O Plano Dobiky



Cap.2 – O Plano Dobiky

Um quarto e muita claridade. Da janela podia-se ver o céu azul de um ponto a outro, sem nenhuma nuvem. Na cama, dentro do quarto, dois corpos. Um em cada ponta, virados de costas um para o outro. Essas duas pessoas dormiam em sono profundo.

Logo, começaram a se mover. Acordavam aos poucos devido a claridade expostas aos seus olhos. A ruiva espreguiçava-se e revirava-se na cama. Quando esticou seus braços, acabou por bater na cabeça de um certo loiro. Esse acordara abrindo os olhos e virando-se lentamente. Até que viu ao seu lado ela.

Num susto despertou-se completamente, caindo da cama. O estrondo feito por ele fez com que a ruiva levantasse em sobressalto, soltando um grito. Olhavam assustados para tudo a sua volta. Uma cama de casal, mesas de cabeceira em cada lado, penteadeira com várias gavetas, armário e o pior roupas masculinas e femininas atiradas pelo quarto. E finalmente ao se olharem novamente, eles explodiram um com o outro.

“O que você fez comigo? – gritou Ginny assustada. E ao ver que estava só de camisola puxou o lençol e enrolou-se nele.

“A pergunta é o que você fez comigo, Weasley!” – berrou Draco ao se levantar.

“Ahh, se cubra!” – gritou Ginny virando-se de costas para Draco.

“O que...” – começou Draco e se deu conta de que estava somente de cueca. – “Nunca viu ninguém de roupas íntimas, Weasley? – acrescentou ele num riso sarcástico.

“Se cubra!” – repetiu Ginny atirando-lhe um travesseiro. – “Não quero ter pesadelos...” – terminou com uma voz manhosa.

“Pesadelo é o que eu estou tendo.” – rosnou Draco colocando o travesseiro em frente ao seu corpo. - “Agora me diga, que diabos de droga você me deu?”

“Eu? Te drogar?” – Ginny virou-se ao perguntar, certificando-se antes se ele havia coberto suas partes baixas. - “A pergunta é como você fez para me trazer aqui?”

“Se nem eu sei como vim parar aqui!” – exclamou ele, andando de um lado a outro no quarto, segurando o travesseiro para que a ruiva não visse nada.

“Não minta para mim, Malfoy. Você não me engana” – retorquiu Ginny na tentativa de arrancar a verdade do loiro, se é que havia.

“Weasley, desde quando eu iria fazer uma loucura dessas para ficar com você? Se você não se lembra, sou um Malfoy!” – respondeu Draco soltando, sem querer, o travesseiro. Isso fez com que Ginny desse um gritinho e virar-se, novamente, de costas para ele.

“Eu não duvido nada, depois do beliscão que você me deu e se vista, pelo amor de Merlim!” - pediu Ginny ainda de costas para Draco.

“Pelo amor de Merlim, Weasley. São só cuecas” – disse Draco abrindo e fechando gavetas, a procura de algo para vestir. Não iria pegar roupas que estavam no chão.

“Só cuecas? Belas cuecas, só as cuecas...” – murmurou ela, sufocando suas palavras no lençol.

“O que disse, Weasley?” – quis saber Draco com uma sobrancelha levantada, não havia entendido nada que a ruiva tinha dito.

“Como viemos parar aqui... eu perguntei” – mentiu Ginny, escondendo seu rubor com o lençol.

Como não ouviu nenhuma resposta vinda de Draco, ela deu mais uma espiada para ver se ele já havia se vestido. Mas ele ainda continuava de cueca e atirava roupas para todos os lados. Ela rapidamente virou seu rosto em direção a janela para não olhá-lo.

“Weasley, acho que essa gaveta é sua...” – avisou o loiro distraído, puxando umas calcinhas de renda do fundo de uma gaveta.

“Ei, isso... isso é meu” – disse Ginny correndo para tirar as suas calcinhas da mão de Malfoy. – “Como isso veio parar aqui?” – perguntou ela ao recolocar a calcinha na gaveta e ver que todas suas roupas, tanto para o dia a dia e íntimas, estavam lá.

“Weasley, infelizmente tenho que dizer. Você tem bom gosto para lingeries.” – disse ele, deixando um rubor tomar conta de Ginny. – “Apesar de que devem ficar horríveis em você.” – completou sarcasticamente andando até o armário, do utro lado do quarto.

“Seu...” – disse Ginny correndo atrás de Malfoy.

Draco seguiu correndo pelo quarto fugindo da ruiva enfurecida. Ficaram um bom tempo em volta da cama. Ele tentando fugir de um lado e ela tentando alcançá-lo.

Até que Ginny passou por cima da cama, pulando encima de Draco. Os dois trombaram no chão. Ele por um momento ficara imóvel, pois a julgar pela posição em que estavam e as roupas que trajavam, algo não sairia bem. Mas Ginny tirou esses pensamentos de Draco quando começou a lhe dar tapas pelo corpo.

“Nunca... mais... mexa... nas minhas... coisas!” – disse ofegante entre os tapas. – “E se minhas calcinhas estão aqui... alguma coisa sua deve ter!” – acrescentou saindo de cima de Draco para procurar algo que comprometesse-o.

“Nem pense nisso, Weasley” – advertiu, puxando-a pelo pé e fazendo-a cair de cara no chão.

“Ok, isso não foi legal. Golpe baixo” – protestou Ginny gemendo. Tinha batido seu galo, da cabeça, no chão. - “Ai... Saiba que o que é seu tá guardado” – acrescentou ainda atirada no chão.

“Weasley. Serei indiscreto agora, mas sua camisola está muito. Realmente muito, muito curta.” – disse Draco inconvenientemente, pois Ginny estava com suas nádegas ao ar livre, e na direita ele pode ver uma mancha vermelha, que reconheceu sendo seu beliscão.

“Pare de olhar agora!” – vociferou Ginny ao se levantar. E mais uma vez ficou completamente vermelha.

“Weasley, Weasley. Vá se vestir pois não quero ter pesadelos” – disse Draco rindo ironicamente, abrindo o armário à procura de roupas para ele usar.

Notou que no armário haviam várias roupas dele. Como era possível? Distraído com o questionamento, não viu que Ginny se aproximava com uma expressão travessa no rosto.

“Idiota...” – disse ela cantarolando ao passar por Draco e puxar suas cuecas para baixo.

“Ei!” – reclamou Draco num susto puxando suas cuecas para o local devido.

“Que bunda branca!” – exclamou Ginny e começara a rir. – “Suas bochechas estão vermelhas... me refiro as de cima tá? Porque as debaixo ainda cegam meus olhos” – e caiu na gargalhada.

“Weasley” - urrou Draco sem saber o que fazer, constrangido, irritado e saiu correndo atrás dela.

“Estamos quites, bunda branca” – disse Ginny ainda rindo descontroladamente, se protegendo com uma cadeira.

“Quites o caramba!” – exclamou tendo um idéia. – “Só depois de beliscar o lado esquerdo da sua bunda!” – berrou possesso tentando se aproximar, mas Ginny o afastava com a cadeira.

“Nem sonhando, ainda deve ter a marca do seu primeiro beliscão, e você não vai encostar nela nem mais uma vez na sua vida. Se afaste, bunda branca.” – disse ela e novamente caiu na gargalhada.

“E tem uma marca. Agora, vai ter outra” – afirmou, colocando Ginny de bruços sobre seus ombros, pois ela baixara a guarda com a risada.

“Ei, me solta.” – gritou ela parando de rir imediatamente e tentando se livrar dele.

“Não antes disso.” – disse dando outro beliscão nela.

Agora provavelmente a outra nádega de Ginny ficaria roxa. E, segundo ela, o pior era saber que Draco tinha feito de propósito.

Dando-se conta de que podia fazer alguma coisa, Ginny mordeu-o. Cravando seus dentes nas costas de Draco. Se outra pessoa que não conhecesse-os e nem suas famílias, poderia dizer que a noite deles fora bem quente.

“Deu, Malfoy! Chega agora, né?” – irritou-se ela quando foi deixada no chão.

“Por enquanto, Weasley.” – disse ele sentindo suas costas doerem. – “Ai. Estamos quites agora?” – perguntou Draco esticando a mão, não queria sofrer danos com ela denovo.

“Quites.” – respondeu ela desconfiando da ação do loiro, mas mesmo assim apertou a mão dele, pois pelo menos seria uma trégua entre eles.

“Não esqueça de cuidar dos seus hematomas, Weasley” – avisou Draco apertando um galo da testa de Ginny, que contraiu o rosto com a dor.

“Quites o caramba!” – rosnou ela tirando a mão dele de perto.

“Nunca mesmo.” – disse ele virando-se e indo para o armário.

“Vai se vestir vai.” – mandou Ginny, tentando manter uma trégua entre os dois pelo menos até que se vestissem.

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Alguns, mas poucos, bruxos puderam afirmar que ouviram gritos. E quando correram para socorrer as pessoas que, supostamente, estavam gritando não havia nada. A não ser por um elfo, conhecido por Dobiky, rindo descontroladamente. Segurando em suas mãos uma caixa preta. E ainda mais estranho, ele estar preso no elevador que por algum motivo parara de funcionar e caíra alguns andares.

“Dobiky conseguiu!” – gritava ele sorrindo para os poucos bruxos que trabalhavam no Ministério e que tentavam tirá-lo do elevador.

“Dobiky não conseguiu nada, nós que conseguimos te tirar daqui.” – disse um ruivo corpulento e muito alto, puxando o elfo.

“Não, Sr. Weasley irmão da Srta. Weasley. Dobiky conseguiu sim, Dokiby sim, Dobiky conseguiu.” – respondeu o elfo rindo ainda mais.

“Harry... acho que deve ter sido uma pancada.” – argumentou Rony, fitando o moreno ao seu lado, achando estranho o elfo se comportar assim.

“Levamos ele ao St. Mungus?” – perguntou Harry a Hermione que assistia a cena a um canto.

“Acidente de trabalho, ele pode te processar.” – respondeu Mione a Harry.

“Mione, é só um elfo” – lembrou Rony.

“Preciso te lembrar dos direitos dos elfos junto com os artigos do F.A.L.E?” – perguntou Mione preparando seu discurso e colocando sua pose habitual.

“Harry, fale a ela... é só um elfo.” – cortou Rony antes que ela começasse.

“Eu não. Depois você não tem que ficar trabalhando com ela o dia todo.” – respondeu Harry. – “Não que eu esteja reclamando...” – acrescentou ao ver Mione olhá-lo com uma cara feia de raiva.

“Dobiky, venha aqui, vamos discutir seus direitos.” – pediu Hermione mudando de assunto, mas o elfo já saía correndo pela porta do Ministério.

“Acho que ele já está bem...” – disse Harry assistindo a corrida do elfo com suas pernas curtas.

“Ou está fugindo do discurso da Mione...” – murmurou Rony, fazendo Harry rir.

“Há-há” – ralhou Hermione fuzilando os dois com o olhar e saiu andando.

“Mione, e sobre o elevador?” – perguntou Harry, olhando por dentro do elevador e constando que continuava inteiro.

“Problema técnico. O elevador é velho, agora, se me dão licença, vou trabalhar.” – disse ela furiosa e girou seus pés, seguiu andando, deixando-os para trás.

“Ok, pode liberar então Ron.” – disse Harry saindo atrás dela, deixando o resto do trabalho para o ruivo.

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Enquanto se vestiam, ninguém falou nada. Essa batalha entre eles, de um modo geral, não estava ajudando em nada. Nunca ajudou na verdade. Sempre acabavam machucados fisicamente. E chegavam a conclusão de que era melhor pararem com isso antes que eles acabassem se matando.

A ruiva estava com a bunda doendo ainda. Pior, eram os dois lados agora. Além de ter sua testa com um galo que doía, e no coco da cabeça outro galo também.

Agora queria ter, realmente, aprendido os feitiços para curar pequenos hematomas e machucados, pois estaria em melhor estado. Na verdade, estaria bem melhor se pudesse partir para cima dele e fazer com que ele tivesse os mesmos hematomas que ela, pois aquele chute em suas partes baixas nem devia estar doendo tanto.

Ele ainda sentia dores em suas partes baixas. Agradeceria se a ruiva não tivesse cogitado a idéia de tê-lo acertado numa parte tão sensível do corpo de um homem. Mas é claro que seria a primeira coisa que ela acertaria num homem, não era à toa que ela morou vários anos de sua vida com sete homens na família.

Isso sem contar a dor em suas costas, que estavam com a marca dos dentes dela. Único motivo dele tê-la soltado tão rápido. Outra conclusão que ele chegara? A ruiva era violenta.

“E então?” – perguntou Ginny sentando-se na cama e fazendo em seus cabelos uma trança frouxa, deixando alguns fios caírem-lhe ao rosto. Colocara uma calça jeans e uma blusa de manga comprida, rosa.

“E então, o quê?” – questionou Draco, dando os últimos retoques, em frente ao espelho, a suas vestes negras.

“Já descobriu como viemos parar aqui?” – explicou ela sobre a pergunta que fizera.

“Claro, olhei na minha bola de cristal.” – ironizou Draco, sem desviar o olhar de si mesmo no espelho.

“Você tem uma bola de cristal?” – perguntou ela curiosa.

“Claro que não, Weasley!” – respondeu ele, sentindo-se irritar com a pergunta estúpida dela.

“Então, como você descobriu?” – voltou a perguntar Ginny, inocentemente.

“Eu não descobri nada, Weasley.” – disse ele rudemente, olhando-a pelo espelho.

“Mas então porque você disse que tinha descoberto?” – perguntou franzindo a testa.

“Weasley, você tá se fazendo de idiota para me irritar?” - questionou ele, virando-se e cruzando os braços, fitando-a com sua sobrancelha levantada.

“Sim, consegui?” – respondeu ela rindo e ele saiu pela porta do quarto. - “Onde você vai, Malfoy?” – perguntou ela, seguindo-o.

“Vou descobrir como viemos parar aqui. Para ir embora logo, antes que você me enlouqueça! – respondeu parando no corredor.

“Vamos aonde?” – perguntou ela parando rapidamente para não trombar com o loiro.

“Eu vou ao Ministério.” – disse ele apontando para o próprio peito.

“Estamos aqui juntos, eu vou junto.” – argumentou.

“Que parte de ‘eu vou’ você não entendeu?” – retorquiu ele.

“Que parte de ‘vou junto’ você não entendeu?” – replicou ela.

Ficaram em silêncio durante alguns segundos. Sem dar o braço a torcer. Sem desviar o olhar. Até que, por fim, Draco consentiu. Sabendo que a ruiva não desistiria e iria junto, mesmo se ele dissesse que não.

Não perderam tempo e desceram as escadas. Andando pela casa, notaram que o andar de cima, onde eles a pouco tempo estavam, eram os quartos. E que haviam quatro. Ou a família do dono da casa era grande ou gostava de exageros.

“De quem será essa casa?” – perguntou Ginny curiosa.

“Deve ser de algum maldito que nos trouxe até aqui.” – disse ele parando no final das escadas a olhar o hall da casa.

No hall haviam três portas. No espaço de cada porta podia-se ver poucos detalhes dentro de cada cômodo. Analisando-os, uma porta seria a da cozinha, outra a da sala e uma outra, perto das escadas, a porta que daria para fora da casa.

Se tivessem descido as escadas, e andado pelo hall, poderiam ter visto uma foto pendurada na parede. Foto que de onde eles estavam era impossível ser vista. Essa foto esclareceria muitas coisas que aconteceriam.

“Aqui deve morar uma família, alguém simples...” – justificou Ginny adorando a casa. – “E maluco pra nos colocar aqui... nossa são dez horas... ”

“Da onde você tirou isso?”- perguntou ele achando estranho a suposição da ruiva.

“Tem um relógio ali.” – respondeu ela apontando para a porta que dava para a sala. Lá dentro havia um pequeno relógio trouxa, de ponteiros.

“Não, Weasley. Sobre a família.” – explicou ele.

“Há vários quartos, a casa é grande... junte uma coisa com a outra.” – respondeu ela debruçada no corrimão da escada.

“Assim, você até parece inteligente, Weasley.” – começou Draco, e Ginny estranhou o quase elogio. – “Ainda bem que pessoas, como eu, sabem, que de inteligência, os Weasley’s não tem nada. – completou sarcasticamente.

“Você fala como se todos na minha família fossem burros, Malfoy.” – reclamou ela calmamente.

“E não são?” – indagou ele, debruçando-se na escada, ao lado dela.

“Claro que não!”

“A família é sua, você não pode opinar.”

“Se é assim, a sua família é um poço de mal caráter!”

“Já disse que sua opinião não importa?” – retorquiu ele levantando uma sobrancelha, fitando-a.

“Ah... cala a boca, Malfoy!” – disse ela dando um soco no ombro de Draco. – “E vamos logo.” – acrescentou irritada, descendo o resto dos degraus e saindo pela porta. – “Aparatar?” – perguntou parando na varanda da casa.

“Sim, Weasley. Você sabe o que é ou quer de desenhe?” – zombou Draco, atrás de Ginny, com mão no ombro.

“Um soco na sua cara. Você entende ou quer que eu desenhe? – replicou Ginny, virando-se e erguendo um punho perto do nariz de Draco.

“Desenhe... no ar” – disse Draco aparatando, fazendo o soco de Ginny acertar o ar, como ele havia previsto.

“Covarde.” – murmurou, aparatando também. – “Malfoy, cadê você?” – disse assim que sentiu seus pés no chão novamente.

“Aqui, Weasley.” – respondeu Draco, ela se virou e lá estava ele.

“Agora, Sr. Inteligência me responda. Porque estamos praticamente no mesmo lugar?” – indagou ela, pois a casa continuava atrás deles.

“Me responda você, sabichona” – disse ele irritado.

“Talvez porque estamos ainda no quintal dessa casa, que poderia estar encantada para não poderem aparatar?” – sugeriu ela, e infelizmente ele teve que aceitar que ela poderia estar certa.

“Então vamos até a calçada, Weasley”

“Malfoy, há muita gente por aqui.” – alertou Ginny referindo-se a pessoas que caminhavam na calçada da vizinhança.

“Procuraremos um local mais calmo, vamos” – disse ele sem esperá-la.

Andava apressado. Passou pela esquina da rua em que estavam e atravessou para o outro lado da rua. Quando Draco e Ginny encostaram seus pés na calçada da outra rua, foram parar na varanda da casa.

“Malfoy... o quê foi isso?” – perguntou ela preocupada.

“Não sei.” – disse ele sem entender e saiu pelo portão da casa.

Ginny assistiu ele correndo, em pé da varanda. Ele atravessou a rua da casa. Quando encostou seu pé na calçada da rua da frente a da casa, foi parar novamente ao lado dela na varanda.

“Malfoy...” – chamou Ginny, mas ele estava irritado e chutou um vaso de plantas que tinha lá. – “Tadinhas das margaridas...” – exclamou ela sem pensar.

“Tadinhas das margaridas? É com isso que você se importa agora?” – explodiu ele, saindo apressado da casa, novamente.

“Aonde você vai, Malfoy?” – perguntou ela vendo ele atravessando a rua a esquerda da casa.

“Tentar ir embora daqui!” – gritou ele ao encostar seu pé na calçada.

“Acho que não deu certo...” – disse ela cautelosa ao que Draco apareceu novamente ao seu lado. – “Temos que encontrar outro jeito de sair...”

Uma têmpora da testa de Draco sobressaltou. Principalmente ao vê-la sentada na varanda arrumando as flores em outro vaso, sem se importar com o que estava acontecendo com eles.

“Droga!” – gritou ele interrompendo-a e pegando o vaso de plantas das mãos dela, atirando no chão.

Dessa vez saiu andando para os fundos da casa. E segundos depois, estava ao lado de Ginny novamente. Ela estava com as mãos na cintura, esperando-o.

“Malfoy! Coitadas da margaridas!”

“Coitados de nós!” – berrou ele pisando e terminando de matar as margaridas.

“Malfoy! Seu insensível” – disse ela olhando pasma para Draco e depois para as flores.

“Quem se importa com essas malditas flores!”

“Eu me importo!”

“Então me lembre de te comprar margaridas, se algum dia sairmos daqui.” – disse ele sentando-se nas escadas da varanda, fazendo uma massagem em sua testa.

“Como assim?” – perguntou ela sem entender.

“Tenho uma péssima notícia, Weasley” – avisou ele virando seu rosto a fitá-la.

“Você tá me assustando...” – disse ela sentando-se ao lado dele, nunca o tinha visto tão perturbado.

“Não podemos sair daqui.”

“Isso, eu já notei.” – retorquiu ela.

“Fique quieta e me escute pelo menos uma vez na sua vida.” – disse Draco e ao notar que ela ficara quieta continuou. - “Weasley, a distância que separa essa casa até a rua que nos trás devolta é a mesma em todos os lados. Não podemos passar desses limites.”

“E o que tem isso? Não tem como sair de outro jeito...” – começou ela e ele a interrompeu.

“Quieta.” – mandou ele e mesmo a contragosto ela assentiu. – “Significa que esta casa está num quadrado perfeito. Isso é um feitiço. Estamos bloqueados em um perfeito quadrado ilusório. O Feitiço Quadrado Mágico, que de mágico não tem muita coisa. Pois não há nada ‘mágico’ aqui, só ilusão construída. Até quebrarmos o feitiço, tudo é pura ilusão. Se demorarmos muito aqui dentro, poderemos até ficar loucos e presos a uma realidade que não corresponde a nossa. Não sei o que acontece fora daqui.”

“E tem como fazer alguma coisa?” – perguntou ela com um olhar preocupado.

“Weasley, se tivesse algo pra fazer, eu já tinha feito. – disse irritado. – “Aliás, você deveria saber desse feitiço, melhor do que eu!” – exclamou, fitando-a.

“Como assim?” – questionou ela franzindo a testa.

“Weasley, esse feitiço é novo. Que você deveria saber, já que é o seu trabalho.” – disse irritado.

“Eu não lembro de ter lido alguma coisa sobre o feitiço...” – disse ela desviando o olhar.

“É porque se bem me lembro, você está jogando todo seu trabalho encima de mim! E é por isso que eu sei sobre esse feitiço.” – lembrou ele.

“O que mais você sabe? Se você está trabalhando tão bem...” – retorquiu ela.

“Eu não sei mais nada, joguei o arquivo a um canto sem lê-lo inteiro. Desde quando eu me importo com os feitiços daquele maldito trabalho?”

“Lembre-me de quando sair daqui... te despedir por incompetência.”

“Eu vou tirar a nós dois daqui, aí eu quero ver quem é o incompetente.” – protestou ele. – “Pois, pelo menos eu tenho intelecto para nos tirar desse lugar e ao contrário de você, pelo menos eu sei qual é o feitiço.” – exclamou Draco se levantando.

“Então, faça o favor e nos tire daqui o mais rápido possível, porque não sei quanto tempo vou te aturar!” – disse Ginny levantando-se também e apontando seu dedo no rosto de Draco, em sinal de ameaça.

“Weasley” – Draco pegara o dedo de Ginny pondo-o para baixo forçosamente. – “Você acha que eu estou conseguindo te aturar? Eu não te aguento mais. Isso porque o dia nem começou. Sabe, isso tá parecendo um pesadelo que não acaba mais, e você é o monstro” – acrescentou soltando o dedo dela.

“Monstro eu?” – ela riu sarcasticamente. – “É porque você ainda não se viu de cueca! Se bem que... na verdade... tá mais para ser uma comédia o seu ‘malfoyzinho’” – e ela começou a rir.

“Você vai ver o que é um ‘malfoyzinho’” – disse Draco irritado, encostando Ginny na porta, segurando-a pelos braços.

Se aproximou cada vez mais. Iria provar o que era o ‘malfoyzinho’ dele. Ela assustou-se com o feito e ainda mais com a proximidade. Ela notou nos olhos dele raiva. Ele provavelmente não estava em si.

“Aii... me solta” – pediu Ginny, pressentindo que algo de ruim estava para acontecer.

Mas ele foi se aproximando, não iria levar esse desaforo dela, pelo menos essa era sua desculpa. Ginny abaixou seu rosto. Nesse momento, um berro pode ser ouvido pelos dois.

“O que foi isso?” – perguntou ele instantaneamente, e ela pediu silêncio. O barulho vinha de dentro da casa.

“Tem mais alguém lá dentro.” – alertou ela.

“Eu notei, mas quem mais poderia estar nesse tal ‘quadrado’?” – perguntou ele, soltando-a lentamente.

“Shh” – pediu Ginny colocando sua mão na boca de Draco.

“Isso, parece um choro” – disse ele tirando com rispidez a mão dela, não estava mais gostando dessas proximidades entre eles.

“Isso... isso é um choro! Céus, é um choro de criança” – e ela entrou correndo na casa, sendo seguida por Draco.

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N/A: Nhaaaai, brigada pelos comentários! Espero que gostem desse cap! E se tiverem pressa, tem até o cap5 postado no ff.net (www.fanfiction.net/~suziblack) Só não esqueçam de comentar lá tbm... estou carente xD~

Bjos, Suzi Black

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