Dois!!!!
-Acorda, Weasley! Eu sei que beijo muito bem, mas não era pra você ficar assim. – Disse Draco, sorrindo satisfeito.
Gina balançou a cabeça e o olhou. Seus olhos estavam rasos de água, mas não transmitiam a raiva e o desenho imenso que estava sentindo.
-Eu não sou o monstro aqui, Malfoy. Sabe por quê? Porque eu não brinco com os outros. Eu não os uso para coisas ridículas. – a garota respirava com dificuldade, sabia que se desse trela, iria chorar. Mas não queria pagar mico na frente de um idiota como o Malfoy.
-Eu uso. Quer coisa, não?! Vai ver é por isso que você vive na pobreza e eu na riqueza.
Draco deu mais uma gargalhada alta e voltou a encarar a ruiva nos olhos. Ela estava se aproximando. Andava devagar como se quisesse saborear cada passo que dava.
O loiro não conseguia entender o que a garota estava fazendo e retirou o sorriso do rosto.
-O que você está fazendo, Weasley? – perguntou, um pouco assustado.
A ruiva não respondeu. Continuou encarando-o nos olhos e andando vagarosamente na sua direção.
Draco levantou sua varinha na direção dela e engoliu um seco. Gina parou de andar e jogou sua varinha no chão, deixando Malfoy mais confuso.
-É melhor você não tentar nada, garota. Ou você vai acabar morrendo. Eu estou armado e você não.
Gina continuou andando, enquanto Draco somente olhava assustado.
A ruiva foi chegando cada vez mais perto, até que encostou sua boca na orelha do loiro.
-Eu não vou te atacar, Malfoy. Mas também não vou ser uma trouxa. Sabe de uma coisa? Eu acho que você não passa de alguém que está sozinho no mundo. Sem nenhum amigo. Sem ninguém pra te amar de verdade.
A espinha de Draco estava se arrepiando pelo fato da garota estar tão perto e de o estar deixando indefeso. Não conseguia empurra-la nem ataca-la. Mas estava com medo daquelas palavras.
-Deus é muito bom e me deu a oportunidade de te mostrar que você não está sozinho, Malfoy. – disse a ruiva, sorrindo e depois mordiscou a orelha do garoto.
Aquilo o levou ao estado de desequilíbrio. Soltou a varinha no chão, empurrou Gina para frente, depois a puxou pela cintura e a beijou.
A ruiva deu o beijo ainda sorrindo. “Vou mostrar a ele que não sou uma criaturinha boba!”, pensou. O problema é que ele a deixava louca. Estava toda arrepiada. E queria cada vez mais.
Gina passou a mão na cabeça de Draco até chegar à nuca, apertando a mesma com força. Parece que aquela foi a chave para deixar Draco ainda mais selvagem, porque, depois daquele gesto, o beijo se tornou mais intenso.
Nenhum dos dois conseguia pensar em mais nada a não ser no momento que estavam vivendo.
Foi quando Gina sentiu que o loiro colocava uma das mãos por debaixo de sua blusa. Ela parou e se afastou. Ambos estavam bufando e olhavam assustados um para o outro.
-Nunca mais... faça isso... Weasley. – disse o loiro.
-Foi você quem... quem começou, Draco.
-Desde quando você tem intimid... – mas ele parou de falar, visto o que acabara de acontecer.
Ambos ficaram um longo tempo sem dizer nada, apenas encarando o chão. Até que Gina quebrou o silêncio.
-Será que tem um jeito da gente sair daqui? – perguntou, olhando a velha sala.
-Eu duvido. Pra sair daqui tem que achar a porta.
-Isso tudo é culpa sua, Malfoy!
-Minha culpa? – disse o loiro, levantando a voz. – Você é que entrou aqui depois. Eu já estava aqui.
-E o que estava fazendo? Posso saber?
-E desde quando isso te interessa?
-Desde a hora em que eu entrei aqui.
-Pois eu não vou falar.
-Ah! Que ótimo! Eu venho, toda feliz, procurar o Harry para me ajudar com o dever de casa, acho a porta dessa droga dessa sala aberta e entro, na minha inocência, e vejo o crápula do Malfoy, deitado no chão. Acho que ele está machucado, entro e levo ferro, porque ele acorda e tira a varinha do bolso, falando que eu sou muito intrometida e que sou um monstro por estar atrapalhando-o a fazer não sei o que. – disse ruiva mais para si que para Draco. – E agora a gente não consegue sair porque a porta se fechou enquanto ele atirava um feitiço em mim. Parabéns, Malfoy!
-O QUE? ESCUTA AQUI! A CULPA NÃO É SÓ MINHA! NINGUÉM MANDOU VOCÊ ENTRAR AQUI!
-EU JÁ DISSE QUE NÃO FOI POR QUERER! EU TAVA PROCURANDO O HARRY! QUE DROGA, MALFOY!
-MAS O FEITIÇO QUE BATEU NA PORTA FOI O SEU!
-NÃO FOI O MEU NÃO!
-LÓGICO QUE FOI!
-MAS ERA VOCÊ QUEM ESTAVA VIRADO PARA A PORTA!
Draco ficou calado. Era verdade.
-MAS NÃO INTERESSA ISSO.
Gina começou a rir. A rir é pouco. Começou a gargalhar.
-Do que você está rindo, Weasley?
-De você! – disse em meio aos risos.
-Por que? Ta me achando com cara de palhaço?
-Seria bem próximo! Hauahuah! Mas é que você ficou sem resposta! Hauahuah. Eu não acredito que deixei você sem resposta. Hauhauha.
Draco ficou olhando para a ruiva. Não sabia se sorria ou se continuava de cara fechada. Em meio aos dois, virou de costas. Gina continuou rindo.
-O que foi, Malfoy? Te magoei, foi?!
-Não enche, Weasley.
-Oh! Tadinho dele. Magoei o sr. Draco Malfoy.
-Não enche, Weasley.
-E por quê eu não iria te incomodar se é isso que você vem fazendo todos esses anos comigo?
-Porque eu sei um meio de calar a sua boca. – disse o loiro se virando para ela. – E, acredite, é um jeito que você gosta.
Gina enrubesceu e se calou, enquanto Draco sorria com satisfação.
-Te perturbei, Weasley?
-Não enche!
-Parece que invertemos o jogo agora, não é?
-Já disse pra não encher! Será que dá pra você me ajudar a procurar essa droga dessa porta? – falou a ruiva se levantando e tateando a parede.
O loiro levantou uma sobrancelha.
-Você acha que vai achar a porta dessa sala assim?
-Acho.
-Weasley, essa é a sala precisa. Você só vai achar a porta se concentrar-se muito bem no que quer.
-Acredite ou não, eu já tentei assim e não consegui.
-Então é porque estava pensando em outra coisa. Não se concentrou devidamente. Por acaso meu beijo te deixa assim? – disse Draco sorrindo sarcástico.
-E você? O que estava fazendo? Será que eu te deixo tão desconcentrado assim pra você nem se quer pensar na droga da porta?
Ambos se calaram. Sabiam que não haviam lembrado desse detalhe por causa dos beijos trocados.
-Então vou me concentrar agora, porque não consigo ficar nem mais um segundo trancada com você. – falou a ruiva, fechando seus olhos e abaixando a cabeça.
-Tem certeza?
-Eu quero que a porta dessa sala abra! Eu quero que a port...
-Você não está se concentrando, Weasley.
-Eu quero que essa merda dessa porta abra! Eu quero que a porta abra!
-Concentre-se Weasley. Será que não consegue fazer isso?
-EU QUERO QUE ESSA PORTA DESSA SALA ABRA! EU QUERO QUE ESSA PORTA DESSA SALA ABRA! EU PRECISO QUE A PORTA DESSA SALA ABRA!
-Precisa?
Gina se assustou. A voz de Draco estava baixa, mas ela podia ouvir. Sentia sua respiração e sabia que, se abrisse os olhos, daria de cara com os olhos do loiro.
-EU PRECISO IMENSAMENTE QUE ESSA PORTA DESSA SALA ABRA! EU QUERO MUITO PORQUE PRECISO QUE ESSA PORTA DESSA SALA ABRA!
-Precisa, Weasley? Será que está assim tão desesperada.
Gina sentiu que podia enlouquecer. Ele estava muito próximo e ela não estava conseguindo se segurar.
-EU PRECISO, DROGA! MÉRLIM! ME AJUDA!
-Abre os olhos, Weasley!
-MÉRLIM!
A ruiva o sentiu cada vez mais perto, até que ambos ouviram um pequeno barulho. Olharam para o lado e lá estava a porta.
-Eu não acredito! Funcionou! – Disse a garota, ainda olhando para a porta. – Valeu, Mérlim! Você é demais!
-Mérlim é demais mesmo.
Gina voltou a olhar para Draco Malfoy e sentiu-se enrubescer.
-Será que você pode sair da minha frente? Eu quero muito sair dessa sala.
-E se eu não sair da sua frente?
-Eu mato você.
-Então mata.
A ruiva olhou para o garoto e sorriu. Aproximou-se de seu rosto, deu-lhe um beijo na bochecha e o empurrou no chão.
-Você é tão idiota quanto eu, Malfoy.
-Garota estúpida. Você não sabe com quem foi se meter.
-Que tal com um loiro oxigenado metido, idiota, convencido – A ruiva ia observando o loiro se levantar e a encarar de cara feia. – chato, nojento, que me deixa bastante irritada e que eu odeio tanto?
-Acho que você não terminou a sua frase.
-Eu sei. Mas é que se eu fosse falar tudo o que você é nunca sairia dessa sala.
-Só que você esqueceu um detalhe. – disse o loiro se colocando em frente a porta. – Você só sai se eu deixar, Weasley.
Draco soltou uma gargalhada alta, enquanto Gina o olhava com raiva.
-Eu não vou ficar presa com você aqui pra sempre, Malfoy.
-Pra sempre não, porque eu não mereceria tamanha crueldade. Mas quem sabe hoje?
-O dia inteiro com um verme igual você? Mas nunca na minha vida inteira.
-Pois eu digo o mesmo, Weasley.
Gina fechou a cara mais ainda e caminhou na direção do loiro.
-Que medo dessa cara, Weasley. – disse o loiro, debochando.
-Pois deveria temer! – disse a ruiva chegando mais perto.
-O que é que você vai fazer? Me bater?
-É! – disse a garota e começou a socar a barriga de Draco, que se defendia sem sair do lugar.
-Ai, Weasley! Para!
-Sai da minha frente, seu loiro ridículo! Sai agora! – falou a ruiva ainda socando Malfoy.
-Você é pequena, mas está me machucando, Weasley! Para!
Gina não respondeu nada e continuou.
-PARA DROGA! PARA COM ISSO! – Estressou o loiro, segurando a ruiva pelos braços.
Gina parou e o encarou assustada. Draco olhou pra ela com raiva, mas depois amoleceu o olhar e sorriu. A ruiva teve medo daquele sorriso. Era o mesmo sorriso que ele dava antes de... antes de beija-la. Ela não queria que ele fizesse aquilo, porque sabia que não ia resistir e ia ceder ao beijo.
-O que foi? Parece que ficou assustada.
-Nem pense em fazer isso, Malfoy!
-Fazer o que? – disse o loiro, se aproximando.
-O que você está pensando... – disse a ruiva, tentando se soltar dos braços de Malfoy. – Dá pra me soltar.
-Por que, Weasley? Ficou com medo?
-Eu não tenho medo de você.
-Mas parece um pouco assustada. Ou seria... – disse ele chegando ainda mais perto e a olhando nos olhos. – Seria descontrolada?
-Só se for descontrolada para te bater, Malfoy. Me solta agora!
-Eu não quero, Weasley.
-O que você quer, então, droga! – falou, se arrependendo logo em seguida, fazendo o loiro arrogante sorrir mais ainda.
-Você nem pode imaginar o que eu quero. – disse Draco, sussurrando no ouvido da garota, a deixando completamente arrepiada.
-Acalme-se, Weasley. Não vai doer nada. Você vai até gostar, vai ver.
Draco a olhou mais uma vez nos olhos e depois os fechou, chegando mais perto e pressionando seus lábios contra os de Gina, que, em resposta, também fechou os olhos e abiu a boca.
As mãos de Draco percorriam toda as costas da garota, enquanto ela passava suavemente suas mãos pelo cabelo loiro. Ambos não conseguiam pensar em mais nada, só naquele momento.
Algum tempo depois separaram seus lábios e ficaram se encarando. Ele não sabia o que fazer e ela não sabia o que falar. Draco sorriu com o canto da boca e Gina retribuiu o sorriso, timidamente.
O loiro saiu da frente da garota, dando-lhe passagem, gentilmente.
Parecia que ambos estavam no mundo da lua. Ele estava sendo gentil com ela e ela retribuía sua gentileza com sorrisos tímidos, mas que o encantavam.
Encosta seu ouvido em minha boca Que eu te boto tonta
Desliza sua mão no meu cabelo
E aperta minha nuca
Adoro seu sorriso bobo
E sua cara de assustada
Enrosca o meu pescoço
E nao queira mais pensar em nada
************************************
Dois dias haviam se passado desde o acontecimento na sala precisa.
Gina não conseguia parar de pensar nos beijos trocados e da gentileza do Malfoy que ela conhecera ali.
-Eu não consigo acreditar, Gina. Sério. Justo o Malfoy? Você não deve ter suportado ficar perto dele durante aquele tempo todo, não é?! – perguntou-lhe Hermione.
-É... Não foi nada fácil. – comentou a ruiva.
-Compreendo. Mas o que aconteceu lá dentro?
-Nada demais. Só nos xingamos, quase nos matamos, discutimos... Essas coisas normais.
-Mas como você conseguiu abrir a porta?
-Desejei com todas as minhas forças. – disse, num suspiro.
As duas continuaram caminhando, conversando distraídas, até que Gina bate em algo e deixa seus livros caírem.
-Olha por onde anda, Weasley! – disse-lhe uma voz conhecida.
Gina estremeceu. Não havia encontrado com Malfoy fazia dois dias. Tinha medo do que poderia fazer ou do que ele poderia fazer. Mas parecia que nada havia mudado. Lá estava Draco Malfoy, com seu ar de superior, tendo ao seu lado, Crabbe, Goyle e Pansy.
-Olha você, Malfoy! – falou Hermione, se abaixando para ajudar Gina a juntar seus livros.
-Não enche, sangue-ruim. Vamos Draco! Vamos embora antes que peguemos alguma doença dessas duas nojentas. – disse Pansy, seguindo em frente, chutando alguns livros da ruiva e tendo atrás de si, Crabbe e Goyle.
Draco ficou parado, observando a ruiva, depois seguiu caminho, vagarosamente. Gina levantou o olhar para o loiro e viu que ele ainda olhava para ela, apesar de caminhar na direção dos outros três sonserinos. Encararam-se por um instante e então, Draco sorriu com o canto da boca, assim como havia feito na sala precisa. Gina o olhou sorrir e retribuiu o sorriso, ficando vermelha, depois voltou a atenção para os livros.
Ambos sabiam que o que havia acontecido teria que ser segredo. Um segredo que somente os dois poderiam saber. E, de algum modo, sabiam que tudo iria mudar. Principalmente na vida de uma ruiva e de um loiro.
N/A: Num sei se ficou boa, mas eu gostei da idéia! Agradeço ao comentário!!! Foi ótimo para que eu continuasse a história...
Obrigado aos outros que leram!
bj
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!