O que tem a dizer?




Hermione ficou perplexa com tal cena. O que estaria Lucio Malfoy fazendo em Hogwarts uma hora daquelas? Coisa boa é que com certeza não seria, e que negocio é esse de Zillan?
Hermione já tinha ouvido esse nome em algum lugar, mas onde? Se perguntava impaciente. E por que Draco estava querendo ajudar? O que ele queria? E Melissa Poney? O que ela tem haver com tudo isso?
Hermione estava cada vez mais confusa, toda aquela inquietação parecia fazer seu peito inchar. Tentou esvaziar a mente de incertezas e pensar em coisas boas. Começou pensando em sua família, mas logo veio em sua mente, sem ela nem ao menos perceber, a imagem de um garoto alto, branco, olhos verdes extremamente vivos, na testa sua cicatriz brilhava, e os óculos o davam um certo charme. Harry foi a melhor coisa que Hermione conseguiu fixar em sua mente, a melhor coisa, mas nem por isso a mais segura ou certa. Mesmo assim ela continuou com a imagem dele em seus pensamentos, e aos poucos foi adormecendo, tendo uma noite tranqüila e sem sonhos.
Assim que acordou a constrangedora sensação de incapacidade veio lhe dar bom dia. A enfermaria ainda estava escura, e ela pensou estar sozinha por lá, mas logo contemplou as flores que agora murchas, saiam do nariz da garota da Corvinal, essa parecia também já ter acordado. Disposta a espantar tal sensação Hermione arriscou um dialogo:
- Olá...- cumprimentou-a Hermione se pondo de pé e caminhando até ela.
- Oi...- falou a menina forçando um sorriso.
- Como foi que você conseguiu isso?
- Ah, foi...- a garota hesitou um pouco em responder - foi em uma briga! - falou um pouco envergonhada.
- Nossa... - murmurou Hermione - com quem? Se não for querer saber de mais.
- Ah, foi com uma sextanista idiota da Sonserina. -falou revirando os olhos irritada.
- é, era de suspeitar que fosse com alguém da Sonserina.
- Pois é...
Antes que Hermione continuasse o dialogo Madame Ponfrey se aproximou das duas dizendo:
- Bem Pámela, como estamos? - e foi logo ver como estava o nariz da garota. - E você Granger etá liberada para assistir as aulas de depois do almoço.
- Ah...- resmungou Hermione - mas eu já me sinto ótima.
- Escutou o que eu disse, e não desobedeça as minhas ordens. Ouviu?- a mulher falou seria.
- Claro. - Hermione respondeu aborrecida.
Alguns minutos depois foi liberada por Madame Ponfrey que pediu que ela se cuidasse mais. Vestiu suas vestes escolares e se despediu da garota da Corvinal seguindo até a torre da Grifinória.
Como já era de se esperar os corredores mais uma vez estavam vazios, pois todos os alunos estavam em suas salas de aula; o salão comunal não estava diferente. Tudo deserto. Um arrepio percorreu Hermione de cima a baixo, uma sensação de não estar sozinha pairou sobre ela, olhou para os lados assustada e fez menção de pegar sua varinha, mas lembrou que havia deixado no dormitório. Correu para lá, uma nova sensação de enjôo tomando conta dela, entrou no quarto, viu sua varinha e a convocou, logo ela viu seu malão, e lembrou do livro das sombras que estava lá esperando por ela, algo a chamava para ele, e sem resistir muito ela caminhou até o malão e o retirou de lá.
O pentagrama que jazia na capa do livro brilhava emanando uma luz azul; o enjôo que ela sentia havia cessado por completo. De repente Hermione lembrou da noite em que vira a nova professora de adivinhação pela primeira vez, e como ela carregava um livro das sombras semelhante ao seu com ela. Lembrou que não sabia como esse livro tinha parado em suas mãos, e lembrou das palavras de Draco sobre Zillan. Levantou-se abruptamente segurando o livro sobre o peito e seguiu rapidamente até a sala da Professora Poney.
Seguiu sem parar, rezando para não encontrar conhecidos e ter que inventar alguma mentira. Ao chegar na entrada da sala da professora Poney hesitou um pouco, pensando se era realmente sensato o que iria fazer, mas sua vida estava mesmo de cabeça para baixo, o que iria perder em arriscar mais essa? Entrou silenciosa, a sala da professora parecia ter mudado desde a ultima vez que ela esteve ali, mas Hermione não se esforçou para tentar descobrir o que. Caminhou mais para dentro da sala, uma brisa leve a invadia tornando um lugar aconchegante, mas que mesmo assim deixava Hermione inquieta. Em um canto da sala estava ela, sentada em uma poltrona azul marinho. Vestia um vestido rosa de tecido leve, seus longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo, e sobre seu colo estava ele: O livro das sombras que Mione vira na primeira noite. A garota abriu a boca para falar, mas nesse instante Melissa fez sinal com as mãos a chamando para mais perto. Hermione não hesitou e sentou em uma cadeira em frente a Poney. Um silêncio constrangedor seguiu por alguns minutos e foi quebrado por Hermione que falou com a voz falhando um pouco:
- preciso de sua ajuda.
- eu entendo. - ela falou e sua voz suave acalmou Hermione.
- Eu estou tão confusa. - a garota sibilou lentamente. - pensamentos estranhos percorrem minha mente, imagens distorcidas. Por favor me ajude... - baixando a cabeça as lagrimas escorreram por sua face.
- Não se preocupe Hermione, eu vou te ajudar, sim! - ela falou se aproximando da garota. - Venha cá. - e ela a levou para uma mesa no canto da sala, onde uma bacia prateada jazia cheia de um liquido azulado. A bacia fora talhada com inscrições as quais Hermione desconhecia, e um cheiro doce era exalado por ela.
- Venha, sente-se aqui! - Melissa a indicou um novo assento.
Hermione sentou-se e acompanhou a outra com o olhar. Essa ficou parada em frente a bacia de prata e encarou o objeto. Sem desviar o olhar do mesmo ela perguntou a Hermione:
- O que é que você quer saber?
- a verdade de tudo isso que esta acontecendo comigo. - Ela respondeu confiante.
- Pois muito bem! - nesse instante Melissa agitou a varinha contra a bacia e murmurou “verdadelus”.
O liquido azul que estava na bacia começou a se agitar como se fosse um redemoinho, e logo depois voltou a ficar calmo. Hermione observava tudo quieta, e no momento em que o liquido da bacia voltou a ficar calmo Melissa a convidou a chegar mais perto do objeto.
- Bem Hermione, espero que consiga compreender o que tenho a te mostrar.
- Eu também espero. - Hermione respondeu a encarando seria.
- Bom...- começou a professora desviando o olhar da garota. - para que você compreenda tudo eu preciso contar a historia do começo; creio que já ouviu falar em Zillan, não foi?
Hermione apenas confirmou com a cabeça, lembrando das palavras de Draco.
- a muito tempo atrás, quando Merlin ainda era um aprendiz na arte da magia, existia um poderoso bruxo que dominava um surpreendente conhecimento tanto sobre o mundo dos vivos, quanto sobre o mundo dos mortos. Ele sabia como abrir uma espécie de ponde entre os dois mundos sem precisar usar de complicados feitiços, bastava apenas a palavra certa e um certo amuleto que ele havia criado. Em uma de suas aventuras em busca de mais conhecimento pelo
pelo sub mundo, ele perdeu o controle sobre as criaturas que lá habitam e deixou escapar uma delas, uma das mais terríveis e tentadoras. Seu nome era Zillan, uma espécie de gênio, capaz de realizar até os desejos mais impossíveis que se pudesse imaginar, no entanto ele é quem escolhia a quem realizar os desejos, e em troca ele precisava levar algo muito precioso da pessoa a qual o desejo foi realizado, outro detalhe que ele escondia. Zillan além de muito esperto e poderoso era extremamente belo, capaz de atrair quem quer que fosse, homem ou mulher. Seu único problema era não poder realizar os seus próprios desejos.
Vendo a besteira que havia feito, o bruxo resolveu aprisionar de qualquer jeito Zillan novamente. Mas o pior ainda estava por vir, em uma de suas viagens a procura de sua próxima vitima, Zillan se apaixonou por uma bela jovem, sem saber que essa era a filha do bruxo que estava lhe cassado, ele se apresentou e a ofereceu o que ela quisesse para que ela se entregasse a ele. Essa o rejeitou, e Zillan não se conformou, ninguém nunca havia resistido a ele, e não seria dessa vez. A garota contou a seu pai o que havia acontecido, mas esse não pensou que Zillan estivesse por ali e não ligou os fatos, mas de qualquer forma contou a filha a historia da criatura e a pediu que da próxima vez que esse homem a importunasse ela desejasse que ele voltasse para o lugar de onde veio. Mas Zillan descobriu os planos do bruxo e em uma extraordinária façanha o enganou fazendo com que ele desejasse que Zillan fosse embora, assim podendo levar o premio que ele mais queria: a filha do bruxo. Mas antes mesmo que Zillan pudesse tocar na jovem, ela enfiou um punhal dourado em seu coração, deixando Zillan partir sozinho, jurando vingança e jurando esperar seu espírito retornar para vir busca-la. - Melissa soltou um suspiro e continuou - Extremamente acabado por ter perdido sua única filha, o bruxo resolveu proteger a ponte entre os dois mundos, para impedir que Zillan, qualquer outra força das trevas fosse libertada novamente (...) - Mellissa parou novamente, e continuou mirando o liquido azul da bacia de prata.
- E o que eu tenho haver com isso? - perguntou Hermione lentamente.
- Espere, eu ainda não terminei... - falou Melissa desviando o olhar para Hermione - o Bruxo ficou anos e anos, entre os dois mundos, mas já estava muito velho. Pressentindo que não seria forte o bastante para proteger o portal sozinho, ele dividiu o amuleto; que era a chave de abertura; em cinco partes, e os escondeu em cindo livros das sombras, os entregando as pessoas que mais confiava explicando os motivos do mesmo. Eu não sei exatamente a quem ele entregou no passado, mais atualmente eles se encontram: Um com Dumbledore; como era de se esperar; um comigo, um com Remo Lupin, um com você Hermione, e o ultimo se encontrava com Thiago Potter antes dele morrer.
- Eu... não acredito. - Hermione falou os olhos vidrados no seu livro das sombras.
- E não é só isso. - continuou Melissa. - o livro sumiu da casa dos Potter na noite em que Voldemort os atacou. - Hermione notou que Melissa não demonstrava sinal algum de medo ao pronunciar aquele nome. - Até ai o segredo de Zillan estava seguro, mas temos certeza de que ele descobriu o porque do livro, e vai tentar libertar Zillan novamente.
- Por que acham isso? Com quem pode estar o livro? Com o próprio Voldemort?- perguntou a garota incrédula.
- Você não faz idéia de com quem esteja? - Melissa soltou um olhar de desdém.
- Os Malfoy... - Hermione respondeu segurando o seu livro com força.
- Certamente! - confirmou a professora ainda mirando o liquido na bacia.
- Eu...não entendo por que nós fomos escolhidos para guardar as “chaves desse portal. Por que eu? - ela perguntou aflita.
- Hermione, muitas coisas são difíceis de explicar, no meu caso no do Lupin ou até mesmo no do Thiago. O destino nos escolheu por algo que eu não sei explicar. Sei que as “chaves” devem ser distribuídas de acordo com esses atributos: um bruxo poderoso, uma vidente, um bruxo de coração nobre, um animal mágico, e um trouxa. O de Dumbledore é obvio porque ele é o bruxo mais poderoso de todos os tempos, e no seu, você foi escolhida porque é a reencarnação de Beatriz, a filha de Odin o bruxo protetor do portal. - Melissa soltou as palavras com tamanha naturalidade que levou alguns segundos para que Hermione compreendesse a gravidade do que acabara de ouvir.
- O que? - Hermione perguntou incrédula. - Eu? Reencarnação de quem? Isso é bem mais inacreditável do que eu esperava. - falou se afastando da mesa onde Melissa estava.
- Não é tudo! - falou a professora calma e sem olhar para ela - Você quer saber o que aconteceu nas suas semanas de sombras do verão passado? - Perguntou Melissa muito seria.

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