Memórias
- Pontas? - Era Sirius.
O garoto de repente se viu parado no meio de um corredor qualquer do 2º andar ; não se lembrava de como tinha chegado alí ou do que havia feito antes de chegar ali. As poucas lembranças que tinha foram se esvaindo aos poucos como se o garoto tentasse pegar água com as mãos. E em uma fração de segundos a última coisa que ele consiguia lembrar era ter saído da sala da Mcgonagall.
- Finalmente - continuou Sirius caminhando até o garoto - eu fui até a sala da Minerva quando você começou a demorar, só que você já tinha saído de lá, aí eu encontrei o Rabicho e... - ele parou de ouvir.
Rabicho! Tiago lembrava de ter encontrado o garoto na sala da profª., ele estava com alguém, ele só não lembrava quem... - ...você quase derrubou ele quando saiu de lá.
- ah...eu saí para tomar um ar - inventou na hora.
Sirius arqueou as sobrancelhas, conhecia Tiago o suficiente para afirmar que ele estava mentindo, mas apenas deu os ombros.
- quer ir tomar café? - perguntou Tiago de repente se lembrando do quanto estava com fome, mas, como se o seu estomago também tivesse ouvido ele se embrulhou na hora.
Sirius deu os ombros de novo e os garotos desceram as escadas para o salão. Duas garotas corriam na direção deles.
- Vocês viram a lily? - perguntou a primeira ofegante.
- não... - disse Sirius pensativo - Por que?
- Ela sumiu... - as entranhas de Tiago reviraram.
- Co-como assim sumiu? - gaguejou ele.
- Não sabemos, quando a gente acordou ela já tinha saído...
- Ela foi me acordar, deviam ser umas seis e meia
- quem acorda em um sábado ás seis e meia?
- Cala a boca Sirius - disse Jenny impaciente.
- Você acordou...
- CALA A BOCA SIRIUS - disseram em uníssono. O maroto fechou a cara.
- Tá, eu calo, mas cadê a Alice?
- Foi encontrar com Frank - disse Bia sem emoção.
- Vamos nos dividir, Sirius - a garota lançou um olhar severo para ele - você vai com a Jenny procurar nos jardins, eu e o Tiago vamos olhar no castelo ; a gente se encontra no salão na hora do almoço, alguma pergunta?
- er...
- que foi Sirius? - a garota lançou um olhar de quem seria capaz de assassina-lo ali mesmo.
- a gente não pode tomar café da manhã antes?
- NÃO! - disseram todos em uníssono de novo para horror do garoto que fechou a cara novamente.
[~]
Eram quase uma hora quando os garotos se reuniram á Remo, Alice e Pedro no salão comunal. Mortes de fome e cansados eles narraram os fatos para os outros três.
- Falando de mim? - perguntou uma voz familiar ao ouvido de Remo.
- LILIAN? - Três garotas pularam repentinamente no pescoço da ruiva que caiu com o peso.
- onde você se meteu?
- eu... - garota se levantou lentamente. - não, me lembro... - disse se jogando em uma das poltronas.
- não, se lembra? - Tiago se remexeu inquietamente na poltrona.
- Francamente Lily, mentir é feio. Pode falar que você tava estudando transfiguração até agora - disse Sirius tentando manter um semblante sério seguido de um longo e perturbador silêncio.
- então, se vocês vão ficar aí, eu vou almoçar; to morrendo de fome. - disse Pedro de repente se levantando.
Ele parecia estar mais abatido que o normal e tinham fundas olheiras embaixo dos seus olhos, parecia um tanto perturbado também.
- você sempre ta morrendo de fome rabicho - disse Sirius revirando os olhos - mas, por nós sermos seres bondosos, iremos acompanha-lo, mas não se acostume, só dessa vez - terminou o garoto pomposamente no que os outros reviraram os olhos e começaram a se levantar.
- vão vocês, eu vou depois - disse Tiago pouco antes deles atravessarem o buraco do retrato.
- O QUE? - gritou Bia fazendo os outros pularem. - VOCÊ FICOU A MANHÃ INTEIRA FALANDO QUE ESTAVA COM FOME ! VOCÊ VAI SIM! - mais da metade dos alunos pararam de falar para ver a cena. Alguns alunos mais velhos riam, os mais novos miravam assustados, sem se incomodar com ser o centro das atenções, Bia agarrou os cabelos do maroto arrastando-o para fora da sala comunal sob as gargalhadas de Sirius.
- aííí, ta eu vou, eu vou - disse o garoto tentando se sobrepor as gargalhadas de Sirius.
- acho bom - disse a garota com um olhar quase mortífero.
- quando eu digo pra tomar cuidado com ela vocês ainda me mandam calar a boca
- riu Sirius.
[~]
A tarde já estava no fim quando os marotos se reuniram para fazer os deverem em um canto do salão comunal enquanto as garotos jogavam snap explosivo.
- Desisto! - disse Tiago jogando o livro e a pena em cima de uma mesa circular em frente a lareira.
Na hora ouviu-se uma pequena explosão e o rosto ade Jenny ficou preto.
- eu vou subir, boa noite - E dizendo isso o garoto desapareceu pelas escadas circulares.
- é impressão minha ou ainda são seis horas? - perguntou Sirius a Remo.
O maroto se jogou na cama com violência.
- Por que? - sua voz soou embargada. - por que eu não consigo lembrar?
Ele atirou o travesseiro contra a parede numa tentativa inútil de estraviar sua raiva.
Por todo aquele tempo ele aguentara, Voldemort, seus pais passando noite após noite no ministério, os foras da ruiva, mas de alguma forma ele chegara ao seu limite.
Por que tudo tinha que acontecer com ele?
A porta do domirtório se abriu e Sirius entrou tirando o travesseiro do chão e se sentando na cama do garoto.
- Agora chega! - disse ele severamente. - ou você me conta qual é o seu problema ou eu terei que tomar medidas drásticas.
- o problema? - Tiago soltou uma risada fria e sem alegria - O problema, além de todos os outros, é que eu não lembro dele - ele se virou para Sirius.
- eu nunca saí para tomar um ar, eu ao menos me lembro o que eu fiz hoje de manhã !
- espera, o que você ta tentando dizer é que...
- sim, duas memórias simplesmente desapareceram em só dia, estranho? Acho que eu nem me importo mais...
- não fale asneiras Pontas... - mas o garoto foi interrompido por que a porta do dormitório se abriu novamente. Era Lílian.
- Só pra lembrar, sua detenção é daqui a quinze minutos.
- detenção? - ele levantou os olhos para a garota. Como pudera se esquecer?
- Não se faça de burro Potter, eu posso não lembrar onde estive de manhã, mas ainda estou longe de esquecer o que você fez ao pobre do Snape...!
- Pobre do Snape? - a voz saiu rouca como se ele não pudesse acreditar no que ouvia.
- Eu não vim aqui discutir com você Potter, mas eu infelizmente vou ter que monitorar a sua detenção e espero que você não se atrase como sempre. Até mais tarde - disse a ruiva fechando a porta do dormitório na cara de Tiago que havia se levantado.
O garoto se trocou e desceu cinco minutos depois. Chegou em cima da hora na ala hospitalar. Ofegante, ele abriu a porta.
- atrasado - disse Lílian vagamente consultando seu relógio.
- desculpa eu...
- deixe as desculpas pra depois Potter, acho que você tem muito o que fazer agora - irritado com a frieza da garoto ele apanhou o balde com os esfregões e começou a limpar as comadres em silencio.
- o nariz dela continua sujo - disse Lílian conferido o trabalho do garoto por cima de
um grosso livro.
- Por que você me odeia tanto? - perguntou o garoto repentinamente fazendo a garota levantar os olhos do livro.
- Como assim por que? - a garota riu - ações Potter, ações. Você acha que é o dono do mundo, que pode sair com quantas quiser, que pode sair por aí azarando quem quiser, você não passa de um garoto mimado que nunca cresceu Potter! E se você quer saber, sim eu te odeio Potter - Ele mirava Lílian com profundo rancor, se aproximou lentamente dela, o olhar quão frio quanto pudesse ser. Nunca sentira tanta raiva como naquele momento, por todo o tempo ele amara ela, e ela ao menos conhecia ele pra dizer aquilo!
- Como você pode dizer eu te odeio com tanta certeza, sem ao menos saber quem sou eu? - a voz soou rancorosa. O rosto de Tiago se aproximou lentamente do dela e por um momento ela se arrependeu do que tinha dito ao ver a expressão do garoto - Não diga eu te odeio de forma tão banal Lílian. - os rosto agora quase se encostavam.
- a detenção acabou Potter - disse Lílian com os olhos faiscando. Afinal, quem ele achava que era? Como ele poderia saber se ela o odiava ou não? Mas, se ela não o odiava antes, agora mais que nunca ela tinha certeza que sim.
- E - recomeçou ela quando o garoto estava quase saindo - não precisa vir amanhã também.
Tiago manteve seu olhar firme, soltando chispas, por mais que eles estivessem cheios de lágrimas.
Ele saiu correndo desabalado pelos corredores sem ver nada a sua frente, seus pés já o levando automáticamente.
Parou ofegante no meio de um corredor defronte a tapeçaria do Barnabás, o amalucado. Só precisou passar uma vez para que surgisse a maçaneta. Apareceu uma ampla sala, vazia, com uma única lareira no fundo, quase apagando, com archotes flutuando rente as paredes nuas, o céu, como o salão principal era enfeitiçado para parecer o céu; por mais que Tiago duvidasse eu a noite estivesse tão estrelada no meio do inverno.
Ele nunca se sentira assim antes, como se o único motivo pelo qual ele vivera os últimos três anos tivesse sido tomado, tão facilmente quanto se arranca um doce de uma criança. Como se um dementador derrepente o tivesse atravessado e levado sua alegria e todos os outros sentimentos, deixando apenas uma profunda raiva que ficava rondando sua mente como se o pudesse dominar a qualquer instante. Encravada em sua pele...
Ele suspirou, sentiu o familiar nó na garganta, mas ela não merecia. Não depois de tantos anos, de tantas tentativas e ela ainda conseguia ser tão fria, metida.
Como ele pudera gostar dela? Amar ela?
Depois de algumas horas, longas horas, o garoto adormeceu ali, sozinho.
N/A: ' cápitulo péssimo eu sei, não precisam dizer, mas por favor COMENTEM!
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