Um!!
-Você não presta, seu monte de lixo! – gritou o homem, apontando a varinha na direção da outra.
-Eu não presto? Olha pra você, seu monstro! – gritou a garota em resposta, apontando a varinha na direção do homem.
-Tem certeza que eu sou o monstro? – disse ele, sorrindo em deboche. - Ao menos não fui eu quem quebrou o espelho do próprio quarto!
-EXPELLIARMUS!
-IMPEDIMENTA!
-Eu não quebrei nenhum espelho, Malfoy!
-Tem razão, Weasley! Sua mãe quebrou um espelho pra você! Sabe por quê? Porque você já nasceu estragada e cheia de azar!
Uma gargalhada cortou o ar retumbando nos ouvidos da ruiva e aumentando mais ainda sua raiva.
-Não fale da minha família, seu loiro oxigenado! Você não tem esse direito!
-Vocês, Weasley, vocês dessa sua família é que não tem o direito de conviver com gente como a minha família.
-A minha família não vive no meio da sua família Malfoy, porque não estão presos em Azkaban! Afinal de contas é somente lá que vocês se sentem à vontade, não é?!
-Ora sua... EXPELLIARMUS!
-IMPEDIMENTA!
-Cuidado com o que fala da minha família, Weasley. Você pode acabar morrendo!
-Não pelas mãos de alguém como você, Malfoy. Você não pres...
-SERPENSORTIA!
Da ponta da varinha do loiro uma cobra saiu. Gina empalideceu. Se a fraqueza de seu irmão eram as aranhas, a sua, com certeza, eram as cobras. Podia-se dizer que qualquer cobra lhe lembrava o terrível basilisco.
A ruiva encarou, tremendo, a serpente à sua frente. Seus olhos a olhavam com certo desejo de morte. Sua língua, pequena e fina, estava inquieta, saindo, a cada segundo, da pequena boca da cobra. No fim de seu corpo estava um chocalho que não parava de balançar.
Gina engoliu seco e desviou seu olhar para Draco Malfoy. O loiro sorria satisfeito de ver o medo que ela sentia da serpente.
A garota sentiu seu sangue subir até os últimos espaços de sua cabeça, tomando conta de todo o seu corpo. Voltou a encarar a cobra, segurou a varinha e gritou:
-VIPERA EVANESCA!
O feitiço acertou a serpente, fazendo com que ela desaparecesse completamente da frente de Gina, retirando o sorriso do rosto de Draco Malfoy.
-Não esperava que eu conseguisse, não é?! Pois saiba que tudo o que vem de você não me mete medo, idiota!
-Jura? – disse o loiro, voltando a sorrir. – Por alguns instantes parecia que você ia até quebrar no meio, de tanto que você tremia. E eu achei que o seu irmão tinha medo de coisas idiotas. Realmente todos os Weasley são ig...
-EXPELLIARMUS! – Gritou Gina.
-IMPEDI...
O problema foi que Draco não conseguiu terminar o feitiço de defesa antes do feitiço de Gina lhe acertar. Acabou sendo arremessado na parede. Caiu no chão e, rapidamente se levantou.
-Como ousa, Weasley?! Agora você vai ver... – disse apontando a mão fechada, mas vazia na direção de Gina, que sorria satisfeita. – O que? Mas... – Disse, batendo as mãos em todos os bolsos do casaco e olhando em volta de si. - Cadê... Cadê a minha varinha? Droga! Cadê...
-Está procurando por isso, Malfoy?!
Draco olhou para a ruiva e ficou mais pálido ainda. Gina segurava sua varinha na mão.
-Agora você é quem está indefeso, imbecil! – Falou a garota, voltando a apontar sua varinha para o loiro.
-Weasley... Weasley... Mesmo assim você não consegue atirar nenhum feitiço em mim. Você é só uma garot...
-EXPELLIARMUS!
Draco Malfoy, mais uma vez, voou na parede e caiu no chão.
-Ai... – gemeu, se levantando devagar. – Droga, Weasley.
-O que você estava falando?
-Nada. Nada.
-Acho que você vai se ferrar agora, Malfoy.
-Está me culpando de quê?
-De quê? Por Mérlim! Todos esses anos que você passou sujando o nome da minha família, falando mal de todos nós, me enchendo o saco e o dos meus amigos.
-Só por isso?
-E você acha pouco?
-Acho! Isso não é nada. Só sou realista!
-O QUE?
-Calma, Weasley. Calma!
-Calma nada, Malfoy! Não me enche. É melhor para você.
Draco se calou e ficou olhando para o chão.
-O que foi, Malfoy? Tirei a sua moral? – falou a ruiva, sorrindo.
O loiro nem se mexeu. Continuou olhando para o chão, porém, agora, de olhos fechados.
-Acho que você se ferrou mesmo, Malfoy. – continuou a ruiva, porém com um pouco de preocupação na voz. “Ele deve estar aprontando alguma!”, pensou. – Vamos, Malfoy. Eu quero que você me ajude a arrumar um jeito da gente sair daqui. Anda!
Draco não se mexia.
-Anda, Malfoy! A culpa de a gente estar preso aqui é toda sua! – disse a garota, se aproximando. – Mas que saco! Eu sei que você está aprontando alguma. Não sou boba.
Quando Gina estava a um metro do loiro, ele despencou no chão.
-Ahhh! – gritou a garota, se abaixando imediatamente. – Para com isso. Não está na hora de você fazer gracinhas! Levanta!
A ruiva sacudia o corpo de Draco, enquanto sentia uma ponta de medo de ter acertado o feitiço forte demais.
-Me diz que você não bateu a cabeça na parede, Malfoy. Por favor. – disse mais para si do que para o loiro.
Gina desistiu de sacudi-lo e se levantou.
-O que é que eu posso fazer? E se ele estiver desmaiado. Passando mal? E se ele morrer? Droga! Não quero ir pra Azkaban.
“Confere se ele ta respirando”, disse uma voz na sua cabeça.
-Como?
Gina olhou para Draco estirado no chão.
-Eu não quero chegar perto dessa doninha. Mas não posso deixá-lo morrer. Maldito bom coração! Por que você insiste em aparecer nessas horas?
A ruiva respirou alto e se abaixou ao lado de Draco. Passou a mão suada na testa e mordeu o lábio inferior. Depois foi chegando perto do rosto do loiro. Reparou que ele não tinha uma espinha sequer. Tinha a pele mais limpa que de neném e um cheiro que a estava deixando louca. Sacudiu a cabeça e continuou se aproximando. Virou seu ouvido na direção da boca de Draco e tentou ouvir sua respiração. Sentiu sua pele gelar. Não conseguia ouvir nada.
“Não morre, Malfoy! Pelo amor de Mérlim, não morre!”, pensou, fechando seus olhos.
-Não morre! Droga! Não morre! – falou mais alto.
-Eu não morri, Weasley!
Gina abriu seus olhos no susto e virou seu rosto para encará-lo nos olhos. O problema foi que ela se esqueceu da proximidade que estavam. E assim que seus olhos encontraram os dele, sentiu seu rosto queimar como fogo. Depois sentiu que uma mão lhe enlaçava pela cintura, enquanto a outra empurrava sua cabeça para mais perto. Foi então que fechou os olhos e sentiu os lábios do loiro encontrarem com os seus.
Foi uma explosão na sua cabeça. Seu corpo sentia ondas de calor maiores que tudo. Sua espinha se arrepiava cada hora em que ele passava as mãos pelas suas costas. Até que seus lábios se desencontraram, mas ele continuou lhe beijando o pescoço, enquanto a ouvia dar certos gritinhos baixos. Ele sorriu satisfeito.
Foi quando o loiro parou e sussurrou no ouvido da ruiva:
-Eu sabia que ia consegui te desarmar.
Gina abriu os olhos assustada e se afastou rapidamente.
-Seu... seu... Eu sou uma idiota. – disse, ainda empalidecida. Não conseguia acreditar que havia cedido. Não acreditava que tinha beijado Draco Malfoy.
Olhou mais uma vez para o loiro. Ele sorria bem satisfeito e tinha sua varinha novamente em mãos.
“Eu realmente sou uma idiota. Idiota. Idiota.”.
-Weasley? Ei! Acorda Weasley! – disse Malfoy, sacudindo sua mão na frente do rosto da ruiva. Mas ela nem olhou. Estava perdida em seus pensamentos. E o pior é que sentia um grande desejo de continuar o que estava fazendo.
Enrosca o meu pescoço Dá um beijo no meu queixo e geme, geme
O dia ta nascendo
E nos chamando pra curtir com ele
Adoro esse seu sorriso bobo
E a tua cara de assustada
Enrosca meu pescoço
E não queira mais pensar em nada
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