ala hospitalar. – disse Gina.

- Eu só fico imaginando a cara de “felicidade” dele ao saber que vai ter de cuidar dos seus alunos doentes... – disse.

- Se isso for verdade mesmo, vai ter gente preferindo ficar doente a se consultar com o “titio” Snape. – disse Antônio, nos fazendo rir.




- O que nós ainda estamos fazendo aqui? – perguntei depois de um tempo de conversa – Eu já estou melhor, gente! – disse e nós nos levantamos. Eu já ia embora com a Gina, quando Antônio me puxou pela mão.

- Posso falar um minuto com você, Hermione? – ele perguntou.

- Claro. – respondi. Gina, atrás dele fazia gestos de que ia embora e eu nem pude pedir pra ela me esperar.

- Você foi muito legal em me carregar até aqui. – eu disse sem-graça, depois de alguns segundos em silêncio.

- Foi um prazer te carregar. – ele disse, olhando nos meus olhando nos meus olhos.

- Você não ia me dizer alguma coisa?

- Eu ia dizer que é realmente uma pena nós quase não nos falarmos. – e chegou mais perto, pondo o braço em volta da minha cintura – A gente podia mudar isso, não é? – perguntou em seguida.

- Sim, mas... – comecei a dizer, embaraçada, olhando o braço dele em volta do meu corpo.

- Seria legal se nós dois saíssemos juntos – interrompeu – Poderia ser na próxima ida a Hogsmeade... o que acha? – perguntou. Mas ao ouvi-lo me chamar para ir a Hogsmeade, comecei a rir. Já não estava afim de sair com ele e se fosse naquela cidadezinha então... pior ainda. Acho que ia passar um bom tempo até eu ter coragem de voltar lá.

Foi aí que começamos a ouvir um som de palmas. E ao nos virarmos pra ver quem era... era o Rony.

- Parabéns, Hermione. – ele disse, ainda batendo palmas – Que comportamento exemplar, ficar se agarrando com outro monitor nos corredores vazios da escola.

- Bem que você gostaria que o “outro monitor” fosse você, né? – perguntou Antônio, ironicamente.

- Eu não fico com qualquer uma. – respondeu Rony, friamente.

- Mas que droga é essa!!! – gritei.

- Escuta aqui, cara... – disse Antônio, partindo pra cima dele. Porém eu entrei na frente dos dois a tempo.

- Antônio, pode ir. Eu sei me defender sozinha.

- Mas Hermione, eu...

- Vai embora, eu cuido dele. – interrompi autoritariamente e ele me obedeceu, contrariado.

- Agora somos eu e você, Weasley. E eu só quero saber o por quê dessa cena toda.

- E você ainda pergunta?! Eu pensei que você se desse mais o respeito. Pelo menos poderia arranjar um lugar mais escondido pra se agarrar com esse cara!

- Eu não estava me agarrando com ele, imbecil!

- Então eu só posso estar com problema de vista! Ele estava te agarrando, sim. E você estava gostando muito, rindo...

- Mesmo se nós estivéssemos fazendo alguma coisa, o que não estávamos, você não tem direito algum de falar desse modo comigo! Quem é você?! Está dando uma de meu pai agora?!

- Não. Eu sou só seu amigo ou pelo menos achava que era. Pelo visto eu não sou nada pra você, né?!!

- Não pense que com essas chantagens emocionais você me comove.

- Não pense que com essa atitude de eu-sou-certinha você consegue esconder o que realmente é!

- E o que eu sou?! Diga logo!!!

- Uma vagabunda.

Meus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente ao ouvir essas palavras saírem da boca dele. Não pude falar mais nada e acho que nem conseguiria continuar discutindo. Pude ver que os olhos dele se enchiam de lágrimas também e ele pareceu se arrepender.

- Eu... eu não quis dizer isso. – ele disse, chegando mais perto de mim.

- Mas disse...

Ele passou a mão pelo meu cabelo devagar, talvez com medo de que eu explodisse com ele, mas embora eu tivesse muita vontade de gritar e machucá-lo como ele me machucou, acabei desabando no choro e ele me abraçou lentamente. Quase me deixei levar pelo cheiro bom de sabonete que ele emanava e pelas suas mãos, que deslizavam suavemente pelas minhas costas. Mas aí, o empurrei e disse:

- Nossa amizade acaba aqui. – e depois saí correndo dali, mas ainda pude ouvi-lo chamar meu nome uma última vez.



*****



Era estranho o modo como a palavra “estranho” se tornava cada vez mais comum em Hogwarts. Cada vez mais aconteciam coisas esquisitas, sendo a mais estranha delas, o professor Snape faltar 1 dia inteiro de aulas. Porém o que mais chamou atenção foi a explosão repentina de casais. O romance estava no ar e as coisas pegavam fogo mesmo. Pra todo canto que eu olhava, lá estava um casal se amassando. Parecia que todos na escola tinham se arranjado. E quanto mais eu via essas coisas, mais eu me sentia “a coitada” por ser praticamente a única que não estava vivendo esse “calor”.

As pessoas estavam também cada vez mais caras-de-pau. O próprio Harry me contou que duas garotas já tinham tentado agarrá-lo e como eu também já tinha sido quase agarrada duas vezes, comentei com ele o quanto isso era chato, mas para a minha surpresa, ele disse que nem tinha achado tão chato assim e que com uma das garotas até tinha deixado rolar algo a mais já que, segundo ele, ela era bem bonitinha. Homens...

O sábado chegou e eu decidi me trancar no dormitório e estudar o dia todo. Eu não queria ver o sol, não queria ver os casais, não queria ver ninguém...

Odiava todos e suas expressões de felicidade. Odiava meu reflexo no espelho, minha cara de quem não espera mais nada dessa vida. Odiava o dia. Odiava o calor. Odiava a comida ultimamente. Odiava as garotas, por tentarem me animar. Odiava o Harry e seus conselhos sem nexo. Odiava o Malfoy, porque ele não estava lá. Odiava o Rony, porque ele era o motivo de tudo. Noites em claro, pensando nele... noites de sono, sonhando com ele. Noites infelizes. Um menino ruivo de nariz sujo. Um garoto ruivo e seu rato idiota. Um amigo ruivo que admirado, finalmente percebeu que eu era uma garota. Um rei ruivo que arrasava no quadribol. Um ruivo que me deixava sempre vermelha. Um cara ruivo que me chamou de vagabunda e me lançou um olhar vazio. E aquele olhar doeu mais do que tudo.

Porque agora eu estava vazia. Eu me sentia vazia sem ele.




“Malditos sejam todos os elfos domésticos e sua submissão burra aos bruxos. Que se danem todos eles!” – quando me peguei dizendo isso à Gina na noite anterior, percebi que não estava bem. Então resolvi passar o fim-de-semana inteiro fazendo a única coisa que poderia me animar: ESTUDANDO.

Só que nem estudar eu conseguia. Não tinha mais concentração. Então acabei dormindo em cima dos livros.

Acordei morrendo de calor e de sede e por causa disso, quebrei minha promessa de não sair do quarto por nada no mundo. Ao descer as escadas do dormitório feminino reparei logo na sala comunal. Ela estava escura demais e ainda não tinha anoitecido. Foi aí que percebi que todas as cortinas estavam fechadas e vi os vultos de um casal se agarrando no sofá. Me escondi no pé da escada e forcei a vista pra tentar identificar quem eram e pegá-los de surpresa com uma detenção, porém meu queixo caiu ao constatar que o cara era o Neville. Com uma garota que definitivamente não era a Luna.

Fiquei ali os observando durante um tempo. Eles não estavam fazendo nada de mais, mas como a minha experiência era zero, tudo era novidade pra mim.

- Wow! A temperatura subiu por aqui! – disse Gina, me dando um susto.

- Sshhh! Que susto, Gi! – fiz sussurrando. – De onde você veio?

- Do paraíso...

- Simas?

- Aham. – ela disse rindo.

- O Neville está nos saindo um verdadeiro cafajeste, não?

- E a Luna não sabe de nada. Ou finge não saber. Sabe qual é o apelido dele agora?

- Não. Qual?

- Rodo-man. Porque todas “rodam” na mão dele. Ela tá pegando geral aqui na escola, Mi!

- Quem diria...

- Quem diria mesmo.



*****



Parece que quando a gente está triste, o tempo passa mais devagar, se arrasta. Às vezes me perguntava: “Quem eu sou?”. Sentia como se eu fosse só tristeza e desilusão. Queria mudar isso, mas não conseguia. Todo mundo estava tão feliz, que eu me sentia só, presa pela minha tristeza. Incapaz de sorrir. Incapaz de manter contato. A Parvati dizia que tudo ia passar com o tempo. ‘Deixa o tempo dizer...’ Na maioria das vezes o tempo não dizia nada. Seria eu quem teria que dizer, que mandar na minha vida. Sair desse quarto escuro no qual eu tinha me trancado. Queria desabafar, gritar, ficar meio louca, mas eu não me permitia. Eu não conseguia. As melhores horas do meu dia eram quando eu deitava na minha cama e dormia. Era só eu comigo mesma, sem ter que dar explicações a ninguém, sem ter que ver rostos felizes, sem sentir pena de mim mesma. Durante o dia, eu me isolava, andava sozinha. Só assim pra não ter que fingir para os meus amigos que estava tudo bem. Se bem que devia estar estampado na minha cara que eu estava mal.

Foi na terça-feira. Eu fui a última a sair da biblioteca, expulsa por Madame Pince. Não que eu estivesse estudando. Eu não estava. Só estava pensando um pouco. Saí andando pelo castelo a esmo, sem pressa nenhuma, afinal eu não tinha pra onde ir, nem com quem encontrar. Meus pés, já acostumados, me levaram à sala comunal. Ela já estava vazia, exceto por uma pessoa. Rony Weasley.

Acho que jamais esquecerei essa cena. Ele estava sentado num sofá, cabeça baixa, chorando. A primeira coisa que me passou pela cabeça foi ir até lá e saber o que tinha acontecido. Mas aí eu lembrei de tudo. Da nossa briga. Do meu orgulho. Perdi a coragem e torcendo pra que ele não me visse, fui em direção à escada. Foi aí que ele chamou, incerto:

- Mione? É... você?

Mas ao ouvir a sua voz, tão frágil, eu mandei tudo às favas e corri até o sofá.

- Ah, Ron...

- Eu fui um idiota com você.

- Isso já passou. O que houve contigo?

- Acabei de receber uma carta dos gêmeos... o Percy, Mione... pegaram ele. Você-sabe-quem lançou a Imperius nele. Agora meu irmão é um... um... comensal. – disse, e depois recomeçou a chorar. Eu fiquei tão abalada quanto ele, mas procurava não demonstrar. O que eu poderia dizer? Não vinha nenhuma palavra de conforto na minha cabeça, para uma situação como aquela. Então eu toquei de leve o seu rosto, enxugando suas lágrimas. Ele estremeceu levemente e fechou os olhos. Eu estava muito abalada naquele momento. Tudo bem que eu não tinha tanta intimidade com o Percy, mas ele era um Weasley, droga! E eles eram como minha segunda família! A gente nunca imagina que as coisas ruins vão acontecer com a gente, ou com pessoas que a gente gosta, mas infelizmente cedo ou tarde essas coisas acontecem. A vida poderia ser muito cruel. Não, a vida, não. As pessoas.

Mas se tinha uma pessoa que estava mais arrasada do que eu, era o Rony. Nunca o tinha visto daquela maneira e chorando daquele jeito. Eu travei. Não conseguia dizer nada que pudesse trazer ânimo e se eu abrisse a boca naquele momento, corria o risco de acabar falando alguma besteira. Ele continuava de olhos fechados e eu ainda com a mão sobre o rosto dele. Nesse instante eu percebi que isso que nós estávamos dividindo, seria um passo muito importante na nossa amizade. Pude ver um lado dele que até então eu não conhecia. Não era aquele Rony bobo que estava na minha frente. Era um Rony humano, que tinha sentimentos adultos. Me arrependi de todas as vezes que o xinguei em silêncio de coisas como estúpido e infantil. Acho que no fundo eu o invejava. De nós três, o Rony foi o único que realmente teve uma infância. Eu e o Harry sempre tivemos que cuidar de nós mesmos, que crescer muito rápido. Agora eu o via na minha frente, crescendo da forma mais difícil.

As sardas... o nariz... a boca. De repente vi uma beleza que ainda não tinha reparado nele. Se ele abrisse os olhos, lá estaria aquele azul profundo. Oh, Merlin, era verdade... eu poderia mergulhar naqueles olhos. Mas ele não podia os abrir agora. Senão veria que eu estava perdendo o controle.

A boca dele parecia me chamar, mesmo estando parada. E eu fui me aproximando... aproximando... até que ele abriu os olhos. E eu hesitei.

- Por que não? – ele perguntou me olhando nos olhos.

- Por que não o quê?

- Por que não faz o que ia fazer?

Aí eu não relutei. Sorri pra ele e continuei me aproximando... para dar-lhe um beijo no rosto.

- Sabe... esse beijo consolou muito mais que mil palavras. – ele disse, ficando bastante vermelho. Nós sorrimos de um jeito sem-graça um pro outro e ficamos nos olhando durante um bom tempo, em silêncio. E eu senti queimar por dentro novamente.

- Me abraça?

Ele pareceu tão frágil ao fazer esse pedido, que eu não pude resistir. Eu não quis resistir. O abracei timidamente, mantendo um pouco de distância, mas ele me puxou mais contra si, num abraço apertado. Eu me perguntava se ele tinha idéia do quanto aquele abraço podia ser perigoso. Era difícil manter o controle, sentindo os braços fortes dele me envolverem.

- Sabe Mione, é bem difícil pra mim pedir perdão. Eu não queria ser assim. Estúpido e grosso quase sempre. E quase sempre com você. – ele afrouxou o abraço, segurou minhas mãos e continuou a falar – Sei que apenas um pedido de desculpas não vai te fazer esquecer o que eu disse, mas só quero que saiba que realmente não penso aquilo de você. Não faz idéia do quanto eu fiquei mal depois daquela briga. Eu desci num nível muito baixo. Foi pra te atingir, eu admito. Mas eu nunca quis te machucar. Eu não quero mais ficar sem você, Mione. Não quero perder essa amizade...

- Eu já disse que isso é passado, Rony. Há coisas mais importantes agora do que uma simples briguinha nossa. Eu posso superar isso. Tô aqui do seu lado e sempre estarei enquanto você precisar de mim.

- É que eu fiquei tão fora de mim quando te vi com aquele cara, que acabei dizendo coisas que não têm nada a ver. Esses dias eu andei pensando em você.

- Em mim?

- Nesse meu ciúme contigo. Acho que encontrei uma resposta.

- E qual é? – perguntei, ansiosa.

- Eu te... – e ao ouvir ele começar a falar, eu pus as mãos a esconder meu rosto. Não sabia se estava preparada pra ouvir, o que ele tinha a dizer – ... amo. Como se fosse uma irmã.

- Claro, eu compreendo. O que mais poderia ser além disso? – disse levantando-me subitamente.

- Prometo que vou tentar não ser mais tão superprotetor. E ser legal com qualquer outro “pretendente” seu. – ele disse de um jeito esquisito.

- Agradeço.

- Eu é que tenho de agradecer. Obrigado. Por tudo.

- De nada. Boa noite. – disse já saindo. Não queria que ele me visse chorar.



*****



Depois daquela noite tudo voltou ao normal. Eu e Harry tentávamos sempre animar Rony, mas não tocamos mais no assunto do Percy, pra não magoá-lo ainda mais. A verdade é que tudo voltou ao normal em termos. Harry andava esquisito e eu não sabia o motivo, Rony se tornou meio sério, tentando fingir que nada tinha acontecido e eu às vezes me pegava olhando fixamente pra ele, me perguntando sempre o que era aquilo que eu estava sentindo.

Também, estava ficando cada vez mais difícil evitar o Malfoy. Ele me seguia, me mandava corujas... tanto tentou, que um dia conseguiu. Foi na biblioteca. Ele sentou ao meu lado sem eu perceber.

- Eu só queria saber por que você está me ignorando e por que fez aquele show no campo de quabribol outro dia. – ele disse, me fazendo levar o maior susto, derrubando meus pergaminhos no chão.

- Ah, oi Malfoy. – disse olhando pro chão.

- Você não vai me responder?

- Olha, eu vou acabar perdendo meus amigos se continuar falando contigo, por que...

- E eu sou o que pra você?! – interrompeu – Hermione, você é a única pessoa a quem eu posso chamar de amiga, por mais bizarra que a nossa amizade seja. Os idiotas da Sonserina só me bajulam porque eu tenho dinheiro. Minha mãe não se importa comigo, meu pai me odeia. Da última vez que nos falamos, ele só soube me humilhar...

- Quando foi a última vez que você falou com seu pai? – foi a minha vez de interromper.

- Mês passado, acho. Por que?

- Como? Ele ainda está em Askaban, não está?

- Todo mundo sabe que os comensais fazem o que querem lá agora.

- É por essas e outras que eu não posso confiar em você!

- Ah, então é isso... olha, eu sei que não sou o cara bonzinho como o seu amigo Potter, mas curto muito mais você do que essas paradas de forças das trevas. – ele disse, abrindo aquele sorriso lindo. E corando violentamente eu retribuí o sorriso.

Ele estava sendo sincero. Eu sentia.








N/A: *esse cap eu escrevi inspirada num capítulo c/ msm nome de uma série q eu amava: Roswell. A frase no comecinho é da personagem Liz (Shiri Aplleby). Só posso dizer q essa frase se encaixou perfeitamente nessa fic!

Gente, eu estou escrevendo isso quase fechando os olhos, to morrendo de sono, mas resolvi q ia terminar essa capítulo hj de uma vez e aí está. Se houver erros naum reparem, prometo caprichar + no próx.

Sobre as demoras: eu sei q é chato, q vcs devem estar me odiando mas só quero q vcs saibam q naum é falta de inspiraçaum, nem falta de respeito a vcs leitores. Eu sofro de um problema mt gd q é FALTA DE TEMPO. Estudo o dia todo e nos fins de semana às vezes tbm. Quase todo o meu tempo vago eu reservo pra escrever, mas naum tem sido o suficiente, eu sei. Só naum me odeiem dmais please!!! Notem q esse cap demorou menos!! Minhas férias já vão começar e aí vou ter mt + tempo p/ terminar essa fic + rápido. Peço a compreensão d vcs (nossa, falei bonito agora!). ateh o próx entaum, gente!! Bjaum, Ju.





















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