O desafio
Capítulo 23 – O desafio
A Sala da directoria era, de todos os lugares de Hogwarts, aquele mais temido pelos alunos. Quando alguém era chamado lá, era, na maioria das vezes, para receber uma má notícia, para ser expulso ou para receber um castigo muito severo. Raramente algum aluno atravessava as gárgulas à entrada por um bom motivo.
Apesar de estar ocupada por uma quantidade razoável de pessoas, um profundo silêncio tomava conta da sala. Até mesmo os quadros dos directores mantinham-se calados, atentos a tudo o que se iria decorrer daquela pequena reunião. Mas, talvez, aquele que observava com mais atenção, e porque não dizer, maior choque, era Phineas Nigellus. Seus olhos, desenhados na tela antiga do quadro, percorriam magicamente dois pontos específicos da sala. Dois pontos distintos mas que tinham algo assustadoramente em comum: Sirius Black. Coçou a barba perplexo. Como seria possível? Como poderia estar a ver, ao mesmo tempo, as figuras da mesma pessoa com idades distintas? Será que o imprestável do seu bisneto tinha um filho ilegítimo, desgraçando ainda mais o nome da nobre casa dos Black? Cerrou os dentes tentando extrair alguma lógica do que via. Não! Tinha de saber o que se passava. E, com este pensamento, desapareceu do retrato com o intuito de pesquisar na árvore da família Black, em Grimmauld Place, a existência de um segundo Sirius Black que lhe tivesse escapado.
Marlene e Sirius, do passado, ocupavam duas das três cadeiras colocadas na frente da secretária de McGonagall e Sirius segurava a mão de Marlene, tentando transmitir a segurança que ele próprio tinha dificuldade em manter. Todas as noites que saíra do castelo, durante a lua cheia, nunca tinha pensado realmente na possibilidade de ser descoberto e expulso na sequência disso. Não lhe preocupava tanto o facto de que provavelmente seria expulso, mas de que, talvez, arrastasse atrás de si Lily e Marlene, que nenhuma culpa tinham, e Remus, que os tentara dissuadir por tantas vezes. Acima de tudo preocupava-o o estado em que o seu melhor amigo e irmão estaria. No meio de tantos acontecimentos, Peter fora o único que se conseguira safar de tal destino.
Lily encostara-se à janela, a observar o sol que surgia no horizonte multicolor e a escutar o som dos alunos que se dirigiam alegres para o Salão Principal, a fim de iniciarem mais um dia de trabalho. A todo o momento vinha-lhe à cabeça a imagem de James, pálido como a morte, inconsciente e manchado de sangue. Desde que saíra da Floresta não sabia notícias dele e o sentimento de culpa apoderava-se dela. Não lhe importava o facto de Remus ser um lobisomem, ou de James se ter tornado um animago ilegalmente e de quebrar grande parte das regras da escola. Quem ela não perdoava era ela própria, por James se ter ferido porque ela quebrara as regras uma única vez. Uma única vez… a única que bastara para magoar quem jamais desejara que se magoasse!
Dois aurores tinham chegado à sala minutos antes e falavam em voz baixa com o professor Black. Um deles era um homem negro e alto, com uma expressão serena e bondosa, bem mais velho do que Sirius. A outra auror era uma jovem mulher de cabelos azul eléctrico, muito bonita por sinal, que Lily tinha a sensação de conhecer. McGonagall, sentada na sua cadeira, escrevia uma carta para alguém, olhando de tempos a tempos para o relógio de corda, pendurado na parede, que assinalava agora oito horas.
Todo aquele silêncio apenas foi quebrado quando a porta de entrada se abriu dando passagem a dois adultos: James Potter e Remus Lupin, este último com profundas olheiras e um aspecto abatido. Era visível que tinha acabado de sair da lua cheia, mas não deixou de piscar o olho à auror, sendo rapidamente retribuído por um sorriso divertido.
- Já que vocês chegaram acho que podemos começar. – disse McGonagall, com um ar severo, ao mesmo tempo que enrolava o pergaminho em que acabara de escrever – Senhorita Evans, queira sentar-se por favor.
Lily não reagiu imediatamente à voz da professora, mas quando o fez baixou a cabeça e assim se dirigiu à cadeira que lhe era indicada.
- Antes de mais, quero que me contem tudo o que viram na Floresta sobre esse tal espião. – virando-se para os dois aurores ela prosseguiu – estes são Kingsley, recentemente nomeado chefe dos Aurores, e Nymphadora, também ela auror.
- Tonks, professora… o meu nome é Tonks. – o cabelo de Tonks mudou imediatamente para uma cor negra, demonstrando o seu profundo desagrado pelo seu nome.
A directora revirou os olhos, assim como Remus. Sirius limitou-se a dar um sorrisinho, enquanto que o Sirius mais novo abria os olhos de compreensão, reconhecendo finalmente a auror como a sua prima mais nova.
- À parte as demonstrações de rebeldia de certas pessoas presentes nesta sala – a “rebelde” deitou a língua de fora a Remus, que tentava abafar uma das suas raras gargalhadas – passemos ao assunto que interessa realmente. Eu chamei-vos aqui porque o que vocês viram é uma informação de extrema importância e vital para a segurança deste castelo. Eu queria que me relatassem exactamente o que viram.
Lily e Marlene entreolharam-se, como que decidindo entre elas quem iria falar. Foi a ruiva quem começou.
- Bem… eu e a Marlene entramos na Floresta… – Lily corou profundamente – Para descobrir o que é que os Marotos faziam quando desapareciam um vez por mês. Então seguimos até à Floresta para os apanhar em flagrante. Porém não conseguimos encontrar sinal deles. Foi então que ouvimos o som de passos e o barulho de aparatação. – Lily relatou tudo o que tinha acontecido na Floresta, à medida que o ambiente na sala ia ficando pesado. Chegando à parte em que o Devorador da Morte referira o nome de Harry, Lily olhou para James, tentando captar o significado daquela informação – O que é que isto significa? O que é que eles podem querer com o Harry?
A troca de olhares entre os adultos não passou despercebida aos três adolescentes. James encostou-se na parede, olhando para o tecto, num gesto muito típico dele quando ficava pensativo. Antes que pudesse pensar numa resposta para dar, McGonagall cortou as perguntas.
- Isso não vem ao caso agora. Não viram mais nada? Não reconheceram a voz do espião? Ou do Devorador da Morte?
- O espião não conseguia falar… não conseguimos ouvir o que ele dizia. O Devorador da Morte falou em gripe. – Marlene lembrou-se subitamente – Seria mais fácil encontrar o espião se soubéssemos quem são as pessoas que estão com gripe neste momento em Hogwarts. Não devem ser assim tantos.
- Pelo contrário! Acabei de sair da enfermaria agora e a Madame Pomfrey estava a queixar-se exactamente do número de pessoas que têm recorrido aos seus cuidados nos últimos dias, inclusive alguns professores como Sinistra e Boss. – Um sorrisinho brincalhão escapou dos lábios de Tonks – Ao que parece, os gémeos Weasley decidiram espalhar pelo castelo algum tipo de vírus que provoca afonia e vários sintomas de gripe.
James voltou a olhar para os presentes, antes de começar a andar de um lado para o outro, a tentar pensar no próximo passo a dar.
- Com essa informação não vamos conseguir muita coisa. A única medida que deveremos tomar será reforçar a segurança do castelo.
- Concordo, James. Eu vou destacar alguns aurores para proteger a escola. Mesmo a Ordem da Fénix poderia entrar nisto, tal como já o fez no ano passado.
- Dessa parte eu já tratei, Kingsley. Acabei de escrever uma carta para Albus e enviarei daqui a pouco. Ele irá convocar uma reunião da Ordem. Falta saber é… o que é que eles quereriam dizer com estar a chegar a hora? – a directora recostou-se na cadeira, olhando para cada um dos presentes, principalmente os outros dois professores.
- A mim parece evidente que eles devem querer trazer o tio Voldie de volta.
Sete faces viraram-se de rompante para Sirius, tentando perceber o que é que ele tinha dito.
- Ops… – Acrescentou ele, olhando para a sua versão adulta que ainda o encarava com uma sobrancelha erguida. – Ok, eu calo-me.
- Por mais que me custe admitir, ali a miniatura do meu primo tem razão. – Tonks recebeu um olhar indignado do mesmo. – O que eu gostaria de saber é como é que pretendem fazê-lo e quem está por detrás disso.
Vendo que Tonks ia falar de mais, McGonagall decidiu intervir.
- Acho que isso é um assunto para ser discutido na reunião da Ordem. – a directora encarou os três alunos, encarando-os pela primeira vez como jovens adultos, que regressariam em breve a um tempo em que a guerra e o medo ainda existiriam e onde teriam de optar por um lado, lado esse que McGonagall conhecia muito bem – Não sei se já vos falaram da Ordem da Fénix. Esta é uma organização secreta que visa combater Voldemort e os seus seguidores. Todos os que estão nesta sala fazem parte dela, o que quer dizer que vocês também farão no futuro. Por isso acho que posso confiar em vós para não repetirem o que aqui foi dito. – os três acenaram em concordância – Agora creio que existem aqui muitas coisas a serem esclarecidas.
Assim que recebeu sinal positivo da directora, James começou a falar.
- Acho melhor começar do início, para vocês perceberem tudo. Quer dizer, para as senhoritas perceberem tudo.
Enquanto James, ajudado por Remus e Sirius, contava toda a história, Lily pensava em todas as peças que começavam a encaixar-se. Os desaparecimentos de Remus todos os meses, sempre na lua cheia, o sumiço dos Marotos durante muitas noites, provavelmente para treinarem animagia… mesmo a dedicação com que eles defendiam Peter… tudo fazia sentido. Impressionava-a o facto de terem conseguido virar animagos, sendo que era muito difícil, até para adultos experientes e o mapa que tinham construído. Quando James terminou, nem Marlene nem Lily conseguiam pronunciar-se. Apenas um Sirius adolescente olhava de McGonagall, que ainda apresentava um olhar severo, para Marlene que parecia surpresa de mais, mas que iria explodir a qualquer momento.
- Quer então dizer que vamos ser expulsos? – Sirius verbalizara a pergunta que ecoava na mente de qualquer um dos três. – Vamos ser enviados de volta para o nosso tempo?
McGonagall manteve a sua postura severa e rígida, que tanto a caracterizava. Sirius do passado olhava a directora com uma bola a formar-se na garganta, mas essa bola diminuiu um pouco, quando julgou ter visto um sorriso começar a formar-se no canto dos lábios de McGonagall. Devia ter sido apenas a sua imaginação.
- Embora eu ache um acto reprovável e digno de um castigo muito duro, eu não vou castigar-vos. – os queixos dos três alunos cairam perante as palavras da professora, embora continuassem sem acreditar no que ela dizia. - Quebrar as regras da escola é algo de muito grave, ainda mais quando o fazem todos os meses. Além disso eu dar-vos-ei o sermão na vossa idade adulta, no momento em que descobrir as vossas façanhas… podem contar com isso.
- Quer dizer que a professora já sabia? – Perguntou Marlene com surpresa. – E permitiu que eles continuassem a arriscar-se?
- Senhorita Mckinnon, se eu não permitisse que isto continuasse, eu estaria a alterar o futuro. Eu sabia das transgressões destes senhores e não sabia se algum deles estava em perigo. Mas eu conheço o vosso futuro e sei que vocês estão bem… e isso é o que me importa.
Agora sim, Sirius tinha a certeza de ter visto um sorriso em McGonagall. Marlene, por sua vez, e já parecendo mais convencida, dirigiu um olhar fulminante ao namorado.
- E contigo eu falo depois.
James dirigiu-se ao melhor amigo, que tapava os olhos com as mãos tentando segurar o riso, e falou-lhe em voz baixa.
- Temos de ter muito cuidado. O Peter anda por aí… ele sabe como andar dentro desta escola sem ser visto… ele conhece todas as passagens secretas… ele conhece a floresta tão bem como nós. Não vou falar agora para não os deixar desconfiados, mas temos de tomar medidas urgentes.
Sirius estudou a expressão do amigo. Conhecia-o melhor do que qualquer pessoa e desconfiava exactamente de tudo o que lhe passava pela cabeça naquele momento.
- Estás a falar do Peter deste tempo, ou do passado.
James passou uma mão pelos cabelos, denunciando o seu nervosismo.
- Dos dois!
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O caminho até à enfermaria nunca parecera tão longo. Durante todo aquele percurso ninguém se pronunciara e uma profunda preocupação abatera-se sobre todos. Tonks, Remus e Kingsley já haviam deixado a escola, alguns minutos atrás, para começar a organizar a segurança da escola. McGonagall e James tinham ficado na directoria, alegando que tinham assuntos para tratar a sós. Coube a Sirius levar os alunos à enfermaria., para se certificarem de que o seu amigo estava bem.
A enfermaria permanecia silenciosa e iluminada pelo sol que entrava pelas janelas do lado nascente. Algumas camas estavam ocupadas por alunos que se remexiam desconfortavelmente nos seus lugares, ouvindo-se, de tempos a tempos, um espirro que ecoava através da sala. Madame Pomfrey e uma Marlene adulta conversavam em voz baixa, junto da cama do fundo, parecendo estar a trocar conhecimentos. Marlene, com uma barriga cada vez maior, apoiava-se na cama ao seu lado e colocava uma das mãos nas costas, fazendo caretas engraçadas de vez em quando, levando de seguida a outra mão à barriga.
Madame Pomfrey, mal se apercebera da presença dos recém-chegados, dirigiu-se a eles, enfrentando o professor de DCAT com um certo tom de repreensão na voz, com uma mão na cintura e a outra apontando perigosamente para Sirius.
- Sirius Black, seu marido desnaturado… como é que és capaz de permitir que a tua esposa apareça na escola neste estado?! Não sabes que mulheres grávidas, ainda mais de trigémeos, têm estar de repouso e não devem fazer longas viagens?! Ainda mais viagens de Flú?!
Sirius revirou os olhos, abrindo de seguida os braços para acolher Marlene que se juntara também a eles.
- Até parece que eu consigo proibi-la de fazer alguma coisa quando estou longe. Quantas vezes eu já lhe disse que com este barrigão enorme devia ficar em casa e não ir trabalhar? – Marlene deu uma cotovelada de aviso ao marido, sinal de que estava a entrar em território perigoso. – Barrigão lindo, por sinal! – corrigiu, com um sorriso orgulhoso, antes que fosse tarde de mais – Mas não foi para ouvir sermões que eu aqui vim.
Um novo silêncio instaurou-se na enfermaria, que foi interrompido apenas por Madame Pomfrey.
- O jovem Potter está bem. Apesar de ter perdido muito sangue, eu fechei o ferimento e parei a hemorragia. Só precisará de ficar sob observação alguns dias e de repouso até sexta-feira. Creio que no próximo fim-de-semana já estará pronto para outra. – Virando-se de seguida para os três alunos ela acrescentou – E talvez seja melhor vocês descansarem e dormirem um pouco hoje. Os acontecimentos desta noite devem ter-vos abalado muito. Hoje estão dispensados das aulas.
- Bem… eu tenho uma aula para dar, por isso vou indo. No fim das aulas eu passo cá para saber se está tudo bem. – Sirius dirigiu o olhar a Marlene, que colocou um braço em torno da cintura do marido – Vens?
Marlene acenou para a enfermeira e de seguida para os mais jovens.
- Eu vou indo também. Tenho alguns doentes para atender hoje. Até mais.
Depois de Sirius e Marlene deixarem a enfermaria, Poppy Pomfrey dirigiu um olhar de apoio aos três alunos.
- O vosso amigo vai ficar bem. Ele é duro na queda. Além disso, eu já perdi a conta às vezes que ele já foi parar a St. Mungus depois de se formar como auror.
Lily não ouvia o que a enfermeira dizia. Toda a sua atenção estava focada na cama ao fundo da enfermaria, onde James permanecia inanimado. Com passos lentos, aproximou-se da cama. À medida que a distância ia diminuindo, Lily pode verificar melhor o estado de James. Apesar da palidez devido à perda de sangue, ele aparentava serenidade, não parecendo sentir dores. Os seus óculos estavam pousados na mesinha ao lado da cama e a sua camisa manchada de sangue havia sido removida. Uma faixa branca envolvia-lhe o abdómen, ocultando o profundo ferimento que sofrera.
Lily aproximou-se da cama, com passos silenciosos, sentou-se na beira da cama e segurou-lhe delicadamente a mão. Os seus olhos dirigiram-se novamente para a entrada, onde pôde ver os outros serem arrastados por Madame Pomfrey para fora da enfermaria, sobre os protestos de Sirius que queria ficar com o melhor amigo. Olhando de novo para James, deparou-se com as suas íris cor de mel, parcialmente escondidas pelas pálpebras que o moreno lutava em manter abertas.
- Onde estou?! – perguntou ele com uma voz rouca, tentando sentar-se na cama.
Lily colocou as suas mãos nos ombros dele e empurrou-o delicadamente contra a cama, de modo a impedir que ele se levantasse. Embora a cara de James mostrasse relutância em ficar deitado, nenhuma resistência foi encontrada pela ruiva. Quando lhe falou, a sua voz saiu controlada, doce e calma, quase maternal.
- Estás na enfermaria. Mas agora descansa. – os olhos verdes de Lily encheram-se de água e um soluço escapou da sua garganta, deitando por terra todo o controle que Lily impusera em si mesma – Nunca mais me faças isso, James. Eu pensei que te ia perder, quando eu vi aquele sangue todo. Eu não ia aguentar, James… não ia perdoar-me, eu não devia ter-vos seguido.
James puxou-a até si pela mão que ela segurava e abraçou-a carinhosamente.
- A culpa não é tua. Eu devia ter-te contado tudo o que se passava… onde a gente ia uma vez por mês. Mas eu tinha medo como vocês iriam reagir quando descobrissem a verdade sobre o Remus. Eu tinha medo que o rejeitassem por ele ser o que é.
- Eu já sei de tudo. - Lily tentou esboçar um sorriso, por entre as lágrimas – E estou muito orgulhosa de ti.
James, apesar do cansaço que tomou conta dele, afastou-a e ergueu uma sobrancelha divertido.
- Não vais xingar-me, gritar-me aos ouvidos até ficar surdo? Colocar-me em detenção para o resto da minha vida?
- Bem que merecias. – Lily semicerrou os olhos, não querendo acreditar que James, mal acordara, já estava a gozar com ela. A sua expressão amenizou-se quando o moreno fez uma careta de dor. – Mas eu não vou fazê-lo. Já bastou tudo o que passamos na noite passada. E… – um novo soluço escapou da sua boca – obrigada por me teres salvo a vida.
James levou a sua mão à cara dela, limpando-lhe as lágrimas que escorriam.
- Não te culpes pelo que aconteceu. Eu fiz tudo o que estava ao meu alcance para te proteger e voltarei a fazê-lo se for preciso. Não me arrependo de nada… o importante para mim é que estás bem.
Lily lembrou-se subitamente de algo.
- Que criatura era aquela? Eu não me lembro de ter lido alguma vez em algum livro alguma referência sobre ela.
Nos lábios de James formou-se o esboço de um sorriso zombeteiro.
- É natural… nem tudo está descrito em livros, sabes? – James entrara em mais uma de suas tentativas para fazer Lily largar um pouco os livros. Adquirira o tom de voz de alguém que estava a dar uma aula, ou a passar instruções de Quidditch – Na Floresta Proibida podes encontrar todo o tipo de criaturas desde as mais conhecidas até algumas que nunca se ouviu falar. Aquela em particular, já se tinha cruzado connosco algumas vezes. Nunca nos tinha feito nada, pensando que éramos animais. Como não encontramos referências a essa criatura na biblioteca, decidimos chamar-lhe Thorn Pinky.
- Pinky?! Que eu saiba ela não era cor-de-rosa.
James começou a rir-se mas logo mudou de ideias quando uma dor aguda o fez levar a mão ao abdómen, aumentando a preocupação de Lily.
- Devias descansar agora, James.
- Não te preocupes, eu estou bem. – como prova de que falava verdade, James prosseguiu a história. – Foi o idiota do Sirius que teve a ideia de lhe chamar “Pinky”. Acho que ele gosta muito daquele personagem animado dos filmes muggles, a Pantera Cor-de-Rosa. E como aquela criatura se parecia com uma pantera, ele deu-lhe o nome “Pinky” em homenagem. “Thorn” é por causa dos espinhos que tem na cauda.
Pela primeira vez desde o ocorrido, Lily conseguiu sorrir. Aparentemente, James encontrava-se bem, ou pelo menos iria ficar nos próximos dias.
- Quando é que eu vou poder sair daqui?
- A Madame Pomfrey falou em alguns dias.
James fechou os olhos com força, parecendo estar a sofrer muito, mas quando os abriu apresentava uma cara emburrada.
- Que seca… eu não quero perder o jogo de sábado. Tenho de ir torcer pela minha casa, já que não posso jogar.
Lily revirou os olhos, dando-lhe um leve tapa na cabeça.
- É impressionante como a mente masculina só consegue pensar em Quidditch e mulheres.
James lançou-lhe mais um dos seus sorrisos marotos.
- Vê pelo lado positivo, Lily, pelo menos quando não penso em ti, estou a pensar no Quidditch e não em outra mulher.
- Ora, ora… vejo que o nosso doente já está melhor. – Madame Pomfrey acabara de chegar, trazendo consigo uma quantidade razoável de poções.
- Madame Pomfrey, eu não vou ficar aqui muito tempo, pois não?
- Veremos. Para já tem de tomar estas poções direitinho. – James fez uma expressão de nojo, própria de quem conhecia muito bem o sabor daquelas poções. – Vá lá, não são assim tão más.
- Claro que não, não é a senhora que as toma.
A enfermeira começou a arregaçar as mangas, como que demonstrando que o faria engolir aquelas poções, nem que para isso tivesse de recorrer a um funil.
- Senhor Potter, creio que no próximo fim-de-semana decorra o jogo Gryffindor contra Ravenclaw e estou certa de que não quererá perder esse jogo.
Estava atingido o ponto da questão. James não esperou mais dois segundo para tapar o nariz e engolir de uma vez só a poção que a enfermeira lhe dava para a mão.
- Bem me parecia que não. – concluiu ela, depois de administradas todas as poções. – Creio também que a senhorita Evans devesse voltar ao seu dormitório e dormir um pouco antes do almoço. – estendeu-lhe uma pomada para a mão. – passe isto por todos os seus ferimentos. Quando acordar eles já terão desaparecido.
A ruiva olhou de um modo suplicante para Madame Pomfrey que apenas lhe indicou a porta de saída. Depois virou-se para James.
- Eu venho cá de tarde, prometo.
Antes que fosse arrastada pela enfermeira, Lily deu um selinho nos lábios de James, deixando-o para trás com uma cara de frustração, para grande divertimento de Madame Pomfrey.
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Qualquer fim-de-semana era aguardado com grande ansiedade pelos alunos. Os mais estudiosos viam nele uma boa oportunidade para passar um dia inteiro na biblioteca, colocando em dia os seus trabalhos, ou fazendo pesquisas para adquirir mais conhecimentos. A grande maioria, no entanto, via a possibilidade de descanso, de divertimento e, principalmente, de se livrar dos professores durante algum tempo. Mas nenhum fim-de-semana era aguardado com tanta expectativa, como aqueles em que havia jogo de Quidditch.
Naquela manhã ensolarada de sábado, Gryffindor enfrentaria Ravenclaw. Os leões, liderados por Harry, partiam para o jogo com confiança, depois da vitória no primeiro jogo do ano, contra Slytherin. A equipa das águias, pelo contrário, precisava ganhar para se manter na luta pela taça, depois da derrota contra Hufflepuff. Tinham ainda a desvantagem de ter perdido a sua seeker Cho Chang, que se formara no ano anterior, tendo sido substituída por Robert Stanton, um aluno do terceiro ano, com pouca experiência. Hufflepuff tinha ganho também a Slytherin, afastando de vez a equipa das serpentes. Parecia ter adquirido uma força e determinação extraordinárias, após o recente regresso de Cedric Diggory como seeker, apesar de ter recusado o lugar de capitão. Deste modo, se Gryffindor ganhasse a Ravenclaw, o vencedor do campeonato seria decidido apenas no último jogo do ano: Gryffindor contra Hufflepuff.
A mesa dos Gryffindor, naquela manhã, era a mais animada, sendo que a festa era maioritariamente feita pelos gémeos Weasley, que se haviam juntado a Sirius e James, que acabara de sair da enfermaria com a energia no seu expoente máximo.
Harry remexia os seus cereais com a colher, olhando para o céu no tecto do Salão Principal, sem no entanto meter alguma coisa na boca. Ron, pelo contrário, parecia ter mais apetite do que noutro dia qualquer e ignorava os protestos de Hermione, sobre poder passar mal se continuasse a comer assim.
Ginny discutia as técnicas de jogo com Colin e Neville, enquanto lançava olhares furtivos aos gémeos, que se preparavam para fazer Harry acordar para o mundo, com algo muito suspeito.
Depois de meia hora em que permanecera na mesma posição, Harry finalmente levantou-se e, sem que tivesse dito nada, toda a restante equipa seguiu o exemplo do capitão.
O tempo que se fazia sentir era favorável à realização de jogos de Quidditch. A temperatura agradável contrariava totalmente a época do ano em que se encontravam, o sol brilhava com força e apenas uma suave aragem atingia os terrenos de Hogwarts.
Dentro dos vestiários, Harry dava as últimas instruções à equipa, quando a voz de Zacharias Smith começou a ser ouvida, dando informações sobre as classificações das equipas. O barulho no estádio aumentava, à medida que os lugares iam sendo ocupados e as torcidas iam começando a cantar as suas estrofes de apoio às respectivas casas.
- Eu sei que Ravenclaw costuma jogar limpo, mas eles precisam de ganhar este jogo para se manterem na luta pela taça. Por isso temos de ter todo o cuidado. Não quero que respondam a potenciais provocações na mesma moeda. Reajam dando o vosso melhor em campo. – Depois de feito o seu discurso, Harry olhou nos olhos de cada um dos parceiros de equipa, esforçando-se ao máximo para esboçar um sorriso de apoio. – Está na hora!
Enquanto a equipa saía, Harry sentiu um braço segurá-lo, impedindo-o de sair juntamente com os outros jogadores.
- Ginny, passa-se alguma coisa?
Harry não soube muito bem identificar os sentimentos que escureciam o olhar da namorada. Poderia ser medo? Medo não… talvez algum receio. Como resposta, Ginny abraçou-o com força, por breves segundos, antes de se voltar a afastar.
- Quero apenas que tenhas cuidado. Tenho o pressentimento de que irá acontecer alguma coisa.
Harry aproximou-se de Ginny, abaixando ligeiramente a cabeça e colocando as suas mãos sobre cintura dela. Puxando-a para si, beijou-lhe docemente a testa, enquanto respirava um pouco do perfume a flores tão característico dela.
- Não vai acontecer nada. Mas eu terei cuidado, prometo-te.
Smith começava a anunciar a equipa de Gryffindor, acordando Harry e Ginny de novo para a realidade. Com um último olhar, cada um pegou na sua vassoura, encaminhando-se para o campo.
- E AS EQUIPAS ALINHAM-SE AGORA, PRONTAS PARA DAR INÍCIO AO JOGO. MADAME HOOCH APITA E O JOGO COMEÇA!
O jogo começou com a posse da quaffle em Ravenclaw. Os três chasers eram muito bons em passes e jogadas colectivas. Mas a sua flexibilidade em cima de uma vassoura não era das melhores. Os beaters não chegavam ao nível dos gémeos Weasley, mas poderiam causar também muitos problemas. O Keeper, por sua vez, era considerado um dos melhores, equiparando-se, provavelmente, a Ron.
Harry observou primeiro as jogadas da sua equipa. Depois de uma bludger lançada por Fred, Neville apanhou a quaffle e, numa troca rápida de passes com Ginny, esta abriu o marcador para 10-0.
- E MAIS UMA EXCELENTE EXIBIÇÃO DO TRIO DE CHASERS DE GRYFFINDOR. POTTER TEM VINDO A DESENVOLVER UM EXCELENTE TRABALHO COMO CAPITÃO, JÁ CONSIDERADO POR MUITOS, MELHOR DO QUE O PRÓPRIO OLIVER WOOD. E A QUAFFLE ESTÁ DE NOVO NA POSSE DE RAVENCLAW.
Ron estava preparado para o contra-ataque das águias e, numa defesa incrível, afastou a quaffle para território seguro.
Harry desviou um pouco a sua atenção para a procura pela snitch dourada. Stanton seguia-o de perto, desviando o olhar para cada recanto do estádio, tentando descobrir qualquer sinal da pequena bolinha. Era nítido o receio do seeker de Ravenclaw, porque afinal, Harry Potter, para além de ser um exímio jogador, apenas fora derrotado por Cedric Diggory, depois de ter caído da vassoura.
O jogo prosseguiu durante mais cerca de meia hora, ao final da qual o resultado estava em 70-40 para Ravenclaw. Foi quando algo estranho começou a acontecer. Uma nuvem cinzenta cobriu o Sol, sendo que o restante céu permanecia azul, e um vento forte e frio começou a soprar. O ar tornou-se irrespirável e uma atmosfera pesada desabou sobre Hogwarts.
Harry, ainda sem ter avistado a snitch, sentiu esta mudança súbita, que o fez estagnar em pleno ar e olhar em sua volta. Uma brisa negra atingiu-o como um balde de gelo. Ele sabia o que significava… alguém em Hogwarts estava naquele momento, a invocar magia negra… da mais perigosa e mortífera. Começou a ouvir um zumbido no seu ouvido e, desviando as suas íris verdes para o seeker adversário, percebeu a origem do zumbido. Com uma volta de 180º disparou a toda a velocidade atrás da snitch dourada, sendo seguido de perto por Stanton.
De repente, tudo pareceu decorrer em câmara lenta. A snitch, a poucos centímetros da sua mão, começou a agitar as suas pequenas asas mais lentamente, embora começasse a afastar-se aos poucos. A cabeça de Harry começou a pesar e os seus olhos começaram a fechar, à medida que a força dos seus dedos começou a afrouxar. Foi aí que percebeu tudo. Quem quer que estivesse a praticar magia negra, Harry era o seu alvo e não pretendia certamente, deixar o moreno sair dali vivo.
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Do outro lado do campo, Ginny apercebeu-se também da mudança súbita do clima. O seu pressentimento anterior intensificou-se, levando-a a desviar os olhos para Harry. Este tinha iniciado a sua perseguição à snitch e deslocava-se a grande velocidade. Quando estava prestes a terminar o jogo, alguma coisa aconteceu. Começou a perder distância e a escorregar da vassoura.
Em desespero, não se apercebeu que uma bludger vinha na sua direcção e que certamente a atiraria da vassoura se não se desviasse. Devido à rápida intervenção de George, a violenta bola foi desviada para o chaser de Ravenclaw que tinha a posse da quaffle.
Num impulso, Ginny começou a percorrer com os olhos as bancadas, tentando descobrir o causador daqueles acontecimentos estranhos. Na bancada dos professores, viu James levantar-se e sacar da varinha, ao mesmo tempo que, também ele, tentava encontrar culpado. Mais ninguém parecia ter percebido que alguma coisa se passava e não havia nenhum sinal de alguém com a varinha na mão.
- PARECE QUE ESTÁ A ACONTECER ALGUMA COISA. HARRY POTTER ESTÁ A PERDER TERRENO PARA STANTON E GINNY WEASLEY ACABA DE SACAR DA SUA VARINHA. ENTRETANTO, LONGBOTTOM APROVEITA PARA FAZER MAIS UM PONTO, AUMENTANDO PARA 100-50 O RESULTADO.
Quando Stanton ultrapassou Harry, Ginny finalmente avistou alguém suspeito. Escondido por detrás da bancada de Hufflepuff, uma figura encapuzada apontava a varinha directamente a Harry. O capuz impedia que o seu rosto fosse reconhecido, mas as suas intenções eram bastante claras.
Sem esperar mais um segundo, Ginny apontou a sua própria varinha ao sujeito.
- STUPEFY! – o feitiço não o atingiu em cheio, mas foi o suficiente para desviar a sua atenção de Harry e cessar o feitiço negro.
Pela primeira vez na vida, sentiu-se aliviada com as palavras de Zacharias Smith.
- POTTER ULTRAPASSA STANTON E AGARRA A SNITCH DOURADA, ENCERRANDO ASSIM A PARTIDA, COM A VITÓRIA DE GRYFFINDOR POR 200-50.
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Na bancada de Gryffindor, a festa não podia ser maior. Com aquela vitória, a taça seria disputada entre Gryffindor e Hufflepuff. James, do passado, apercebera-se também que algo de errado se passara, mas a sua preocupação evaporou-se ao ver Harry apanhar a snitch e ser abraçado, já em terra, pelos outros seis jogadores. Depois de muitos saltos e muitos gritos de vitória, a multidão vermelha e dourada começou a encaminhar-se para o castelo.
Enquanto descia os degraus que levavam à entrada do estádio, James focou a sua atenção na bancada oposta, especialmente numa cabeleira loira que ele tão bem conhecia e tanto detestava. Lucius Malfoy encarava-o com o mesmo olhar de ódio de sempre. Acompanhado dos seus capangas, Malfoy aproximava-se com passos lentos de James, sem retirar os olhos deste.
Antes que alguém tentasse impedi-lo de prosseguir, James afastou-se dos seus amigos e cruzou os braços, esperando pela chegada daquele Slytherin do seu tempo.
- Ora ora… quem temos aqui! Um leão enjaulado! – o grupo de serpentes riu-se em sonoras gargalhadas, atraindo a atenção dos Gryffindors. – É triste não podermos jogar… caso contrário, eu teria todo o prazer em esmagar-te em campo como uma formiga.
Um sorriso irónico brotou dos lábios de James, que deu mais um passo na direcção de Malfoy.
- Que eu me lembre, Malfoy, quem costumava ser esmagado como uma formiga eras tu! Ah, não! Desculpa lá! Acordei-te, não foi?! – ironizou ele – O sonho devia estar a ser muito bom. Afinal, já que não podes vencer-me na realidade, pelo menos em sonhos tens essa satisfação.
Sirius colocara-se ao lado de James, segurando a sua varinha perigosamente. Atrás dele, um grupo razoável de Gryffindors preparava-se para azarar aqueles Slytherins intrometidos.
Malfoy pareceu ponderar se seria saudável despoletar a fúria dos seus “inimigos”. Uma expressão de aborrecimentos tomou conta da sua face.
- A nossa discussão continua noutra altura! Começa a ter muito cuidado, Potter. Quando menos esperares eu apagar-te-ei esse sorrisinho da face.
James revirou os olhos e encolheu os ombros.
- Vocês ainda não se cansaram dessas ameaças inúteis?! Sejam mais criativos. Eu proponho discutirmos isto em campo.
- O que estás a querer dizer, Potter?
- És mais burro do que eu pensava, Malfoy! Eu desafio-te para um jogo de Quidditch. Gryffindor contra Slytherin… se a McGonagall concordar, é claro.
Sirius assobiou, Lily abanou a cabeça em descrença e vários Slytherins abriram a boca, atónitos. Malfoy semicerrou os olhos e apertou os punhos com fúria. Certamente, um jogo de Quidditch não era o que ele poderia chamar um acerto de contas.
- Eu aceito Potter… mas eu juro que te vais arrepender do dia em que me desafiaste.
Sem mais nenhuma palavra, Lucius Malfoy deu meia volta, a fim de regressar ao castelo, com os amigos atrás. Sirius, por sua vez, deu uma palmada amigável nas costas de James e comentou com visível satisfação.
- Estava a ver que não íamos jogar este ano. Quando é que começamos com os treinos, capitão?
James colocou um braço sobre os ombros do melhor amigo e deu um suspiro de alegria.
- Meu caro Sirius… em breve… em breve!
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Na entrada da Floresta Proibida, alguém observava o grupo de Gryffindors, que festejava a vitória conquistada. Os seus olhos azuis, carregados de uma profunda inveja e maldade, focavam-se em Harry, que se juntava a esse grupo, visivelmente feliz, e a ser felicitado pelos colegas de casa. Era ele o alvo do seu ódio e da sua repulsa. Pretendera matá-lo com aquele ataque… mas aquela ruivinha maldita impedira a conclusão do feitiço que o colocaria para sempre no mundo dos seus maiores pesadelos. Se Snape soubesse disso, iria certamente ter um ataque
Quando chegasse o momento certo, iria acabar com o menino que sobreviveu e entregaria a sua cabeça a Lord Voldemort. Mas antes iria fazê-lo sofrer muito, atingi-lo no seu ponto fraco.
O seu olhar dirigiu-se para os ruivos que acompanhavam Harry, em especial para Ginny, seguindo depois com os olhos, os movimentos de James Potter que saía do estádio, acompanhados dos outros professores.
Começaria por aqueles que Harry Potter mais amava!
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Nota da autora: Novo capítulo no ar… devo dizer que este capítulo foi particularmente difícil de escrever. Descrever cenas em que entram marotos do passado e do presente deixa-me com a cabeça a andar à roda. Só eu mesma para me meter numa confusão destas. Espero que não se tenha tornado confuso para vocês, uma vez que até eu fico, por vezes, baralhada.
Agradeço a todos os que comentaram, que votaram, aos que entraram na comunidade orkut e aos que comentaram lá. Todas as mensagens que me dirigiram deixaram-me sem palavras de tão feliz que fiquei. Obrigada a todos!!!
Tal como prometi, este capítulo é dedicado a Adriana Roland, a Didi, a minha sobrinha na família Magid que fez aninhos no dia 9 de Março. (não te preocupes, Didi… eu não vou cantar como a Light fez! Não que eu cante mal… talvez um pouquinho! Rsrsrsrsrs). Sei também que a Fernanda Caroline fez aniversário por estes dias, pelo que eu lhe dedico o capítulo igualmente. Muitos Parabéns às duas!!
Como sempre, agradeço a Lightmagid, amiga de todas as horas e uma beta maravilhosa… sempre disposta a dar a sua opinião, ajudando-me sempre a melhorar cada capítulo. Obrigada, Light.
Convido-vos a participar na comunidade orkut que a minha sobrinha Dri Potter Magid criou para esta fic (OBRIGADA, DRICA, AMEI O PRESENTE!!!!!). Adoraria ler as vossas mensagens, as vossas ameaças, as vossas críticas, as vossas sugestões. Estão à vontade para dizerem o que pensam. O link é: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=28799070
E agora as respostas:
Jaline Gilioti: *Guida a encolher-se e a esconder-se de vergonha, procurando desesperadamente um buraco para se esconder* Com tantos elogios, eu fiquei sem palavras… fiquei emocionada… fiquei tocada! È verdade, eu sou manteiga derretida e emociono-me com qualquer coisa. *Guida mudando subitamente de assunto, para ninguém reparar nos olhinhos brilhantes de emoção e as lágrimas a surgirem* Gostas de me estragar os mistérios, não é? *Guida a tentar fazer cara de Darth Sidius, caindo rapidamente na gargalhada* Ainda bem que, para já, és apenas tu e a Light… caso contrário eu não conseguiria criar suspense. Adoro-te Line, sabes disso, não sabes? Agradeço-te todo o apoio que me tens dado… todos os conselhos e todas as horas em que me aturaste (que não foram poucas, né?). Muitas bênçãos.
Kika Martins: Eu também adoro o Bichento… ele simplesmente é um animal maravilhoso (eu adoro gatos) e muito inteligente... Creio que ainda terá um papel importante na história. Vamos ver. Achei que, uma vez que ele já ajudou tanto o Sirius, no terceiro livro, uma ajudinha extra viria a calhar. Quanto ao espião… isso, como deves calcular, eu não posso revelar.
Dri Potter Magid: Ah, não!!!! *colocando as mãos na cintura e a começar a bater com o pé no chão* Quando finalmente eu me tinha habituado a ser tratada por Guilhermina, começas a chamar-me Adenilde?! Que volte o Guilhermina!!!! O que foi feito do “tia Ma” ou “tia Gui”?! Vou começar a exigir que me tratem por Margarida *Guida a suspirar resignada, com sobrinha que adora inventar novos nomes para tia* Enfim… quando à tua carta, eu já a reescrevi três vezes, mas, como ainda não descobri onde é a estação de correios mais próxima da minha faculdade, acho que vais receber aí a quinta versão… estou a brincar. Nas férias da Páscoa, creio que conseguirei enviar. E agora: OBRIGADA PELA COMUNIDADE!!! OBRIGADA, OBRIGADA, OBRIGADA… MIL VEZES OBRIGADA!!!! *Guida a pular de alegria e a saltar para o pescoço de Dri* (tias fazem isto? Não faz mal… eu sou uma tia fora do comum). Ah… eu deixei bem claro que não sabia se aquele trecho iria matar curiosidade ou criar ainda mais *Guida a tentar em vão fazer beicinho, por sobrinha ter dito que era má* rsrsrs
Ina Clara: obrigada pelo comentário… espero que continues sempre a acompanhar e a comentar.
Lola Potter: *A assobiar, tentando não chamar a atenção* Postar mais de uma vez por semana?!! Seria bom fazer isso, mas o tempo e a imaginação são escassos. Mas se quiseres eu posso obrigar a tua mãe a fazer isso. *Beta de Light a fazer um sorriso maléfico* A curiosidade vai ter de esperar um pouco… ainda não vais saber quem é o espião.
Madalena: Então? Já descobriste alguma pista? Eu não sei se elas estão muito perceptíveis… para mim estão (afinal sou eu que as coloco, rsrsrs). Mas se não encontraste, não te preocupes… com o tempo tudo se vai revelando.
Anderson Potter: Ainda bem que gostaste do “tia minnie”. Eu adoro quando o Sirius trata a McGonagall assim… ela é que não gostou muito. Mas a escritora sou eu e
não a “Minnie”, hehehe, fazer o quê, né? Tem de aguentar.
Daniela Potter: a “misteriosa fala” é aquela da cena no Cairo?! Lamento… não posso falar *Guida a tapar a boca com as duas mãos, tentando controlar-se para não revelar… lembrando-se subitamente de algo* Nem penses que te vou deixar dormir com o Cyrus! Não tens amor à vida?! Nananinanão… aliás não sei o que deu na cabeça da tua tia Light para te dar uma pantera de presente. Acho que quando ela estiver a dormir, vou colocar-lhe uma acromântula na cama… hehehe *Nova risada maléfica* Já descobriste quem é a criatura, não? E já te expliquei o porquê de ter parado o capítulo ali… por isso: não reclames!!!
Gika Black: Ainda bem que adoras os marotos. O capítulo anterior eu fiz em especial para leitores que gostam muito deles e que vinham a pedir-me para colocar mais cenas deles. Quando ao espião… eu vou deixando dicas… vai procurando.
Priscila Bananinha: obrigada pelo teu comentário, Priscila. Espero sinceramente que continues a acompanhar esta fic e a deixar a tua opinião.
Adriana Roland: Então? Gostaste do presente? Eu sei que veio um pouquinho atrasado e que não é tão bom como o da Light, mas é de coração. Mais uma vez, PARABÉNS!
Fernanda Caroline: repito o que disse à Adriana. Foi um presente atrasado, mas foi de coração. PARABÉNS.
Camila Padilha Rodrigues: Não te preocupes com Harry/Ginny e Ron/Hermione. Esses casais voltarão a aparecer muito em breve. Os meus planos estão muito bem definidos até quase ao final da fic… só preciso de um pouco de mais tempo e de inspiração para colocar tudo em prática.
Hanna Burnett: Aquele animal, não o encontrarás em Animais Fantásticos. Eu percorri o livro umas dez vezes e não encontrei nenhuma criatura que se encaixasse ali. Por isso decidi inventar um pouquinho, não sei se fiz bem, ou mal. A Lily e a Marlene cometeram a pior loucura da vida delas (pelo menos até saírem de Hogwarts) mas posso garantir que elas estão muito arrependidas, principalmente a Lily. O livro dos mortos vai aparecer em breve…
Débora Goebel: Oi minha mais nova sobrinha! Quando tiveres algumas dúvidas, não hesites em perguntar… algumas eu poderei responder. É claro que aquelas que é suposto surgirem, eu não esclarecerei. Mas não tenhas problemas em perguntar. O sexo dos bebés ainda não vai ser revelado para já… até porque nem o James (que não vai ser pai de trigémeos) sabe… apenas tem um pressentimento. Os ferimentos do James, no mundo muggle seriam graves… mas nós sabemos que, no mundo da magia, tudo se torna mais fácil. Por isso ele saiu rapidinho da enfermaria. Se tiveres mais alguma pergunta a fazer, já sabes… é só dizer.
Zoey Kinamoto Black: Nadja, a primeira Gaucha que eu conheci no msn… rsrsrsrs. Bem… só tenho a dizer que adorei conhecer-te e falar contigo. Ainda bem que gostaste do capítulo. Espero que continues a acompanhar e a gostar (essa parte realmente é importante para mim).
Beca Black: Acho que vou demorar muito a postar para leres muitas vezes e ver se decoras a história toda. Estou a brincar… fico sinceramente feliz e emocionada que a história em que eu me empenhei tanto para construir, cative ao ponto de dar vontade de reler… Herdeiro de Horus é que como se fosse a minha bebé, a quem eu dou todo o meu amor.
Jewel Potter e Kawa Potter: Oi Pappy… *Guida extremamente corada com todos os elogios feitos* Já te disse que te adoro, não é? E não te preocupes, o Gabriel não vai ficar com ciúmes… ele sabe que eu prezo muito a tua amizade (pelo menos eu acho que ele sabe…). Cada palavra tua tem o dom de me animar sempre e fazer-me sentir especial. Obrigada por tudo, Kawa, meu anjo da guarda, meu amigo do coração, pai carinhoso e protector… tudo. Adoro-te.
Aldo Padfoot Black: um dia tu postas? UM DIA?! Ou daqui a meio ano? Aldo… cunhadito… au-auzito… meu cunhado preferido… *Guida a piscar os olhinhos, com carinha inocente* Vá lá… *Agora a fazer beicinho* Posta logo, tá?! Eu vou começar a exigir capítulos teus em troca dos meus!! *Lá está a carinha inocente de novo*
Nane Potter: Obrigada pelo comentário, Nane. Quando ao teu pedido, eu vou tentar ser rápida a actualizar, tal como já prometi muitas vezes…
Maria Lucinda Carvalho de Oliveira: Obrigada por todos aqueles zeros, rsss… e pelos desejos de boa inspiração também… isso é o que eu preciso mais neste momento: inspiração. Ela só vem assim em flashes repentinos, quando eu menos espero. Mas eu vou aproveitando esses flashes.
Lóide Eunice Nascimento: Obrigada pelos parabéns pela comunidade Orkut. Eu adoraria também que participasses, convite que continuo a estender a todos os que queiram participar. *Guida acaba de corar* Fantástica imaginação?! Nossa! Obrigada… Pena que ela falte por vezes…
Neptuno_avista: Acalmaste de vez, agora? Quer dizer… eu postei, não é? Não precisas ficar violenta. *Guida a esconder-se cautelosamente* Sabes uma coisa? É rara a vez que eu passo por Mealhada que não paro lá para almoçar, rsrsrs (esta foi para acalmar a fúria) e também adoro Luso (não estou a falar da água, mas também gosto dela), principalmente os jardins do palácio do Buçaco. Aquilo é realmente bonito. Mudando drasticamente para a fic, rsrsrs, o elemento do Harry é o fogo, até porque o astro dele é o Sol (isto segundo o Zodíaco). Mas ele domina igualmente bem todos os outros elementos. Pode dizer-se que ele é “tetraelemental”. Compreendo que tu, sendo Neptuno, gostarás mais do elemento água, mas eu não deixarei esse elemento de lado, “promessa de escuteiro” (eu nunca fui escuteira, rsrsrs, mas o que vale é a intenção). A criatura que atacou as meninas foi inventada por mim (um pouco exagerada, eu sei) … Quando à Lightmagid… eu vou dar um jeitinho nela, não te preocupes… mas ela consegue ser bem teimosa quando quer.
Douglas Ednilson da Silva: POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI! POSTEI!
Cahh: A minha bebé gostou?! Rsrsrs… cuti-cuti-cuti… Das duas uma: ou foi mesmo do chocolate, ou foi do miminho da mammis aqui. *Guida a apertar as bochechas da filhota*
Raísa C. B. Santos: posteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei
Expert2001: eu estou a ver que o trecho teve o efeito contrário… rsrsrs… para compensar aqui está o capítulo inteiro.
Naty Potter: Realmente, eu fiquei um pouco confusa quando vi o nome “Zeca Potter” e reparei que falavas sempre no feminino. Está explicado... o teu nome é então Naty Potter, não é? Não te preocupes com os 1s… eu compreendo que isso acontece de vez em quando… os computadores são um pouco imprevisíveis (eu não gosto nada daquele lema “as máquinas têm sempre razão”).
Mione_Granger,Karonte,Brenda_Mione e Lar: Ah… eu tinha de parar ali…. Caso contrário, eu demoraria mais três semanas a actualizar. Como o capítulo ainda não estava pronto, eu coloquei um pequeno trecho. Mas a para compensar, aqui está o capítulo todo. Já aceitei o teu convite no orkut. Um abraço para os quatro e boa sorte para a prova de Matemática.
Sakura Li: *Guida a entrar de fininho para não receber azaração* Peço desculpa… eu sei que demoro muito a actualizar, mas tem-se tornado complicado para mim escrever. Geralmente só o faço ao fim-de-semana, porque é quando o meu tempo está mais livre. De qualquer forma, eu atendi ao teu pedido, uma vez que coloquei o capítulo 23 antes do fim-de-semana. Pode ser que o próximo capítulo saia rapidinho.
E respondidos a todos os comentários (desta vez só demorei duas horas) despeço-me agora, desejando ardentemente que a inspiração não me falte, para que o próximo capítulo chegue rapidinho.
Um grande abraço, do fundo do meu coração, desta escritora que vos ama,
Guida Potter (Gryffindor Magid)
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