Ataque
Capítulo 13 – Ataque
Já haviam se passado duas semanas desde que todos souberam do relacionamento de Severus e Hermione, alguns estavam lidando muito bem com a noticia, já outros como Ron não aceitavam isso de jeito algum.
Mione estava em seu quarto deitada na cama, era um sábado estranho, frio e quente ao mesmo tempo, já estava quase arrumada, mas não desceu para o café, sua calça jeans azul escura ainda estava desabotoada, sua blusa preta com mangas curtas colocada de qualquer jeito no corpo, um pé com meia e outro não, estava pronta pela metade. Olhava para o teto do quarto, esperando um certo quadro acordar.
-Bom dia. – disse Sirius acordando e dando um belo bocejo.
-Bom. – respondeu baixo.
-O que tem? – disse se ajeitando no quadro, olhando para a garota jogada de qualquer jeito na cama.
-Hoje fazem 4 anos. – disse sentindo uma vontade imensa de chorar, mas fechou os olhos e as lágrimas voltaram seu caminho.
-4 anos de que?
-Da morte de meus pais. – ouviu Black respirar fundo e o olhou – Não precisa dizer nada, só precisava conversar com alguém sobre isso.
-Onde está Gina que não está te apoiando nesse momento? – viu ela se levantar rápido e olhar para o espelho na penteadeira, seu olhar estava um pouco mudado, estava mais bravo do que triste.
“Não quero falar com ela, não quero nem olha-la ainda.” pensou Hermione terminando de colocar a outra meia no pé e colocando os sapatos. Sirius limpou a garganta e ela o olhou, viu que o moreno esperava uma resposta e bufou tentando arranjar a resposta certa.
-Não falo com ela já faz duas semanas. – respondeu se pondo de pé e abotoando a calça.
-Oh, ainda com essa história, Hermione?
-Se fosse você no eu lugar o que teria feito? Ela armou pra mim, se juntou com aquele Lobisomem louco pra me tirar de Draco e de Snape. – quando viu o rosto de desaprovação de Sirius ela percebeu que havia faltado com respeito com Lupin, o melhor amigo de Black – Me desculpe, mas ele está realmente louco.
-Talvez goste de você... Já pensou nisso?
-Já! – e andou até o quadro parando em sua frente – Mas o Remus que você conheceu não é aquele louco que fica bolando planos pra me ter... E outra se realmente gostasse de mim iria dizer e não tentar me ludibriar pra me ganhar... Ora, não sou prêmio de loteria.
-Sei disso. Mas entenda, ele não viu outro jeito.
-Ahh não o defenda. E não justifique eles. Me enganaram.
-Severus também.
-Sei disso... Mas foi o único que teve coragem de me dizer os verdadeiros sentimentos. – e se virou para sentar na cama outra vez.
Sirius a observou um tempo antes de começar a falar, balançou a cabeça, ela estava nervosa e não adiantava tentar conversar sobre isso agora, talvez tentar conversar sobre os pais a acalmasse. A olhou outra vez, viu que ela tinha escorregado da cama e estava sentada no chão, abraçando as pernas e a cabeça apoiada nos joelhos.
-Quem os matou?
-Narcisa Malfoy. – sua voz saiu chorosa.
-Ela foi capturada? – perguntou Black na voz mais calma que conseguiu, sentia um certo ódio emanar pelo quarto, sentia que ele vinha de Hermione.
-Não. – disse em uma voz que não era sua. Levantou a cabeça e olhou para o quadro do amigo. Black se assustou tanto com a voz, quanto com o rosto e os olhos de Hermione, a mulher em sua frente tinha um rosto duro, frio, seus olhos estavam mortos, não tinham mais o brilho comum dos olhos de Mione, ali estava uma outra pessoa.
-Mione? – perguntou Sirius na voz mais alta e séria que conseguiu. A morena voltou a si e olhou para o amigo com lágrimas nos olhos. Se levantou e saiu do quarto sem dizer mais nada.
Desceu as escadas e passou por muitas pessoas na sala, muitas delas a chamaram quando a viram passar, mas ela continuou seu caminho e saiu da casa. Severus, Draco, Harry e Ron se levantaram e foram atrás dela, mas quando saíram ela já havia desaparecido nas ruas.
Entrou em seu apartamento e fechou a porta atrás de si, sentou no sofá e se pôs a chorar. Sentia muita raiva de Narcisa, só queria mata-la, queria vê-la sofrer como seus pais sofreram. Respirou fundo tentando encontrar calma, se levantou e foi até o rádio, o ligou e se jogou no sofá outra vez, mal escutava a música que tocava, mas sabia que não gostava dela, com um movimento da mão um cd começou a tocar, a música a fez abrir os olhos e se sentar outra vez. Ficou olhando para o rádio e com outro movimento o volume se aumentou, fazendo todo o apartamento se inundar com a música.
Don't cry to me
(Não chore para mim)
If you loved me
(Se você me amasse)
You would be here with me
(Você estaria aqui comigo)
You want me, come find me
(Você me quer, venha me encontrar)
Make up your mind
(Decida-se)
So don't cry to me
(Então não chore para mim)
If you love me
(Se você me amasse)
You would be here with me
(Você estaria aqui comigo)
Don't lie to me
(Não minta para mim)
Just get your things
(Apenas pegue suas coisas)
I've made up your mind
(Eu tomei uma decisão)
A música lhe fez lembrar Severus. Queria que ele estivesse ali, mas talvez ainda não conseguisse chorar no ombro dele, talvez ainda fosse cedo demais. Foi até seu quarto e abriu a janela para que entrasse um pouco de ar. Com a música alto não ouviu que alguém entrava em seu apartamento. Ela se virou para sair do quarto e viu ele ali na porta encostado no batente a olhando.
-Fora. – disse sem sair do lugar.
-O que tem? Por que chora? – perguntou Lupin tentando se aproximar.
-Já disse fora. – apontou para a porta e falou alto por causa da música também alta. Com um movimento da mão dele a música abaixou.
-Por favor, só me diga o que tem?
-Nada. – mas as lágrimas riscaram seu rosto sem que ela deixasse.
Ele andou até ela, tentou abraça-la, mas ela se afastou, ele investiu para cima dela e a pegou nos braços, ela se soltou nos braços dele e deslizou até o chão o levando junto. Caíram um de frente para outro, ela chorava compulsivamente, ele a abraçava cada vez mais forte.
-Quatro anos. – ele disse em seu ouvido, ela apenas concordou com a cabeça, sentindo o abraço dele lhe apertar ainda mais. Ficaram naquela posição por muito tempo, Hermione parecia que tinha adormecido, seu choro já havia parado, mas ela não soltou ele por nenhum momento – Hermione? – arriscou ele. Ela levantou a cabeça e o olhou nos olhos, como se um lapso de memória a tomasse em segundos lembrou quem ele era e o empurrou para longe. Olhavam-se nos olhos, ela com raiva dele, ele confuso sobre a variação de humor dela.
-Fora. – disse ela se levantando e passando por ele que ainda estava no chão.
-Hermione. – disse ele a seguindo – Espere, pouco segundos atrás chorava em meu ombro, agora me manda pra fora?
-É. Algum problema para entender isso?
-Sim. Porque está fazendo isso?
-Porque da última vez que chorei no seu ombro acabei por ver muito mais que ele. – e se sentou no sofá.
-Não seja ingênua. Já me conformei que te perdi. – disse a olhando com um sorriso no canto da boca.
-Não quero saber, quero você fora daqui. – se levantou e foi até a porta, a abriu e o olhou outra vez.
Lupin nada disse, sacou sua varinha e apontou em direção a porta. Hermione por sua vez achando que ele ia lhe atacar, se jogou no chão atrás do sofá e gritou:
-Accio Varinha. – e a sua varinha parou em sua mão. No meio disso ouviu Remus gritar algo e dois fachos de luz se encontraram no ar, um vindo da porta o outro, o de Remus, indo em direção a porta. Mione entendeu na hora que alguém os estava atacando e sem pensar duas vezes abriu a porta com o pé e se jogou no chão na frente da pessoa.
-Estupefaça. – e viu a pessoa ser jogada pelo corredor e bater na outra parede, cair no chão e desmaiar.
Remus foi até Hermione, mas sua varinha continuava apontada para a pessoa caída desacordada no chão. Mione se levantou e foi até seu atacante, o examinou e resolveu por vira-lo para ver quem era. Não o reconheceu, mas viu algo em sua mão. Pegou o pergaminho e o abriu, leu e entregou para Remus, que estava ao seu lado. Remus leu e olhou para Hermione que olhava o corpo desacordado.
-COVARDE. – berrou Hermione para o corpo e lhe dando um chute na altura do peito. Entrou em seu apartamento, pegou suas chaves e saiu outra vez, trancou o apartamento e se virou para Lupin – Fique aqui, vou buscar alguém para pegar ele. – e saiu sem deixar o lobisomem responder ou perguntar algo.
Desceu as escadas e saiu para a rua, parou na frente do prédio e passou as mãos pelos cabelos, puxou ar para seus pulmões e deu um grito alto que foi ouvi muito longe dali. Liberou parte daquela raiva no grito e se pôs a correr para a sede, mas as palavras daquele pergaminho cravaram em sua mente. “Feliz Aniversário. Ass: N. M.”
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Valeu pelos comentários galera...
Carla não vou separar eles não... Mas tbm não dá pra deixar fácil assim né????
Música: Call Me When You're Sober - Evanescence
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