11. Um antigo personagem entra

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Pâmela permaneceu abraçada aos dois professores derramando lágrimas que pareciam estarem contidas há anos. Para espanto de todos a professora McGonagal até soluçava e mal respirava na tentativa de apertar avidamente a garota em seus braços.

Hermione, a família Weasley e mesmo Harry, olhavam a cena boquiabertos. Jamais em suas vidas extraordinárias e repletas de aventura eles imaginaram que veriam uma revelação assim. A vizinha trouxa de Harry era na verdade neta de Dumbleodore e McGonagal. Como isso era possível?!

-- Eu bem que achei ter notado uma semelhança... – Fred se manifestou com ares arrogantes

-- Shhhh! – todos fizeram para Fred e se voltaram para a cena.

-- Você nos perdoa, querida? – a professora McGonagal disse ainda soluçando.

-- Ah, vovó! Eu sei que não foi fácil para vocês , mas devia haver outro jeito. – Pâmela respondeu calmamente.

-- Se havia, não conhecíamos! E depois de feito o feitiço, nada mais poderia ser mudado. – a Prof. McGonagal disse com os olhos bem abertos e brilhantes de lágrimas. Parecia uma criança um pouco tola. – Nós acompanhamos sua vida de longe. Seus pais adotivos sabem, é lógico, da verdade, mas nunca mantivemos contato direto.

-- Você tem alguma dúvida, querida? – Dumbleodore perguntou. – Teve que lembrar de muitas coisas nas últimas 24 horas.

-- Eu dormi 24 horas?!! Como posso estar me sentindo tão cansada, então?

-- Foi um sono bem turbulento... Há uma vida inteira para você redescobrir...

-- Consigo me lembrar de tudo claramente, mas algumas coisas ainda se confundem. Tenho três vidas! Uma é a que vivi até meus quinze anos em Hogwarts, outra é a vida que tive dos quinze aos 20 e a terceira é a memória que vocês me implantaram.

-- 21! – Dumbleodore a interrompeu com a voz calma

-- O quê? – Pâmela não pareceu entender.

-- Você tem 21, querida! – Prof. McGonagal interrompeu – Fizemos você acreditar que tinha um ano à menos, para diferenciar da sua idade verdadeira e, assim, despistar nossos inimigos mais um pouco.

-- Não é legal saber que você é mais velha! Não para uma garota! – Pâmela torceu o nariz embora sua voz denotasse bom humor.

-- Mas você ia dizendo... – Dumbleodore incentivou.

-- É que às vezes não sei qual das lembranças estão ligadas a alguns fatos.

-- Dê um exemplo, querida. – Minerva pareceu preocupada.

-- Bem... Tem um rapaz... Eu acho que o conheci quando era pequena, mas não lembro de nada ligado a magia quando estou com ele. Lembro dele até a minha adolescência, passamos muito tempo juntos e depois ele não está mais na minha memória. Não sei se vocês embutiram, se ele existe ou se é parte da minha vida trouxa.

-- Como ele é? – Hermione não conseguiu segurar a curiosidade.

De repente avós e neta pareceram lembrar que havia mais alguém na enfermaria e por um curto período de tempo, processaram a “descoberta”. Pâmela então se virou para Hermione e disse:

-- Fisicamente? Creio que era atraente... Na adolescência tinha o corpo magro, mas atlético e era loiro. Mas o que mais lembro dele não é a aparência e sim as sensações. Era como estar em completa segurança com alguém muito inseguro. Ele era engraçado, disso eu tenho certeza, sempre me lembro de rir. Só uma vez não estava sorrindo quando estava com ele.

-- Ele era seu namorado? – Gina perguntou com um tom romântico.

-- Não sei! Lembro-me de sempre estar com ele, mas não lembro de nada mais íntimo! Como é possível que eu não me lembre? E a poção que tomei? – Pâmela voltou-se para o avô.

-- A poção quebrou o bloqueio que sua mente possuía. – Dumbleodore disse calmamente com um sorriso nos lábios – Mas a mente humana é um equipamento de complexa manutenção. Com o tempo você estará apta a lembrar de cada detalhe da sua vida, mas o geral você já sabe. Quando passar pelo quadro das crianças se banhando no riacho que está na sala comunal da lufa-lufa, vai se lembrar que descobriu um método de entrar nos quadros e passou muitos dias na detenção por ter se banhado nele.

Pâmela ficou em silêncio por alguns instantes e então explodiu em gargalhadas!

-- Eu me lembro! – disse ela lacrimejando de tanto rir. – Aquela detenção não foi justa, nós não estávamos nem cabulando aula...

-- Nós? – Fred se intrometeu. – Quem mais?

-- O rapaz de quem lhes falei. – Pâmela disse ainda rindo.
-- Você sabe de quem ela está falando, professor? – Gina perguntou ainda na esperança romântica de que eles fossem um casal.

Dumbleodore assentiu com a cabeça e todos os olharam com olhos inquisidores.

-- Quem é? – Gina perguntou quase eufórico.

-- Olívio Wood! – uma voz grave veio do fundo da sala.

Todos se voltaram para trás e viram o antigo capitão do time de quadribol de Hogwarts se aproximar com uma expressão apreensiva. Ele estava olhando diretamente para Pâmela, que o encarava literalmente como alguém vindo do seus sonhos. Ele cumprimentou com um movimento ligeiro da cabeça os professore e tomou as mãos de Pâmela entre as suas.

-- Oi, CDF! Lembra de mim! Seis anos é um tempo exagerado para abandonar seu melhor amigo, não acha? – ele disse com uma expressão de pura felicidade.

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