Reencontros



Capitulo 1 – Reencontros

A lua brilhava naquela noite fria no centro de Londres. Ela estava sentada na varanda de sua casa, de roupão, com os cabelos molhados e a única coisa que sentia além do vento não muito frio era a fumaça de seu cigarro batendo em seu rosto. Por mais que tentasse fugir a fumaça a perseguia. “Vicio sem cabimento.” pensou Hermione Granger.
Ela estava mudada, já havia se formado fazia quase 4 anos e morava com Gina em um apartamento perto da sede da Ordem. A garota sabe-tudo de Hogwarts tinha mudado muito desde a guerra, perderá seus pais nessa guerra e se tornara uma mulher um pouco mais reservada, fria às vezes.
Alguns hábitos que tinha na escola haviam se esquecido e outros surgiram, logo depois que a guerra acabou passou a fumar para ficar calma, pelo menos era desculpa que tinha arranjado para si e para os outros. Fizera duas tatuagens, uma em homenagem as pessoas que morreram na guerra que era uma fênix com as penas negras e vermelhas representando a Ordem e outra para seus pais, um coração com uma faixa que tinha mãe e pai escrito.
Estava diferente, seus cabelos foram domados com os anos, agora estavam mais lisos, seu corpo adquiriu curvas e volume, seu rosto ficou mais bonito, se tornou uma mulher linda.
-Não dorme mais, não?
-Que susto, Gina. – disse ela sem se virar para a porta da varanda onde Gina estava e já sabia que a amiga estava ali fazia alguns segundos.
-Mentirosa. – riu Gina e se sentou ao lado da amiga. Gina também havia crescido, estava muito bonita, tinha o jeito de modelo, magra e alta. Chamava atenção de todos por onde passava.
-O que faz acordada? – disse Hermione apagando o cigarro.
-Não consegui dormir. E você?
-Pensando na vida. – e olhou para o céu – O que é aquilo? – disse apontando para um ponto negro que vinha na direção delas.
Quando a coruja pousou na grade da varada as duas reconheceram a coruja, era a coruja de Severus Snape. A missão havia acabado. Mione pegou a carta e abriu, sem antes ver a coruja voar para longe.

"Srta. Granger e Srta. Weasley
Venho por meio desta avisar que o último Comensal fora encontrado e devidamente preso. Os seus esforços serão reconhecidos. Passar bem.
Severus Snape."


Elas leram e sorriram, a guerra havia chegado ao fim. Depois que Voldemort morreu pelas mãos de Harry, alguns Comensais escaparam por todo o mundo. Isso foi a 4 anos atrás e elas não viram Harry, Ron, Snape e outros membros desde então, eles haviam se reunido para caçarem os Comensais que escaparam. Seria uma reunião e tanto no dia seguinte na sede da Ordem. Mataria saudade de seus amigos que tanto amava.

Abriram a porta da sede e viram que já estava cheia de gente. Muitas pessoas elas não conheciam, outras olharam para elas como se nunca a tivessem visto antes, mas era porque elas estavam totalmente diferentes.
-Gina. – gritou Ron vindo do meio de uma multidão que o cercava, abraçou a irmã o mais forte que conseguiu e a levantou do chão – Mione? – disse ele quando soltou a irmã e olhou para o lado dela.
-Ron. – disse baixo, fazendo um aceno com a cabeça e sentiu os braços dele apartarem seu corpo. Viu que Harry, Lupin e Tonks vinham em sua direção para matarem a saudade. Mione tinha escolhido por uma calça jeans e uma blusa que deixava suas duas tatuagens, feitas nas costas, aparecerem estrategicamente.
Depois de verem todos os amigos e conversarem um pouco, Hermione se afastou, o vicio estava chamando. Foi até a cozinha da casa e abriu a janela, sentindo primeiro o vento do verão entrando pela janela, colocou a mão no bolso de trás da calça e retirou o maço e um isqueiro, ascendeu um e tragou com força. Apoiou as mãos na pia, abaixando a cabeça e então disse:
-Se for ficar me olhando pelo menos fale oi antes.
-Como sabia que estava aqui? – perguntou Snape sentado no canto da cozinha que estava escuro.
-Vi quando entrei. – e se virou tragando mais uma vez – Está bem, professor?
-Não sou mais seu professor. E sim, estou bem.
-Fico feliz. – disse séria como ultimamente era com todos.
-Duvido. – e riu sarcástico pelo canto da boca – Não esperava que eu voltasse vivo, não é?
-Não faz diferença o que acho ou o que eu esperava.
-Não mesmo. – e se levantou – Não deveria fumar.
-Agora minha saúde te preocupa? – disse tragando e rindo sarcasticamente da cara dele.
-Não. – e a olhou por inteiro, ela havia virado uma mulher atraente – Essa guerra te mudou muito. Está mais...
-Parecida com você? – disse rindo.
-Como assim, Srta Granger? – disse rispidamente.
-Fria, dura, calculista, grossa, entre outras coisas... – e tragou olhando nos olhos dele.
-É assim que me vê? – perguntou se aproximando dela.
-Sim. Não poderia vê-lo de outro jeito já que me insultou por seis anos. Seria difícil vê-lo com carinho. – e tragou pela última vez, apagando o cigarro. “Está realmente parecida comigo.” pensou ele e a olhou com firmeza.
-Não deveria se deixar levar por sentimentos negros. Lamentável o que aconteceu com seus pais... – mas parou quando ela levantou a mão como um sinal de pare.
-Não fale sobre meus pais. – e aproximou-se dele – Eles morreram porque gente como você decidiu que era hora. – passou por ele e foi saindo da cozinha quando ele a segurou pelo braço e a puxou. Ela o olhou e bufou uma vez, enfrentava ele como nunca havia feito antes.
-Não fale o que não sabe. – disse ele ameaçando com os olhos a mulher em sua frente.
-Me solte. – e puxou seu braço da mão dele, mas não conseguiu soltar-se – O que foi? A época em que atacava garotas e mulheres está voltando em sua mente? – as palavras saíram sozinhas, ela não queria ter dito aquilo, mesmo que estivesse nervosa com ele. Ele a olhava e se aproximou do rosto dela.
-Não fale do que não sabe. – e soltou o braço dela, mas continuou a olhando. Ela se afastou um pouco e disse com a voz mais fria que conseguiu.
-Acha que não sei o que você fazia na sua época de Comensal da Morte? – o enfrentando como nunca pensará em fazer.
-O que acha que sabe? – disse ele se sentando novamente na cadeira e a olhando com um sorriso frio.
-Sei que era cruel, louco... Abusava... – a última palavra fez com que ele levantasse e fosse em direção a ela novamente.
-Tem certeza do que fala? – viu que ela abriu a boca e a fechou novamente. “Não sabe o que fala. Uma criança.” pensou ele. Ela bufou mais uma vez e se aproximou dele.
-Não confio em você.
-É recíproco. – e se aproximou mais do rosto dela, ela não mexeu um milímetro de seu corpo. “Que olhar profundo. O que? Hermione Granger pare de pensar besteiras, ele é um assassino.” pensou ela ainda olhando nos olhos dele.
Eles se olharam por muito tempo, até ele colocar as mãos na cintura dela e descer um pouco a mão direita, chegando em seu bolso retirou o maço de cigarros e o colocou em seu casaco.
-Para que comece a pensar em parar. – e sorriu da cara surpresa que ela fez quando ele colocou as mãos em sua cintura.
-Saindo daqui compro outro. – disse fechando a cara novamente. “Que mão... Para Hermione, agora.” e foi saindo da cozinha quando sentiu que ele a puxava pelo braço novamente. A puxou bem perto de seu corpo e colocou a mão em seu queixo, fazendo com que ela olhasse surpresa para ele. “Como está linda... Merlin, o que estou fazendo, ela é uma garota... Bom, nem tanto... Solte-a agora, Severus.” e soltou uma Hermione surpresa que logo o olhou com olhos envergonhados e saiu da cozinha.
-O que está acontecendo comigo? – disse Severus para si mesmo – Ela é uma garota. – e afundou-se na cadeira novamente.

Mione dormiu pensando no acontecimento na cozinha. “Porque não tentei fugir dos braços dele?” foi o último pensamento que teve antes de fechar os olhos e dormir.
Acordou cedo, tinha que ir trabalhar, mas aquela segunda-feira estava pouco convidativa, o céu estava nublado e o vento frio. Sabia que o dia na biblioteca iria ser chato, como quase todo dia era lá. Estava trabalhando de bibliotecária e apesar do salário bom conhecia muita gente, mas sua chefe era chata e acabava por fazer seu trabalho ficar chato.
Tomou um banho, se vestiu e foi tomar café com Gina, não comentou nada do que ocorreu para a amiga, estava com certa vergonha, afinal Snape era o mais odiado no grupo deles e contar que tivera um certo clima com ele não seria a coisa mais certa e se fazer.

Quando chegou do serviço, estava pingando da cabeça aos pés, a chuva a pegou no meio do caminho para casa. Entrou, jogou as chaves na mesinha de cartas, jogou a bolsa no sofá e berrou:
-Gina? – mas não ouviu resposta – Esqueci que ela ia sair com Harry. – e riu, Gina havia esperado Harry voltar para poderem ficar juntos. Entrou e foi direto para o banheiro tirar a roupa molhada, quando já havia se livrado do sobre-tudo, do cachecol, dos sapatos e ia tirar a calça a campainha tocou – Já vou! – berrou nervosa do banheiro. “Que será?”
Abriu a porta somente com uma blusa branca que por causa da chuva estava transparente e de calça preta social aberta em dois botões, o cabelo pingando e o corpo molhado também, olhou para o rosto da pessoa parada na porta e engoliu seco.
-Snape?

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