CAPÍTULO 3 - TEMPOS NEGROS
Sirius continuou a narrativa de Sheeba:
- Sheeba e eu começamos a namorar quase ao mesmo tempo que Lílian e Tiago. Demos nosso primeiro beijo exatamente no mesmo lugar onde há dois anos atrás eu escapei de Hogwarts com Bicuço. Remo não mudou nada, sabia que ele gostava muito de Sheeba e Lílian, mas Pedro começou a se sentir excluído do grupo por conta dos nossos namoros. Eu e Tiago tentamos mostrar a ele que nada mudava, mas ele dizia não confiar em Sheeba, e nunca permitia que ela se aproximasse muito dele. Achávamos que isso vinha da covardia dele. No fim do sexto ano, finalmente Sheeba pode se livrar de suas benditas luvas, apenas trocando-as eventualmente pelas luvas que só permitem bons pressentimentos. Quando me tocava...
Sheeba continuou:
- Embora Sirius fosse parte da minha vida, o que impedia grandes pressentimentos, quando eu o tocava sem as luvas ouvia gritos terríveis e uma angústia sem tamanho. Eu o via sofrendo por um longo tempo, o que me deixava de coração partido, com medo. Já não desmaiava com pressentimentos fortes, como acontecia antes. Eu via só uma coisa de bom: Sirius estaria sempre contra Voldemort.
- Foi nessa época que começaram os tempos negros, muitos bruxos começaram a entrar em pânico. Surgiam boatos de mortes que depois se confirmavam. Lord Voldemort estava próximo de atingir a força máxima. E os que o temiam, se recusavam até mesmo a dizer-lhe o nome. Nosso grupo não fez isso (menos Pedro Pettigrew). Alvo Dumbledore era nosso mentor e não tínhamos medo de Voldemort, como ele também não tinha. Chegou o dia de nossa formatura em Hogwarts. Com o coração aos pulos, escutei meu nome ser chamado para a Comissão de Futurologia do Ministério da Magia. Finalmente trabalharia com meus pressentimentos e os faria úteis na luta contra as forças das trevas. Sirius, Remo e Tiago fariam parte de uma ordem de combate aos bruxos das trevas. Lílian se especializaria nas curas de bruxos feridos nos combates. Pedro Pettigew pediu para ir para um lugar mais distante, dizia querer se engajar na luta contra as trevas longe dos amigos, todos acreditaram, menos eu, que sempre desconfiei dele, mas nunca pude confirmar nada. Severo Snape também desapareceu.
- Lílian e Tiago se casaram dias depois de nossa formatura. Eu e Sirius queríamos fazer o mesmo, porém meu trabalho na Comissão era exaustivo, assim como o de Sirius no combate direto. Meu trabalho era coletar os restos de duelos e pistas de desaparecidos e descobrir o que acontecera e para que lado ir para achar o bruxo que cometera qualquer atrocidade... tinha um índice de acerto de cem por cento. No fim do dia, geralmente estava exausta. Sirius nesta época estava longe de mim, mas nos comunicávamos todo dia, às vezes ele aparecia em sua moto gigantesca e me levava para passear, ambos queríamos nestes momentos esquecer que estávamos vivendo os tempos negros...
- Então, Lord Voldemort voltou suas garras para a ordem da qual Sirius, Tiago e Remo faziam parte. Lílian estava grávida e chamou a mim e a Sirius para sermos padrinhos de Harry. O dia de seu batizado foi a ultima vez que vi sua mãe. Foi um dia alegre no meio dos tempos mais difíceis que vivemos: eu e Sírius ficamos noivos neste dia. Resolvi tirar minhas luvas e tocar Lílian e Tiago para saber se corriam perigo. Ao tocar seu pai eu vi que ele corria mais perigo até que Sirius. Disse a ele que deviam se esconder o mais rápido possível. Então toquei Lílian, e a vi morrendo por você, Harry. Eu soube que não poderia evitar sua morte a menos que Sirius fosse o fiel do segredo do feitiço que esconderia seus pais. Ele era a única chance e isso para mim estava bem claro. Fiz Tiago e Lílian prometerem que usariam Sirius como fiel do segredo. Então peguei você no colo. Imediatamente vi uma luz verde cortando a escuridão e você chorando. Em seguida um jorro desta mesma luz refletindo-se e um grito de agonia. Olhei com espanto seu rosto inocente de criança e disse, para a surpresa de todos: “Este menino, disse a Lílian, este menino é a solução! Ele vai livrar o mundo de Lord Voldemort!”
- Não me ocorreu que para isso acontecer, o feitiço do segredo teria que ser rompido e sua mãe deveria morrer. Eu não contava com um elo partido na corrente. Sirius me levou para a casa e novamente o fiz prometer que seria o fiel do segredo de seus pais. Seis meses são necessários para se garantir o sucesso do feitiço do segredo. Durante esta preparação, me assegurei que Sirius fosse o fiel do segredo de Lílian e Tiago. Todos os dias me comunicava com os dois e com Sirius. Então, num, dia de rotina de trabalho, deparei-me com os restos de um duelo, em que um dos participantes tinha se rendido. Era Severo Snape. O outro duelista fora sem dúvida Alvo Dumbledore. Voei em minha vassoura para Hogwarts e encontrei Dumbledore são e salvo. Então perguntei o que eu já sabia: “Por que você perdoou Snape, Dumbledore?” Eu sabia que Voldemort tinha designado Snape para matar Dumbledore. Dumbledore me levou até a ala hospitalar. Snape estava deitado inconsciente, a marca sinistra brilhando negra em seu antebraço. Eu a toquei e vi o que eu previra anos antes: o amargor do arrependimento. Severo Snape mudara de lado.
- Vi também Snape no futuro, ajudando o nosso lado e depois dando aula em Hogwarts... e te perseguindo pela raiva que tinha de seu pai. Dumbledore me disse: “Sheeba, Snape acreditava que só sendo martelo seria importante. Agora ele vai descobrir a importância de ser a bigorna. Enquanto estiver entre os seguidores de Voldemort fazendo trabalho de contra espionagem para nós estará apanhando como uma bigorna, mas seu esforço vai serenar seu coração. Aprenda isso, Sheeba.” Não entendi as palavras de Dumbledore. Estava preocupada demais pensando em Sirius e o segredo dos Potter. Há dois dias não falava com ele. Precisava voltar antes que o feitiço estivesse concluído, mas uma coisa me atrasou quase uma semana: A Professora Viviane Lake foi sequestrada em Hogsmeade. Voldemort queria saber seu futuro. Não ficou satisfeito com o que ouviu, pois a estraçalhou sem piedade. Só a encontrei quando já era tarde demais. Achei que a próxima seria eu.
- Então aconteceu. Os Potter foram mortos e você sabe o que houve. Toda a Comissão se voltou contra mim. Diziam que eu tinha errado ao escolher Sirius como confiável. Diziam que eu deixara me envolver pelo fato de sermos noivos. Mesmo no fundo do inferno, resolvi fazer meu último trabalho. Periciar o lugar onde Sirius havia sido preso. Precisava saber a verdade. A primeira coisa que vi foi o dedo de Pedro Pettigew. E ao tocá-lo eu soube. Sirius era inocente o dono daquele dedo estava vivo, e matara os treze trouxas em volta dele, para culpar Sirius. Ao afirmar isto, fui demitida sumariamente e quase considerada cúmplice. Fui proibida de ver Sirius e foi Dumbledore que me salvou de ir para Azkaban.
- Ele apresentou na comissão um dossiê dizendo que eu estava sobre forte abalo emocional quando fizera a perícia, e que isso pode confundir o Toque de Prometeu. Entre outras coisas, argumentou que Sirius havia sido levado pelos Dementadores para Azkaban no dia em que seria o nosso casamento. Ao conversar comigo em particular, Dumbledore disse que era impossível eu provar que Wormtail estava vivo sem mostrá-lo. Ele mesmo não acreditava na culpa de Sirius, mas não sabia como provar se ele era inocente ou não. Todo seu comportamento parecia mostrar que ele era culpado. Além do mais, eu nunca soubera que Wormtail se transfigurava em rato. Voldemort se encarregara anteriormente de pôr um feitiço em Wormtail, um feitiço de confusão capaz de encobrir parte do futuro ao Toque de Prometeu. Eu nunca conseguiria saber tudo sobre Wormtail enquanto este feitiço durasse. E qualquer previsão que eu fizesse teria incoerências como se feita por uma Cassandra.
- Dumbledore me fez admitir que podia estar enganada. Seria meu primeiro erro em anos, justamente com o homem que amava. O Ministério da Magia não me queria mais. Então, pedi a Dumbledore que me ajudasse, estava querendo me afastar de tudo e todos. Por incrível que pareça, Dumbledore me escondeu entre os trouxas. Fui trabalhar em segredo para a polícia por intermédio do policial que fora meu vizinho, como perita paranormal. Eu era considerada exótica pelos meus colegas trouxas: pouco usava o telefone, tinha uma coruja em minha sala, fotos de um homem que ninguém se atrevia a perguntar quem era sobre minha mesa, enfim, uma maluca que ajudava na solução de casos complexos. Continuava entre os trouxas com 100% de acerto, com a vantagem de lidar com criminosos muito menos cuidadosos que bruxos. Durante todo este tempo eu acompanhei você, Harry, a distância. Me segurei para nunca transformar aquela família horrível em uma plantação de cebolas...
- Estive entre os trouxas por dez anos, quando recebi uma coruja de Dumbledore: a polícia secreta do Ministério precisava de alguém como eu: embora muitos me odiassem, não havia ninguém capaz de preencher a vaga. A última Cassandra disponível morrera de velha, e ninguém confiava nas supostas videntes como Siblia Trelawney. Fui contratada com o melhor salário e status de chefe nº1. Durante todos estes anos procurei Wormtail sem sucesso. Nunca saberia que ele ia passar 12 anos transfigurado. Eu mal suporto ficar um dia como tigre...
- Para saber como Sirius estava, recorria a um expediente: tocava seus objetos pessoais que ficaram comigo, principalmente a aliança de noivado, eu sabia que pelo seu pensamento passava uma só idéia: ele sabia ser inocente. Chorava de alívio cada vez que via que Sirius estava mantendo sua saúde mental mesmo cercado de dementadores. Uma noite acordei com o coração aos pulos: sabia que Sirius havia fugido de Azkaban. Passei um ano esperando que ele me procurasse, quando recebi uma coruja de Dumbledore, pedindo desculpas por ter desconfiado de minha premonição. Ele dizia que tinha conversado com Sirius sobre mim e ele tinha dito não querer me ver. Sirius estava magoado comigo, depois de tudo que eu fizera. E na carta fiquei sabendo tudo que não sabia sobre Wormtail. Mas a prudência me fez esperar. Quando evidências da nova ascensão de Voldemort ficaram visíveis para mim, comecei a procurar as pistas de Wormtail e passei-as para Dumbledore. Então quando fui transferida para cá, fiquei esperando o momento de te encontrar, Almofadinhas.
- Eu nunca me aproximei de você, Harry, para não te causar problemas. A última coisa que um menino como você precisa é de problemas por ter uma madrinha malvista no mundo da magia. Ter um padrinho renegado já me parecia ruim o bastante. Reconsolidei meu prestígio como bruxa antes de procurá-lo e sei que agora minha fama não te fará mal. Há quase quinze anos, quando toquei em você soube que não teria o direito de interferir nas coisas terríveis que passaria, pois elas te fariam mais forte, como minha exclusão na casa de Corvinal fez comigo.
Sirius olhava Sheeba sério quando disse:
- Agora que você já explicou tudo ao nosso afilhado, devolva minha aliança.
- Primeiro, você precisa parar de usar varinhas emprestadas. Não vou ficar noiva novamente de um bruxo que não tem sequer uma varinha para usar... - retirou então cuidadosamente uma varinha longa e clara da veste - Vejamos: Carvalho com pelo de Unicórnio, 42 centímetros- Sheeba imitou divertidamente o fabricante de varas Sr. Olivaras. Sirius boquiaberto perguntou:
- Então estava contigo todo este tempo?
- Sim, e sua moto está lá na garagem. - ela riu - mas prometa-me que só vai usá-la depois que limpar seu nome. - Sirius pareceu concordar, mas não pareceu a Harry que fosse cumprir esta promessa.
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