A convocação



_ Ela está bem Tiago?

_ Sim!

_ Tem certeza que ninguém te viu?

_ Sim Lilían, tenho certeza! Agora vamos, ele está vindo!



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Não foi estranho para Veronika e Robert Hailey ver uma elegante coruja entrar pela sua janela e deixar cair em cima da mesa um envelope roxo.

_ Deve ser de Susan. Deixe que eu pego!

Veronika pegou o envelope e o leu. Com uma mistura de espanto e curiosidade, o entregou para Emily:

_ É...é para você.

Emily pegou, com a mesma expressão da mãe e abriu. Dentro tinha um pergaminho, um papel que ela já estava acostumada a ver em cartas da irmã. Começou a ler e quase chorando disse:

_ Mãe, é de Hogwarts! Diz que tem uma vaga para mim e me mandaram uma lista de materiais!

_ O quê?

_ Olhe se não acredita!

_ Olhe Robert, Emily...... Vai para Hogwarts!!!

_ O quê?

Emily correu até a mãe e a abraçou gritando:

_ Eu também sou bruxa!!!



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Charlotte estava deitada em sua cama revisando um livro. Tinha que estudar mais do que nunca, logo a coruja mensageira iria chegar com a esperada convocação para Hogwarts.

Ela olhou pela janela, o dia estava tão bonito. Ela preferia muito estar lá fora, ao invés de ficar trancada o tempo todo nesse quarto. Morava em um castelo antigo, longe de tudo. Nunca a deixaram sair dos limites da propriedade. As únicas pessoas que ela conhecia era as pessoas da casa. Havia uma cozinheira que era muito sua amiga, os servos que apareciam de repente dando informações e, é claro, seu pai.

Charlotte era muito parecida com ele. Não na aparência, mas no resto. Ela tinha os cabelos loiros e os olhos azuis, enquanto seu pai... Bom, podemos dizer que ele era muito diferente. Ele passava dias inteiros trancado na sua sala, e Charlotte sabia mais que ninguém as razões dele. Era muito poderoso e temido. Mas mesmo gostando muito dele, ela não tinha orgulho da fama do pai.

Desde que ela se conhece como gente, foi treinada. Precisava superar tudo e a todos, não importava o preço. Era isso que seu pai queria, e a única forma dela mostrar a ele, que era digna de ser quem era.

A porta do seu quarto se escancarou. Um homem alto entrou dizendo:
_ Charlotte, a carta chegou seu pai quer vê-la.



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Depois da janta todos foram dormir(ou pelo menos tentar). Foi quando, na escuridão do quarto, Veronika pergunta par seu marido:

_ Não acha estranho terem chamado Emily para Hogwarts?

_ Ora, Veronika! Emily é totalmente estranha! Desde que a adotamos há seis anos nunca achei que ela fosse normal. Nunca tivemos sequer uma informação sobre seus pais ou parentes.

Veronika olhou para a janela ao seu lado e sorriu:

_ Você lembra quando Susan tinha onze anos e chegou uma coruja pela janela? Lembra do susto que levei?

_ Eu também me assustei. _ Robert também sorriu _ Mas nos acostumamos com isso. Vamos nos acostumar com Emily... também.



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Emily estava com a cabeça a mil. Sabia a história de Susan Hailey ter ido para Hogwarts, e nunca imaginaria que ela, filha adotiva dos Hailey iria também algum dia. Sempre sonhou com isso, e agora seria realidade. Não conseguia dormir. O pensamento estava longe. Emily dormiu sonhando com a escola.



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_ Já mandei comprarem suas coisas. _ Disse o pai de Charlotte.

_ Mas e a varinha?

_ Não se preocupe! Eu te darei a minha varinha.

_ Mas e se ela não...?

_ Eu sei que é a varinha que escolhe o dono, mas essa é especial. _ Ele lhe deu uma caixa fina retangular. _ Experimente.

Charlotte pegou a caixa e a abriu. A varinha estava bem conservada, parecia não ter sido usada a anos.

_ Ande logo Charlotte! _ Seu pai a olhava com um enorme sorriso.

A menina pegou-a. Nada aconteceu de imediato, mas logo uma nuvem verde saiu da ponta da varinha.

_ Não te disse!

_ Eu li em um livro que quando as varinhas escolhem os donos, elas soltam... fagulhas.

_ Já falei que ela é especial. Era minha, não era?

Charlotte olhou bem para a varinha, e pensou em todas as coisa que seu pai já tinha feito com ela.

_ Amanhã você vai para Hogwarts. Essa noite fará o teste final... _ Ela a olhou profundamente _ Tenho certeza que você vi conseguir, filha.



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Já era dia 25 de agosto e Emily não havia comprado seus materiais. As aulas começariam dia 1º de setembro. Enquanto estava matutando, escutou:

_ Emily, se apresse!!!

_ Já vou mãnhe!!

Ela saiu correndo e quase caiu da escada.

_ Emily. Cuidado!!!

_ Desculpa.

_ Hoje vamos até o Beco Diagonal comprar seus materiais, pois daqui uma semana começam suas aulas.

_ YES!!! _ Emily mal podia conter sua felicidade.

Iria para Hogwarts! Depois de comprar seus livros e uma coruja ( que chamou de Susi, em homenagem à Susan), foram comprar uma vassoura. Presente especial.

_ Emily, sua irmã ficou tão feliz quando soube que iria para Hogwarts, que me mandou comprar uma Nimbus para você. Diz que é a melhor que tem. Pena que ela teve que viajar essas férias, ela ia adorar vir com você ao Beco Diagonal...

_ Sério? Não acredito! Uau! Uma Nimbus!!!_ Veronika sorria ao ver a felicidade de Emily, que quase pulava de alegria. _ Puxa, uma Nimbus em minhas mãos, nossa, que demais!!!



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_ Aqui nos separamos Charlotte.

Ela olhou para a plataforma. Era a primeira vez que ela saia, mas não estava entusiasmada como toda aquela agitação e gente da plataforma.

_ Seu pai vai entrar em contato te dando orientações sempre que precisar. Não esqueceu do medalhão?

_ Está aqui.

_ Coloque no pescoço.

_ Ele pesa muito. Prefiro deixa-lo no bolso... _ Ela o colocou no bolso do casaco e olhou para a sua amiga dizendo sem sorrir _ Vou sentir saudades.

_ Eu também, querida._ A cozinheira passou mão pelos cabelos loiros da menina _ Agora vá!



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De manhã a estação de trem estava cheia. Emily olhou para todas as plataformas e não achava a plataforma nove e meia.

_ Mãe, cadê a plataforma nove e meia.

_ Vem, eu te levo. _ Disse Veronika olhando para os lados.

Emily pegou na mão de sua mãe e pegou suas coisas. Veronika começou a andar em direção da parede. Andaram até que Emily não agüentou e sussurrou:

_ Mãe! Olha a parede!

_ Me siga e não tenha medo.

Ela continuou em direção da parede, até que Emily fechou os olhos. Como não sentiu nada abriu os olhos e viu um trem, e escrito na frente: HOGWARTS.

_ Calma filha. É uma passagem.

_ Nossa! Como vocês conseguiram achar isso quando trouxeram Susan no primeiro ano?

_ Da mesma forma que achamos o Beco Diagonal: Num passe de mágica.

Veronika começou a colocar as coisas de Emily no trem a menina ficou olhando as outras pessoas, ou melhor, os bruxos ao redor.

Depois de ter se despedido dos pais, ela entrou em uma cabine e viu, sozinha uma menina loirinha, com os olhos azuis e sua roupa de bruxa olhando pela janela.

_ Oi, meu nome é Emily. E o seu?

_ Charlotte _ falou a menina, seca e friamente, ainda olhando pela janela _ Charlotte Ollest.

_ Emily Hailey. Eh, hum......Da onde você vem?

_ Ah, cala a boca. Não tá vendo que não quero conversar?

_ Desculpe. ãhn.... Tchau!

Emily saiu quase chorando e sentou-se em uma outra cabine, em um banco sozinha. Foi quando percebeu que alguém sentou-se do seu lado e a chamou pelo nome. Não podia acreditar no que via:

_ Susan!!!

As duas ficaram conversando durante toda a viagem. Depois se separaram na estação de Hogsmeade.

Emily e os outros novos alunos, seguiram um gigante chamado Rúbeo Hagrid, e depois embarcaram em um barquinho. Ela olhava espantada para tudo o que via. Quando chegaram no castelo foram levados para uma salinha, e lá esperaram até serem chamados para entrar no salão principal, aonde seriam escolhidos para as casas.

Emily esperava ansiosamente para chegar seu nome. De repente:

_ Charlotte Ollest!

Charlotte foi andando devagar e com passos firmes, não olhava para ninguém. Foi selecionada para a casa da Sonserina.

_ Emily Hailey!

Emily levantou apressadamente e sentou-se no banquinho. De repente o Chapéu Seletor começou a falar.

_ Emily, um nome muito bonito. Vem de uma família especial. _ E ela ouviu: _ GRIFINÓRIA!

Ela queria ir para a mesma casa que sua irmã, a Corvinal, mas Grifinória era boa também. A única casa que não queria ir era a Sonserina. Não queria ficar perto daquela Charlotte. Sentou na grande mesa da Grifinória e a comida apareceu no prato instantaneamente. Depois do jantar, ela foi para o dormitório.



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Charlotte achou uma cabine vazia. Sentou ali e ficou olhando o movimento fora do trem. Todos se despediam. Ela gostaria muito que seu pai a tivesse trazido, não a cozinheira. Mas ela sabia que ele nunca poderia ter feito isso.

Ela estava quieta, absolvida em seus pensamentos, quando a porta se abriu e uma menina de cabelos castanhos e olhos verdes entrou:

_ Oi, meu nome é Emily. E o seu?

Ela não estava a fim de responder perguntas, queria apenas ficar ali sozinha.
_ Charlotte... Charlotte Ollest.

_ Emily Hailey. Eh, hum... Da onde você vem?

Agora Charlotte explodiu. Será que era essa garota não se tocava que ela queria ficar sozinha?

_ Ah, cala a boca! Não está vendo que eu não quero conversar?!

_ Desculpe, ãhn... Tchau!

Se fosse de natureza Charlotte rir, ela estaria rolando só por ver a cara assustada da menina. Mas ela continuou séria e voltou sua atenção para a janela. O trem estava começando a se movimentar.

Ao parar na estação perto da escola, ela seguiu os alunos novos. Não estava impressionada com os arredores de Hogwarts, porque lhe ensinaram tudo o que precisava saber sobre o lugar, inclusive as passagens secretas. Especialidades de seu pai.

Depois de atravessarem o lago eles seguiram para uma salinha apertada. De lá foram para o salão principal. Foi uma das primeiras a ser chamada para provar o chapéu seletor. Quando ele afundou na sua cabeça ela o ouviu dizer:

_ Você tem muitos planos. Vai cumprir com todos eles?

_ Dentro do possível e impossível!

_ Você já estava destinada para essa casa desde que nasceu _ ela o ouviu gritar _ SONSERINA!

Ela seguiu e sentou em um canto da grande mesa da Sonserina. Logo depois de alguns outros alunos ela viu Emily. Daria todo o dinheiro que tinha para que elas não ficassem na mesma casa. Mas para seu alívio o chapéu escolheu a Grifinória para ela. A casa dos perdedores, seu pai sempre disse.


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Os dias passaram rápido e logo chegou o fim de ano. Emily tinha conhecido várias pessoas, Charlotte se manteve isolada apenas com seus livros.

Na estação Emily viu Charlotte embarcando em uma carruagem sem cavalos. Não teve tempo de ver quem estava com ela, a carruagem partiu velozmente. Ela ficou olhando a carruagem se afastar ao longe até sumir, e imaginado o quanto Charlotte devia ser rica.

Um puxão no braço a fez acordar. Era Susan a chamando para irem para casa também.


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