Mais que o suficiente
Mais que o suficiente
-Harry? – ela chamou as suas costas, aproximando-se. – Pensei que havia me deixado só nesta festa – ela sorriu.
-Pensei que fosse melhor, estava tão entretida com Victor – retrucou voltando-se para olhá-la.
A mulher franziu a testa. – Foi apenas por isso que saiu do salão? – indagou erguendo a sobrancelha. – Por ciúmes?
Harry abriu a boca para respondê-la, mas Hermione apenas riu, fora uma brincadeira. Ele corou desviando o olhar para a sacada. – Engraçadinha.
-Diga-me Harry – falou suavemente, tocando seu ombro. - Por que saiu daquele modo? Você parecia ter visto Voldemort.
-De certo modo, eu o vi – a morena o encarou preocupada, apertando, sem perceber, um pouco mais seu ombro. – Não me olhe assim, Hermione... Não foi nada. Eu apenas me senti desconfortável – completou tentando não alarmá-la. – Mas talvez, quem sabe, tenha mesmo sido ciúmes – retrucou com aquele seu sorriso que a fazia, muitas vezes, pestanejar ou perder a linha de raciocínio. – Quero dizer, era até desconcertante o modo como o Krum estava falando com você.
-Do que está falando? Victor foi um perfeito cavalheiro.
-Certo. Hermi-ô-nini – motejou.
-Harry!
-O que? Não é assim que ele a chama? Hermi-ô-nini? – perguntou inocentemente. - Hermi-ô-nini como vai a vida? Hermi-ô-nini será que eu posso tocar na sua mão? Hermi-ô-nini será que eu posso te olhar, por favor? Hermi-ô-nini, você consegue perceber que apesar de eu não ser o mais inteligente dos seres, sou um gentleman e que tenho rios de dinheiro na minha conta bancaria se você me quiser? – ele imitou absurdamente bem Krum.
A morena prendeu o riso. - Se continuar falando assim, vou realmente acreditar que estava com ciúmes – comentou enquanto o moreno fazia questão de repetir como Victor lhe chamava. – Isso é tão infantil de sua parte – disse virando os olhos, vendo-o rir-se.
Harry deu de ombros. – O que você faria se fosse verdade? Sobre os ciúmes? – indagou desafiador. - Francamente, Hermione.
-Eu... Eu poderia fazer muitas coisas – Harry apenas sorriu com ironia em resposta. – Além do mais, ao menos ele gosta de mim verdadeiramente.
-Eu nunca disse o contrário, é até mais que evidente. A questão é: Você também gosta dele? – indagou fixando seu olhar no dela.
-Infelizmente não. Sou chegada mais a causas impossíveis – ela disse com um sorriso amargo. – Não sei se consegue entender – falou desviando o olhar.
“Rony que o diga” Harry ponderou sobre o tumultuado e breve romance que seus dois melhores amigos tiveram, antes de assentir. Ele aproximou-se mais e ergueu o rosto da amiga para que ela pudesse olhá-lo. – Hey, não pode ser tão mal assim, hmm? – disse beijando sua testa delicadamente.
-O que você sabe sobre amor não correspondido? – ela inquiriu subitamente, olhando-o firmemente, mesmo seus olhos estando, no momento, marejando. – O que você entende, Harry?! – indagou batendo no peito dele, irritada consigo mesma pelas lágrimas que agora lhe vertiam, abraçando-o em seguida, seu rosto escondido no vale entre o ombro e o pescoço dele. – O que você entende? Você não entende nada... Não entende nada – murmurou soluçando.
Harry estava surpreso com a súbita mudança de humor da amiga, mas a abraçou de volta. Apertado. Que dor era aquela em seus olhos?
O homem segurou o rosto dela entre as mãos. - Ah, carinho, eu te amo tanto... Não fique assim, por favor – ele murmurou beijando sua face.
A morena fechou os olhos com força enquanto enlaçava o pescoço dele, estando, agora, na ponta dos pés. Ansiando, precisando senti-lo por um instante a mais. – Ama? - indagou baixinho. - Será que o suficiente?
Ele sorriu amargamente sob a pergunta; sorriso e amargura que a morena não pôde reparar.
O suficiente? Ele a amava mais do que isso... Ele não a via somente como a amiga querida, o que deveria ser o suficiente que ela perguntava.
Ao seu ver, aquilo parecia mais uma doença. A vislumbrava e a ouvia em todos os lugares, se entorpecia com seu cheio e ficava próximo ao débil com sua proximidade. Estremecia ao seu toque, sentindo frio e calor... Definitivamente, Hermione e o amor que nutria por ela eram sua doença.
Harry suspirou, a morena havia se afastado para encontrar seus verdes. – Mais do que isso, Mione – disse por fim, sabendo que não conseguiria mentir com aqueles orbes castanhos o fitando. O homem lhe ofereceu um pequeno sorriso, sem desviar o olhar.
E então ela soube. Soube que era absolutamente correspondida. Soube que seu coração estava descompassado de tão rápido que batia... e que fora uma tola por muito tempo. Mas afirmou para si mesma que nunca mais o seria enquanto aproximava-se perigosamente dos lábios de Harry.
Fim
**
Bom, está aí... Desculpem os erros...
Agora me digam o que acharam, certo?
Não vou dizer que gostei tanto de fazer esse como capítulo anterior (este foi bem mais complicado para fazer, na verdade)... E não creio que ele tenha ficado do modo exato que eu queria. Mas a esperança é a última que morre, ao menos, é o que dizem.
Até mais então. E se não for pedir demais: Comentem!!!!?
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