Hogwarts e Hogsmead



Depois de dormir mais algumas horas, depois do café da manhã, Harry descia as escadas com a mochila nas costas. Na cozinha, estavam a Sra. W., Sr. W., Bill e Charlie.
- Sr. W, espero que não se importe, eu estou deixando o meu malão e a gaiola de Hedwig, pra ter menos coisas pra carregar e... _ Harry acabara de reparar que ela chorava_ Sr. W... a senhora está...
Antes que ele terminasse, ela andou até ele, lhe abraçou apertado.
- Vc sabe que se eu pudesse impedi-lo, vc jamais iria nessa aventura maluca em que está se metendo, não sabe?
- Acho que estou metido nessa desde que tinha um ano, mais eu entendo, e agradeço a preocupação. _ Harry tentou acalma-la _ Não se esqueça, eu volto assim que puder, por isso, não deixe ninguém tomar minha cama, hum? _ Harry riu _
- Ho Harry querido, sua cama vai estar sempre aqui, esperando por vc. _ Ela secou o rosto e riu fracamente _
- Eu sei, obrigado. De verdade, muito obrigado. _ Harry olhou para o Sr. W, que lhe apertou a mão _
- Boa viagem Harry. Fique atento, não vá em lugares que não conhece, não converse, ou siga, ou sequer olhe algum estranho, ok? Se precisar de ajuda, ou qualquer coisa, mande uma coruja, a ordem vai ao seu encontro.
- Obrigado senhor. Eu não vou me esquecer disso._ Harry se virou para Bill e Charlie _ Caras, obrigado. _ Apertou suas mãos _
- Vá em paz Harry. _ Bill _
- Já sabe, se precisar... _ Charlie começou _
- Sei sim, obrigado. _ Harry olhou de volta para todos, puxou a mochila de volta pro ombro, e saiu porta afora para o gramado_
Rony e Mione estavam parados ao banco logo ali, Ginny estava parada lá na frente do carro, Fred e George dentro do carro.
Harry colocou a mochila no chão. Hermione olhou para Rony. Ele acenou com a cabeça, para que ela fosse primeiro. Ela deu um passo pra frente. Parecia estar segurando o choro.
- Eu... eu não queria dizer nada na frente de Ginny, mais... mais eu tenho um mal pressentimento Harry, é sério...
- Mione, calma, vc só está assustada coma situação, mais não precisa se preocupar. Eu vou ficar bem. _ Mione fez menção de falar_ Não Hermione, é sério, eu vou ficar bem.
Mione acenou positiva com a cabeça.
- Ok, desculpe. Eu só ... só queria que vc não fosse sozinho, só isso.
- Olha, prometo que escrevo pra dizer como estou se vc prometer me escrever de volta pra dizer como estão aqui, ok?
- Prometo. _ Mione riu chorosa, e se abraçaram _ Boa sorte Harry. Vou sentir saudades_
- Eu tb vou sentir.
Mione voltou para o banco, Rony deu um passo a frente, tinha as mãos nos bolsos, sem graça.
- Hum, olha cara, eu...
- Tudo bem cara. Eu sei. _ Harry o abraçou_
- Boa sorte cara. _ Rony disse ao fim do abraço_
- Obrigado.
Harry riu pra eles e andou até o carro. Fred pegou sua mochila e colocou no porta –malas. Harry parou na frente de Ginny.
- Vc não vem comigo até a estação?
- Se eu for, vc talvez não entre naquele trem.
Harry riu sem força. Pegou as mãos de Ginny.
- Vc vai ficar bem, não vai? _ Ginny _
- Claro. Tudo vai dar certo. E vc?
- Não se preocupe comigo, eu vou estar bem. Mais... mais eu... eu vou sentir saudades...
Harry abraçou Ginny e tb chorou.
- Eu tb vou. _ Harry a beijou e a abraçou de novo_
Rony andou até eles, pegou Ginny pelos ombros para conforta-la.
- Vai dar tudo certo. _ Harry limpou o rosto_ Eu volto antes que perceba que eu fui.... ok?
Ginny agora chorava muito. Ela se apoiou em Rony. Ele a abraçou, olhou para Harry, piscou uma vez calmamente. Harry entendeu que ela ficaria bem. Entrou no carro e foi para a estação.

A despedida de Fred e George foi muito chata e constrangedora, contando que Harry tinha a cara triste e os olhos vermelhos.
- Bom Harry, vá em paz e ... esperamos vc lá em casa assim que vc ... bom... acabar.
Fred ficou sem graça assim que percebeu o que tinha dito, George olhou p/ o lado indignado. Harry achou aquilo cômico, assim como tudo relacionado com os gêmeos, mais não pode rir.
Harry balançou a cabeça distraído, colocou a mochila nas costas e sentiu a varinha no bolso, só p/ checar, como sempre fazia por hábito mais do que outra coisa.
- Então eu... meu trem já vai sair... obrigado pela carona gente.
- De nada cara.
Harry abraçou rápido cada um deles e tomou seu caminho p/ a estação.
Dentro do trem, o pensamento voava longe e seus olhos parados na janela não guardavam nenhuma imagem, por isso demorou tanto pra perceber que Hedwig voava ao lado de sua janela bicando e piando, esperançosa de conseguir fazer uma viagem a salvo em sua gaiola ao invés de voar até Londres. Harry abriu a janela e ela terminou a viagem empoleirada no aro do armário. Mais antes do trem parar em Londres, Harry a liberou pela janela de novo, afinal, como explicaria aos trouxas uma coruja viajando na cabine com o garoto?
Andou até o fim do estacionamento, pensou em checar o pergaminho gêmeo, mais preferiu continuar andando.
A noite ia caindo, Harry já estava muito cansado de esperar no banco da calçada. O fluxo de pessoas ia diminuindo, assim tb a quantidade de carros. Quando finalmente achou seguro, Harry olhou p/ os lados a procura de trouxas, mais não viu ninguém, então fixou os olhos na esquina escura e deserta e disse em sussurro:
- Estou perdido, preciso de ajuda. Noitebus!
Por um momento Harry pensou que seu pedido de socorro não tivesse funcionado, mais um momento seguinte, uma mancha roxa lhe raspou as vistas, e no segundo seguinte, o gigantesco ônibus de três andares na cor roxo berrante apareceu e parou bem em sua frente. A porta se abriu rápida e barulhenta, e de lá saiu um menino magrelo de uns 20 e poucos anos, com espinhas no rosto e calças muito largas.
- Boa noite e bem vindo ao...
Ele começou a ler o pedaço de pergaminho que segurava nas mãos, mais ao olhar p/ frente, percebeu quem estava parado na calçada esperando e parou, na hora, de falar.
- E aí Lalau, como vai? _ Harry cumprimentou ele descontraído e passou por ele entrando no ônibus sem cerimônia. Jogou a mochila num leito vazio ali mesmo na frente. E tratou de se segurar firme nas laterais.
- Harry Potter!
- E aí? Vc já se recuperou do tempo que esteve em azkaban?_ O ônibus arrancou como de custume, Lalau olhava sem graça para Harry_
- A, vc sabe, não é assim tão simples né? Pelo menos umas férias eu merecia! _ Ele deu ênfase na ultima frase e inclinou a cabeça para trás, pra que o motorista pudesse ouvir, mais aparentemente quem ouviu foi a pequena cabeça de cabelos rastafare pendurada no retrovisor que servia de co- piloto para o motorista desde sempre_
- É melhor estar perto dos amigos do que só em casa pensando em bobagem, é o que sempre digo! _ A cabeça respondeu pra ele _
- Bom, até que ele está certo... _ Harry disse baixinho pensativo_
- Mais... eu soube que vc falou com o ministro da magia pra que me soltassem... _ Lalau parecia encabulado_
- Soube? Como? _ Harry _
- O ministro estava lá no dia que me soltaram e... bom, deixou bem claro que VC teve uma grande participação na decisão de me soltarem.
- Claro que disse. _ Harry lembrou que o Ministro tinha lhe pedido apoio ao Ministério e tb tinha lhe negado a soltura de Lalau pq o Ministério precisava mostrar serviço, e aparentemente continuava tentando forçar a associação de Harry com as ações do Ministério, espalhando pra todos que Harry tinha participação na decisão do ministro de soltar Lalau _
- Enfim, só queria dizer que... bom, obrigado pela ajuda e... bom, obrigado.
- Não foi nada Lalau, acredite, não fiz nada. Vc não merecia ter ído pra lá em primeiro lugar, e qd viram que não tinham caso contra vc, provavelmente quiseram fazer com que parecesse uma grande bondade do ministro e minha te deixar ir.
- De qualquer forma, é bom estar aqui de novo.
Harry balançou a cabeça e sorriu.
- Então, pra onde?
- Hum, Hogwarts.
- Hogwarts? Vc sabe que não está tendo aulas não sabe? E mesmo que tivesse, vc está muito atrasado... quero dizer, dias...
- Eu sei sim, não tem aula. Eu ... eu vou por outro motivo.
- Bem, vc é quem sabe. Aqui está seu tiquet, devemos chegar em... algumas horas, faça uma boa viagem.
Harry tentou relaxar um pouco em sua cama, mais não era realmente possível. De um de seus lados tinha Lalau abrindo e fechando a porta para receber passageiros das mais variadas esquisitices que se possa imaginar, e do outro lado, uma senhora magra e baixinha de cabelos grisalhos e vestido laranja falava sozinha e sussurrava olhando diretamente para umas folhas e cartas espalhadas pela cama.
O tempo que demorou para chegar a Hogwarts, Harry não sabia direito, mais sabia que ao mesmo tempo que desejava chegar naquela sala, desejava não chegar nunca...

- Parada Hogwarts! _ Lalau acordou Harry de seus devaneios derrepente, e abriu a porta do ônibus _
- Ho! _ Harry se levantou, pegou a mochila e desceu do ônibus _ Obrigado, aqui está. _ Passou as moedas para Lalau _
- Obrigado. _ Lalau pegou as moedas_ e... boa sorte, em seja lá o que veio fazer aqui.
- Ok, obrigado.
O gigantesco ônibus roxo sumiu num borrão rua a fora, nos portões de Hogwarts, e mais a baixo, Harry viu Hogsmeade. Olhou direto para o grande castelo a sua frente, pouco iluminado, como Harry nunca o tinha visto antes. As janelas mais altas estavam escuras, e a torre onde ficava grifinória parecia deserta. A cabana de Hagrid não tinha sua fumaça de sempre saindo pela chaminé, a plantação de trás, ainda que limpa, parecia esquecida dos cuidados aciduos de Hagrid. Poucas luzes vinham das salas mais térreas e quase nenhum movimento podia ser detectado, somente as árvores ao longe.
Os portões estavam trancados e estava muito escuro para se enxergar alguma coisa.
Harry sentiu um puxão na garganta, uma sensação de estar invadindo um lugar, ainda que tivesse sido seu lar por tantos anos. Refletiu por um estante, decidiu andar até Hogsmaed para procurar um lugar pra dormir. Como de costume, entrou no mesmo lugar onde ficava sempre que precisava de abrigo por lá, . Madame Rosmerta o recebeu como sempre, o cumprimentou ao mesmo tempo que colocava pra fora uma dupla de bêbados velhotes.

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