Mais de uma surpresa de aniver
Harry abriu os olhos lentamente e fixou o olhar no teto. Demorou um pouco para lembrar em que dia estavam, mas finalmente soube que estava se tornando maior de idade no mundo mágico. Sorriu! Um sorriso mais conformado do que feliz... Sua juventude não fora exatamente divina, por que a vida adulta o seria?
O jovem bruxo se levantou! Acordara cedo para fazer as tarefas da casa dos tios antes de ir para a casa de Pâmela! Não se importou! Em três horas estaria livre deles e de seu descaso! Desceu as escadas e ouviu as costumeiras ordens. Não se espantou com o fato de não ter recebido nenhum desejo de felicidades. Começou a lavar a louça... As três horas passaram voando. Terminou de recolher o lixo e gritou, tentando parecer contrariado:
- Estou indo para a casa daquela mulher!!!
Harry saiu e caminhou lentamente, com a expressão carrancuda, esperando que isso convencesse os tios. Pâmela estava na porta a sua espera!
-- “Aquela mulher”?! Começo a me perguntar o quanto isso é simulação... – a garota disse com voz ressentida.
Harry riu matreiro e entrou. Estava tudo escuro e Harry voltou-se espantado!
-- O que houve?
-- Acho que queimou algum fusível durante a noite. Poderia ir até o jardim dos fundos e dar uma olhada? Há uma caixa de luz lá!
Harry obedeceu prontamente e foi para o jardim. Ao colocar o pé para fora, foi agarrado por alguém e jogado no chão. Outra pessoa então amarrou seus olhos e duas pessoas o carregaram. Poucos segundos depois ele foi acomodado em uma cadeira e antes que entendesse o que estava havendo seus olhos foram descobertos!
-- Surpresa!!!!!!!!!
Harry viu Pâmela, Hermione, Rony, Gina e os gêmeos sorrindo à sua frente, ao redor de um bolo com dezessete velas, ele pôde imaginar, escrito “Feliz Aniversário! Com amor, de seus amigos...”
Harry sorriu! Estava tão feliz que não pôde se expressar! Ele estava em sua festa surpresa! Nunca havia tido uma festa! Quanto muito, surpresa! Ele estava radiante! Não pôde se conter direito e sentiu lágrimas começarem a escorrer de seus olhos. Imediatamente sentiu os braços de Hermione o contornarem e ela o abraçou, escondendo o rosto de Harry detrás dos seus cabelos. Harry pegou o lencinho que ela discretamente o ofereceu durante o abraço e limpou os olhos agradecido por evitar que seu orgulho masculino fosse corrompido por prováveis gozações de Fred e George.
***
Durante toda a tarde Pâmela e os bruxos fizeram brincadeiras, lanches e confissões. Para total deleite de Pâmela, os gêmeos fizeram algumas magias com suas varinhas e mostraram-lhe alguns utensílios de sua loja de traquinagens. Gina contou-lhe mais tarde que eles estavam fazendo magia apenas para impressioná-la e que só conseguiam por terem bolado um modo de impedir a detecção delas pelos encarregados do setor de “Uso indevido da magia” do ministério.
Pâmela riu da situação e do tom de desaprovação da ruiva. Percebia claramente a influência de Hermione nela. A vizinha estava realmente encantada com a família Weasley e lamentou que os pais de Rony não aceitaram seu convite.
Contudo, Harry parecia feliz e esse era o objetivo do dia! A todo momento os irmãos de Rony o repudiavam e gozavam, mas não permitiam que mais ninguém o fizesse. Harry andava de uma lado para o outro, extremamente contente com sua função de anfitrião e Hermione auxiliava Pâmela em tudo que podia.
Ao anoitecer todos estavam exaustos, mas não se retiraram antes de convencer Pâmela a deixá-los ajudar na reorganização da casa. Quando quase todos já estavam de saída, Pâmela lembrou-se que havia separado alguns livros para emprestar a Mione e a levou até a biblioteca.
Não se passaram cinco minutos quando as duas ouviram um barulho estrondoso na sala. Correram para fora da biblioteca e deram de cara com cinco pessoas vestidas com capas e capuzes pretos. No lugar de seus rostos havia máscaras de esqueletos e um deles aparentemente quebrara a mesa de centro da sala de Pâmela, pois estava de pé sobre os destroços da mesma.
-- Comensais da Morte! – Pâmela ouviu Hermione dizer aterrorizada enquanto puxava sua varinha. – Fique atrás da poltrona e não deixe que a peguem!
Pâmela obedeceu e viu Hermione correr para junto de Harry e dos outros no outro lado da sala. A vizinha se sentiu perdida diante dos acontecimentos. Nenhum dos grupos se mexia. Olhavam-se como em um filme de faroeste, prontos a atacar mas ninguém dava o primeiro passo. Alguns segundos se passaram até Pâmela ver um dos homens encapuzados erguer a mão e gritar!
-- Crúcios!
-- Expeliarmos!! – Pâmela viu Rony e Gina gritarem, impedindo que a magia atingisse um dos gêmeos.
De repente tudo tornou-se um pandemônio. Pâmela ouvia frases estranhas gritadas por ambos os lados e raios de luzes passavam por sobre sua cabeça. A sala, outrora em ordem, já estava praticamente destruída, com buracos nas paredes e móveis chamuscados.
Em dado momento Pâmela viu um dos homens encapuzados subirem as escadas que levavam ao andar superior, mas antes que ele chegasse ao patamar superior um raio azul atingiu-o logo após ela ouvir a voz de Hermione gritar Petrificus totalis! O homem parou onde estava, juntando braços e pernas no corpo, como se estivessem colados, e cambaleou para os lados. Seu peso foi contra o corrimão da escada e ele caiu para frente, aterrissando de cabeça no chão. Com um som alto todos da sala ouviram o pescoço se partir. Não havia dúvida de que ele morrera com o impacto!
Hermione congelou com a situação. Jamais imaginou que seria a causadora de uma morte. Ficou parada, sem reação com os olhos arregalados olhando para o corpo inerte do inimigo. Os irmãos Weasley estavam terminando de amarrar três dos atacantes e também pararam ao ver a cena.
Estavam tão paralisados com a cena que não perceberam que o quinto atacante que ainda estava solto voltou-se para Hermione e com um grito de raiva arremessou-se contra ela. A garota caiu de costas e sua varinha voou para longe.
-- Não!!!!!!!!!
Todos ouviram Harry gritar e correr até a amiga. Esta estava tentando se livrar das mãos que apertavam sua garganta e já estava desmaiando com a falta de ar quando o seu atacante foi jogado para longe com um feitiço. Alguém havia gritado “Expeliarmos” e o homem foi lançado longe, de encontro à parede oposta, e caiu desacordado.
Hermione sentiu os braços de Harry a abraçarem e tatearem seu pescoço para ver se estava tudo bem. A menina já estava melhor e voltou-se para o resto dos amigos que olhavam admirados para a direção atrás dela e de Harry. Harry e Hermione olharam para a mesma direção e viram uma Pâmela assustada, de olhos muito arregalados, que ainda mantinha a varinha de Hermione voltada para o inimigo desacordado.
-- Minha varinha?! – Hermione disse com a voz espantada
-- Caiu ao meu lado! – Pâmela disse recobrando a consciência da situação.
-- Você não podia... – Hermione disse assustada
-- Me desculpe! – Pâmela começou a dizer toda atrapalhada – Eu tentei ajudar! Só repeti o que ouvi um de vocês falarem. Sinto muito, eu não pensei! Espero que não vá lhe causar problemas.
Até Pâmela achou que suas palavras estavam saindo incoerentes. Ela estava confusa! Quase sem forças. Sentiu um forte peso após dizer as palavras com a varinha de Hermione apontada para o homem que a machucava. Parecia que cada centímetro do seu corpo perdera a força após sentir uma onda quente percorrer-lhe. Ela não entendia! Estava a ponto de desmaiar... Era a única certeza que tinha.
-- Você não podia... – Hermione repetiu ainda assustada
-- Desculpe! Eu... você disse que podiam usar as varinhas dos outro...
Pâmela se calou! Até Harry a olhava assustado.
-- Por que estão me olhando assim! Eu não fiz nada de errado, fiz? Eu só quis ajudar... – o tom de Pâmela começou a ficar desesperado. Todos ainda a olhavam em silêncio. Foi então que Rony, gaguejando, se manifestou e disse o que para Pâmela foi a revelação mais absurda que poderia ter ouvido.
-- SOMENTE UM BRUXO É CAPAZ DE FAZER MAGIA COM A VARINHA DOS OUTROS!
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