Capítulo 01
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Descrição: Seria o casamento suficiente para impedir um amor? [Short fic] S/L
.:: Capítulo Único ::.
Peguei a primeira peça de roupa que vi e vesti rapidamente. A campainha tinha tocado enquanto eu tomava banho. Eu poderia simplesmente ignorar e continuar o banho tranqüilamente, se não fosse o fato de saber quem tocava.
— Sirius, eu estou tão nervosa — ela falou me abraçando.
— Ah... — eu murmurei desconcertado, ainda sentindo o impacto de seu abraço. — Calma, vai ficar tudo bem — falei, tentando parecer o mais gentil possível. Não era a primeira nem a segunda vez essa semana que ela me procurava. Eu a abracei, tentando não me embriagar com o perfume de seus cabelos, tentando ignorar os meus maiores devaneios de empurrá-la na parede e não deixar meus lábios desgrudarem de seu corpo. Mas a amizade vem primeiro, sempre primeiro. E soltei o abraço, sorrindo-lhe.
— Não sei o que seria de mim se não fosse você para me apoiar — ela falou sorrindo. — Ah... desculpa, eu atrapalhei seu banho?
— Não, eu já estava me trocando — sorri.
Ela sorriu e foi até o banheiro. Voltou logo em seguida com uma toalha.
— Senta — disse autoritária. Obedeci.
— O que vai fazer?
— Secar seu cabelo, oras! Onde já se viu sair do banho e não secar bem os cabelos? — disse ela parecendo uma mãe — não que isso não fosse típico dela — e começou a secar meus cabelos. Fechei os olhos, aproveitando o máximo que podia. Ela deslizava a toalha suavemente numa espécie de massagem. Depois do que pareceu um longo tempo, ela desceu a toalha até meu pescoço. Mordi os lábios tentando ignorar o arrepio que percorreu pelo meu corpo.
— Terminei — ela falou sorrindo, satisfeita com a tentativa de me sedu... secar o meu cabelo.
— Ah, muitíssimo obrigado! Não sei o que faria de hoje em diante se você não tivesse secado o meu cabelo! — ela sorriu. Eu não perdia o hábito de ser sarcástico, nem mesmo com ela.
— Está com fome?
— Você vai cozinhar para mim?
— Claro! — sorriu.
— Estou — sorri.
Ela foi à cozinha e começou a preparar alguma coisa, não sem antes ter arrumado toda a desordem.
— Não sei como você consegue deixar tudo isso assim! O apartamento do James é a mesma coisa — ela falou com um tom reprovador, mas ao mesmo tempo um sorriso brotou em seus lábios. Ela precisava se lembrar dele? Mas logo o sorriso desfez-se. Uma expressão preocupada e temerosa povoava seu rosto. — Você acha que ele pode se... se arrepender, sabe... de... de ter me pedido em casamento? — perguntou. Vi suas mãos tremerem.
— Claro que não! Não precisa se preocupar, o James gosta de você há séculos, Lily. Só eu sei o tormento que era “Lily para cá, Lily para lá”.
— Quem ouve pensa que você está com ciúmes — brincou. Eu sorri.
— E se eu estiver? — perguntei sorrindo.
— Eu o divido com você — ela falou.
— E quem disse que é a ele que eu quero? — falei sorrindo, tentando manter um tom mais descontraído possível. Ela sorriu.
— Não seja bobo, Sirius — ela falou sorrindo. — Você sabe que sempre me terá — e piscou. Falando assim, Lily, não sabe o quanto me tenta.
Eu sorri e tentei desviar minha atenção enquanto ela continuava a preparar a comida. O que era eu não fazia idéia, meus olhos só me permitiam observá-la. Cada detalhe, cada gesto. Lily tinha mania de sempre colocar as mãos na cintura quando esperava alguma coisa, nesse caso, a água ferver. Ela ficava linda assim, sorrindo, reclamando... de qualquer maneira. Fechei os olhos. Por que tudo não poderia ter sido diferente, por que ele fora gostar dela? Maldita hora em que ficamos amigos. Ela simplesmente poderia ser só a namorada do James. Suspirei. Mas não teria como. Ela cativava qualquer um em questão de segundos. Não havia escapatória. Eu já estava preso o suficiente para não ter como sair.
— Eis aqui o almoço de vossa alteza — ela falou sorrindo e colocando um prato na minha frente. Só agora que ela me chamara é que pude sentir o cheiro do macarrão.
— Eu adoro macarrão — falei, sorrindo, enquanto começava a comer. — Principalmente com molho branco — falei de boca cheia. Ela riu.
— O James também tem essa maldita mania de falar de boca cheia — disse num sorriso doce. James. James. James. Será que ela não pensa em outra coisa?
— E aí?
— O que? — perguntei distraído enquanto comia. Calma, Sirius. Eles vão casar, no que você quer que ela pense? Meneei a cabeça. Nele, era claro.
— Está tão ruim assim para eu não receber nenhum elogio? — ela falou chorosa.
— Ah — eu murmurei distraído. — Está uma delícia, Lily. Obrigado. — Sorri.
— Assim, sim — sorriu. Um sorriso lindo, diga-se de passagem... Pára, Sirius, pára!
— Hm... Acho que vou comer um pouco também.
Foi pegar um prato no armário e serviu uma porção — bem pequena, por sinal — e sentou-se ao meu lado. Bem que poderia ser assim sempre, sempre do meu lado.
— Acho que vou arrumar alguns motivos para ir almoçar na sua casa.
— Nossa, você gostou tanto assim da minha comida?
— Bem, comparada à minha, é maravilhosa — brinquei.
— Assim você magoa, Sissy. — Eu ri.
— Se eu magôo você, é por que você está querendo dizer que minha comida é muito ruim, não é?
— Não tire palavras da minha boca — sorriu. Não eram bem palavras que eu queria de sua boca, Lily querida.
E terminamos de comer em silêncio. Depois, Lily levantou-se e lavou os pratos. Bem, não era muito educado de minha parte deixar a visita lavando os pratos, mas essa poderia ser a última vez que ela lavaria os pratos de uma refeição só nossa... Antes de ela ser a senhora Potter. Suspirei. E não poderia perder a oportunidade de observá-la, é claro. Seus cabelos ruivos caíam graciosamente sobre os ombros. Eles brilhavam de uma maneira que não me permitia lhes tirar os olhos. E ela vestia uma blusa branca simples, de alça, e uma saia jeans um pouco acima do joelho. Mil e um pensamentos e desejos passavam pela minha cabeça. Não sabia quanto tempo agüentaria ficar ali, apenas observando, apenas consolando-a e tranqüilizando-a de que James a amava, a amava mais que tudo... da mesma forma que eu a amava. Não só a amava, como também a desejava com todas as minhas forças. Não eram apenas desejos, eu precisava, simplesmente precisava, nem que fosse de um beijo seu. Mas nunca a tocara, sempre respeitara o bem mais precioso de meu melhor amigo. Afinal, James fora o primeiro a me tratar como um ser humano, a se preocupar comigo, a me estender a mão quando precisei, a me animar quando estava triste, enfim, me mostrou o que era ter alguém que se preocupava comigo. E eu tinha que retribuir tudo que o amigo fizera por mim, e isso incluía respeitar a namorada dele.
— Sirius? — ouvi sua voz doce bem perto de mim. Mérlin, dá-me forças para suportar.
— Pois não, Madame? — perguntei sorrindo.
— Você está pensativo hoje, aconteceu alguma coisa?
— Nada demais — disse. Ela me olhou profundamente. Por que ela fazia isso? Para me ver preso em seus maravilhosos orbes verdes?
— E se eu disser que não acredito? — ela perguntou cruzando os braços.
— E se eu disser que não me importo? — retruquei.
— Chato — falou manhosa.
— Boba — sorri. — Você sabe que não é nada, Lilyzinha. Eu falaria se fosse.
— Sei...
— Confia em mim?
— Sabe que sim — ela sorriu, e me puxou para um abraço. Eu a abracei delicadamente, envolvendo-a em meus braços. Preciso dizer que aproveitei cada segundo em que sua cabeça repousava sobre meu peito? Permiti-me acariciar os seus cabelos, e permanecemos assim por um bom tempo. Depois desci minha mão até a sua cintura e a abracei um pouco mais forte. Ela imediatamente se separou de mim e me olhou. Seu rosto exibia uma expressão curiosa. O que eu iria dizer? Que não agüentava mais o desejo de tê-la só para mim? Aproximei-me dela, colocando minhas mãos em seu rosto. Ela continuava a me olhar com curiosidade, sem se abalar com nossa proximidade. De certo não desconfiava de tudo que eu sentia... Talvez essa fosse a chance, a única chance que eu teria de contar tudo para ela. Fui aproximando lentamente meu rosto, sem tirar as mãos de seu rosto. E então sua expressão mudou de repente. Para uma expressão de quem compreendia. O problema é que eu não sabia se era uma de quem compreendia e queria evitar, ou de quem compreendia e não queria evitar. Eu deveria arriscar? Arriscar fazer o que eu queria e perder sua amizade? Não era isso que eu queria, mas ao olhar-lhe nos olhos eu não conseguia pensar em mais nada nem ninguém, a não ser nela.
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N/A: Eu simplesmente não agüentava mais a vontade de escrever S/L!! Todas as vezes que idéias de J/L invadem minha cabeça, de repente o foco mudava todo para o Sirius. Chega até a ser assustador!
Eu pretendia escrever mais uns dois capítulos, mas a tia Shaula(beta =]) falou que o final estava bom e que eu deixasse mesmo como short fic. Então usarei a idéia para outra fic. Portanto devo escrever mais S/L, provavelmente ainda esse ano. Por favor, fãs do casal, não me crucifiquem, essa é minha primeira S/L.
Dedico essa fic para a tia Shaula que adoooooora S/L.
Comnentários são muito bem vindos!!
Espero que a leitura tenha sido agradável.
No mais, até a próxima.^^
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