O Retorno do irmão Pródigo

O Retorno do irmão Pródigo



Cap 2 – O retorno do irmão pródigo

- Draco!

Gina beijou o rosto do amigo de infância enquanto soltava-o e retornava ao chão.
- A Karen disse que você só viria amanhã.
- Era o que eu pretendia, mas o vôo foi adiantado pra hoje, eu liguei avisando.
- Ligou?
- Liguei, e quem atendeu foi uma tal de Dora.

Os dois entraram no apartamento, Draco pendurou sua capa no porta-chapéus, e deixou suas malas ao lado da porta, enquanto era conduzido pela sala até a cozinha.
- A Dora é nossa empregada. Ela não me avisou nada.
- Não? Ela falou que ia deixar um recado pra vocês.
- Hum. Você quer um lanche?
- Não, obrigado, eu jantei no avião. Como vão seus pais?
- Estão bem, muito tristes, por que recentemente o Rony saiu da casa deles quando se casou com a Mione, mas no geral estão bem.
- Legal.

Gina o puxou pela mão para fora da cozinha, mostrando-o o resto do apartamento, inclusive o quarto que ele ficaria instalado. O quarto de hóspedes era simples, possuía uma cama de casal, uma cômoda na parede oposta, um armário de duas portas e uma escrivaninha, todos em madeira trabalhada na cor azul-escuro. Draco ao entrar, depositou sua mala em um canto e se jogou na cama, como que a testando.
- Vê-se que ainda conservam o bom gosto. Esse apê é bem melhor que o anterior. – fala ele se apoiando nos cotovelos e encarando Gina que estava encostada ao portal.
- Pois é eu fui promovida e a Karen ganhou um aumento, aí a gente se mudou, se não como a gente ia te receber quando você viesse nos visitar? – fala ela rindo.
- Você lembra da última vez que eu tive em Londres, o apartamento de vocês só tinha 2 quartos, aí você teve que dividir o quarto com a Karen e me cedeu o seu. – fala ele rindo.
- É, e o meu namorado resolveu me fazer uma surpresa e entrou no meu quarto e te abraçou pensando que era eu. – fala ela acompanhando-o.
- Eu não me lembro disso. – fala ele levemente emburrado.
- Tem que lembrar, o Dino ficou beijando o seu pescoço e chamando o meu nome, até que você acordou e gritou. Foi o maior estardalhaço. – falou ela rindo com gosto.
- Você tinha que me lembrar disso. Você ainda ta com ele?
- Não, a gente terminou uma semana depois de você voltar para os EUA.
- Fez bem, ele era um pé no saco.
- E você, ta namorando alguém?
- No momento estou solteiríssimo. E você, ta namorando quem?
- Eu tava com o Harry, aquele amigo do Rony, mas ele me deu um bolo ontem aí eu resolvi dar um gelo nele.
- Que furada hein.
- É. Escuta, você quer um chocolate quente?
- Hum... Já to até sentindo o sabor.
- Ótimo, eu vou lá à cozinha preparar e você vai se instalando aí no quarto.
- Ta, até já.

Gina saiu do quarto do rapaz deixando-o arrumar as malas. Na cozinha ela prepara duas canecas de chocolate quente no melhor estilo Weasley. Quando ela retornou ao quarto com os chocolates, Draco já havia trocado de roupa e terminava de arrumar as gavetas.
- Ois, fiz meu famoso chocolate quente. – fala ela entrando.
- Oba, faz séculos que eu não tomo um chocolate como esse. O cheiro ta maravilhoso. – Draco levanta do chão onde estivera sentado e vai até ela pegando o sanduíche e o suco. – Onde é que ta a minha irmã? Não me diga que ela esta na cama, por que eu não acredito.
- Ela saiu com o Zabinne, um colega de trabalho.
- E esse tal Zabinne, como ele é?
- Ai, que bonitinho, ta com ciúme.
- Eu não estou com ciúmes, eu só quero me certificar que ela ta com um cara legal, é o meu dever de irmão mais velho.
- Ah ta, finge que me engana. Quanto tempo você pretende ficar?
- Na verdade eu não sei. Pretendo ficar o máximo de tempo possível, mas o tio Rodolfo ta com o pé na cova, e se ele morrer a tia Belatriz vai precisar da minha ajuda pra tocar os negócios da família e eu vou ter que voltar. Vamos torcer pra que o titio viva muitos meses.
- Por que, ele tem alguma doença?
- Câncer de fígado, em estado terminal, mas eles tão tentando um tratamento novo, talvez de certo.
- Que chato.
- É. Terminei o chocolate, vamos lá pra cozinha.
- ‘Bora.

Os dois foram pra cozinha, onde Draco lavou as canecas e eles foram para a sala ver se tinha alguma coisa decente na tv.
- Que merda, não passa nada decente para se assistir. – fala ela mudando de canal.
- Você queria o que, já passa de 1h da manhã. – fala ele rindo.
- Isso não é motivo, tem pessoas que ficam... – nesse momento a porta do apartamento se abre e entra Karen de costas se agarrando com um rapaz moreno.
- Hem hem... – pigarreia Draco chamando a atenção do casal.
- D-Draco? Oi... – fala Karen encabulada ao ver os dois na sala.

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Depois de Zabinne ter ido embora, os três se sentam na sala para conversar. Gina estava se agüentando para não cair na gargalhada novamente, Draco estava com a cara emburrada e Karen estava encabulada tentando fazer o seu projeto de vestido ficar um pouco maior.
- E então Srta. Karen, pode tratar de me explicar o que foi aquilo.
- Até parece que você não sabe. – fala ela levantando uma das sobrancelhas em descrédito.
- Que coisa mais feia, o que o papai iria dizer se soubesse disso.
- Ele já deve saber o que eu faço, e se não sabe é porque é ingênuo. Mas de qualquer maneira, o que esta feito, esta feito.
- Minha nossa, o que aconteceu com você?
- Oh, gente, que tal vocês pararem de discutir e matarem as saudades, afinal faz bem uns dois anos que vocês não se vêem.
- A Gina ta certa Draco.
- Ok, ok, eu me rendo.
- O que você esta fazendo aqui hoje? Você deveria chegar amanhã.
- Eu mudei os meus planos, mas deixei recado.
- Eu não soube de nada.
- Então, quem era aquele cara?
- O Zabinne.
- Pêra aí, você sai uma vez com o cara e já o leva para cama?
- Quem disse que nós só saímos uma vez?
- Culpada. – Gina levanta a mão constrangida fazendo Karen bufar.
- Ok, eu ia levá-lo pra cama sim, mas o que isso é da sua conta?
- Ih, vai começar. Se vocês me dão licença, eu to morrendo de sono e vou dormir, afinal amanhã é sexta e eu tenho que ir trabalhar.
- Boa noite. – falaram os dois entre dentes.
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Gina acordou de bom humor naquela manhã. Se levantou e foi tomar um banho. Quando ela entrou na cozinha encontrou Draco ainda de roupão e Karen já vestida com sua roupa de trabalho, ambos pareciam ter feito às pazes, pois conversavam alegremente. Gina senta-se ao lado de Draco e começa a se servir.
- Bom dia. – cumprimentou ela alegremente.
- Bom dia. – responderam os outros.
- Gi, a Dora falou que vai precisar chegar mais tarde hoje, algo relacionado ao filho dela.
- Ta.
- Ei, eu posso ir visitar vocês no trabalho? – pergunta Draco terminando seu café.
- Poder até pode, mas é melhor você se apresar se quiser ir com a gente. – alertou Gina.
- Deixa o endereço e as indicações aí que eu passo lá pra gente ir almoçar junto. – fala ele se levantando.
- Ok. – fala Karen que também já estava acabando.
- A gente se vê. – Draco da um beijo na testa de Gina e outro na de Karen e depois sai da cozinha.
- E então Gina, o Harry ligou? – pergunta Karen assim que a porta da cozinha se fecha.
- Sim, ligou mais de uma vez, e ameaçou vir até aqui. – fala Gina com um suspiro.
- E você?
- Eu não dei atenção ao que ele disse. – falou ela dando de ombros, e não atendi à nenhuma das ligações dele. Já to de saco cheio dele.
- Uh, acho que alguém vai dançar.
- Já dançou minha cara, já dançou.
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Gina tava sentada na sua mesa no escritório tentando fazer uma matéria que envolvia o descobrimento de um novo tipo de lagarta se torna algo interessante o suficiente para sair no jornal do dia seguinte, quando ouve duas batidinhas na porta e uma cabeleira loira enfiar a cara pra dentro.
- Ah, finalmente achei uma de vocês. – fala Draco entrando na sala.
- Oi Draco. – fala Gina sem desviar os olhos da tela do computador, que continham somente o título.
- Que você ta fazendo? – fala ele se inclinando por trás dela para ler o que estava escrito na tela
- To tentando escrever esse artigo. – fala ela com um tom frustrado.
- E quem te arranjou esse desastre? – perguntou ele prendendo o riso.
- Pode rir, eu não me importo. – falou ela soltando um longo suspiro. – Foi uma de nossas repórteres de campo, Luna Lovegood, ela cismou que procura matérias para uma revista científica.
- Científica?
- Sim, volta e meia ela me vem com uma matéria sobre o descobrimento de alguma coisa.
- E como ela ainda se manteve no emprego?
- Bom, digamos que eu, a Karen e algumas colegas nossas encobrimos as burradas que ela faz, de forma que o meu chefe ainda não descobriu.
- Nossa. E aí, vamos almoçar?
- Vamos sim, to morrendo de fome. – fala ela sorrindo já se levantando.
- Ótimo, porque eu não faço a menor idéia de onde é a sala da Karen.
- Vem, eu te mostro. – fala ela rindo.

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Draco saiu da sala de Karen com a irmã de uma de cada lado e Gina do outro, os três estavam abraçados pela cintura e riam alegremente. Eles teriam continuado a rir se quando os três tivessem saído da sala não tivessem se deparado com Harry parado no meio do corredor com um buquê de rosas vermelhas e rosas brancas nas mãos.
- Harry... – falou a ruiva com a voz fraca.
- Gina... Quem é ele?

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