Um novo rato



Capítulo 21: Um novo rato

“Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite” (Clarisse Lispector).


Os homens voltavam conversando animadamente. Quando se aproximaram, Harry pulou no meio do sofá, quase derrubando as garotas.
-Onde vocês estavam? - perguntou Isadora.
-Vixe, a Dona Ciumenta chegou – Murmurou Ronan, no que foi ouvido por todos, recebendo um beliscão da esposa – Ai amor eu estava brincando – Respondeu fingindo-se de chateado.
-Harry, você está saindo com alguém? - Perguntou Isadora como quem não quer nada.

Essa pergunta fez os sentidos de Harry gritarem a palavra “Perigo, armação de mulher, saída de emergência pela esquerda”.

-Por quê? - Perguntou no mesmo tom – Quer se candidatar à vaga? - tripudiou ele.

Isadora já se preparava para responder a altura quando recebeu um beliscão do marido.

-Ronan! - Gritou indignada, no que todos riram.
-Ciúme dói, né? - Perguntou irônico.
-Se eu fosse você dormiria com os dois olhos bem abertos esta noite – Ameaçou ela.
-Não estou saindo com ninguém – Respondeu Harry, interrompendo as provocações – Por quê? - Insistiu novamente.
-Você não iria gostar de saber – Provocou sorrindo misteriosamente, sem olhá-lo nos olhos – O papo está bom, mas acho que já privamos os demais de nossa magnânima presença por muito tempo – Sentenciou ela se levantando.

Ao voltarem, encontrando Leo que ensinava a um Rony super concentrado como se dançava até o chão, fato que não agradou Hermione, os gêmeos atiravam cantadas a qualquer pessoa que usasse saia e tivesse a sorte de passar na frente deles. Horan e Carlinhos pelo visto estavam em uma ferrenha disputa masculina, envolvendo vários copinhos com tequila. Gui e Fleur estavam recostados na parede atrás do grupo, interessados em si próprios, uma vez que não tinham a preocupação com a filha por perto. Somente Sophie, os vampiros e Agapito não estavam à vista.

-Ei por onde vocês andaram? - Perguntou Fred, notando a volta dos demais.
-É, vocês estão perdendo toda a diversão – Comentou Jorge atirando uma cantada sem graça a uma mulher que passava em sua frente.
-Suponho que ver vocês levando um fora seguido do outro deve realmente ser divertido – Provocou Gina, no que todos riram.
-Se você se acha tão fatal assim, faz melhor irmãzinha... – Retrucou Jorge.
-O que vocês querem perder? E o que querem apostar? - Perguntou a ruiva, entrando no jogo e assustando os irmãos.

Curiosos com a pequena discussão, Rony e Leo pararam de dançar e se aproximaram do grupo.

-Trinta minutos. Quem beijar primeiro leva cem galeões! - Provocou Fred estendendo a mão para a irmã. Sabendo que Harry estava postado atrás da mesma, sorriu antecipando a desistência.
-Feito! – Disse ela apertando a mão do irmão rapidamente e já virando a procura de uma vítima.

Harry estava, no mínimo, chocado. Gina, que até pouco tempo estava meio apática, através de uma provocação voltara a ser a garota movida a adrenalina por quem se apaixonara, pensou ele sem se dar conta.

-Pode me dar um? - Perguntou Gina a Leo que acabara de acender um cigarro colorido.
-Claro – Disse esta, estendendo o maço para que a ruiva pegasse o cigarro e também ofereceu um isqueiro de prata – Não vai acender? - Perguntou quando a ruiva lhe devolveu o isqueiro sem usá-lo.

A ruiva apenas limitou-se a sorrir e caminhou com passos suaves e provocantes para dentro da pista de dança sem sair do foco do grupo, onde parou diante de um grupo de rapazes que conversavam animadamente.

-Ela não vai ter coragem – Resmungou Fred despeitado.
-Eu não teria tanta certeza – Respondeu Leo.
-Eu acho que ela vai pegar o cara de blusa preta – Arriscou Isadora.

E foi dito e feito, Gina toda sorrisos chegou ao grupo e após passar, sorriu e voltou quando foi chamada por eles. Ninguém podia ouvir o que diziam mas ela conversou durante alguns minutos com os rapazes e se dirigiu ao de blusa preta e mostrou o cigarro.

-Olha só que cara de pau... Esse é o truque mais velho que eu conheço – Gargalhou Isadora.
-Não podemos negar, a ruiva tem estilo – Comentou Leo acompanhando a irmã nas risadas.
-É incrível como ela consegue ser pior que os gêmeos juntos – Acrescentou Hermione.

Harry bufou indignado, sabia que a ruiva poderia ter o homem que quisesse. Ficou ainda mais indignado ao sentir ciúmes do imbecil de blusa preta, mas sorriu satisfeito. Pelo visto o cara de preto não fumava, mas o que Gina disse a seguir deve ter sido realmente malicioso pelo sorriso do mesmo, que em seguida deu um beijo digno de Oscar na ruiva, para total frustração de Harry e o resto dos homens Weasleys.
Depois de um tempo se beijando, a ruiva se despediu e voltou caminhando calmamente e parando a milímetros de Fred.

-Você me deve cem galeões, otário – Disse gargalhando da cara do irmão.
-Você tinha que provocar né Fred – Resmungou Jorge bravo.

A ruiva apenas sorria da cara surpresa dos demais. Ficou mais satisfeita ao ver a cara emburrada de Harry, pelo visto Isadora talvez estivesse certa sobre ele ainda ser apaixonado por ela e teve certeza quando viu a mesma fazer um gesto positivo com a mão.

-Ei ruiva, aceita uma tequila? - Perguntou Horan – Seus irmãos pelo visto são péssimos paqueradores e fracos para bebida – Terminou indicando Carlinhos que ria bobamente.
-Claro – Sorriu a ruiva iniciando uma ferrenha discussão sobre quadribol com o grandalhão regada a mais copinhos com tequila, limão e sal.

Repentinamente todos os cavaleiros estacaram e igualmente retiraram seus celulares do bolso encarando-se em seguida. Harry que agora estava postado ao lado de Rony lhe passou o aparelho.

-É pra você – Disse simplesmente.

Era afinal uma mensagem de Lady Sophie, pedindo que a encontrasse em um bar do outro lado da boate.

-O que significa isso? - Perguntou confuso.
-Não faço idéia – Respondeu Harry pegando o aparelho que lhe era devolvido e vendo Rony sair.

Assim que Rony saiu, Hermione começou a observar atentamente Harry, que conversava com Ronan. Embora sete anos tivessem se passado, por trás da máscara de rancor e trevas ele ainda era seu melhor amigo. Mesmo sutis, suas reações continuavam as mesmas, pelo menos para ela. Pensou, sorrindo ao constatar o óbvio, ao ver que mesmo inconscientemente ele vigiava Gina. Era incrível como quando a sua amiga se deixava fugir de sua depressão ela podia deixá-lo letárgico com o simples movimento de colocar a franja atrás da orelha, mas obviamente diante das circunstâncias ele negaria esse fato até a morte.
Sentiu um terrível aperto no coração, pois conhecendo Harry como conhecia, sabia que o amigo devia ter passado todo esse tempo remoendo as amargas palavras de Gina. Palavras ditas em um momento de leviandade, ele devia ter passado tanto tempo com esse pensamento sobre as dúbias palavras que em seu desespero por paz tornou-as verdadeiras, mas isso só o destruiu mais ao que tudo indicava.
Mas como sempre havia esperança, havia uma ponte que jamais deixaria o amigo cair em desgraça enquanto existisse. Ainda havia Lílian.

Pouco tento depois os vampiros voltaram. Perceberam o fascínio que causavam em Hermione e se aproximaram para conhecer a fundo a “admirável amiga de Harry Potter”.
Os três estavam tão absortos comparando datas de fatos históricos e lembranças que os vampiros não perceberam a aproximação de Harry.

-Nossa, que susto Harry – Bufou Hermione indignada, quando Harry passou um braço por sua cintura – Me larga vai – Ordenou a morena tentando se desvencilhar do amigo.
-Não – Respondeu Harry rindo do inútil esforço da amiga.
-Não o que Harry? - Perguntou Hermione irritada.
-Você está chamando atenção demais da população masculina pro meu gosto, e como o Rony não está aqui na função de macho ciumento, eu como honorário seu irmão proclamado por mim mesmo, ocupo essa função até ele voltar – Explicou cheio de si.
-Era só o que faltava na minha vida, um irmão ciumento. Merlim, maldita hora que entrei naquela cabine atrás do sapo do Neville – Murmurou Hermione com falsa indignação, mas por dentro estava orgulhosa do posto que ela ocupava na vida de Harry, irmã.

Hermione que agora observava o ambiente ao seu redor viu ao longe Leo conversando animadamente com um grupo de pessoas estranhas.

-Desencana dela, Mione – Disse Harry seguindo a direção do olhar dela – Eles não tiveram e não terão nada – Completou.

A amiga apenas lhe lançou um olhar dizendo claramente o contrário.

-Sério – Afirmou ele – Leo é altruista, arrogante e tem uma péssima queda para artes das trevas como o pai ou qualquer um de nós – disse circulando a mão indicando a ordem – Gosta do poder e gosta do medo que provoca, o que assusta os homens, a única pessoa que ela não assusta e que vive irritando ela é o Draco. E você conhece o final dessa história – Terminou Harry sorrindo.
-O Draco? - Perguntou Hermione em um misto de incredulidade e alegria.
-Por que a surpresa Mione? Ele é um cara legal – Respondeu ele.
-Se você diz, quero conhecer esse novo Draco – Comentou divertida.

Algumas horas mais tarde Agapito deu o ar de sua graça, para logo em seguida Sophie e um pálido Rony.
Como o dia já estava amanhecendo quando resolveram encerrar aquela noite e voltar para casa.





Mesmo que fizesse poucas horas que haviam se deitado, Dobby fez questão de acordar e em alguns casos até mesmo derrubar todos da cama para estarem a mesa do café da manhã. Os gêmeos declararam vingança, fato que divertia Lílian sobremaneira.

-Quero ver vocês tentarem alguma coisa, a Lílian mata vocês – Bocejou Rony pela milésima vez.

Sophie observava discretamente Lílian enquanto lia um jornal bruxo chileno. A pequena estava com uma admirável expressão de concentração, o que só podia significar duas coisas: Ou estava aprontando algo ou estava tendo uma recaída no seu autismo e estava se fechando para o mundo.

-Lílian – Chamou Sophie um pouco alto, assustando a todos inclusive ela mesma.

A criança apenas lhe dirigiu o olhar mostrando que estava prestando atenção.

-Aconteceu alguma coisa? - Perguntou notando que nenhuma de suas teorias se provara verdadeira.
-Sonhei com meus avós e Sirius esta noite – Comentou a menina com uma expressão confusa.

Todos se surpreenderam quando Sophie abandonou seu jornal por interesse em um aparente sonho.

-Sua avó mandou algum recado para mim? – Perguntou, deixando os Weasley assustados com a conversa.
-Ela disse algo sobre o Rony mas não lembro direito. E ela pediu se você poderia fazer meu pai tomar poção de Almistril, ela disse que você a conhece e sabe o que ela quer e espera que compreenda, depois disso eu fiquei brincando com ela, meu avô e Sirius até alguns instantes antes de acordar – relatou a garota.
-Vocês ouviram isso? - perguntou Sophie olhando para a porta, onde Denetor e Vampira estavam recostados no batente.
-Você já esperava por isso não? Por isso Roma, você queria encontrar o Weasley o quanto antes – comentou Denetor.
-Eu continuo afirmando que deveríamos romper a ligação de Lílian com o mundo dos mortos, não acho prudente essa facilidade que ela tem de entrar e sair durante o sono do corpo. Nós não sabemos o que eles podem fazer ou mostrar a ela – Contrapôs Vampira.
-Ei eu ainda estou aqui, e eu gosto disso. Sirius e meu avô são divertidos, eles até me deram algumas dicas de truques dos marotos – Respondeu a garota com os olhos brilhantes.
-Eu tentando educá-la, e nem do outro lado meu pai colabora. Como eu vou ensinar limites pra ela? Concordo com Vampira – Disse Harry fingindo desolação.
-Acontece nas melhores famílias – Comentou Gina no que Harry sorriu.
-Percebi – murmurou encarando os gêmeos.

Para acalmar Molly, Sophie começou a explicar sobre as visitas de Lílian ao mundo dos mortos, que eram tão comuns que até os trouxas faziam isso, tinham até uma doutrina chamada Espiritismo que explicava tal fato.

-E o que vem a ser essa poção de Almistril? - Perguntou Harry se servindo de mais suco de abóbora.
-O jeito mais rápido e perigoso de levar alguém que não está preparado ao reino dos mortos sem ser morto – Respondeu Sophie desdobrando o jornal.
-Mas... - Começou Harry.
-Harry, está claro que sua mãe quer falar pessoalmente com você – Explicou Sophie – Vou sair mais tarde para providenciar a poção – Terminou voltando sua atenção ao jornal.
-Pelo visto ai vem bronca, Harryzinho – Tripudiou Jorge, recebendo um safanão da mãe.
-Eu gostaria de poder ver meus pais como a Lílian faz – Comentou Harry.
-Não, não gostaria – Respondeu Sophie dobrando novamente o jornal.
-Por que não? - Perguntou Harry.
-Voldemort. Ele tem mais poderes e mais chances de matar você lá do que quando estava vivo. Por isso que a poção se torna perigosa, não há limites quando se está morto e além do mais isso lhe torturaria a alma ainda mais – Respondeu Sophie saindo da sala.
-E voltamos ao ponto ao qual acho perigoso Lílian poder fazer isso – Comentou Vampira.
-E o que a minha pessoa tem haver com tudo isso? - Perguntou Rony voltando a atenção para si.
-Nada – Comentou Denetor com um olhar que o desafiava a fazer mais perguntas, vendo que o mesmo entendera o recado. Pegou um enorme cálice contendo sangue e sorveu um grande gole.

O café prosseguiu em um confortável barulho de talheres, até serem interrompidos por Dobby.

-Mestre – Chamou Dobby entregando a Harry o que parecia ser um bilhete.
-Eu ainda tinha esperanças de tentar dormir novamente – Murmurou resignado, se levantando da mesa.
-Problemas? - Perguntou Leo.
-Nada de mais – Respondeu, carbonizando o papel na palma da mão – Sophie disse algo sobre eles saírem? - Perguntou indicando a família na mesa.
-Pelo menos de manhã não, talvez à tarde – Respondeu Leo.
-Ei você falou com a Bele sobre minha ida a Chicago hoje à noite? - Gritou Lílian quando o pai estava na porta.
-Draco reservou um camarote, talvez vamos todos. Mas de qualquer forma ela não poderá ir, se eu não for o Horus vai com você – Terminou o moreno se retirando.
-O que você vai fazer em Chicago hoje? - Perguntou Leo curiosa.
-Assistir o jogo dos Panters – Respondeu Horan entrando na sala – Que bom que o Malfoy conseguiu um camarote, agora tenho desculpa para poder ir – Resmungou o gigante satisfeito.
-Panters? - perguntou Rony.
-Time de futebol americano – Respondeu Ronan.
-Como é o jogo? - Perguntaram os gêmeos curiosos.
-Seguinte: um monte de homens grandes e violentos e uma bola em formato de limão – Descreveu Lílian rindo.
-Maneiro – Murmurou Fred.
-Quem é Bele, Lílian? - Perguntou Isadora.
-Minha nova guarda costas. Papai disse que você conhece, trata-se de Belinda Grayback. A ovelha negra da família Grayback, segundo Sophie – Respondeu a criança – Que foi? Não me olhem assim, eu sei o que o pai dela representa pra vocês, mas ela é gente boa – Comentou a garota.
-Com certeza. Vindo de uma menina de sete anos que vive com vampiros, demônios e companhia ilimitada, ter um guarda costas lupino está em alta no mercado – Riu Vampira.
-Ela não é mais lobisomem é um lyncan – Comentou Isadora.
-Um dos seus ratinhos sobreviveu a suas experiências, Dra. Mengele? - Perguntou Denetor.
-Quem procura a cura para o vírus é Hermione, eu sou a favor do aprimoramento da raça. Caso você não saiba, nem todo lobisomem quer voltar a ter uma vida normal – Retrucou acidamente, se retirando da mesa.
-Denetor você poderia parar com isso, não? - Perguntou um irritado Ronan seguindo a esposa.
-Não entendi a piadinha de mau gosto – Disse Rony.
-Josef Mengele, foi um médico alemão que atuou durante o regime nazista aqui na Alemanha. Foi um regime violento onde muitos judeus foram mortos em câmaras de gás venenoso ou torturados. Embora muito sobre a medicina tenha sido descoberto pela suas pesquisas, no final tudo se resumia a experiências macabras, muitas delas envolvendo crianças gêmeas. Injetar substancias químicas nos olhos de pessoas para tentar mudar a cor, colocar pessoas em tanques de água quente ou fria para testar suas resistências, dissecação de corpos e por ai vai. Mas o apelido é apenas uma forma de Denetor irritá-la. Hermione melhor do que ninguém nesta mesa sabe os riscos que a profissão de medicina incorre e ainda mais de um cientista – Explicou Leo a uma atenta família.
-Ainda não vejo o porquê dela se irritar – Contrapôs Denetor.
-É claro que não vê, você é um vampiro, não tem sentimentos há séculos. Sem ofensas – Respondeu Gina para a surpresa de todos.
-Bem lembrado – Concordou o vampiro.
-E um lycan é? - Perguntou Rony novamente.
-Basicamente um lobisomem só que são mais fortes, mais rápidos, mais violentos, maiores, e quase imunes a prata e com o diferencial mor, eles controlam suas transformações. Podem se transformar em plena luz do dia com ou sem lua cheia, mas em geral na lua cheia eles como pessoas fiquem extremamente irritados e agressivos – explicou Leo.





Após o café da manhã a maioria dos jovens voltou a dormir, salvo Isadora e Ronan, que tinham compromissos no hospital. Lílian, que declarou a sala de televisão como propriedade particular e o Sr. E Sra. Weasley que ficaram a explorar as belezas da estufa que a casa abrigava.

Só foram acordados lá pela hora do almoço, só que agora havia um diferencial. Dobby não poupou esforços e deixou Lílian acordar sua “outra família”, o que gerou muitos sustos e água gelada.

Depois de uma refeição extremamente saborosa, Leo saiu junto com Rony, atendendo a um pedido misterioso de Harry e dizendo que voltavam em no máximo vinte minutos.

Enquanto a família Weasley e Granger assistiam rindo a um entrincheirada briga entre os gêmeos e Lílian pela disputa da posse da sala, Leo e Rony surgiram na imensa lareira, cada um segurando a alça de um imenso baú.

-Nossa, aonde vocês vão com isso? - Perguntou Arthur.
-Aqui mesmo – Respondeu Leo soltando a alça do seu baú – Harry achou que a Sra. gostaria de ver o conteúdo e eu particularmente peço que não tire o acervo de ordem, mas faço cópias se você quiser – Explicou ela.
-O que tem ai? - Perguntou Gina meio inquieta.
-Sete anos de fotos da Lílian, Harry e blá blá blá – Disse ela abrindo a tampa do malão – E noventa por cento delas foram tiradas por mim ou por mim organizadas – Disse ela fazendo pose de superior.
-E o outro? - Perguntou Hermione.
-O outro eu não sei o que tem, mas tem o seu nome e de Rony gravado na tampa, portanto é de vocês. Pelo que sei foi enfeitiçado para que só vocês entrem nele e possam ver o que tem lá dentro – Respondeu Leo.
-Ei eu já vi isso antes, meu pai chama esse malão de caixa de Pandora invertida, porque ao invés de libertar coisas ruins ele guarda as boas ai dentro. Isso ai foi feito quando eu tinha um ano, tem uma porção de coisas guardadas ai, o interior é um tipo de escritório - Comentou Lílian voltando sua atenção aos gêmeos, que curiosos apertavam os botões de um vídeo-game.

Rony apenas lançou um olhar a Hermione, esta por sinal percebeu a curiosidade que o corroia para investigar o conteúdo do baú. Ela em um pedido mudo, indicou os álbuns de fotos que começavam a ser retirados, ele apenas encolheu os ombros cansados e desviou o olhar. Foi ai que ela percebeu que acabara de deixar escapar uma chance de ficar com ele sozinha, ele a queria junto e ela preferiu as fotos.

“Realmente ótimo Hermione” - Pensou desolada o vendo se retirar silenciosamente da sala carregando o malão, recebendo por incrível que parecesse olhar repreendedor do pai.





Rony abriu lentamente a porta do quarto em que estava hospedado. Decidira no caminho até ali que esperaria Hermione para “explorarem” juntos o malão, que posicionara junto à porta. Mas não estava chateado com Hermione como quando se retirara da sala, apenas nostálgico. Resolveu que um banho quente e mais algumas horas de sono lhe ajudariam a matar o tempo.





As fotos se revelaram mais surpreendentes e esclarecedoras do que Gina imaginava. Ver Lílian crescer e a sombras por trás dos olhos de Harry aumentarem progressivamente a alegrava e atormentava ao mesmo tempo.
Ela estava totalmente isolada do mundo e perdida na imensidão de seus pensamentos. Era tão estranho ver Snape e Draco em fotos com sua filha e até mesmo Harry... Gostaria de saber o que Draco havia feito para se redimir, ou o que significava tantas fotos de Snape com sua filha. Por Merlim, até havia um brilho de satisfação e carinhos nos olhos do mestre de poções.
Várias perguntas sobre as fotos surgiram, e Leo respondia pacientemente a todas que soubesse, fazia comentários, narrava pequenas histórias.
O verdadeiro achado para Gina foi um álbum que Leo dizia que rederam ótimas gargalhadas. As fotos eram um ensaio “sensual” de Harry, mas Leo afirmou categoricamente que estava “desatualizado”, mas que não faria cópia, a ruiva teria que conferir pessoalmente.
Acharam também uma cópia do álbum do casamento de Isadora e Ronan, e o que gerou mais risadas foram as fotos que, segundo Lílian, foi a viagem de aniversário seu e de seu pai para a Disney. Até mesmo Draco estava no meio, tirando as caras e bocas, poses e gestos, as fotos em que os homens escolheram cada um uma princesa e vestiram vestidos, perucas e maquiagem decididamente eram até grotescas, mas mesmo assim extremamente divertidas, deveria ter sido um ótimo dia esse.





Assim que as mulheres terminaram de virar e revirar as fotos, a cena que encontraram foi no mínimo estranha.
Horan dormia de bruços no tapete em frente da lareira, Lílian dormia nas enormes costas de Horan, Rony que havia voltado a sala sabe-se lá quando, dormia na outra ponta do tapete com a cabeça de Leo recostada em seu abdômen, a mesma desistira de narrar fatos há horas, que acordou assustada pouco depois.

-Merda – resmungou levantando-se rápido assustando Rony – Droga, Horan acorda – Gritou retirando Lílian de cima dele.
-To ouvindo – murmurou desgostoso, Lílian agora dormia no sofá.

Leo olhou novamente para o sofá onde Lílian dormia.

-O que foi? - Perguntou o brutamontes nervoso.
-Os sinais vitais do Harry pararam, eles estão... - Começou quando as chamas da lareira esverdearam dando passagem a dois lobisomens grandes e furiosos que rapidamente voltaram a forma humana.
-Viemos buscar Lílian – Respondeu a mulher.
-Belinda, nós podemos cuidar dela – Respondeu Leo se levantando.
-Tenho ordens, saia da frente Eleonora. Horus, pegue a criança – Ordenou a mulher.

Gina observava a cena atônita, se entendera bem Leo acabara de falar que Harry morrera. Observou o homem trajado de preto e com uma reluzente armadura se aproximar de Lílian e acordá-la.

-Nós vamos sair mais cedo hoje – Ele disse a pegando delicadamente no colo.

A mesma voltou a dormir e sumiu pelas chamas verdes da lareira com o homem.

-Que diabos aconteceu? - perguntou Horan afoito.
-Não faço idéia, só apareci aqui por causa do feitiço. Se a guarda do Harry cair a minha é ativada instantaneamente. Ou ele está morto ou de alguma forma o feitiço foi rompido – Explicou ela – Leve todos para a mansão do Malfoy nos Estados Unidos – Disse ela pegando um cinzeiro e transformando em uma chave de portal – Seja lá o que estiver acontecendo encontro com vocês por lá – Terminou ela.
-Ei aonde você vai? - Perguntou Leo.

A mulher entrou na lareira e fitou a todos na sala.

-Bom, só posso falar que envolve um traidor. Alguém que estava na ordem – E sumiu logo em seguida.
-Um traidor na ordem? Mas como?- Perguntou Rony.
-Nenhum suspeito? - Perguntou Horan sarcasticamente – Espero encontrar aquele rato nojento – murmurou um enraivecido Horan – Todos juntos para eu ativar a chave de portal – Ordenou.
-Encontro com você mais tarde, eu vou para o hospital – Falou Leo saindo da sala.
-Bem lembrado – Suspirou o mesmo.





N/A:É eu sei o capítulo demorou, escrevi pouca coisa, to fora de forma e bla bla bla, bom eu espero recompensar nas férias, mas como eu falei é difícil conciliar a vida, estágio, facul, família morando em outra cidade, espero que compreendam, aguardo os coments e beijos para todos......


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