Desventuras



CAPÍTULO 19: Desventuras




-Estranho – murmurou Lílian.
-O que foi? – perguntou, vendo a filha fitando o celular que vibrava em sua mão.
-Não conheço esse número –Passados alguns segundos, resolveu atender – Alô – disse a garota – Sim sou eu – respondeu a uma possível pergunta, no segundo seguinte a garota ficou branca...





-Ta eu entendi. Vou avisar a Sophie e a gente se encontra ai, Ícaros – terminou a garota fechando o aparelho.
-O que aconteceu? – perguntou Sophie, indiferente.

Lílian voltou-se para o pai.

-Ícaros manda avisar que houve uma quebra no sistema de segurança - a garota fechou os olhos como se tentasse bloquear os sentimentos que ameaçavam lhe abalar – O carro de Isadora foi atacado. A Léo estava com ela... Não há sinal de nenhuma das duas, a não ser sangue pra todo lado – terminou a garota massageando as têmporas.

Harry imediatamente arrancou a filha do chão e a apertou fortemente junto ao peito.

-Calma, a gente vai achá-las – disse ele voltando-se para Sophie – Eu ainda sinto a presença da Isa.
-Eu também – disse a comandante imersa em pensamentos.

Lílian, mais calma, desceu do colo do pai. A família Weasley estava, mais uma vez, mais perdida que diabrete em tempestade de neve.

-Desculpe a falta de tato... Mas quem são Isadora e Leo? – perguntou Gina.

Rony olhou pasmo para a irmã e engoliu em seco. O circo estava armado. Aquilo poderia ser bem divertido ou trágico.

-Isadora é a minha mãe – rosnou a ruivinha fitando o teto abobadado da câmara.

Sophie gargalhou interiormente com a careta que Gina fez, Harry sequer respirava.

-Bom, vamos encontrar Ícaros. Creio que ele nos aguarda no hospital? – perguntou Sophie olhando para Lílian, que tinha dado costas ao grupo e ria descaradamente e obteve uma confirmação por parte da criança.

Como o local estava vazio, Sophie não se importou de abrir um portal ali mesmo, que os levou diretamente a uma ampla sala, cuja parede logo a frente mostrava ostentosos quadros que para a surpresa do senhor e senhora Granger, se moviam.
Acima dos quadros, uma faixa ilustrativa com letras talhadas em ouro puro com os dizeres “Hospital Bruxo Ivon Intonesti”.
Hermione, que observava os ocupantes dos quadros com uma clara curiosidade profissional, ficou profundamente surpresa.

-Harry – chamou a amiga assim que uma idéia lhe surgiu – Por um acaso muito remoto, essa tal Isadora, seria Isadora Intonesti? – perguntou já sabendo a resposta.
-A própria – respondeu voltando-se para um homem com roupas de aspecto militar que começava a rapidamente relatar o ocorrido.
-Você conhece essa mulherzinha? – perguntou a senhora Weasley, pela cara de Gina ela também concordava com o “zinha”.
-Claro! Ela simplesmente é a figura mais notável no campo da medibruxaria alemã. Foi a respeito das pesquisas dela que meu trabalho de conclusão de curso foi montado – respondeu sorrindo diante da ironia.
-Non acredito que Arry está saindo com una mulher mais velha – comentou Fleur entrando no assunto.
-Não, ela é um ano mais nova que Gina – disse olhando para a amiga.

Do outro lado da sala, Harry tinha ganas de enforcar o homem à sua frente, sendo impedido por Rony. Sophie apenas observava a conversa claramente entediada.

-Quanto antes irmos até o local do ataque, mais rápido as acharemos – disse Harry em tom de ordem.
-Não será preciso – respondeu Sophie, sentando-se em uma poltrona e apoiando o queixo nos dedos, ato que despertou uma estranha sensação de dejavu em Hermione.
-Como não? – perguntou Harry claramente irritado.

Sophie apenas limitou-se a revirar os olhos, deixando Harry ainda mais revoltado.
No instante seguinte a porta foi aberta violentamente, causando um grande estrondo ao se chocar com a parede e duas figuras femininas entram discutindo.
Ambas estavam com várias escoriações pelo rosto e braços. Isadora, a mais velha das duas e com porte mais altivo, exibia hematomas roxos em sua pele clara. Os cabelos loiros escuros estavam completamente despenteados e seus incríveis olhos cor de mel exibiam um ar cansado.
A mais nova, Leo, embora sem hematomas, estava com uma das mangas arrancadas da blusa firmemente amarrada à coxa esquerda, um claro sinal de que tentara estancar o sangue de um ferimento a moda trouxa. Tinha os cabelos mais escuros do que o da irmã, mas igualmente despenteados e olhos escuros.

-Dá um tempo vai Leo – disse Isadora dando continuidade a uma possível discussão iniciada anteriormente, não notando obviamente a presença dos demais.
-Você devia ter me deixado matar eles – respondeu irritada.
-Ah! Claro, senhorita Eleonora. Caso não tenha reparado, a gente MAL CONSEGUIU ESCAPAR – gritou a outra abrindo um armário a seu lado vasculhando seu interior a procura de algo.
-Por isso que você e o Harry se amam, dois chatos de galocha – disse ela pegando um tubo de ensaio com uma poção azul celeste que a irmã lhe atirara – Mas, voltando à questão principal, temos que avisar o Harry – disse, tomando em seguida a poção em um só gole.
-De jeito nenhum – respondeu a outra, tomando uma poção vermelha. Foi nesse momento que Eleonora percebeu a presença dos cavaleiros e agregados – O rei do drama vai fazer um escarcéu, estou até vendo. Ligue pra Sophie e diz o que aconteceu – disse ela testando os movimentos de seu pulso.

Harry exibia um sorriso radiante, embora indignado com o título de rei do drama.

-Posso começar o escarcéu? – perguntou, assustando a mulher que deixou o tubo de ensaio vazio cair no chão – Ou devo fazer um drama antes? – disse cruzando os braços junto ao peito.
-Amor da minha vida, já disse como você fica sexy com essa cara de mau? – perguntou sorrindo, todos sem exceção perceberam a exuberante beleza da mulher.

Harry apenas riu, aquele sorriso simplesmente o desarmava. Um silêncio perturbador surgiu no ambiente, Isadora sem nenhum pingo de emoção encarou os rostos na sala.

-Suponho que os ruivos sejam sua família, Rony? – perguntou a mulher.

Gina e Isadora se encararam por um tempo relativamente longo. A ruiva demonstrando seu apreço e Isadora não demonstrando nada, fato que a irritou sobremaneira, mas na guerra de olhares a ganhadora foi Isadora.
Lílian, que tinha se aproximado de Isadora curiosa em espiar o ferimento que Leo tinha na perna, foi subitamente tirada do chão.

-Filhote da mamãe, tava morrendo de saudades de você – murmurou a mulher lhe dando um forte abraço. Por precaução, Hermione segurava fortemente Gina.
-Afinal de contas o que aconteceu? – perguntou Sophie desviando a atenção a fim de esfriar os ânimos.
-Sei lá, num minuto estávamos dando uma volta de carro e no seguinte o carro capotou e virou um Merlin nos acuda – disse Leo pegando Lílian do colo de Isadora.
-Fomos atacadas por bruxos idiotas com vestes prateadas. Eles queriam informações sobre você Lady, mas não conseguiram nada. Recentemente eu desenvolvi uma poção que bloqueia invasões mentais, basicamente ela corta alguns estímulos químicos neurais que são imprescindíveis para a invasão. Eu e a Leo estamos testando – explicou Isadora, cansada.

Eleonora, vendo que a irmã não estava disposta a conversar, começou a detalhar o ocorrido. Harry percebendo o mesmo, caminhou até ela, a puxando para um abraço e logo em seguida se afastando, passou delicadamente a mão sobre seu rosto.

-Você está bem? - perguntou, preocupado.
-Foram só alguns cortes Harry, não precisa fazer essa cara, não vou morrer – disse ela sorrindo diante da preocupação do moreno e gentilmente se afastou dele – Vou lavar o rosto, você me espera? – perguntou ela sentindo os olhos de Gina queimando nas suas costa.
-Claro – respondeu a observando sair pela porta que entrara e voltando sua atenção para a narração que Leo fazia dos fatos.

A narração terminou com uma sonora gargalhada dos cavaleiros, quando Leo descreveu como quebrou o nariz de um dos caras, usando o escapamento do carro que estava solto no chão.
Momentos depois do final das risadas Isadora voltou à sala. Estava vestida com finas vestes pretas de curandeira que sob seu corpo assumiam uma conotação formal e sensual ao mesmo tempo. Seus longos cabelos, agora penteados, exibiam mechas de um loiro mais claro que davam mais luz e movimento, além de realçar ainda mais os delicados traços de seu rosto.

-Que falta de educação a minha – comentou Rony – Deixe-me apresentar a minha família – disse ele começando a apresentar um a um. Nesse momento Harry abraçou Isadora por trás e apoiou a cabeça em seu ombro, o que a deixou com um sorriso satisfeito, como se soubesse de algo que os outros não sabiam – Essa é a Hermione e os pais dela – disse ele terminando.
-A famosa Hermione – disseram as irmãs, trocando um olhar cúmplice e caindo na risada, deixando o ruivo constrangido.
-Família e Granger´s – Hermione sentiu uma pontada no peito ao ver que Rony não se referia a ela como família – Isa, medibruxa, noiva do Harry – Isadora inclinou a cabeça em cumprimento – E a Leo, auror como a gente, mas com um grande conhecimento em medibruxaria também... Coisa de família – explicou sorrindo.
-Leo, você está em condições de comandar uma missão de reconhecimento pelos arredores do local do ataque? – perguntou Sophie. Leo, nesse exato, momento observava o corte da perna cicatrizar, efeito da poção que a irmã lhe dera.
-Claro comandante, só preciso de uns minutinhos – disse puxando a blusa em sinal de que não estava com a roupa adequada.
-Me deixa adivinha. Vocês vão sair pra diversão enquanto você vai levá-los pra um passeio pelo hospital? – perguntou Lílian para Isadora.
-Pois é, odeio ficar mostrando meus dotes profissionais, sabe. As pessoas podem pensar que eu sou exibida – respondeu Isa, irônica.
-Mas que calúnia – respondeu Lílian rolando os olhos – Pai, posso ir pra casa do Theo, brincar? – perguntou com cara de cachorro abandonado.
-Pode, mas não quero... – começou Harry.
-Você e o Theo brincando com fogo, explodindo coisas, enfeitançando os cachorros e nada de explosivos, mocinha – completou Lílian, tentando imitar a voz do pai.
-Você me ouviu – disse ele abaixando-se para abraçar a filha.
-Falô galera – disse Lílian se despedindo de ninguém em especial e apanhado um pó verde de um vaso junto à lareira e desaparecendo.
-Duvido que ela não vá explodir nada – disse Rony.
-Eu também – lamentou Harry.

Leo, que havia saído da sala, aparatou colada em Rony.

-E ai ruivo, tô gata? – perguntou, mostrando um uniforme preto e prata estilo operações especiais da SWAT americana.
-Hei eu quero um desses – disse Rony fazendo biquinho.
-Tem estilo – disse Sophie observando o uniforme – Bom, o primeiro a achar uma pista descente ganha um prêmio – disse Sophie, caminhando em direção a porta com uma alegria no mínimo suspeita.

Harry, Agapito e Horan seguiram Sophie. Rony e Leo vinham mais atrás, o ruivo ainda resmungando que queria uma roupa igual.







-Bom, vamos. Não sei ao certo se vocês irão gostar de conhecer o hospital – disse Isa, segurando a porta aberta para todos passarem – Nem todo mundo gosta de hospitais, eu geralmente nem fico aqui em cima, trabalho mais nos laboratórios subterâneos – disse ela fechando a porta quando todos já estavam do lado de fora – Eu trabalho mais com a linha de pesquisa como você deve saber, Granger. Ou dos cavaleiros, quando Sophie não se dá ao luxo do ato – disse ela olhando para Hermione – E em alguns casos de pacientes terminais, mas como o cheiro de álcool daqui faz minhas veias doerem, vou levar vocês lá pra baixo – terminou apertando o botão de um elevador e esfregando os braços com uma careta de dor.

Assim que o peso da primeira impressão se desvaneceu, mesmo Gina, a muito contra gosto, teve de admitir. Isadora era uma pessoa legal.
A medibruxa levou-os até os andares inferiores, onde ficavam seus domínios pessoais. Ali, como todos perceberam, o respeito dos demais funcionários beirava a divindade. Os Weasley´s de uma forma geral se divertiram muito, Isadora os deixou fuçar em tudo, até tirou sangue de Carlinhos e colocou sob o microscópio para todos observarem as células se mexendo. Enfim, os guiou como um pai que leva o filho para passar um dia no trabalho, durante horas passearam por dois dos quatro níveis subterâneos até que foram interrompidos.

-Doutora que bom que encontrei a senhora, procurei-a em todo canto. Perdemos duas de nossas cobaias no projeto trinta e três, a terceira acaba de entrar em choque anafilático – disse o rapaz de aparência jovem, estendendo um maço de papeis para Isadora, que os apanhou com violência e começou a revirá-los freneticamente – Como não achei a senhora, tomei a liberdade de chamar o professor Snape – comentou o rapaz, visivelmente nervoso.

A simples menção do nome do ex-comesal foi o suficiente para espantar qualquer simpatia pela mulher.

-Com ordem de quem as fórmulas foram alteradas? – perguntou a mulher bufando de ódio.
-Derick – respondeu o estagiário já começando a tremer.
-Diga a ele que quero duas cobaias infectadas por lupinismo em meu laboratório em duas horas, mas como eu sei que ele não arriscará aquele traseiro gordo pra isso, diga apenas que ele procure uma nova profissão, como medibruxos ele não trabalha mais em lugar algum do mundo. Leve-os até meu escritório, vou conversar com Severo – disse ela passando pela primeira porta à sua esquerda.

O estagiário se recostou na parede e retirou os óculos de proteção que usava, limpou o suor que escorria de sua testa.

-Me sigam, por favor – murmurou caminhando um pouco mais calmo.

O jovem os deixou em uma bela sala. Gina que começou a observar o escritório da “rival”, curiosa notou algo que a abalou ainda mais se possível. Ao fundo, na parede que abrigava a lareira, havia várias fotos de diversos tamanhos e pessoas, mas na maioria delas estava Lily e um garoto de cabelos pretos.
Gina aproximou-se, encantada. Riu de uma das fotos, em que sua filha aparecia toda pintada de batom, com Harry enxugando lágrimas de riso. Outra em que Horan segurava Lílian e o outro garoto de cabeça para baixo pelos pés e os chacoalhava, causando gargalhadas nos mesmos. Havia ainda outra da qual gostara, mais sentiu a inveja queimando em seu peito. Foi uma em que estavam Lily, Leo e Isadora, que se exibiam com toalhas de banho enroladas em suas cabeças e caras de meninas malvadas. Nem percebeu que lágrimas escorriam por seu rosto, nem na comoção da família, só voltou à realidade na hora que ouviu a voz de Isadora na sala.

-Sem chance, Severo – disse ela abrindo um armário e retirando um conjunto de pastas cinza e empurrando nas mãos do homem.
-Você é tão insolente quanto o Potter. Acha que o mundo gira ao seu redor – praguejou o homem, notando a presença das visitas – Olha só, Weasley´s. Agora sim está explicado o fato do desagrado do seu hipócrita noivo – comentou vitorioso.
-Obrigada pelo elogio Severeo, também acho você um amor – disse irônica, apontando a porta.
-Doutora – cumprimentou antes de virar as costas e sair pela porta.

O ex-professor de poções em nada mudara, como constatou Hermione. A mesma arrogância, a mesma capa negra enfunando nas costas, apenas o cabelo oleoso agora exibia fios brancos, apenas isso.

-Antes que vocês me condenem, espero que lembrem que Snape é excelente naquilo que faz, assim como o Malfoy. Mas de nada iria adiantar os meus motivos sem vocês saberem os do Harry.
-Esse desgraçado devia ter permanecido em Azkaban, não sei como ele e o Draco saíram – resmungou um rancoroso SenhorWeasley.
-Pelo que Severo me contou, isso se deve única e exclusivamente a Harry. Foi como um pagamento por um favor, mas não sei mais nada. Aceitam um chá? – perguntou com um brilho enigmático no olhar, observando atentamente Gina.




Há trinta minutos estavam andando pelos arredores do local do ataque. Desviraram o carro, revistaram seu interior, procuraram pelo acostamento e o resultado foi absolutamente nada.
Harry demonstrava uma irritação cada vez maior, Leo ainda não havia se dado por vencida na busca, Horan e Sophie observavam pontos estratégicos do local de onde poderia ter acontecido o ataque, Agapito estava imerso em seus pensamentos. Rony, já cansado e com um pouco de frio, sentou-se com as costas apoiadas em um grande pinheiro, olhando para o chão, e ficou por um tempo admirando as formas que os fracos raios do sol que passavam através das folhas e neve do pinheiro ali desenhavam. Fechou os olhos e ergueu a cabeça para respirar mais profundamente o ar de Berlin, mas ao abrir os olhos, não se deparou com neve e as típicas folhas pontiagudas dos pinheiros, mas sim um aglomerado marrom. Levantando-se devagar, Rony sacou a varinha e fez mira, no instante seguinte um ponto acima do aglomerado explodiu fazendo uma grande quantidade de neve e o ser caírem violentamente.
Assim que o corpo se estatelou no chão, Sophie já estava colada em Rony.

-Olha só, um Dim no meio da neve, agora estou impressionado – disse Horan, caminhando como um predador em direção à caça ferida.
-Dim? – perguntou Rony confuso, ainda mirando o ser.
-Um demônio de fogo – respondeu Leo.

O suposto demônio de fogo tentou se levantar para fugir, mas foi arremessado de costas no tronco do pinheiro.

-Vamos ver o que ele sabe – disse Sophie fechando sua mão na garganta do Dim e fixando seus olhos nos dele.

No mesmo instante, Rony entendeu o porquê do “demônio de fogo”. A mão de Sophie começou a incinerar, juntamente com os punhos de uma roupa preta quase militar que a mesma usava. O ruivo imaginava a dor que seria ter a mão na mesma condição, mas Sophie nem parecia notar que seu membro entrara em combustão.
Depois de terem se passado cinco minutos, Rony já nem olhava para a mão de Sophie de tamanha aflição. Esta largou o demônio que escorregou até o chão, sua respiração arfante derretia a neve que havia contra seu rosto.

-Leo – disse Sophie movimentando a mão, enquanto a mesma magicamente se regenerava junto com o tecido da roupa.

Desde que conhecera os cavaleiros e Harry havia lhe apresentado Isadora e Leo, Rony sabia que uma garota tão jovem teria que ter muito mais do que meia dúzia de feitiços na manga para sair em algumas missões com eles, mas o ruivo não imaginava que a frieza da mesma chegava aos pés de Sophie.
Leo simplesmente agitou a varinha e no instante seguinte, um raio condensado de luz verde saiu de encontro ao demônio, instantaneamente o mesmo já não arfava mais, logo em seguida a mesma congelou o corpo que desvaneceu em uma fumaça cinza.

-Não basta apenas um avada para se matar um Dim. Mas em qualquer demônio classe dois, basta usar o elemento oposto ao que ele usava para catalisar seus poderes – explicou Leo a Rony.

Sophie ficou por um longo tempo fitando o céu, o silêncio da mesma estava irritando a todos. Como sempre a sua falta de expressão aumentava ainda mais o mistério.

-Lady? – chamou Harry já impaciente.
-Vamos voltar, não há mais nada para fazermos aqui – disse ela olhando para o carro que sumiu instantaneamente.
-La... – tentou em vão Harry.
-Depois Harry, preciso verificar se as lembranças do Dim são verdadeiras. E aqui não é um local apropriado para esse tipo de conversa, aparatem no escritório de Isadora – encerrou ela, assim que todos se foram ela também partiu.




Depois de passado o choque de Snape rondando pelo hospital, um farto chá da tarde foi servido, todos experimentavam pela primeira vez algumas das iguarias da culinária alemã.

-Onde estamos precisamente? – perguntou o senhor Weasley.
-Berlin, capital da Alemanha – respondeu Isadora assinando, alguns documentos que outro estagiário trouxera.
-Me desculpe seu estiver sendo indelicado, mas como uma pessoa tão jovem como você ocupa esta posição no hospital? – perguntou o senhor Weasley curioso.
-Primeiro, porque sou herdeira do meu avô que é dono. Segundo porque como a Lílian, eu sou meio autista e aprendo as coisas muito rápido. Na escola de magia eu pulei dois anos em educação. O resto foi conseqüência, desde pequena eu ando por aqui fazendo experiências, tenho projetos prontos em medibruxaria desde os quatorze anos, então minha ascensão “meteórica” não foi uma surpresa – explicou ela sentando-se em um pufe ao lado do senhor Weasley.
-O que é ser autista? – perguntou o senhor.
-É um estado, embora as pessoas normalmente considerem isso uma doença, eu não. Basicamente a pessoa tem uma inteligência tão grande que ela fica trancada dentro da mente dela, de um mundo particular. A realidade não atinge a pessoa, e nada melhor que um laboratório restrito pra colaborar com isso – explicou ela.
-E Lílian é assim? – perguntou o senhor Weasley, preocupado.
-Agora nem tanto, ela passa por treinamentos diários com Sophie, e o Harry já aprendeu como lidar com ela. Embora o gênio dela não colabore, ela está se desenvolvendo normalmente dentro dos parâmetros que é ser um Potter – disse ela rindo em seguida.
-O gênio difícil faz parte da genética da família – respondeu o senhor Weasley também sorrindo.
-Já me avisaram – comentou ela.

Uma sucessão de estalos indicou a volta dos cavaleiros ao hospital.

-Nossa! Matar me dá uma fome... – disse Leo apanhando uns paezinhos
-Cara, você tem sérios problemas – disse Rony revirando os olhos.
-Que foi gato? Vai me falar que não existe algo em sua vida que você faça que não te deixe com fome? – disse sarcástica.
-Claro que tem, posso demonstrar pra você se quiser – retrucou com uma cara de cafajeste.
-HARRY! – gritou Leo. Rony que pegava um pãozinho, parou imediatamente para ouvir, já temendo a reação do amigo – Amarra o ruivo na minha cama – completou, fazendo todos rirem da cara de assustado do ruivo – Que foi garotão, aqui ou a gente empata ou a gente ganha, perder uma discussão jamais – completou sentando-se no chão.

Rony apenas limitou-se a olhar para a garota com as sombracelhas arqueadas.

-Alguém tem alguma sugestão de restaurante para esta noite? – perguntou Sophie olhando as fotografias junto à lareira.
-Fecha o Wetton pra gente – falou Isadora.
-Boa idéia – disse Sophie retirando o celular do bolso.

Findado o chá da tarde, Isadora ofereceu sua casa para todos ficarem durante o final de semana e deu a idéia de fazerem um tour pela cidade antes de voltarem para casa e de irem ao restaurante.

-Bom, eu vou sair para pegar a surpresa do Rony, como prometi para aquele que encontrasse alguma pista. Encontro com vocês às oito? Vou mandar as coisas de todos para lá então – perguntou olhando para Harry que estava deitado no chão com a cabeça no colo de Isadora.
-Ok – respondeu Harry se levantando – Pessoal, levantando acampamento.

Harry conduziu todos para fora do hospital, andaram por um quarteirão e entraram em um edifício garagem.

-Nós temos um andar só nosso aqui – explicou Harry entrando no elevador.
-Quem vai comigo? – perguntou Agapito já pensando em por alguns cavalos do motor pra correr.
-Ninguém, vamos todos juntos – disse Harry abrindo a porta do elevador.
-Pra que? Vai ser bem mais divertido – disse Agapito.
-Não me interessa o que você acha, na ausência de Sophie quem manda sou eu. Vamos todos juntos, cala a boca e entra - disse Harry abrindo a porta de uma van preta modificada.

Andaram por certa de meia hora, mas como estava escurecendo, decidiram ir para a casa de Isadora para se prepararem para o jantar.
Gina reparou que a propriedade deveria ser grande, mas a falta de luz dificultava uma melhor análise. Ao voltar sua atenção para o caminho à frente, viu luzes se acenderem automaticamente, indicando um caminho onde uma enorme porta deslizava para cima.
Fred, Jorge e o senhor Weasley ficaram abismados com a coleção de motos de corrida que estavam enfileiradas sobre cavaletes junto do local onde a van foi estacionada.

-Suas? – perguntou Jorge, assim que Harry desceu da van.
-Legais né? – disse orgulhoso – Você precisa ver as que estão na minha mansão em Godrics Hollow.

A casa era esplêndida, possuía três andares, porão, casa de hospedes nas imediações e mais uma porção de coisas. Sua composição era vitoriana com grandes janelas, os móveis que variavam de cômodo para cômodo iam desde Luis XV até o movimento modernista.

-Alfredo – chamou Isadora.
-Senhora – disse um elfo doméstico vestindo um impecável terno roxo berrante.
-Nossa que luxo – comentou Leo – Voltinha Alfredo – disse ela, o elfo girou no próprio eixo exibindo a roupa.
-Alfredo, família Weasley e família Granger, família Alfredo, é ele quem manda na casa. Sophie não comentou nada, mas o Dobby e os outros estão por ai? – perguntou ela.
-Sim senhora – respondeu o polido elfo.
-Então peça a eles para lhe ajudarem a mostrar os quartos das nossas visitas, suponho que já esteja tudo pronto – disse Isadora.
-Mas é claro que está. Que tipo de elfo a senhora acha que sou? – resmungou Alfredo bravo, saindo para chamar os outros elfos.
-Ele tem ciúmes do Dobby – disse Harry explicando o motivo de Alfredo estar bravo – A sala é naquela porta – logo em seguida Harry se retirou subindo a escadaria logo depois da porta indicada.

Os elfos ajudaram todos a se instalarem, que cansados como estavam por terem andado por todo Taj Mahal e o hospital, rumaram diretamente para o banho e um pequeno descanso.

Assim que fechou a porta de seu quarto, Harry se encostou à parede e deslizou até o chão. Colocou a cabeça entre as mãos aflito, no começo estava sendo fácil ignorar, mas agora a presença de Gina chegava a ponto de lhe causar dor física. A cada pensamento de dor, a cada mágoa que a mesma despertava ou sentia, estava lhe afetando diretamente, mas isso não era possível.
Harry estava por demais imerso em sua dor, tanto que nem percebeu a porta do quarto se abrindo e por ela Isadora entrar. Ela suspirou ao ver o estado do moreno. Imaginava que algo do tipo pudesse ocorrer assim que colocou os olhos em Gina. A mulher pacientemente se sentou ao seu lado e passou o braço por seus ombros, o fazendo se deitar em seu colo.

-O que exatamente nela te abala tanto? – perguntou Isadora fitando os últimos raios de sol desaparecendo no horizonte através da janela.
-Eu não sei. Dor, acho que são lembranças dela – disse ele segurando um espasmo de dor.
-Que tipo de lembrança? Harry, você não tentou invadir a mente dela não é? – perguntou ela.
-Mas é claro que não. Não faço idéia de como isso está ocorrendo, mas não são visões sabe, só sensação, dor – disse ele agora não conseguindo controlar um espasmo de dor – Muita dor – gemeu ele se encolhendo.
-Acho melhor sedar você até Sophie voltar. Alfredo? – chamou, sendo atendida de pronto, instantes depois o elfo voltou com uma valise cheia de frascos.

Isadora misturou algumas poções e fez Harry beber um pouco, aos poucos o moreno foi relaxando.
Harry só saiu do estado de semitorpor quando ouviu batidas na porta.

-Pode entrar – disse Isadora, que estava guardando os frascos que usara depois de ficar algum tempo controlando a pressão arterial de Harry.

Timidamente Hermione adentrou o quarto. Seus olhos clínicos logo notaram a valise de Isadora, o último frasco que a mesma guardava e a palidez do amigo.

-A gente se vê mais tarde – disse Isadora saindo porta afora.
-Eu queria falar com você, mas posso voltar outra hora – disse Hermione.

Harry simplesmente bateu com a mão no colchão ao seu lado, a amiga entendeu como um claro sinal para se sentar.

-Deixe-me adivinhar. O que há entre Rony e a Leo? – perguntou Harry assim que a amiga se deitou ao seu lado e ficou admirando a estrelas mágicas pintadas no teto do quarto.
-Também – respondeu ela.
-Absolutamente nada, ela simplesmente não censura o que ele faz e ele também não condena os atos dela, eles simplesmente se divertem – explicou ele.
-Não é o que parece – comentou emburrada.
-Nem tudo o que parece é o que aparenta ser – retrucou ele.
-Assim como essa sua pose de menino mau? – perguntou ela voltando-se sorrindo para encarar o amigo.

Harry apenas riu do comentário.

-Eu senti sua falta – disse ela deixando uma lágrima cair no lençol.
-Falta seria uma calúnia, perto do que cheguei a sentir longe de você e do Rony – disse ele limpando o caminho que a lagrima havia feito.
-Promete que não vai sumir assim de novo Harry – disse ela abraçando o amigo.
-Hermione, você sabe que você e o Rony foram e continuam sendo a minha primeira família, você é a minha irmãzinha. Mesmo longe nunca estaremos separados- comentou ele retribuindo o abraço.
-Odeio poesia – resmungou ela soltando o amigo, ainda mais emocionada.

Harry estralou o pescoço sentindo o analgésico entorpecendo seus músculos.

-Acho melhor você voltar para o seu quarto – comentou Harry.
-Está me expulsando Sr.Potter? – perguntou a amiga lhe dando um tapa.
-Hei, não, eu só quero jantar antes da meia noite. Do jeito que vocês, mulheres, demoram para se arrumar - mas isso não é uma crítica, a demora compensa depois – completou ele ao ver Hermione levantar a mão outra vez.
-Bom vou indo então, sua noiva deve estar querendo se arrumar – disse Hermione sentando-se na cama.
-Minha noiva deve estar se arrumando no quarto dela, esse é o MEU QUARTO – disse Harry com uma conotação misteriosa.

Hermione cogitou perguntar o que significava aquele olhar, mas pensando bem era melhor deixar para lá.
Calmamente voltou pelos corredores, reparando na decoração, a cada curva um novo estilo e cores se apresentava. Ficou encantada com o requinte, provavelmente herdado do posto elitizado que a família ocupava.
Chegando ao quarto encontrou Gina de banho tomado, sentada em sua cama com cara de poucos amigos. Sentindo um frenesi digno de Fred e Jorge, resolveu provocar um pouco a amiga.

-Onde você estava? – perguntou Gina curiosa, diante da cara de paisagem de Hermione.
-Deitada na cama do – e parou maldosamente a frase,. bocejando e vendo os olhos da amiga brilharem – Harry. Nossa como ele mudo né? – perguntou gargalhando interiormente da cara de limão azedo da amiga.
-Como é? – perguntou a ruiva se levantando, as orelhas rubras indicando que a brincadeira começava a ficar perigosa.
-Relaxa ruiva, eu só fui perguntar qual era o lance entre o meu ruivo e o “Leo” – disse ela se jogando na cama – Mas a parte de deitar com ele na cama é verdade – tripudiou recebendo uma travesseira da amiga.
-Com certeza ele respondeu que não há nada. E a noiva dele estava lá? – perguntou com desdém.
-Não – disse ela parando para pensar na cena que presenciara quando abrira a porta, decidindo-se por contar a amiga – Não sei o que aconteceu, mas na hora que eu entrei ela havia acabado de cedar ele, e saiu do quarto pra gente conversar – disse ela.
-Sem fazer cara feia? – perguntou a ruiva.
-Pelo contrário, ela pareceu muito satisfeita de eu ter ido lá – comentou ela – Ah Gina vamos lá, desmancha essa cara. Ela é inegavelmente legal, mas nem tudo está perdido – disse a amiga em tom de consolo.
-Você diz isso porque não é o homem que você ama que está em jogo – retrucou a outra.
-Você ainda ama o Harry? – perguntou Hermione se apoiando nos cotovelos.
-Se possível, mais do que antes – respondeu escondendo o rosto entre as mãos – Merlim o que eu vou fazer? As coisas que eu disse pra ele... Hermione, eu tenho uma filha de sete anos, SETE. Como eu vou consertar as coisas? Como eu vou recuperar todo esse tempo? – desabafou Gina, aflita.
-Recuperar o tempo não há como, mas eu acho que a primeira coisa que você deve fazer é conversar com o Harry, só você e ele – recomendou a amiga se levantando.
-Ah claro, como se ele fosse aceitar isso numa boa – respondeu irônica – Além do mais, o que eu vou dizer? – perguntou ela.
-Eu não sei, mas se você quiser o Harry de volta, ou ao menos conhecer a sua filha, é bom você agir rápido. Logo voltaremos para casa, e se voltarmos sem vocês conversarem, nunca mais haverá oportunidade para isso – sentenciou Hermione indo para o banho.

“Nunca mais”- essas palavras atormentariam Gina até ......




Após todos estarem reunidos na sala de visitas, rumaram para o tal restaurante. Desta vez quem dirigia era Rony, junto dele estavam Isadora e Leo, ambas gargalhando das curvas fechadas do ruivo e dando instruções a cada quarteirão, Rony não sabia se ficava irritado com isso ou ria com elas.
Harry ainda um tanto pálido era o único que se divertia com as barberagens do ruivo.

O restaurante tinha uma ambientação digna de velho oeste, era pequeno e aconchegante. Como pedido por Sophie, havia sido fechado naquele dia exclusivamente para eles. Esta ainda não havia chegado, mas a um canto havia uma porção de instrumentos musicais.

Assim que todos se sentaram, bebidas e aperitivos foram servidos ao longo da mesa. Gina que observava a todos, quando olhou pra Isadora recebeu da mesma uma careta. Hermione disfarçou o riso em uma incrível crise de tosse, a ruiva estava fumegando de raiva.

-Cade minha filha? – perguntou Isadora decidindo-se qual aperitivo lhe apetecia mais.
-A minha filha? – perguntou Harry.
-Sua – repetiu irônica, pegando o celular e aguardando com o aparelho grudado no ouvido – Filhote onde você está? – perguntou, a resposta deveria ter sido muito boa pois a mesma caiu na gargalhada e começou uma luta com Harry pela posse do aparelho – Ta vem logo então, te amo – terminou desligando o aparelho e mostrando a língua para Harry, vitoriosa.
-O que ela aprontou? – perguntou Harry lhe beliscando a cintura, recebendo em troca um belo tapa.
-Você não vai acreditar – disse ela apanhando o copo a sua frente.

Harry lhe olhou arqueando as sobrancelhas.

-Bom, lembra que você disse a ela para não enfeitiçar os cachorros? – perguntou ela – Bom ela disse que o Theo disse que você não disse nada a respeito dos cachorros do vizinho – respondeu ela gargalhando novamente.
-O que os cachorros estão fazendo agora? – perguntou Rony que também ria.
-Lembra daquele cara chato do porche vermelho que mora numa mansão de esquina, perto da casa do Theo? – perguntou ela ao ruivo – Bom, agora o cachorro voa, tem mira laser, o alvo foi o carro e o cara chato. Bom você já deve imaginar do que eram feitas as munições dos cachorros – terminou ela e a mesa inteira irrompeu em risada.
-Cara, cachorro com síndrome de pombo. Amanhã mesmo eu vou comprar um presente para os dois – disse Leo suspirando.
-Aí ta vendo? Como eu a educo com uma má influência como essa? – perguntou Harry, apontando para a Leo.
-Hei – começou a responder Leo mais foi interrompida.

A porta do restaurante foi aberta e por ela entrou Sophie, que estava belíssima.

-Boa noite a todos – respondeu sentando-se na cabeceira da mesa – Onde está a Lílian? – perguntou ela, notando a ausência da menina.
-Já está chegando, pelo que me disse – respondeu Isadora – Só não sei como – completou.
-Mandei Ícaros busca – lá. O Theo virá também? – perguntou enquanto se servia de vinho.
-Sim senhora – respondeu prontamente.

Logo os assuntos paralelos voltaram a reinar na mesa. Rony estava ansioso para saber o que Sophie lhe daria, mas pelo visto teria que esperar pelo fim do jantar.
Alguns minutos se passaram e logo o mesmo auror que estava no hospital pela manhã adentrou o recinto. Carregava um fuzil, e no lugar da mira, estava sua varinha, formando uma combinação surreal. O mesmo fez um sinal positivo, Sophie apenas limitou-se a olhar para o homem. Ícaros abriu a porta e mais quatro aurores igualmente armados entraram no recinto, formando um quadrilátero em torno de duas crianças, para logo em seguida se retirarem juntamente com o primeiro.

-Gente, meu sobrinho Theo – apresentou Isadora – Theo, os ruivos são a família do Rony, aquela é Hermione – todos perceberam a cara engraçada do garoto – E os pais dela.
-Meus cumprimentos – respondeu o garoto, batendo a punho no coração à moda dos cavaleiros.

Theo tinha a mesma idade de Lílian. Era filho do irmão mais velho de Isadora e Leo. O garoto tinha a típica descendência alemã, loiro dos olhos azuis, mas sua pele não era tão alva como o padrão da população.
Lílian e Theo se sentaram de frente para Fred e Jorge. Gina e Hermione, que estavam sentadas de frente para Harry e Isadora, viram a mesma olhar para o quarteto cética e pegar o rosto de Harry e virar em na direção deles.
Harry arqueou as sobrancelhas e a olhou, desconfiado.

-Que dupla você acha que ganha a disputa por atenção hoje? – ouviram-na perguntar a Harry.
-Que Merlin nos proteja – murmurou em resposta.

Logo após a chegada das crianças o jantar foi servido.

O jantar transcorreu relativamente rápido. Isadora e Hermione digladiavam sobre pontos de vistas diferentes a respeito da cura para o vírus causador do lupinismo, Harry observava atentamente a filha, os gêmeos e Theo, que de minuto em minuto aprontavam alguma coisa.
Depois que a presença dos gêmeos foi perdendo a graça e as crianças começaram a ficar com sono, Lily e Theo se refugiaram nos braços de Harry e Isadora.

-Tio, faz aquele lance dos bonequinhos de gelo – pediu Theo.
-Qual peça? – perguntou Harry, apanhando a jarra de água a sua frente.
-O quebra nozes – respondeu Lílian.

Harry derramou metade da água da jarra na mesa, onde rapidamente formou uma plataforma. Com a mão esquerda, Harry fez uma espécie de funil e despejou a água duas vezes, formando dois bonequinhos. Sobre um deles o moreno soltou uma névoa escura, que formou seu cabelo. E no outro, estalou os dedos, conjurando fogo.
Gina, com muito esforço, segurou as lágrimas quando viu os dois bonequinhos. Eram uma representação fiel dos dois. Sentiu Hermione apertar sua mão.
Assim que a musica começou, os bonequinhos fizeram uma reverência e começaram a dançar. Quando tudo acabou, todos aplaudiram.

-É muito difícil fazer isso, querido? – perguntou a senhora Weasley limpando as lágrimas.
-Os feitiços não, mas para fazer o bonequinho dançar, primeiramente você tem que saber dançar – respondeu, fazendo os bonequinhos correrem pela mesa, como um casal apaixonado correndo entre as árvores – Fiquei quatro meses pra aprender os passos femininos e masculinos dessa peça com a ajuda da Isa.
-Lady, encerramos a noite aqui ou caímos numa balada nervosa? – perguntou Leo suspirando, depois de findada a sobremesa.
-Cavaleiros? – perguntou Sophie.
-BALADA! – responderam todos.

Os senhores e senhoras Weasley e Granger seriam levados de volta, uma vez que não desfrutavam do hábito de tal passeio. A senhora Weasley ficou encantada diante da possibilidade de passar uma noite inteira cuidando de Lílian, Theo e a filinha de Gui.

-Então vamos? – perguntou Sophie se levantando.

Todos se levantaram e seguiram para a porta. Rony e Harry, que estavam como dois moleques brincando de se empurrarem no final da fila, pararam quando Sophie falou já fora do restaurante.

-Rony, espero que goste da cor – disse Sophie.

A mulher estava sentada sobre o capô de nada menos que uma Lamborghini Gallardo. A pintura perolada cinza chumbo formava uma superfície espelhada perfeita, o detalhe mais chamativo eram as portas de se abriam em direção ao céu, aquilo sim era uma obra de arte na concepção de Rony.

-Bom, só há dois lugares. Que tal me levar para uma voltinha? – disse Sophie, já puxando a porta para baixo para trancá-la.

Rony foi dando pulinhos até o lugar do motorista.

-Nos encontramos em trinta minutos no Great Rolls – disse Sophie, no que Rony deu partida no carro.

Depois dos frenéticos roncos da máquina, acionados pelo acelerador que um impressionado Rony testava, viram Sophie lhe orientando acerca do automóvel e logo em seguida os dois saíram para um teste drive.

-Sophie acabou de infectar um novo cavaleiro – resmungou Horan.
-Seu invejoso, só porque esse seu corpinho não cabe dentro de uma perfeição como aquela, você fica resmungando – retrucou Leo.

Harry voltou com todos para a casa de Isadora para logo em seguida irem para a tal boate.

Hermione, Gina, Fred, Jorge, Gui e Fleur ficaram admirados com a boate, e nem tinham entrado ainda. Harry conduziu a van até uma rua que levava aos fundos da boate e entraram em um estacionamento vip. Como a maioria não falava a língua local, Harry distribuiu um frasco com a poção da “compreensão” que resolveria a situação por algumas horas.
Assim que adentraram o recinto, foram colocadas pulseiras identificadoras em seus braços. O som era ensurdecedor, mas a visão era esplêndida, pois estavam em um nível diferenciado do resto das pessoas que ali estavam. Harry os conduziu até o primeiro piso, indo diretamente até o bar para pegarem bebidas e saíram para procurar um local para permanecerem.
Vinte minutos depois Rony e Sophie chegarem. Os olhos do ruivo estavam até brilhando de euforia, também quem não estaria depois de ter ganhado um carro daqueles?

Todos se divertiam dançando. O mais impressionante foi quando Harry e Sophie começaram a dançar, juntos. O sincronismo dos corpos, colados, era no mínimo erótica. Harry enlaçava Sophie na altura da cintura, enquanto esta lhe segurava a nuca, com a mão esquerda, enquanto a direita, livre, percorria o tórax do rapaz. O vestido, já curto, subiu um pouco mais quando Harry enfiou uma de suas pernas entre as dela, puxando-a ainda mais de encontro ao seu. Uma fenda lateral, deixou à mostra uma bela e torneada coxa. O decote, generoso, deixava os outros homens em volta, literalmente babando, loucos por estarem no lugar de Harry. Mas eles não eram os únicos. Suas acompanhantes, mal conseguiam disfarçar o quanto ficaram mexidas em ver aquele belo moreno, cabelos arrepiados, olhos extremamente verdes, com a camisa entreaberta, deixando á mostra um tórax muito bem definido e uma barriga, estilo tanquinho, usando uma calça extremamente apertada. Inclusive uma certa ruiva, que estava escorada na parede, bebericando um drink. Um Dry Martini, com uma pequena azeitona. Apesar de tentar esconder seus sentimentos, sua mão tremia, até que a taça explodiu, e a azeitona saiu quicando pelo chão.

Hermione se divertia rindo dos passos esdrúxulos de Rony quando se sentiu puxada.

-Não Harry – respondeu a morena sorrindo ao ver que o amigo a conduzia para a pista de dança.
-Não aceito um não como resposta – respondeu alto por causa do som, a pegando no colo.
-Harry, eu não sei dançar – gritou Hermione.
-É fácil – disse o amigo encaixando seu corpo junto ao da amiga – Levanta os braços e se mexe – gritou por fim.

Hermione ao perceber que Harry não a deixaria ir enquanto não dançasse desistiu, suspirou, fechou os olhos e deixou seu corpo seguir no ritmo da musica.


Foi nesse meio tempo que Gina, que não tirava os olhos de Isadora, viu a mesma atender o celular e sair. A garota puxou Hermione, que voltava ofegante. Dando a desculpa que queria dar uma volta, saiu na mesma direção que Isadora.
Hermione, que ainda ria dos passinhos que Rony estava fazendo nada entendeu, mas quando Gina parou abruptamente, quase derrubou a amiga.
O que viu a seguir a fez entrar em estado de choque...




N/A: Gente desculpe pela demora, mas pelo menos o cap está enorme, sabe como é troquei de trampo, facul o bixo ta pegando, e bla bla bla......
Agradeço os comentários, mas como estou postando o cão do trampo não vou poder responder os coments, que alias espero mais e mais, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, beijos......

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