A Batalha No Topo Do Mundo
N:A: Pessoal, sei que todos estão anciosos pelo cap, então não vou enrolar. Depois eu volto.
Mas que dá uma peninha de postar este aqui, sabendo que é o último da FIC, isso dá.
Capítulo 15 – A Batalha No Topo Do Mundo
Apesar da manhã já estar pela metade, o frio que fizera durante a noite e a grande altitude faziam com que ali, no meio das montanhas, isso pouco significasse. O inverno já havia acabado, mas o sol ainda era tímido e fraco. Brilhava sobre os altos picos do Himalaia, causando um efeito ao mesmo tempo lindo e aterrador. Um denso nevoeiro, causado pela evaporação da neve quando era aquecida pelo pálido sol se espalhava por toda a região, tornando quase impossível de se divisar o que era neve, o que era nevoeiro e o que era nuvem. Tudo se tornara uma só coisa.
Um espetáculo ao qual o homem que estava de vigia no alto de um monte já conhecia muito bem. Todos os dias ele o assistia, e pra ele a magia do momento já não existia mais. Sua única preocupação era manter-se desperto e alerta, vigiando aquele horizonte branco a procura de intrusos. Portava uma longa lança, a qual fincara displicentemente na neve e, naquele momento, usava para apoiar o peso do corpo. O silêncio era absoluto, nada se movia. Então, uma sombra se moveu entre o nevoeiro, que estranhamente ficou ainda mais denso. O vigia estreitou os olhos, tentando identificar o que poderia ser aquele vulto, antes de acionar o alarme. Não ouvia som algum, se fosse alguém se aproximando ele ouviria os passos na neve fofa.
Aconteceu num piscar de olhos. De repente, saindo do nevoeiro uma criatura de preto, pútrida, veio em sua direção voando e agarrando com suas mãos descarnadas seu rosto. Antes que conseguisse dar o alarme, o vigia recebeu um beijo do Dementador, que sugou com voracidade a alma do homem, satisfazendo sua doentia necessidade de se alimentar. Atrás dele, uma coluna de vultos começou a surgir, comandada por um Homem de olhar frio e calculista, que sorriu ao ver o corpo do vigia cair ao chão, olhos vítreos, deixando evidente que não passava de uma casca vazia, sem vida.
- Este foi apenas o primeiro. – Disse Wang Chú – Vamos começar o ataque.
- E quanto a Potter? – Perguntou Draco Malfoy, que se postara a seu lado.
- Potter não poderá fazer nada. Quando for informado sobre nós será tarde demais. – Respondeu Chú.
- Isso sem falar que ele não se lembra de quem é. Não nos representa ameaça alguma. – Emendou Chow-You Li, parando do outro lado de seu mestre.
- É um erro subestimá-lo. Meu mestre o fez e veja como terminou. – Continuou Draco – Mesmo ele não se lembrando de quem é, pode ser um risco. Isso sem falar que reencontrou os amigos, os traidores do sangue Weasley e a sangue ruim. Juntos eles são imprevisíveis.
- Não importa! – Irritou-se Wang Chú – Já disse que a situação está sob controle, de nada adiantará o velho pedir ajuda. Nunca chegarão a tempo. E se chegarem, você já sabe o que fazer, Draco.
- Pode deixar. Eu consigo o salvo conduto. – Sorriu Draco, maliciosamente – Isso vai ser um imenso “prazer”.
- Ótimo!- Chú também sorriu, para em seguida virar-se para seus homens e gritar – ATACAR!
Uma avalanche despencou montanha abaixo, em direção à pequena vila no fundo do vale, gritando e amaldiçoando, espadas em punho, olhos sedentos de sangue.
*****
Kwai Chang Caine estava ministrando mais uma de suas aulas naquela manhã. Seus alunos estavam preocupados, pois o velho mestre mostrava uma apatia crescente a cada dia. Mal sabiam eles que seu mestre passara mais uma noite insone. Havia se tornado rotina nos últimos meses o homem permanecer acordado noite após noite, à espera do fatídico ataque, que nunca chegava. Aconteceu praticamente ao mesmo tempo. Um crescente som abafado, ainda um tanto distante, mas que se aproximava rapidamente. O som de centenas de vozes urrando, que causavam arrepios até no homem mais corajoso, seguido pelo badalar frenético do sino instalado no meio da praça da cidade, que dava o sinal de alarme anunciando o ataque.
Seu coração chegou a falhar. Todos correram para ver o que estava acontecendo e, para desespero geral, viram a coluna, rubra como o sangue pelo qual clamava, descendo as encostas rumo à cidade. Os alunos não se fizeram de rogados, buscaram suas espadas, lanças e arcos e correram em direção ao local onde já se formava um aglomerado de pessoas, preparando-se para rechaçar o ataque.
Mestre Caine ficou parado na porta. Seus olhos, já miúdos por natureza, quase sumiam sob a máscara de rugas formada pela decepção e desespero. Uma fina lágrima descia pelos seculares sulcos de sua face.
- Chegou a hora. – Disse mestre Pô, outro mestre da escola.
- Nós sabíamos que este dia chegaria. – Respondeu mestre Caine.
- Eles são em maior número, não temos a menor chance. – Retorquiu o outro.
- Só precisamos agüentar tempo suficiente. Vou pedir ajuda agora mesmo. – Disse mestre Caine, virando-se e buscando um pergaminho e uma pena.
- Vou ajudar a organizar nossas defesas. – Disse Pô, saindo da sala e completou, mais para si mesmo – Só espero que a ajuda não demore muito.
Com as mãos trêmulas Kwai Chang Caine rabiscou palavras apressadas no pergaminho. Então chamou Xanthia, entregou-lhe a mensagem e pediu que partisse imediatamente, em busca de Harry. Então se virou e retornou para a porta. Lá embaixo, nas cercanias da cidade, seus pupilos, seus amigos, e os simples aldeões, seus protegidos, já tentavam conter a invasão, lutando bravamente. O bicentenário homem olhou para sua cidade, talvez pela última vez. Torcia para que ela ainda existisse no final do dia. Quanto a ele, deu um sorriso conformado. Já havia vivido duzentos anos. Estava cansado e velho, chegou a pensar que seu fim seria deitado, doente, numa cama. Se pudesse ter escolhido uma maneira de morrer, sem duvida teria optado por uma parecida com aquela. Se realmente chegara a hora de sua morte, então que fosse num campo de batalha, lutando por sua cidade, por sua crença. Pegou seu velho cajado, que estava encostado atrás da porta com a mão esquerda, sacou sua bela espada com a mão direita e seguiu em direção à luta.
****
A volta de sua memória havia feito com que Harry deixasse de lado por alguns dias sua rotina de treinamentos. Mas assim que retomara a direção dos Guardiões, ele e Rony voltaram a treinar diariamente. Não poderiam correr o risco de haver uma batalha e eles estarem fora de forma, seria desastroso e fatal.
Já estavam no final da seção. A bela manhã de verão incitara-os a treinar um pouco além do horário, mas eles já estavam satisfeitos. Como sempre, Gina estava sentada assistindo o treino. Com o passar do tempo, ela começara a apreciar sinceramente aquela arte, e agora que Harry se recuperara pensava até em lhe pedir algumas aulas.
Um lampejo, e Xanthia surgiu diante deles. Harry fechou a cara imediatamente, uma ruga de preocupação se formou em sua testa. Recebeu a mensagem e a leu, sem demora – “Chegaram. A cidade está sob ataque. Precisamos de ajuda. Caine.”- Harry amassou o pergaminho com raiva, jogando-o no chão e só então olhou para os dois irmãos, que o fitavam com a mesma preocupação.
- Chegou a hora. – Começou Harry – Gina, mande uma mensagem a Hogwarts. Cinco minutos. Rony, responda a mensagem.
- Certo! – Respondeu ela, convocando pergaminho e pena e escrevendo uma mensagem “Convocação dos Guardiões para cinco minutos!” – E chamou. Fawkes!
- Ok! – E Rony também rascunhou uma resposta – “Estamos a caminho. Agüentem firme!” – A qual devolveu para Xanthia.
Enquanto isso, Harry pegava seu broche e mandava a mensagem – “Chegou a hora. Todos em Hogwarts em cinco minutos, prontos para batalha. H.P.” Em seguida, os três correram para casa, despediram-se rapidamente da srª Weasley (Lucy estava na escola) e seguiram para Hogwarts.
Minerva Mcgonagall estava em sua sala, quando a bela fênix surgiu em sua frente. Pressurosa, retirou a mensagem que a ave trazia e ficou pálida. Buscou um artefato que há anos não usava, uma espécie de megafone que amplificava sua voz por todo o castelo e anunciou:
- Todas as aulas estão suspensas. Monitores, levem seus alunos de volta às salas comunais e aguardem novas instruções. Professores e Guardiões compareçam imediatamente ao salão principal. – Dito isso, deixou sua sala para também se juntar aos outros no salão.
Por toda Londres e além, a mensagem foi recebida instantaneamente. Em Nova Delhi, Radhi Basili e sua esposa, Parvati, assim que receberam a mensagem começaram a discutir.
-Você não pode ir Parvati. – Dizia Radhi – Pense em nossa filha.
- É justamente por me importar com ela que eu vou. Sou uma Guardiã desde antes de te conhecer, não vou ficar escondida novamente enquanto meus amigos precisam de mim. Já cometi este erro antes por imposição do meu pai, não vou cometê-lo novamente. Eu vou, quer você queira ou não. Nossa filha estará segura com seus pais. – Parvatti não deu margem a questionamentos.
Vencido, Radhi acabou concordando, e juntos tocaram no broche, que os levou a Hogwarts.
No Hospital Saint Mungus, Margot estava sentada como sempre em sua mesa. Sentiu o calor em seu peito. Uma onda de excitação percorreu sua espinha, então leu a mensagem. Chamou aos berros uma colega e saiu correndo, em busca de Hermione. Esta, por sua vez, assim que recebera a mensagem dispensara o paciente que estava atendendo. Retirou de uma estante às suas costas uma valise que já deixara preparada para aquela eventualidade, cheia de poções, remédios, emplastos e o que mais achasse necessário para a situação. Quando Margot irrompeu pela porta, ela estava acabando de conferir se não faltava alguma coisa.
- Fomos convocadas! – Disse Margot, sem fôlego.
- Estou pronta! – Respondeu Mione, ainda conferindo sua maleta. Em seguida levantou os olhos para a amiga e disse – Vamos embora.
Ambas tocaram em seus broches e desapareceram, reaparecendo em seguida no salão principal, já apinhado de gente. Correram para a mesa dos professores, onde vários fundadores já estavam reunidos, bem como a diretora e Remo. Enquanto abriam caminho entre as pessoas, podiam ver a apreensão no rosto de cada um, o nervosismo característico de quem está prestes a arriscar a vida, de pessoas que não sabiam o que iriam encontrar pela frente. Quando chegaram, Margot se abraçou a Jorge, enquanto Mione buscava Rony. Harry conversava com Remo, enquanto lhe entregava alguns objetos.
- Estas chaves de portais os levarão diretamente ao centro da cidade. – Dizia Harry, entregando a Remo uma garrafa vazia, uma lata amassada, um chapéu velho e um bule de chá.
- Assim que os outros membros da Ordem chegarem iremos ajudá-los. – Respondeu Lupin, pegando os objetos.
Em menos de cinco minutos o salão já estava cheio. Todos haviam comparecido, não faltara ninguém. Num canto, Cho dava instruções para um aluno do sétimo ano, que ficaria responsável pela segurança. Não levariam os menores de idade, e o castelo não poderia ficar desguarnecido.
Após a reunião dos Guardiões, onde Harry reassumira o comando, uma de suas primeiras medidas fora separar o grupo em pequenos batalhões, comandados por alguns fundadores. Assim, nomeara Rony, Mione, Gina, Cho, Luna, Neville e Radhi. Incluindo o seu, formavam oito grupos. Todos foram informados em qual estava, e que deveria seguir as instruções de seu comandante. Harry até pensara em nomear Fred e Jorge também, mas estes nem quiseram saber de cargo de liderança. Disseram que não davam pra esta história de comandar, tanto quanto não tinham tino para obedecer. No grupo de Mione, havia a presença também de Mme Pomfrey, que se oferecera para ajudar os feridos.
Assim que todos estavam prontos para partir, Harry virou-se para Gina dizendo:
- Você me promete que vai tomar muito cuidado? Que não vai se arriscar à toa?
- Só se você me prometer o mesmo. – Respondeu ela, abraçando-o.
- Vou fazer o possível. – Assentiu ele, dando-lhe um beijo apaixonado – Não renasci das cinzas do esquecimento pra te reencontrar só pra te perder novamente. Por favor, tome todo o cuidado. Tremo só de imaginar que possa lhe acontecer alguma coisa.
- Pode ficar tranqüilo. Eu vou me cuidar. Não se preocupe comigo, vou estar sempre ao seu lado. Não se distraia, mantenha a concentração na luta. – Disse Gina, acariciando-lhe o rosto e beijando-o também.
Estavam prontos. Não podiam mais perder tempo, cada segundo poderia ser decisivo para Shangri-lá. Então Harry lançou um novo feitiço em seu broche, e instantaneamente os outros esquentaram. Então, sem dizer nenhuma palavra, ele tocou no seu, desaparecendo, sendo seguido por todos os companheiros.
Surgiram no centro da cidade. Quando olhou em volta, Harry não pode conter a sensação de dor que se apossou dele. A cidade em nada parecia com aquela em que vivera por quatro anos da sua vida. Praticamente metade já estava destruída, sendo consumida pelas chamas, prédios desmoronados, atingidos por feitiços. Dezenas de corpos já se espalhavam pelo chão. O terror tomava conta das pessoas, que andavam sem rumo. Mulheres carregavam seus filhos, crianças choravam desesperadas, à procura de seus pais. Velhos, que mal se mantinham em pé, tentavam criar uma barreira para resistir aos atacantes que furavam as linhas de defesa mais adiante. Gina, que conhecera a cidade em todo seu esplendor, não conseguiu conter seu horror e abraçou Harry, escondendo o rosto em seu peito e soluçando. Antes que qualquer medida pudesse ser tomada, viram uma nuvem negra vindo em sua direção.
*****
O ataque corria bem, como o esperado. Havia uma tentativa de resistência, mas eles estavam em maior número, e não duraria muito tempo. Ele sequer se envolvera na batalha ainda, não julgava necessário. Com ele estavam Bela, Malfoy e Li, assistindo a cena. Então, no meio da cidade, surgiu uma massa de pessoas.
- Mas o que é isso? -Perguntou Chú, tentando identificar os novos visitantes.
- Potter! – Rosnou Malfoy – Eu disse pra não subestimá-lo.
- Mas como ele conseguiu chegar tão rápido? E com tantos reforços? – Perguntou Li, incrédulo.
- Eu não sei como esse maldito consegue. – Rilhou Bela.
- Não importa. Precisamos distraí-los enquanto buscamos nosso objetivo. Li, assuma a liderança do ataque. Malfoy, sabe perfeitamente o que fazer. Bela... Faça o que gosta, ou seja, mate todos. Ah! Mande os Dementadores pra cima deles, eu vou procurar o velho.
Sem titubear, todos saíram para cumprir suas obrigações. Belatriz, ainda com maior prazer, ordenou aos Dementadores, que deveriam ser em torno de cem, que avançassem sobre os recém-chegados. Foi essa nuvem de criaturas da noite que Harry e seus amigos viram se aproximando deles.
*****
- Claro que eles não poderiam faltar. – Disse Rony, mal humorado.
- Vamos dar um jeito nesses sugadores de alma de uma vez. – Mione já se adiantava, sacando a sua varinha, mas foi impedida ao ser segura pelo braço.
- Não! – Apressou-se Harry, segurando o braço da amiga – Deixe conosco. Já é hora de acabar com o terror que essas criaturas espalham. Vamos Gina.
Mesmo sem entender o que Harry queria dizer, Gina acompanhou-o. Adiantaram-se um pouco, ele a puxava delicadamente pela mão. Então pararam e Harry se virou para ela, dizendo.
- Seu Patrono tem a forma de uma Fênix, não tem?
- Tem. Desde que você “morreu”, meu patrono assumiu a forma de uma Fênix. Mas Harry, mesmo nós dois não podemos fazer muita coisa, a não ser espantar essas criaturas. Claro que o seu é muito mais poderoso que o meu, mas mesmo assim... – Disse ela, confusa.
- Confie em mim. – Respondeu ele, sorrindo – Lembra-se do que mestre Caine lhe disse uma vez? Você é muito mais poderosa do que imagina amor.
- Mas... – Tentou retorquir ela, mas foi impedida por Harry.
- Apenas convoque seu Patrono. Pense na melhor lembrança que temos juntos, produzirá um Patrono maravilhoso. O resto deixe comigo, vai ver como tenho razão.
Numa coisa Harry tinha razão. Lembrar da noite passada com ele há poucos dias produziria realmente um belo Patrono, pois aquela havia sido, sem sombra de dúvidas, a noite mais feliz de sua vida. Concentrou-se, a lembrança surgiu nítida em seu pensamento. Então, quando Harry, que ainda segurava sua mão apertou-a levemente como sinal, ela convocou seu belo Patrono, ao mesmo tempo em que Harry.
Os Guardiões olhavam a cena com curiosidade e um certo receio. Enquanto Harry conversava com Gina, a horda de Dementadores se aproximava vertiginosamente. Então, o casal se virou para os inimigos e, juntos, convocaram seus patronos. Uma cena nunca vista pelos presentes se descortinou diante de seus olhos a partir daquele momento. Duas belas aves diáfanas surgiram das varinhas, voando num angulo aberto, uma para a direita e outra para a esquerda. A de Harry era gigantesca, tinha a aparência de ser macho e denotava sabedoria. A de Gina era um pouco menor, mais delicada e feminina. Mas ambas eram magníficas.
Os Dementadores, ao verem os Patronos, pararam de avançar, assim como a batalha que era travada abaixo deles, ficou em suspenso, pois os combatentes paravam de lutar para olhar o que acontecia nos céus de Shangri-lá. As aves, por sua vez, ignoravam ser o centro das atenções e voavam em círculos, cada vez mais concêntricos, o que despertou em Hermione uma certeza arrebatadora:
- Eu não acredito! – Disse ela, levando a mão à boca, assombrada – Eu não acredito!
- Não acredita no que Mione? – Perguntou Rony, desviando o olhar para a noiva.
Esta não respondeu, apenas apontou novamente para as aves, alguma coisa estava para acontecer.
Gina sentia toda a felicidade daquela noite pulsando por seu corpo, fluindo através dele e passando para Harry, através de sua mão. E sentia que o mesmo acontecia com Harry, sentia parte de sua energia fluindo para ela. E tinha certeza que ele usara a mesma lembrança para conjurar seu Patrono. Assim que as aves concluíam uma nova volta, a terceira que davam sobre suas cabeças, Harry levantou sua mão e bradou, com firmeza.
- “Únicus Patronum!”
As aves voaram uma de encontro à outra, colidindo-se, mesclando-se, tornando-se apenas um gigantesco e poderoso Patrono. Com o choque, houve uma grande explosão, mas que não gerou som algum. A luz gerada pela explosão, em compensação, dominou todo o vale onde estava localizada a cidade, cegando a todos que olhavam para o céu. Quando a luz desapareceu e as pessoas conseguiram abrir os olhos, não havia mais nenhum Dementador. Todos haviam sido vaporizados pelo poder do patrono unificado. A magnífica ave ainda batia suas asas, parada no ar, mas assim que Harry e Gina soltaram suas mãos, ela começou a desaparecer, mergulhando o vale num silencio assombroso.
Harry e Gina voltaram para os amigos, sendo recebidos com olhares de assombro, menos de Hermione, que sorria satisfeita.
- Desde quando você sabe fazer o feitiço de unificação dos patronos? – Perguntou ela, não conseguindo refrear sua curiosidade.
- Há muitos anos. Dumbledore me falou dele, antes de morrer. Achei que já era hora de usar e acabar de uma vez por todas com essa estória de Dementadores em cima da gente. – Respondeu Harry, dando um sorriso.
- Unificação dos Patronos? Alguém pode me explicar o que acabou de acontecer? – Perguntou Rony, finalmente conseguindo fechar a boca e retomando o dom da fala.
- Trata-se de um feitiço muito antigo e muito raro de ser conjurado. – Respondeu Mione, seus olhos ainda brilhavam de exultação.
- Raro por quê? – Perguntou Gina, ainda mais curiosa.
- Por que só pode ser conjurado por duas pessoas que se amam. Mas não basta se amarem, elas têm que ser almas gêmeas. Além de dividir o mesmo Patrono, precisam dividir a mesma lembrança que os cria. E isso é realmente muito raro, sabem? – Explicou ela, e emendou maliciosa – Que lembrança vocês dividem, que é tão forte assim pra convocar um feitiço tão poderoso?
Gina arregalou os olhos e enrubesceu, desviando os olhos da direção dos irmãos, que a fitavam ainda curiosos.Foi salva da situação por Harry, que disse:
- Isso não importa agora. Temos que nos mexer, a situação não está nada boa. – Então, assumiu um ar sério e começou a dar ordens - Mione, monte uma base no colégio, lá em cima, para tratar dos feridos. Mande seu grupo recolher o máximo de pessoas, por favor, faça o melhor que puder por estas pessoas. Radhi vá com ela. Proteja o perímetro. Não deixe ninguém entrar na escola. Neville e Luna, ataquem pela direita. Gina e Cho, pela esquerda. Rony, nós vamos pelo centro. Vamos!
Acatando as ordens, todos se moveram. Enquanto Mione, meio a contragosto deixava a linha de frente com seu grupo, correndo para a escola, seguida de perto por Radhi e os seus, os outros formavam uma extensa coluna. Sem dizer uma palavra, Harry, que estava alguns metros à frente começou a andar em direção do inimigo.
*****
A luta não estava nada boa para os Dragões Brancos. Os inimigos eram em número muito superior. Não tinham escrúpulos, não lutavam de forma justa ou honrada. Seu único interesse era vencer.
Mestre Caine estava na frente de batalha, ao lado de seus amigos e pupilos. Lutava com ferrenho ardor. Sua espada singrava o ar e atingia, sem dó, qualquer um que se metesse em seu caminho. Quando o peso da espada pesava-lhe a mão e dificultava seus movimentos, que se tornavam mais lentos e imprecisos e seu adversário julgava estar em vantagem, entrava em cena o cajado. Com ele, o ancião conseguia ou desarmar ou até dar uma rasteira em seu oponente e com isso, recuperar o fôlego para retomar a vantagem com a espada. Mas o fato era que ele já não era mais um garoto. O peso dos anos se fazia presente e Kwai Chang Caine estava ficando cansado. Não resistiria por muito mais tempo, e sabia disso. Mas não desistiria, lutaria até seu último suspiro de vida. Próximo a ele, seu amigo e também mestre, Pô, lutava como um garoto. Não parava sequer para tomar fôlego, mas parecia que de nada adiantava.
A verdade era que estavam sendo encurralados. Não havia homens suficientes para cobrir toda a extensão do vale, de modo que os atacantes começaram a circundar os defensores, atacando-os por todos os lados. Não durariam muito mais tempo, assim que o círculo se fechasse não teriam para onde recuar, não teriam como resistir. Morreriam todos.
Então, um brilho intenso tomou conta do céu sobre a cidade. Os lutadores, surpreendidos, olharam para cima, e a luta foi esquecida. Havia uma esquadra de Dementadores avançando para o centro da pequena cidade, de onde brotara a intensa luz. Mestre Caine viu, mais adiante, dois belos Patronos em forma de Fênix. Baixou os olhos e viu um grande número de bruxos bem no centro da cidade. Mesmo de longe ele pode reconhecer, sem sombra de dúvidas, Harry e a jovem Weasley. Sorriu. A esperança de salvação havia chegado. À sua volta, todos olhavam para o bailar das aves. Os homens de Chú, no entanto, olhavam com assombro. Nunca haviam visto algo como aquilo, não sabiam o que pensar. Também viram a multidão de recém-chegados e por instinto, recuaram um pouco.
Então, as aves se jogaram uma contra a outra, chocando-se e emitindo uma luz ainda mais forte, que ofuscou a todos. Quando a luz desapareceu, com ela havia levado todos os Dementadores. Vendo aquilo, os atacantes começaram a recuar ainda mais, tontos com o que estava acontecendo. Mestre Caine sorria, exultava de felicidade. Sabia que feitiço era aquele, sabia que era um bom sinal. Reparou que se abrira um caminho para ele e seus homens, e também começou a recuar, fazendo sinal para que os outros o acompanhasse e assim, saíssem do aperto no qual se encontravam. No alto do morro, Harry e seus amigos começavam a descer, rumo à batalha. Precisava se juntar a eles.
*****
- Mas que merda foi essa? – Exclamou Bela, quando a luz deixou de cegá-la – Cadê meus Dementadores? O que fizeram com eles?
- Não sei. Tampouco me importa. – Respondeu Chú.
- Potter vai atacar mestre. – Disse Li, mais adiante.
- Então matem-no. Matem todos. Não passam de crianças, nem segurar uma espada eles sabem. Estão me ouvindo? Acabem com eles seus imprestáveis. – Urrou Chú, colérico.
O grito de Chú pareceu despertar seus homens do transe em que caíram pela vista do Patrono. Soltaram um novo grito e voltaram à carga, atacando mestre Caine e seus homens, que tentavam recuar.
A meio caminho das linhas inimigas, Harry viu que os inimigos retomavam o ataque. Sacou sua espada, olhou para Rony, que fez o mesmo gritando.
- Como é que se diz, Guardiões?
- POR HARRY! POR HOGWARTS! - Trezentas vozes gritaram em uníssono, sacando suas varinhas.
- E por Shangri-lá! - Completou Harry, erguendo sua espada e completando – ATACAR!
Dizendo isso, Harry saiu correndo em direção às linhas inimigas. Trazia a espada sob sua cabeça, pronta para descer impiedosa sobre o primeiro que entrasse na sua frente.De seu lado direito, Rony o imitava. À sua esquerda, Gina descia com a varinha em riste, pronta para a batalha. A coluna desceu, coesa, até muito próximo do combate. Mas havia um problema. Quando chegaram a poucos metros de distância, perceberam que não podiam se lançar em um combate corpo-a-corpo. Seria suicídio. Um mar de espadas esperava por eles, e tencionaram parar, diminuindo o ritmo da corrida.
Gina percebeu o receio dos companheiros e não se fez de rogada.Olhou para o lado e viu Que nem Harry nem seu irmão tencionavam parar, então tomou a sua decisão. Também sem diminuir sua corrida, levantou sua varinha e bradou, com força – “Bombarda!”- O feitiço atingiu em cheio uma velha árvore, já morta, que explodiu, lançando um grupo de bruxos aos quatro cantos, abrindo uma brecha na parede a sua frente. Então, uma seqüência de feitiços passou por ela, atingindo vários inimigos, até que estes conseguiram se proteger, convocando escudos. E assim a batalha começou. Feitiços zuniam pelo ar, alguns acertavam o alvo, outros eram repelidos por escudos ou contra-feitiços. Gina erguera um escudo para se defender, tentava recuperar o fôlego após a corrida e o começo agitado da batalha. A adrenalina pulsava em sua fronte, precisava se acalmar e analisar o que acontecia a sua volta. Então olhou para o lado, para onde estava, ou deveria estar, seu amado. O que viu encheu seu coração de medo, mas também de orgulho. Ele era totalmente louco, mas sem dúvida alguma era a pessoa mais corajosa que conhecia.
Ele não parou de correr. Quanto mais próximo chegava dos inimigos, mais tranqüilo ficava. Não sentia mais medo, não sentia nada. Apenas determinação. Estava completamente calmo e ciente de tudo que acontecia a sua volta. Percebeu quando Gina, sempre ela, foi a primeira a lançar um feitiço. Assumira pra si a responsabilidade de começar o embate. Era típico dela, do sangue Weasley que corria em suas veias. Não conteve um sorriso maroto, aquela era a sua mulher. Ainda estava com o sorriso quando fitou os olhos do primeiro homem que apareceu a sua frente. Este parecia atônito, não conseguia entender como alguém poderia estar sorrindo numa situação como aquela, mas não teve tempo para pensar em mais nada. Com um movimento firme e preciso, a espada de Harry desceu, ceifando a primeira vida naquela manhã. Mais dois movimentos, um pra direita e outro pra esquerda, e mais inimigos tombavam. Harry agia com uma precisão cirúrgica, uma eficácia letal. Logo se formou a sua volta um círculo, todos tentavam abatê-lo. Mas ninguém conseguia. Fora um ou outro corte de raspão, nada de grave. Logo, vários corpos se acumulavam ao seu redor.
Rony lutava como um leão. Não dava trégua aos inimigos, sua espada bailava geniosa de um lado para o outro. Sua barba, ruiva como seus cabelos, estava ainda mais vermelha, manchada do sangue dos inimigos. Não conseguia ver onde estava Harry nem sabia o que estava acontecendo ao redor. Sua preocupação naquele momento era derrubar o maior número de inimigos possível. Se pudesse ver, perceberia que a luta não ia tão bem para eles quanto desejava. A necessidade de combater a distância prejudicava o avanço dos Guardiões. Na verdade, após o primeiro impacto, eles agora estavam sendo forçados a recuar, já que os inimigos continuavam a avançar, na tentativa de alcançá-los para poder atingi-los com suas espadas. Harry e Rony começavam a ficar isolados entre os atacantes, e seus homens não conseguiam se aproximar. Os dois rasgavam seu caminho em direção aos Dragões Brancos, pouco mais adiante, mas corriam o sério risco de serem engolidos por uma avalanche de Dragões Vermelhos antes disto.
Mais uma leva de pessoas surgiu no centro da cidade. À frente, Alastor Moody e Remo Lupin. Vários outros bruxos conhecidos também compareciam, como Carlinhos, Gui e Athur Weasley. Mas o mais ansioso pela luta era, sem dúvida, o meio gigante Rúbeo Hagrid.
- Professor Lupin! – Chamou Radhi, às suas costas – Quem bom que chegaram.
- Radhi. Como estão as coisas? – Perguntou ele, virando-se para o rapaz.
- Nada boas. Veja. Apesar de estarmos em maior número, não estamos conseguindo rechaçar o ataque. Aos poucos estamos sendo empurrados para trás.
- Então chegou a hora de empurrá-los de volta para o inferno. – Disse Hagrid, correndo para o meio do combate. Em suas mãos, uma enorme maça, que ele balançava ferozmente. De sua garganta, um grunhido gutural mostrava que o homem gentil e amável havia ficado a léguas de distancia.Em outro continente.
A situação estava realmente se tornando crítica. No flanco esquerdo, Gina e Cho até que estavam conseguindo conter o avanço das tropas de Chú, no centro Harry e Rony lutavam bravamente. Mas no flanco direito, as coisas não iam nada bem para Luna e Neville. Era por ali que os Yetis resolveram atacar, levando várias baixas para os Guardiões. Eles não precisavam se aproximar para causar algum estrago, de longe mesmo eles lançavam grandes pedras e detritos, que invariavelmente atingiam o alvo. Estavam em seu habitat natural, e sabiam tirar o melhor proveito da situação, escondidos no meio da encosta da montanha mais próxima.
Luna analisava a situação com seus grandes olhos azuis. Parecia estar absorta, totalmente alheia à situação, mas na verdade avaliava suas opções. Mandou que seu grupo recuasse, o que deixou os inimigos exultantes, então levantou sua varinha e, com muito esforço, causou uma avalanche parcial na montanha onde estavam as criaturas. Rapidamente, a neve desceu soterrando os Yetis e chegou a cobrir pelo menos vinte Dragões Vermelhos. Um grito de vitória partiu agora dos Guardiões, que retomaram a rinha.
Hagrid chegou destruindo tudo que encontrava pelo caminho. A maça corria de um lado para outro, quebrando ossos, mutilando pessoas em seu caminho. As espadas mal riscavam sua pele, pareciam estar cutucando-o com um graveto. Aquele rolo compressor avançava inexoravelmente sobre as linhas inimigas. O susto causado pelo avanço de Hagrid, somado ao contra-ataque orquestrado por Luna, causou o começo da reviravolta na batalha. Agora os homens de Chú começavam a se sentir acuados e recuavam. Próximo de onde Hagrid estava, Lupin lutava com um bruxo, desviando-se dos golpes de espada e finalmente atingindo-o. Então ele a viu, lançando um “Avada Kedavra” contra uma garota, de pouco mais de dezoito anos.
- Chega desta loucura Lestrange! – Disse ele, ficando de frente para ela.
- Lupin! Que surpresa boa. Finalmente alguém com quem eu possa realmente me divertir. – Disse ela, displicentemente. – “Rictusempra!”.
- “Protego!” – Defendeu-se Lupin e devolveu – “Expelliarmus!”
Betatriz se defendeu e os dois começaram a travar um ferrenho duelo de varinhas, por mais de dez minutos. Em dado momento, um dos feitiços atingiu de raspão a perna de Lupin, que foi forçado a se jogar no chão em seguida para escapar de uma nova maldição da morte. A aparente superioridade de Bella, no entanto, foi sua ruína. Um breve momento de distração, e Lupin conseguiu atingi-la, derrubando-a no chão. Correu até onde estava, chutando a sua varinha para fora de seu alcance.
- Isto é por Sirius e todos aqueles que sofreram em suas mãos. – A varinha tremia na mão do bruxo.
- Isso mesmo, lobinho. Mate-me. Há anos desejo me juntar a meu amado mestre. – Retorquiu ela, seus olhos brilhando, ensandecidos.
- Não, Bela. Você não merece morrer. Merece apodrecer na cadeia, vai fazer companhia a seu querido cunhado em Azkaban. – Disse Remo, respirando fundo e se controlando. Em seguida, conjurou cordas que prenderam Belatriz Lestrange, e a removeu do campo de batalha.
Finalmente eles estavam recuando. Gina observava com alegria isto, quando do meio dos inimigos ela divisou os cabelos platinados E um sorriso sarcástico vindo em sua direção e não conseguiu conter um arrepio. Draco Malfoy vinha em sua direção com uma espada balançando displicentemente na mão. Aquilo a apavorou. Pela primeira vez no dia Gina sentiu realmente medo. Na última vez que eles haviam se encontrado, ela não ligava se vivia ou morria, na verdade até ansiava pela morte. Mas agora a coisa era diferente. Ela reencontrara Harry, eles voltaram a se amar. Não queria mais deixá-lo sozinho, não podia morrer ali, nas mãos de Malfoy. Mas o olhar doentio do outro deixava bem claro qual era a sua intenção.
- Weasley! Estava procurando por você. – Disse Malfoy, sorrindo ainda mais e apontando a espada para ela.
- O que é isso Draco? Não conseguia se garantir com a varinha e resolveu apelar pra espada? – Cutucou ela, tentando esconder ao máximo o tremor na voz.
- Gostou? – Perguntou ele, indicando a arma – Já que o seu querido Potter aprendeu, achei que seria uma boa idéia acabar com ele usando sua nova arma.
- É piada, né? – Gina continuou a provocá-lo – Se você nunca teve capacidade de vencê-lo no ramo da magia, acredita mesmo que poderá na esgrima? Não seja ridículo!
- Mas eu não preciso atingi-lo diretamente, preciso? Afinal de contas, tenho você aqui na minha frente, desarmada. Garanto que o resultado será o mesmo. Ou até melhor. – Draco caminhava em direção a Gina, que começou a se afastar, de costas.
Um vulto passou por ela, atingindo Draco no rosto com um belo gancho de direita:
- Você já está começando a ficar realmente patético com essa sua fixação pela Gina, Malfoy. - Disse Cho Chang, enquanto Malfoy se levantava do chão, limpando uma gota de sangue que escorria pelo canto da sua boca.
- E o que me diz de você Chang? – Retorquiu ele, devolvendo um tapa violento na moça, que pega de surpresa perdeu o equilíbrio, distraindo-se tempo suficiente para que Draco a dominasse com uma chave de pescoço, encostado-lhe ainda a espada. – Além de perder o Potter pra Weasley ainda acabou amiga dela? Ridículo.
- Larga ela Malfoy! – Gritou Gina, apavorada – Seu assunto é comigo. Ela não tem nada a ver com essa história.
- Então não devia ter se metido, não acha? – Perguntou ele sarcástico – Sabem, eu tenho que admitir. O Potter até que tem bom gosto. Eu até que gostaria de saber o que ele tem pra despertar toda esta devoção das duas.
- Cala a boca Malfoy. – Disse Cho – Você nunca vai conseguir entender o que as pessoas vêem no Harry. É algo que você nunca teve, chama-se caráter.
- Humpt! Nunca me fez falta. De qualquer forma, agora tenho as duas em minhas mãos. A ex e a atual. Acho que vou ter que escolher uma das duas. – Malfoy fingia estar em dúvida, divertido. Mas foi arrancado de seu devaneio por um grito. Todos olharam instintivamente para a direção de onde vinha, e Draco fechou imediatamente a cara, dizendo – Parece que já decidiram por mim. Teve sorte mais uma vez Weasley. Não faça nenhuma besteira ou mato a sua amiga.
Dizendo isso, começou a arrastar Cho na direção de onde viera o grito.
*****
Alguns minutos antes:
Os inimigos não paravam de surgir. Mestre Caine estava cansado, não agüentaria muito mais tempo. Mas não estava preocupado com sua segurança, o importante era salvar a cidade. E ele estava disposto a dar sua cota de sacrifício. Apoiou-se em seu cajado, buscando recuperar o fôlego, mas perdeu o equilíbrio quando este foi partido ao meio por um golpe de espada, derrubando-o no chão. Ao levantar os olhos, deu de cara com seu ex-pupilo.
- Estava me perguntando quando ia aparecer Wang Chú. – Disse o ancião, tentando se levantar.
- Pois aqui estou eu velho. – Respondeu o homem, agarrando mestre Caine pelo colarinho das vestes e levantando-o, para que ficasse cara-a-cara.
- O que está esperando então? Mate-me. Não é isso que deseja? Não é o que o motiva? – Disse Caine, placidamente.
- Matarei, pode ter certeza. Mas antes, preciso saber de uma coisa. Quero saber sobre o pergaminho. – Disse Chú, olhando fundo nos olhos do mestre.
- Pergaminho? Que pergaminho? – Caine tentou disfarçar, mas um arrepio percorreu sua espinha. Preferia ter morrido antes de cair nas mãos de Chú.
- Você sabe. Aquele assinado por Merlin, que estava escondido dentro de um baú, e que agora está em minhas mãos. – Insistiu Chú, deliciando-se com o olhar de desespero do ancião.
- Não sei do que está falando. – Mestre Caine estava realmente apavorado. Sabia que o baú havia sido levado, mas torcia para que ninguém reparasse em seu conteúdo. Que o jogassem fora ou queimassem. Agora não sabia o que fazer.
- Ótimo. Se não vai ser por bem, então vai por mal mesmo. – Disse Chú, cravando o olhar ainda mais fundo em seu ex-mestre, tentando abrir caminho através de sua mente.
Mestre Caine estava exausto. O peso dos anos pesava em suas costas, a luta que travara até aquele momento extinguira toda a sua força. Mesmo assim, tentou resistir. Quando sentiu a intrusão em sua mente, tentou repelir a sondagem de todas as maneiras. Mas Chú era também ótimo na arte de ler a mente, sem falar que estava mais descansado. Continuou penetrando fundo, procurando a informação que desejava. Mestre Caine urrava de dor, era como se estivessem extraindo seu cérebro com uma colher. Sentia que sua cabeça ia explodir a qualquer momento. Vendo que não conseguiria impedir que a preciosa informação lhe fosse roubada, decidiu então mudar sua tática. Deixou que Chú visse o que queria e tratou de proteger o restante de suas lembranças. Já que não podia impedi-lo de conseguir o que queria, pelo menos ele não teria acesso aos outros segredos guardados em sua mente.
Depois de alguns minutos que pareceram horas, Chú se deu por satisfeito e terminou a tortura. Soltou mestre Caine, que desabou semi-inconsciente no chão, extremamente debilitado.
- Perfeito! Sabia que podia contar com a sua colaboração. Agora vamos terminar logo com isso. – E sacou sua espada, para desferir o golpe fatal.
Mesmo nos confins da consciência, mestre Caine sabia o que viria a seguir. Lamentou o destino que se abateria sobre o mundo, baseado nas informações que lhe haviam sido roubadas, mas não podia fazer mais nada. Esperou calmamente o fim de sua vida, o golpe fatídico que encerraria um ciclo de paz e prosperidade em Shangri-lá, esperava a leve sensação de dor, seguida pela escuridão e o esquecimento causado pela sensação da morte, mas nada disto aconteceu. Ao invés disso, ouviu ao longe o som de metal se chocando contra metal. Abriu lentamente os olhos, embaçados, e reconheceu Harry sobre ele, sua espada sobre sua cabeça, aparando o golpe de Chú.
- Eu acho que não Wang Chú. – Disse ele, empurrando o outro para trás com força e colocando-se entre ele e seu mestre.
- Ora se não é o jovem Gafanhoto. – Retorquiu este, sarcástico – Veio procurar a morte também?
- Não, definitivamente não. – Respondeu Harry, enquanto os dois se estudavam – Vim terminar com esta loucura que você está cometendo.
- E onde andam seus modos rapaz? Não me trata mais por mestre? – Chú fingia estar ofendido.
- Você nunca foi meu mestre Wang Chú. Meus mestres foram os dois maiores bruxos dos últimos tempos, Alvo Dumbledore e Kwai Chang Caine. Ah! Você não sabe ainda, não é? – Era a vez de Harry ser sarcástico – Eu me lembrei de tudo. De todos os meus ensinamentos em Hogwarts, de tudo. E sabe o que isso significa, Chú?
- E o que seria, Potter? – Perguntou o bruxo com imenso desprezo na voz.
- Que você não tem a menor chance. – Respondeu Harry, avançando sobre o outro.
Começaram a duelar ferozmente. As espadas singravam o ar a procura do alvo, mas sempre encontravam sua igual pelo caminho. O choque produzia faíscas, a cada instante parecia que um ou outro seria atingido mortalmente, só para se safar no último instante com um desvio, uma finta ou protegendo com a espada. Agora para eles, nada mais havia em volta. Estavam completamente envolvidos na contenda, parecia que estavam sozinhos naquele lugar. Qualquer distração poderia ser fatal. Por isso, Harry não reparou na figura que chegava pelas suas costas, de espada em riste. Quando Li preparou-se para atacá-lo, ouviu uma voz às suas costas.
- Isso não me parece lá muito honrado, não acha? – Perguntou Rony - Na verdade me parece uma grande covardia.
- É melhor sair daqui inglês. Antes que eu resolva matá-lo também. – Respondeu Li.
- Olha, eu até sairia, se o cara que você está a fim de matar pelas costas não fosse meu melhor amigo. Ah! E se você não fosse um babaca racista metido a besta também. – Disse Rony, levantando a sua espada e colocando-se em guarda.
- Não seja idiota garoto. Você não tem a mínima chance. Sou o melhor espadachim entre os Dragões Vermelhos. – Riu Li.
- Quer apostar? Vem me encarar, vem. Vamos ver do que é capaz. – Retorquiu Rony, lançando-se contra seu oponente.
Hermione estava esgotada. Já perdera a noção do tempo, não sabia quantas pessoas já havia atendido, só sabia que passavam de cem. O posto médico improvisado estava coalhado de pessoas feridas e refugiados, que não tendo pra onde correr buscaram abrigo ali. Ela não ficara nada satisfeita com o pedido de Harry para que ela cuidasse dos feridos. Claro que ela estudara e se formara Medibruxa para ajudar as pessoas, mas ela queria estar lá, ao lado deles na frente de batalha. Como era antigamente, na época de escola. Ela sempre ficara ao lado dos dois. Agora começava a se sentir excluída. Mas por outro lado, não podia deixar aquelas pessoas sem atendimento médico. Pensando nisso, mergulhou de cabeça no que tinha que fazer. Mas não estava nada fácil naquele dia. Tratar de pessoas enfermas era uma coisa, lutar contra a morte era outra, totalmente diferente. Ela era obrigada a escolher, dentre os feridos, quem precisava de atendimento mais urgente, ou pior. Quem teria possibilidade de sobreviver.Mais de uma vez naquela manhã perdera um paciente. E aquilo estava acabando com ela. Mme Pomfrey era outra que trabalhava como louca, mas a verdade era uma só. Chegavam muito mais feridos do que elas podiam dar conta. Em certo momento Margot, que também as ajudava, entrou correndo na sala em que Mione estava, chamando-a.
- Mione! Mione!
- O que foi Margot? – Perguntou ela, sem levantar os olhos do que estava fazendo.
- É melhor você ver iso. – Disse ela.
- Ver o quê? – Não posso sair daqui agora.
- O Harry e o Rony. É melhor você ver com seus próprios olhos.
Hermione não esperou mais nada. Olhou para Mme Pomfrey, significativamente e saiu correndo da enfermaria, seguida de perto por Margot. Quando olhou para o campo de batalha, sentiu seu coração diminuir de tamanho dentro do peito. A cena era horrível. Tantas pessoas caídas, tanto sangue e desespero. E no meio de tudo isso, lá estavam os dois. Harry e Rony lutavam, lado a lado, contra dois homens. Mas aquela luta era diferente de todas que ela já havia assistido. Mal dava para ver as espadas, elas se moviam tão rápido que pareciam flutuar.
- Aquele lutando com o Harry deve ser o tal de Chú. – Disse ela.
- E o outro? Lutando com o Rony? – Perguntou Margot, aflita.
- Não sei. Mas também é muito bom. – Respondeu Mione, correndo em direção ao local onde eles estavam.
Harry estava cansado. Já lutava há muito tempo e Chú exigia o seu máximo. Precisava por um fim naquele confronto, não conseguiria manter o atual ritmo. Chú estava visivelmente mais descansado que ele, enquanto Harry já demonstrava claros sinais de fadiga. O suor escorria por sua face abundantemente, cada movimento com a espada exigia um esforço descomunal. Seu braço parecia pesar uma tonelada. Mesmo assim lutava com ardor.
Numa troca de violentos e sucessivos golpes, Chú tencionou dar um golpe por cima. Harry preparou-se para aparar o golpe, mas no meio do caminho Chú mudou. Seu braço desceu vertiginosamente, do cabo de sua espada surgiu uma lâmina, que cravou fundo na coxa de Harry. A dor lancinante, somada à estafa causada pela luta, causou-lhe uma vertigem. Sua vista escureceu, Harry perdeu o equilíbrio e, para não desabar ao chão, teve que se apoiar em sua espada. Arfava pesadamente, demorou um tempo até sua vista clarear novamente.
- Parece que chegamos ao fim desta contenda. Eu esperava mais de você, Potter. Foi fácil demais. – Disse Chú, rindo com gosto.
- Eu já devia esperar algum tipo de trapaça vinda de você. – Respondeu Harry, finalmente visualizando seu oponente, através das lentes embaçadas de seus óculos – Mas ainda não acabou Chú.
- Ah, mas acabou sim. – Retorquiu Chú, desferindo um golpe em direção à cabeça de Harry.
Harry não teria tempo de bloquear este golpe. Então esperou até o último instante, para abaixar a cabeça e, num movimento circular para cima, desferir um golpe contra Chú, jogando-se ao chão. Ao mesmo tempo em que a mão que portava a espada voava, separada do restante do corpo, Wang Chú soltava um berro gutural, segurando o toco do braço com sua mão esquerda e caia de joelhos, dobrando-se sobre o braço. Quando percebeu, a ponta da espada de Harry estava encostada em seu pescoço.
- Acabou. – Disse Harry, apoiando o peso na perna esquerda – Mande seus homens baixarem as armas e se entregarem.
- Maldito seja Potter. Minha mão! – Urrou Chú, cuspindo de dor.
- Você será tratado, fique tranqüilo. Agora se renda. – Insistiu Harry.
- Deixe-o Potter. – Disse uma voz, à sua esquerda.
Harry olhou em direção à voz, ciente de que não gostaria do que estava para ver. Reconhecera aquela voz, nada de bom poderia vir dela. E realmente não gostou do que viu. Malfoy vinha em sua direção. Havia dominado Cho sob o fio de uma espada. Acompanhando de perto, com a varinha na mão, vinha Gina. Descendo o morro chegavam Mione e Margot. Rony ainda lutava com Li, mas pararam assim que viram Malfoy se aproximando. Harry abaixou a espada, dando um passo para trás e se apoiando em Rony, que lhe acorrera.
- Para com isso Malfoy. – Disse ele, olhando para o ex-colega de escola – Solte-a. Você não precisa dela.
- Seu assunto é comigo Draco. – Disse Gina – Solte-a e vamos resolver isso.
- Acho que não vai dar. A Chang é a nossa passagem de saída daqui. – Respondeu Draco, ficando ao lado de Chú, ao mesmo tempo em que Li se juntava a eles – Como você está Chú?
- O que você acha? Este maldito decepou a minha mão. – Respondeu Chú, levantando-se apoiado por Li.
- Precisamos ir embora. Conseguiu o que precisávamos? – Insistiu Malfoy.
- Sim, consegui. – Chú abriu um largo sorriso, apesar da dor – Segure-os mais um pouco enquanto eu cuido de tudo.
- Malfoy desista. Liberte Cho e se entregue. Você precisa de cuidados médicos, não está normal. – Mione tentava argumentar com Draco.
- Cale a boca Sangue-Ruim. – Esbravejou ele, apertando ainda mais a espada no pescoço de Cho.
Enquanto isso, Chú, amparado por Li, recitava uma ladainha numa língua desconhecida. No início nada aconteceu, mas então, parecia que o ar começava a se dobrar. Aos poucos, surgiu uma fenda na frente dos olhos dos presentes. Do outro lado havia uma vegetação totalmente desconhecida. Uma extensa planície, com vegetação baixa e poucas árvores. Podia-se ouvir o estrondoso som de águas, como se houvesse um caudaloso rio por perto. Aos poucos a abertura foi se tornando maior, até atingir uns dois metros de altura por outros dois de largura. Uma enorme janela aberta no tempo-espaço, levando para um lugar desconhecido. Todos olhavam atônitos, até que Chú disse.
- Está terminado. Vamos embora. – E indicou que seus homens, os que estavam mais próximos, atravessassem o portal.
- Mas que loucura é essa? – Perguntou Harry, desesperado – Deixem a Cho, vocês não precisam dela. Levem-me no seu lugar.
- Não Potter. Você fica. Não se preocupe, pois nós voltaremos. E quando retornarmos, traremos um exército para dominar todo o planeta. Acabaremos com vocês, bruxos medíocres e escravizaremos os trouxas. – Disse Chú, seus olhos brilhando de sandice.
- Enquanto espera a nossa volta, fique se martirizando, imaginando se sua ex está viva ou morta. – Completou Malfoy, puxando sua presa em direção ao portal – Onde está minha tia? Não podemos partir sem ela.
- Ela foi presa Draco. – Disse Li – Vi quando ela foi levada. Esqueça-a.
- Mais uma que eu te devo, Potter. – Disse Malfoy, arrastando Cho e atravessando o portal, junto com Chú e Li, que eram os últimos. Este ainda trocou um olhar de desafio para Rony, que o sustentou com ódio.
Assim que atravessaram, o portal se fechou, não dando tempo de reação alguma por parte dos Guardiões.
- Mas que merda! – Rony extravasou o sentimento de frustração de todos – Eu não acredito que eles conseguiram fugir.
- E levaram a Cho. – Gina chorava copiosamente – Era pra ter sido eu, Malfoy estava atrás de mim.
- Tente se acalmar amor. – Disse Harry, abraçando sua noiva – Nós vamos dar um jeito de encontrá-la. Não sei para onde eles fugiram, mas nós vamos descobrir.
- Eu... Sei... – Murmurou uma voz fraca, atrás deles.
Todos se viraram em direção à voz. Mestre Caine estava caído no chão, mal respirava. Todos correram para ele, aflitos. Margot jogou-se no chão de joelhos, apoiando a cabeça do homem em seu colo, enquanto Mione o examinava.
- Tente não se esforçar. Precisa de repouso. – Disse ela.
- Eu... Sei... Onde... Estão... – Insistiu ele. Harry percebeu que ele precisava falar ao menos aquilo, então perguntou.
- E para onde eles fugiram, mestre?
- Um... Lugar... Chamado... Terra... Média...
- Há como persegui-los? – Insistiu Harry.
- Sim... Há... Outra...Forma... – Conseguiu sussurrar o homem, antes de perder os sentidos.
Harry levantou-se, olhando para o local onde até a pouco havia aquele portal. Andava com dificuldade, apoiado em sua espada.
- Eu vou encontrá-lo Chú. Vou resgatar nossa amiga e impedi-lo, seja lá qual for o plano que tem em mente.
- Você quis dizer “nós”, não foi? – Perguntou Gina, juntando-se a ele e pegando sua mão – Você não tem a mínima intenção de ir sozinho, tem?
- Se tiver é melhor esquecer. – Disse Rony, apoiando-se em seu ombro, quase lhe tirando o equilíbrio – Nós estamos com você cara. Vamos aonde você for. Vamos salvar a Cho e dar um pé na bunda do Chú e dos amigos dele.
- É isso mesmo Harry. – Mione se aproximara, abraçando os três – Nós quatro vamos atrás dele. Vai dar tudo certo, você vai ver. Só precisamos esperar mestre Caine se recuperar, ele está muito debilitado agora.
Harry não pode deixar de dar um sorriso satisfeito. Não sabia o que seria aquela tal de “ Terra Média”, não sabia o que teria de enfrentar nesta nova empreitada que se descortinava à sua frente. Só sabia que não a enfrentaria sozinho. Seus amigos e sua amada estariam com ele, e juntos, eles superariam qualquer obstáculo que aparecesse. E isso era, sem dúvida alguma, um belo conforto para seu coração. O único naquele momento.
N:A: Bom, é isso mesmo que vocês leram. A próxima FIC se passará na Terra Média. Sei que devo ter desapontado alguns de vocês com essa afirmação, mas antes de me azararem e nem quererem se dar ao trabalho de ler, deixem-me dar algumas explicações:
Quem me acompanha desde o início deve se lembrar que lá no começo de Guardiões eu disse quais eram algumas das minhas inspirações. Uma delas foi Labirinto, uma das melhores FICS que eu já li. Uma das cenas que eu mais gostei foi o ataque ao castelo de Hogwarts, por Orcs e o Balrog. Então, nasceu o desejo de criar alguma coisa, de poder escrever uma batalha entre nossos heróis e esses seres do universo de Tolkien.
Mas não poderia ser algo igual, afinal seria plágio. Além disso, não me passou pela cabeça uma maneira de trazer estes personagens para esta realidade de J.K. Então, achei mais prático e lógico levá-los para a Terra Média. Aí surgiu outro problema. Não cabe, pelo menos na minha opinião, dividir a estória com personagens tão grandiosos. Eu não consigo ver Harry ao lado de Gandalf, Frodo e Aragorn. Não haveria espaço para todos e a estória acabaria se tornando medíocre. Então tomei a decisão de visando respeitar todos os maravilhosos personagens que estes dois autores criaram, criar uma estória sem os personagens conhecidos de Tolkien. Isso quer dizer que eu vou escrever uma aventura passada na Terra Média, mas mantendo o mesmo foco que eu tive até agora, onde os personagens principais são os de HP.
Na verdade, Tolkien deixou bem definido o futuro de seus personagens no final de sua obra. O que vou relatar agora pode ser do conhecimento da maioria e eu peço desculpas, mas é essencial citar para aqueles que apenas assistiram ao filme. Que apesar de ser uma ótima obra, como qualquer adaptação teve que mudar algumas coisas:
No filme, após a coroação de Aragorn como o Rei Elessar, os Hobbits voltaram tranqüilamente para o condado. No livro, porém, quando eles chegam em casa descobrem que seu povoado foi dominado por Saruman e seu ajudante, Língua de Cobra. Eles reúnem seu povo e levam a cabo uma revolução, libertando o Condado. Após a luta, Saruman e Língua de Cobra morrem.
Depois disso, Frodo torna-se prefeito do Condado, carga que exerce até partir, com Gandalf e os Elfos pelos Portos Cinzentos. Sam, seu amigo, torna-se prefeito e governa até ficar bem velho. Quando sua esposa, Rosinha falece, Sam também parte dos Portos Cinzentos para a Terra dos Elfos, não restando nenhum portador do Um anel na Terrra Média.
Merry e Pipin tornam-se lideres de seus clãs. Governam até ficarem velhos, quando retornam a Gondor e lá morrem, sendo enterrados ao lado do rei Elessar. Com a morte do rei, os dois últimos membros da Sociedade do Anel, Gimli e Legolas deixam a Terra Média, para nunca mais serem vistos.
Como vocês viram, não teria sentido usar os personagens, uma vez que o próprio Tolkien definiu seus destinos.Então o que eu vou fazer?
A nossa estória se passara numa outra era. Não haverá nenhum membro da Sociedade do Anel, acontecerá anos após a saga do anel e envolverá os descendentes destes personagens. Estou criando vários, irão interagir com o quarteto, mas sua função será secundária. Claro que serão importantes, mas não a ponto de ofuscar os personagens principais.
No primeiro cap da próxima FIC, haverá a explicação que eu criei para existir essa ligação entre os dois mundos. Bom, é isso. Espero não ter desapontado vocês muito, mas é algo que eu tenho que fazer. Sei que alguns não vêem com bons olhos essa mistura de personagens, mas podem ter certeza de que eu estou criando uma estória bem interessante. Sem falar nas batalhas.
Por isso, vou repetir o que disse ao final dos Guardiões. “Aguardem e Confiem”. Acho que vocês não vão se arrepender.
Querem saber o título da FIC?
Que tal “Harry Potter e o Herdeiro de Númenor”?
Ah! E para a felicidade geral da nação, informo a todos que Lucy fica. Não aparecerá em todos os caps, mas vai aparecer. E aprontar, podem ter certeza.
Vocês não imaginam o prazer de estar terminando de escrever esta FIC. Quando eu comecei, há quase um ano atrás, não pensei que iria tão longe. É muito gratificante o retorno que a gente recebe de vocês, que nos acompanha. E espero, sinceramente, que continuemos juntos por mais algum tempo, acompanhando a nova FIC. Para aqueles que, porventura, não gostem do rumo que a estória está tomando, eu só posso agradecer, do fundo do meu coração pela companhia até agora. A todos os outros, meu muito obrigado e a gente se vê daqui a alguns dias, no Herdeiro.
Até.
Claudio
PS. Quando eu postar a nova coloco um aviso nesta, na área de resumos, ok?
Comentários (2)
UAU! INCRIVEL! ADOREI! Estou até sem palavras, mas de uma coisa tenho certeza, vou ir correndo ler a proxima Fanfic! Fascinante!!! Perfeito!!!
2015-12-29Eu adorei a fic, acredite estou muito surpresa. Uma das primeiras fics que eu li, e uma das unicas que vou parabenizar! ADOREI! Você é muito bom nisso mesmo, se fosse um livro muita gente ia acreditar que foi a própria J.K. que escreveu. Adorei partes que sinceramente me surpreendi com o que li. Na fic passada mesmo, quando Harry é atingido pelo feitiço destrinchador, a cena da bolha, eu fiquei de boca aberta, nunca consegueria pensar do mesmo jeito que você pensou! E shangri-lá? Nossa os detalhes me deixaram boba, reli o capitulo varias vezes de tão linda que você descreveu. Quase decorei o capitulo! To divulgando sua fic para meus amigos que são fãs de Harry Potter, apesar de não terem uma conta, eles disseram que pretendem ler! Ah e também quero agradecer, porque você me deu a inspiração precisa para começar uma fic, só estou pensando nos detalhes. Obrigada mesmo, e estou louca para ler a próxima... Beijos Bastet
2011-08-03