Essência de fantasma
Harry tomou coragem e entrou.
A ponte de ligação ainda estava aberta na extremidade da sala. O candelabro flutuante ainda continha uma vela acessa e Draco bem abaixo dele, desmaiado com uma réstia de sangue escorrendo pela testa. Voldemort segurava Lúcio pelas vestes, o erguendo um palmo do chão.
_ Solte ele! _ Harry empurrou a porta, para que ele não vissem Sirius e Charlotte que ficaram do lado de fora.
Voldemort virou-se soltando Lúcio, que se arrastou até onde o filho estava. Seu olhar de assassino maníaco pousaram em Harry:
_ Ora, ora... _ ele falou calmamente, mas em seguida sua voz ficou pesada e irritada _ Harry Potter se dando a honra de morrer da forma mais fácil, vindo até mim?
_ Sinto ter que interromper sua discussão com antigos funcionários. Mas ainda temos muitas coisa pendente para resolver.
_ Conversar?... Ah, não vou mais cair nessa cilada de "converse com o mocinho enquanto seus amigos vão chamar ajuda". _ dizendo isso ele atirou Lúcio longe e sacando rapidamente a varinha, fazendo várias bolas de luz verdes saírem da ponta dela e se chocarem formando outra de tamanho maior _ Fangulis!
A bola luminosa disparou em direção do garoto. Harry tentou se desviar correndo para o outro lado da sala. Mas ao invés dela se chocar com a parede ela parou, mudou de direção, e disparou novamente, como se fosse programada para persegui-lo. Harry vendo que não tinha como escapar, agarrou uma das cadeiras e atirou no feitiço. A cadeira se incendiou no mesmo instante que o atingiu e virou cinzas rapidamente.
Harry não teve tempo de respirar aliviado. Quando voltou-se para o lorde das trevas, havia mais três bola luminosas ao seu lado só esperando para serem lançadas.
_ E agora, fedelho? Fangulis!
Harry agarrou a outra cadeira e também lançou. Olhando para as outras duas bolas verdes e depois para a última cadeira, enquanto a que fora lançada se vaporizava na sua frente, e Voldemort ria diabólicamente.
"Charlotte?! Anda logo!" ele engoliu em seco.
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O feitiço de paralizamento que Dumbledore tinha lançado no ministro já havia passado.
Os dementadores saíram sem permissão de ninguém, Pedro teve um ataque e desmaiou e todos estavam ainda sem saber o que aconteceu.
_ Isso foi o cúmulo, Dumbledore! _ o ministro gritava com a cara escarlate, quase pulando de raiva _ O quê você pensava estar fazendo?!!!
_ Acalme-se Fudge! _ Dumbledore falava alto para sua voz poder se sobrepor a do ministro _ Agora não é hora disso! Voldemort está aqui!
_ ELE MORREU!!!
_ NÃO! _ Emily chegou ofegante na porta.
_ Outra pirralha lunática! Não vai me dizer que também é aprendiz de Você-Sabe-Quem?!
_ Não. _ respondeu Emily torcendo a cara _ Sou uma aluna de Hogwarts, e vim pedir ajuda o a meu diretor.
_ Onde eles estão Emily? _ perguntou Dumbledore.
_ No segundo andar, na sala onde Lúcio está preso.
_ Precisamos de ajuda! _ Dumbledore olhou para os bruxos e bruxas a sua vota _ Se vocês realmente não querem acreditar, me sigam e veja com seus próprios olhos.
_ Está louco! Ninguém pode aparatar aqui dentro, muito menos entrar sem permissão!
_ Acho que não ministro. _ os presentes se voltaram para Emily _ Eu e Harry Potter entramos aqui por uma janela do primeiro andar, e parece que Sirius Black também entrou por lá.
Fudge, desnorteado com essa afirmação, permaneceu parado sem dizer nada.
_ Vamos Emily. _ Dumbledore saiu com a garota em seus calcanhares.
Os bruxos e bruxas se encararam. Rita Skeeter se levantou:
_ Não sei quanto a vocês, mas eu não posso perder essa matéria! _ e saiu com sua pena de repetição correndo pelo bloco de notas. Depois dela todos os outros saíram também seguido Dumbledore. O ministro, voltando a si, foi o último a sair.
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_ É melhor entrar. _ disse Sirius para Charlotte, eles estava no lado de fora da porta ouvindo o que acontecia lá dentro.
_ Espere mais um pouco.
_ Esperar? O que pretende fazer?
_ Equilibrar as coisas. _ Ela pegou um dos frascos com uma espécie de espuma amarela.
_ O que é isso? _ ele perguntou.
Charlotte riu, como uma criança planejando um vingança contra o irmão. Ela retirou a rolha que tampava o frasco e o bebeu em um só gole.
_ Está louca? _ Sirius se sobressalto, mas diminuiu o tom de voz para continuar depois que ela colocou o frasco no chão silenciosamente _ E se for veneno? Isso estava confiscado, pode ser veneno!
_ Mas não! É uma poção especial, que a maioria dos comensais têm... _ ela flutuou alguns centímetros do chão. _ Poção contra a gravidade, não é perigosa, a não ser que seja tomada muitas doses. Pode se quebrar o pescoço com a queda... Segure estes agora. _ ela lhe entregou dois dos frascos e o outro, de uma cor prateada que parecia imitir um brilho bruxelante, ela bebeu também. _ Esse é o melhor... olhe! _ e colocou a mão na frente do rosto dele.
Sirius empalideceu, e seu rosto aos poucos ficou iluminado por uma luz fraca. A mão de Charlotte, que já era quase branca, ficou branco-pérola e estranhamente transparente. Ele respirou fundo e perguntou gaguejando:
_ Vo-você virou um fantasma?
_ Emily me deu essa idéia quando eu estava na enfermaria. _ respondeu ela virando as mãos agora na frente dos seus olhos _ Isso é apenas um essência, perfeita para enganar um auror, vai durar uns cinco minutos. Agora ao plano! Está vendo esse frasco com fumaça azul? Abra ele apontando para dentro, é uma ventania artificial... e esse outro, quando eu mandar, entre e o jogue aos pés dele. O certo seria ele beber, mas jogar nele vai deixa-lo atordoado.
_ Mas...?...
Ela pediu silêncio com um gesto e prestou atenção no que estava acontecendo na sala. O último feitiço de fagulhas estava para se usado. Era agora:
_ Vou entrar! _ sussurrou ela decidida atravessando a porta entreaberta. Sirius abriu o frasco coma ventania e empurrou para a fresta da porta.
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Harry fechou os olhos assim que a última cadeira se reduziu a cinzas. Não sabia o que Charlotte ia fazer, nem se essa idéia dela ia demorar muito, mas só mais alguns segundos e ele viraria poeira.
_ Achou que poderia me enganar? _ ele riu friamente. _ É o seu fim Harry Po... _ alguma coisa chamou a atenção de Voldemort. A luz das velas dos candelabros apagaram, e as únicas fontes luminosas da sala eram o feitiço, a ponte de ligação e algumas coisa prateada na porta.
_ Oi Tom! _ A ventania durou pouco tempo, mas além e apagar as velas, fez parecer que Charlotte não tinha vindo da porta, mas de algum outro lugar. Seus cabelos esvoaçavam e a veste se agitava como se alguém as estivesse puxando para frente.
Voldemort delirante lançou o último feitiço nela, assim que percebeu de quem se tratava. Ele a atravessou, fez um buraco na porta, ricocheteou na parede do corredor e seguiu quicando pelo corredor. Voldemort o seguiu com o olhar e depois, ofegando em pânico, olhou para Charlotte que permanecia séria:
_ Fan-fantasma, Charlotte?
_ Devia ter imaginado. _ ela falou severamente pedindo, com um gesto de mão, para Harry se juntar com Lúcio na parede da esquerda _ Você me matou quando eu descobri que tinha mais coisa para resolver do que eu imaginava. _ Ela seguiu flutuando até a parede onde eles estavam e se pós na frente deles ficando bem próxima a ponte de ligação que já estava começando a se fechar.
_ Você não vai machucar eles!
Voldemort a seguiu virando o corpo e ficando de costas para a porta. Permaneceu sério raciocinando por alguns segundos, mas logo seu rosto se torceu em um sorriso desdenhoso:
_ E o que um fantasma pode fazer para me deter? _ com um gesto de varinha fez mais um feitiço de fagulhas que se juntaram. _ Não está dentro de suas possibilidades deter isso, está?
_ AGORA SIRIUS!!! _ ela gritou e a porta se escancarou.
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_ Estamos perto! _ disse Emily virando-se e comentando com o diretor.
_ CUIDADO! _ Dumbledore a agarrou pelo braço e eles se encostaram na parede no mesmo instante em que uma bola luminosa verde, do tamanho de uma bola de ping-pong, passou quicando por eles.
_ O quê era aquilo? _ perguntou o diretor.
_ Eu já vi esse feitiço! Mas ele era bem maior. Foi no castelo, aquele que Voldemort lançou em Charlotte.
Eles ouviram passos no corredor. Dumbledore tentou avisar, mas no momento em que ia falar, Rita Skeeter gritou:
_ MINHA PENA!!! QUEM FEZ ISSO?!
_ Tarde de mais. Vamos!
Eles continuaram andando.
"Espero que não seja tarde" pensou Emily.
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A porta bateu com força na parede. Sirius apareceu e jogou o frasco bem aos pés de Voldemort. Uma fumaça púrpura o cobriu no mesmo instante que o frasco se quebrou e o líquido manchou suas vestes.
Quando a fumaça se desfez, ele olhou confuso para os cacos de vidros e depois para Sirius:
_ Você!?
Sirius, meio abobado, ainda estava parado na porta na poção em que jogou o frasco. Ele lançou um olhar interrogativo para Charlotte. Ela permaneceu calada.
_ Você _ continuou Voldemort _ é todo o socorro que eles conseguiram além do fantasma dela? Pelo que vejo seus recursos estão limitados Harry! _ ele sorriu sarcasticamente e apontou a varinha para Sirius. Harry sentiu o coração gelar. _ Um alvo fácil. Ava...
_ NÃO!!! _ Harry, num salto, derrubou Voldemort de cara no chão. A varinha dele rodopiou pela sala parando em baixo de Charlotte, que rapidamente tentou pegá-la. O bruxo levantou a cabeça com o nariz pingando sangue e sorriu ao ver que ela não conseguia.
Nesse instante, na porta, apareceram Dumbledore e Emily, e logo depois os outros se amontoavam para poder ver o que estava acontecendo dentro da sala. O rosto de Voldemort se entortou de raiva quando viu diretor. Ele jogou Harry ao se levantar repentinamente e correu na direção de Charlotte que, desesperada, tentava pegar a varinha. Ele ofegava de raiva e seus olhos pareciam soltar faíscas.
Charlotte fechou os olhos, vendo que não tinha mais chances, mas ela não sentiu nada passar. Um ventou lhe informou que Voldemort havia passado por cima dela, e quando ela abriu os olhos viu ele caindo de cabeça dentro da ponte de ligação.
_ Ma-mas como ele...?... _ ela olhou para outro lado e viu Draco com a perna esticada bem no caminho em que o bruxo correu alucinado. _ Draco? AII! _ Ela caiu no chão. O efeito da poção de levitação tinha passado. A ponte de ligação estava quase se fechando
_ Harry! Venha aqui! Essa varinha tem a mesma pena que a sua! Aplique um feitiço de confusão na ponte antes que ela desapareça!
Harry apanhou a varinha e apontou para um buraquinho do tamanho de uma laranja:
_ Confundis! _ ele gritou, e quando a ponte sumiu ele desmoronou de joelhos no chão deixando a varinha cair ao seu lado.
_ Harry! Você está bem? _ Emily perguntou, mas correu para onde Draco estava.
_ Então ministro? O quê me diz do que acabou de presenciar? _ perguntou Dumbledore serenamente. Fudge passou o olhar em Lúcio, Emily e Draco no chão, depois em Charlotte, ainda como fantasma, caída no chão e em Harry ao lado de onde a ponte acabara de se fechar. Permaneceu parado como uma estátua na porta.
Charlotte começando a ficar "viva" de novo, se levantou, e com um pouco de dificuldade, caminhou até Harry e ajuntou a varinha do chão:
_ Podemos acabar logo com isso? Eu não quero mais ficar aqui! _ disse ela sussurrando.
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Depois de mais duas horas de depoimento, finalmente chegaram a um final.
Charlotte teve que explicar todo o seu plano para os presentes. Segundo ela, se usassem o feitiço de confusão na ponte com a própria varinha que a criou, talvez Voldemort nunca conseguiria sair, mas isso não era certeza. Ela denunciou onde foi o esconderijo deles durante todo esse tempo, e falou vários nomes que não tinha sido punidos durante a primeira queda de Voldemort.
Lúcio foi condenado, mas não para Azkabam. Ele teria que prestar serviços durante um bom tempo para a escola e o ministério. Charlotte iria ficar com ele de agora por diante. Tirando o fato de ela ser menor de idade, os dementadores não fariam efeito nela, então não havia lógica em mandá-la para Azkabam. Draco não poderia estar mais contente! Além de uma irmã comensal mais velha que ele, ganhou um alagatus em fase de crescimento e uma perna quebrada.
Emily, depois de ser reconhecida como uma Potter, resolveu ficar com sua família trouxa mesmo, pelo menos até se formar. E Harry teria que continuar com os Dursley, também até se formar.
'É melhor prevenir do que remediar!" disse Dumbledore "Essa ponte de ligação é apenas um contratempo".
Eles ainda tinha mais de meio ano de escola. Mas esses seriam dias mais agitados do que nunca, com direito a perguntas e esclarecimentos para toda a escola.
E a pena de repetição de Rita? Será que ela tinha um reserva?
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