O último dia
Harry quase não acreditou quando na noite do sábado ele avistou no céu negro uma ave branca voando em direção a sua janela, ele se afastou rapidamente para dar passagem a Edwiges. A coruja pousou suavemente em seu poleiro e estendeu a pata para seu dono. Ele sem demora desamarrou o pergaminho e em seguida acariciou a cabeça da coruja, que piava feliz e que em seguida voou pela janela para caçar algum alimento.
Ele abriu rapidamente a carta, estava ansioso há dias por alguma resposta de Rony, e ficou surpreso ao reconhecer a caligrafia porque com toda certeza não era o garrancho do amigo, as letras eram pequenas, arredondadas e estavam alinhadas perfeitamente, com toda certeza era Gina quem havia escrito aquela carta. E ele se surpreendeu mais ainda quando sentiu um perfume cítrico vindo do pergaminho na sua mão.
“Olá Harry
Sinto por não ter tido noticias antes, não vou entrar em detalhes agora quando nos encontrarmos você vai saber de tudo.
Bem Rony não estava em casa quando recebemos a noticia, mas tenho certeza que ele gostaria que você fosse avisado o mais rápido possível, por isso estou lhe enviando uma ótima noticia.
Esteja pronto amanhã, arrume seu malão e todas as suas coisas, papai ira te buscar as 18:30 para você passar o resto das férias aqui na Toca.
É ou não é uma boa noticia?
Avise esses trouxas ai sobre a visita de amanhã, para eles não serem pegos de surpresa como da última vez.
Então até amanhã e se cuida Harry
Com carinho:
Ginevra Molly Weasley”
Harry releu a carta mais duas vezes, tinha compreendido na primeira vez que finalmente sairia daquela casa no dia seguinte, mas que noticia Gina havia recebido? E que detalhes eram aqueles que ela falava?
Naquele momento Harry deixou essas perguntas de lado, não queria se apegar a essas questões, mais que rápido o garoto começou a guardar suas coisas no malão, colocou os livros de forma organizada um sobre o outro dentro do malão, mas a pressa foi aumentando e ao final suas roupas estavam de qualquer jeito dentro do malão, amassadas e socadas de qualquer maneira.
Na hora do jantar naquela noite ele não estava se contendo de felicidade. Finalmente iria embora, naquela hora no dia seguinte ele estaria bem longe dali na companhia das pessoas que mais amava, ele estaria de volta a Toca o segundo lugar no mundo que se sentia em casa. Ele não conseguia parar de pensar nisso, e como sempre, quando ele queria que o tempo voasse, mais parecia que ele se arrastava muito mais devagar que o normal.
- Porque o sorriso idiota no rosto moleque? – perguntou tio Valter trazendo Harry de volta a cozinha dos Dursley’s - Aposto que está planejando aprontar alguma coisa! Gente da sua laia só sabe fazer isso! Passar o tempo pensando em alguma aberração para fazer!
Harry fingiu que o tio não estava falando com ele. Pelo humor que o tio estava naquela noite ele achou melhor dar a noticia da vinda do Sr. Weasley no dia seguinte. Era bom evitar confronto com o tio naquele momento.
Naquela noite Harry demorou a dormir, estava ansioso demais para a chegada do dia seguinte. Não via a hora de chegar na Toca de rever os amigos, de se sentir no seu mundo, no mundo dos bruxos. Edwiges já se encontrava em sua gaiola comendo um sapo que havia caçado na noite.
Ele passou muito tempo deitado na cama admirando a lua que iluminava o céu, dormiu muito tarde mas nem percebeu quando o sono chegou.
****
Harry acordou naquela manhã de domingo se sentindo muitíssimo animado, faltavam poucas horas para ele ir embora dali.
Arrumou o que ainda faltava no malão e limpou a gaiola de Edwiges. Mandou a coruja ir para casa de Rony com uma carta avisando que no horário combinado ele estaria pronto.
- Entregue isso ao Rony. – disse ele a coruja enquanto amarrava a carta em sua pata - E fique por lá está bem, logo eu vou chegar, Rony vai cuidar de você enquanto isso.
Ele acariciou a cabeça da coruja, que piava e dava pequenas picadas na mão dele e ficou observando, um pontinho branco que foi sumindo aos poucos no céu já ensolarado.
Ao descer as escadas pensando em como iria avisar aos tios sobre sua partida, ele ouviu o primo discutindo com o pai na cozinha.
- Mas pai é o melhor jogo de todos os tempos. – gritava o primo - Como você pode me dizer que não pode comprar? Eu serei o único garoto do mundo que não vai ganhar um no lançamento.
Harry percebeu que o primo devia estar quase espumando pela boca enquanto se encaminhava pelo corredor, ele parou um pouco antes de chegar na porta, já que naquele momento ele não poderia conversar com os tios sobre a vinda do Sr. Weasley, ele não queria perder aquela discussão por nada.
- Dudinha seu pai não disse que você não vai ganhar. – disse tia Petúnia carinhosamente para o filho - Ele apenas pediu para você esperar alguns dias.
- UNS DIAS. – gritou Duda - DAQUI UNS DIAS TODOS VÃO SABER O JOGO DE COR E SOMENTE EU VOU FICAR COM CARA DE IDIOTA POR NÃO SABER NADA.
Harry pensou que com toda certeza não podia existir uma outra pessoa em todo o mundo mais mimado do que o primo, o garoto com toda certeza tinha sido muito mal acostumado pelos pais.
Bem feito, pensou Harry, estão pagando por isso agora.
- Duda tenha calma filho. – disse tio Valter cauteloso.
- QUE CALMA! – gritou o garoto indo em direção a porta da cozinha e abrindo ela com violência.
Harry ainda se encontrava no corredor parado ouvindo a discussão e deu um pulo quando o primo abriu a porta, Duda o encarou e fez questão de lhe dar um encontrão ao passar indo em direção a sala.
Harry bateu na mesinha que se encontrava as suas costas e o vaso que estava em cima se espatifou no chão, ele já sabia o que viria a seguir.
Tia Petúnia saiu da cozinha correndo e ao chegar na porta começou:
- Garoto descuidado. – esbravejou ela - Você vai acabar com todos os meus enfeites da casa.
- Seu moleque desengonçado. – gritou tio Válter também saindo da cozinha - Seu mal agradecido. É assim que você nos agradece por te dar um teto todos esses anos, quebrando nossas coisas.
- Olha só Válter. – choramingou tia Petúnia - Era o vaso que Guida nos deu no natal do ano passado.
Não adiantaria nada Harry tentar se justificar, os tios o culpariam de qualquer maneira. Ele simplesmente virou as costas indo em direção a porta da rua, qualquer lugar longe dos tios era melhor e naquele dia ele tinha que evitar qualquer discussão com eles. Ele pode ver o sorriso no rosto do primo antes de sair, para Duda ver Harry levar broncas dos seus pais era sempre um prazer, e ele parecia mais satisfeito ainda por ter sido o causador daquela.
Harry andou pelas ruas da vizinhança observando os gramados milimetricamente aparados, alguns já tiravam seus carros de luxo da garagem para lavar e quando Harry passava sentia alguns olhares desconfiados sobre ele.
Andou por alguns minutos e acabou em um parque, ficou observando as pessoas que estavam ali, mães levando seus filhos para andar de bicicleta, outras aproveitando o horário mais fresco para caminhar, ele se sentou à sombra de uma grande arvore e ficou observando as crianças que se divertiam em balanços e gangorras logo a frente.
Ele ficou ali por muito tempo se recordando quando era mais novo e se lembrando que não tinha férias divertidas como eles. Até que sua atenção se desviou para um tumulto logo adiante. Lá estava seu primo Duda acompanhado dos amigos, estavam tentando tomar o skate de um garoto de mais ou menos 13 anos que tentava a todo custo segurar o brinquedo na mão.
Harry não se conteve e foi ao encontro deles. Até chegar perto, ele pensava que de nenhuma forma poderia usar magia e que com toda certeza aquilo não era a coisa mais idiota que ele estava fazendo, indo arrumar encrenca com a turma de Duda.
- Interessante. – disse ele com desdém ao se aproximar dos garotos - Estou vendo o quinteto dos otários em ação.
Duda e os amigos rapidamente desviaram a atenção para Harry, o garoto que estava sendo agredido aproveitou a distração dos meninos e saiu correndo deixando Harry sozinho.
De nada, pensou ele, agora vou ter que enfrentar isso sozinho.
Harry já estava a ponto de empunhar a varinha, pelo menos isso serviria de ameaça a Duda.
Se algum deles avançar, pensou, para o espaço as regras contra menores usar magia, estava na hora de dar o troco. Havia anos que ele suportava as agressões físicas e verbais daqueles idiotas.
Malcolm foi o primeiro a avançar e antes que Harry corresse a mão para o bolso Duda conteve o amigo segurando-o pelo braço.
Harry voltou sua mão para o lado do corpo, o primo com certeza não deixaria outros saberem que ele era uma “aberração”.
- Qual é Dudão! – disse Pedro em reprovação - Vai deixar esse mané ai tirar uma com a nossa cara?
- Claro que não. – disse Duda sorrindo - Quem vai resolver essa vai ser eu mesmo.
E dizendo isso Duda avançou corajoso para o lado de Harry.
Por um momento Harry pensou que o primo estava ficando louco, tinha perdido o medo da varinha dele, mas ao tentar pegar sua varinha no bolso de trás não encontrou nada.
- Mamãe encontrou sua coisa no chão do corredor. – disse o primo baixinho entre o sorriso - Agora vamos ver quem é o Potter sem a sua coisinha...
Duda avançou para cima de Harry e os dois saíram rolando pelo chão aos socos e pontapés, Harry ouvia os amigos de Duda gritando, mas não conseguia compreender o que eles diziam.
Ele não podia acreditar, tinha perdido a varinha devia ter caído com o encontrão de Duda e a batida na mesinha. Logo hoje ele tinha que ter perdido ela. Como pode ser tão distraído, não tinha aprendido da outra vez.
Harry sentiu o rosto queimar no lado direito, Duda avia lhe acertado um soco em cheio, uma onda de calor e imensa raiva tomaram conta dele nesse momento, toda humilhação que havia sofrido durante anos nas mãos do primo e da sua turma vieram à tona, sua mente recordou em uma velocidade extraordinária os tempos em que estudavam no mesmo colégio, quando transformavam ele em um saco de pancada. Em todas as broncas que tinha recebido por culpa deles.
Harry não soube explicar, mas no momento seguinte estava em cima do primo e socava o estomago dele com todas suas forças. Os amigos de Duda estavam imóveis, totalmente paralisados com a cena.
Ele notou que o primo estava vermelho e quase sem ar. Saiu rapidamente de cima do primo e rolou para o lado. Duda foi erguido pelos amigos, que derrepente tinham voltado ao estado normal de lucidez.
Agora esta tudo acabado, pensou, ele tinha usado magia, involuntariamente como da vez em que transformou tia Guida num balão de ar, ele tinha transformado os amigos de Duda em estatuas por alguns momentos e não sabia como mas usara magia no primo deixando ele ficar fraco.
Harry sabia que ao chegar na casa dos tios uma carta do Ministério da Magia estaria aguardando ele. Sua varinha iria ser quebrada e ele seria expulso de Hogwarts. Estava começando a se arrepender de ter enfrentado o primo, mais uma vez estava ele ali aflito, não tinha aprendido nada com o incidente do ano anterior, quanto teve que comparecer a uma audiência no Ministério para explicar porque tinha usado magia nas férias. Mas uma vez se encontrava num beco sem saída, será que ele teria de fugir para não lhe tirarem seu bem mais precioso. Ele não podia ter a varinha quebrada por eles.
Ele se levantou do chão e se sentou num banco, seus músculos tremiam e seus pensamentos estavam a mil. Tinha que pensar em uma saída e rápido, correu para a casa dos tios a fim de ter uma idéia até lá. Ele sabia que os tios o expulsariam de casa por ter dado uma surra em Duda, o filho querido deles.
E ao pensar nisso se deu conta que não tinha visto para onde Duda e seus amigos tinham ido. Tinha se distraído tanto que os perdeu de vista, nem sabia que direção tinham tomado.
Claro, pensou com desdém, já devem estar relatando tudo aos Dursley’s como o Harry mau bateu no Dudinha.
Mas ao chegar na entrada da casa, Harry não ouviu nenhuma gritaria, era certo que Duda não tinha chegado ainda. Ele abriu a porta bem devagar tentando fazer o mínimo de barulho possível, mas quando ele fechou a porta sua tia descia as escadas.
- Aquela sua coisa – disse ela enojada sem olhar para ele - está embaixo do tape...
Ela perdeu a voz e parou ao levantar os olhos e notar o estado dele.
- O que... que você andou aprontando? Válter... Válter venha aqui! – gritou a mulher chocada da escada sem nem esperar ele responder.
Tio Válter saiu da sala feito um touro e congelou ao ver Harry. O garoto tinha o rosto onde levara o soco inchado, um pequeno corte na boca que sangrava e suas roupas estavam sujas de rolar pelo chão com o primo.
- Maldito moleque! – esbravejou o homem agarrando Harry pela gola - Que diabos você fez dessa vez? O que acha que os vizinhos iram pensar vendo você nesse estado. Está parecendo um mendigo.
O Sr. Dursley estava cada vez mais vermelho e parecia que inchava a cada palavra que saia da sua boca.
Com certeza Harry ficaria surpreso se os tios estivessem preocupados com seus hematomas, mas a preocupação deles se devia ao que os vizinhos diriam ao ver ele naquele estado andando pelas ruas.
- Eu cai de uma árvore. – respondeu ele com a primeira coisa que lhe veio a mente - Onde está a minha varinha? – perguntou se dirigindo a tia.
- Não diga isso dentro da minha casa! – rosnou tio Válter, Harry sentia os pingos de saliva do tio saltarem no seu rosto.
- Está ali embaixo. – disse tia Petúnia enojada apontando o tapete em frente à mesinha - E melhore sua aparência.
Harry se desvencilhou do aperto do tio e andou em direção ao tapete. Os tios viraram as costas e se dirigiram para a sala. Ele recolheu a varinha que estava escondida embaixo do tapete e subiu as escadas com o coração batendo a mil.
Quando entrasse no quarto, pensava ele, encontraria uma coruja em sua cama com a carta do Ministério.
Ele abriu a porta cauteloso, não tinha nada de diferente no quarto olhando assim de primeira, olhou melhor só para se certificar, não tinha nenhuma coruja ali. Foi até a janela e olhou para o céu claro e limpo, com certeza ele não via nada indo em sua direção voando, nada de coruja.
Harry respirou aliviado e se jogou de costas na cama, ficou ali pouco tempo. Tinha que tomar um banho se não quisesse mais encrenca com os tios naquele dia. Era bom evitar já que ainda não tinha avisado sobre sua partida.
Durante o banho Harry pensou no que tinha acontecido, bem ele e Duda estavam brigando, Duda acertou um soco nele e depois ele só se lembrava que estava socando o estomago do primo, tivera a nítida impressão que os amigos do primo estavam paralisados, como se estivessem sob o feitiço Petrificus Totalus. E o primo que mal reagia embaixo dele sobre que feitiço ele poderia estar?
Mas ele não tinha sido notificado pelo Ministério e com certeza não seria notificado mais tarde, o Ministério agia rápido com esse tipo de infração, não perdiam tempo. Quando já estava terminando de se trocar compreendeu, estava claro ali na sua frente, ele não tinha usado magia contra o primo e sua gang e nunca receberia uma notificação do Ministério por causa daquela briga.
Toda a raiva que sentia pelos anos de sofrimento nas mãos deles havia se extravasado. Os amigos de Duda tinham perdido a raciocínio ao ver ele batendo em Duda, não sabiam como agir naquela situação. E o primo com toda certeza também não esperava uma reação daquelas dele, talvez Duda pensasse que Harry iria se acovardar diante dele, mas não, ele o enfrentou.
Um largo sorriso apareceu nos lábios de Harry, ele tinha conseguido encarar o primo de frente, tinha rolado com Duda pelo chão e tinha acertado vários socos nele, apesar de também ter sido atingido algumas vezes.
Mas seu sorriso foi se desfazendo aos poucos ao ouvir Duda chegar. Ele escutou que o primo apenas avisou aos pais que tinha chegado e subiu as escadas correndo, dizendo que estava sentindo muito calor e que tomaria um banho antes do almoço.
Harry não entendia, o primo estava perdendo a oportunidade de acabar com ele, se contasse aos pais o que tinha acontecido com toda certeza tio Válter mandaria ele embora a pontapés. Harry franziu a testa e ficou se perguntando o porque de Duda agir daquele jeito. Será que o primo ainda queria acertar as contas com Harry sem intrometer os pais?
Ele ficou a posto o primo podia a qualquer momento invadir o quarto e pular no seu pescoço. Mas não foi isso que aconteceu, ele escutou o primo passar pela porta e entrar no banheiro. Harry se sentou na beirada da cama tentando analisar o que poderia acontecer a seguir, que atitude o primo tomaria contra ele.
****
Antes do almoço nada aconteceu. Tudo transcorreu naturalmente, ele ficou no seu quarto e quando desceu para a cozinha os membros da família Dursley já estavam sentados.
E durante o almoço Harry entendeu o porque do primo ter agido daquela maneira, não tinha contado aos pais sobre a briga entre eles, tio Válter mais uma vez, se gabava com o fato de Duda ter ganhado um torneio de boxe no colégio.
“Que o seu Duda tinha acabado com um garoto, o tinha levado ao nocaute e que sentia orgulho do filho ser tão habilidoso no boxe.”
Duda mal olhou para Harry na mesa. Seria humilhação demais para Duda dizer aos pais que tinha apanhado do “Harryzinho magricela e quatro olho”, logo ele que era o orgulho do pai no boxe.
Como podia ter perdido uma briga com Harry quando este nem tinha usado a magia, além do mais a própria mãe dele havia encontrado a varinha de Harry no chão da casa. E os próprios tios já conheciam as formas de notificação do Ministério a respeito do uso indevido da magia por menores bruxos, já tinham passado por essa situação outras vezes ao serem notificados que Harry usara magia, mesmo sendo proibido.
Harry mal não podia esperar para contar a Rony e aos gêmeos como tinha sido seu último dia na casa dos Dursley’s, tinha sido “quase” perfeito. Finalmente ele tinha acertado as contas com o primo, há anos ele estava esperando por esse momento.
Aproveitando que os tios estavam prestes a se levantarem decidiu que estava na hora de avisar sobre a vinda dos Weasley’s, ou ele contava agora ou esperaria para ver a cara de surpresa dos tios quando o Sr. Weasley chegasse. O que não seria nada agradável, pensou ele.
- Hoje ás 18:30 o Sr. Weasley virá me buscar para passar o restante das minhas férias na casa dele. – disse ele rapidamente.
O tio Válter começou a ficar vermelho como um pimentão, tia Petúnia levou as mãos à boca chocada, devia estar se lembrando de como sua sala tinha ficado destruída na última visita dos Weasley’s, apesar do Sr. Weasley ter consertado antes de ir embora. Duda prendeu a respiração, os gêmeos na época tinham deixado cair uma bala, que na verdade era um dos experimentos para as Gemialidades Weasley’s, o primo havia comido a tal bala e ficado com a língua do tamanho de uma cobra gigante.
- E ele vira te buscar de que forma? – perguntou tio Válter receoso com a resposta.
- Bem... – começou Harry - ele virá da única forma que eu posso viajar... pela lareira.
Talvez tivesse sido melhor ter mentido ou não ter dito nada.
- O que? – rosnou o tio - Ele quer destruir minha sala mais uma vez.
O Sr. Weasley socou a mesa e se inclinou na direção de Harry enquanto falava, o garoto sentado via os pingos de saliva saltarem da boca do tio.
- Válter – disse tia Petúnia baixinho - os vizinhos.
Tio Válter abaixou a voz à quase um sussurro.
- Que fique bem claro moleque. Só irei permitir...essa...essa busca para poder me livrar de você o quanto antes.
Harry assentiu com a cabeça e mais que rápido se levantou da mesa e rumou para seu quarto.
Alguns membros da Ordem tinham ameaçado o Sr. Dursley na estação de trem no final do ano letivo e estava claro que o fato do tio deixar ele ir assim sem muitas discussões, se devia ao medo de que eles entrassem em sua casa e lançassem algum feitiço em todos eles, cumprindo as ameaças feitas.
****
Harry passou o resto do dia no quarto, tinha deixado “O Livro Monstruoso dos MONSTROS” para guardar depois.
Ele riu ao imaginar o que Hermione lhe diria quando contasse a ela que tinha deixado um livro à parte para ler, imaginou até as feições da amiga lhe dizendo:
“ – Já não era sem tempo não é Harry, já estava cansada de dizer para você se empenhar mais nas suas leituras, existe tantos livros interessantes para serem descobertos. Agora só falta o Rony, apesar de achar que ele é um caso perdido.”
O relógio marcava 18:00 horas em ponto. Ele desceu até a sala que se encontrava vazia, ouviu ruídos vindos da cozinha e se dirigiu para lá. Abriu a porta e colocando somente a cabeça para dentro disse:
- Está quase na hora, eu vou descer as minhas coisas do quarto, assim vai ser mais rápido.
Harry entendeu o silêncio como um sim, nenhum deles ao menos olhou para ele.
O Sr. Dursley estava cada vez mais vermelho, Duda estava encolhido em uma cadeira e a Sr. Dursley limpava um azulejo freneticamente.
Harry desceu seu malão, com uma certa dificuldade, pela escada. Ele poderia esperar o Sr. Weasley chegar e ele usaria o feitiço Locomotor que faria o malão flutuar escada abaixo, mas queria partir daquela casa o mais rápido possível.
Quando finalmente desceu a gaiola de Edwiges faltavam apenas 5 minutos para dar 18:30.
Era claro que os Dursley não sairiam da cozinha para receber o Sr. Weasley e muito menos se despedir dele, e no fundo agradeceu a eles por isso.
Derrepente ouviu um baque vindo da lareira dos Dursley’s e percebeu que alguém estava do outro lado.
- Não se preocupe Harry eu já sei. – ele ouviu o Sr. Weasley dizer do outro lado da parede.
Num piscar de olhos a parede sumiu junto com a moderna lareira elétrica dos Dursley.
Dessa vez a chegada dos Weasley’s foi bem menos estrondosa do que a última vez.
O Sr. Weasley apareceu e logo em seguida Rony e Gui.
- Como vai Harry? – perguntou o Sr. Weasley dando um aperto de mão animado no garoto.
- Bem, na verdade ótimo! E o senhor? – respondeu ele com entusiasmo.
- Fala ai Harry, viemos te resgatar! Como foi suas férias? – disse Rony divertido e abraçando o amigo.
- Estou bem, não posso reclamar do último dia. – disse ele sorrindo e abraçando o amigo.
- Olha o que você fala cabeção! – repreendeu Gui - Já basta o que os gêmeos aprontaram da outra vez aqui. Como vai Harry? Bom te ver rapaz. – disse Gui lhe dando um aperto de mão.
- Interessante mesmo essa casa de trouxas pai. – disse Gui correndo os olhos pela sala.
- Bem Harry estou vendo que você se adiantou e trouxe as suas coisas. – disse o Sr. Weasley apontando para as coisas dele apilhada no canto – Então vai se despedir dos seus tios e já podemos ir.
- Eu já disse tchau pra eles! – disse isso de uma forma tão convincente que até ele mesmo acreditou.
- Bora então né! – disse Rony esfregando as mãos.
- Certo então. – disse Gui - Eu levo o malão, Rony você a gaiola e Harry você leva sua vassoura. Papai vai deixar a lareira como estava antes. Seus tios não devem ter guardados boas lembranças da ultima visita dos Weasley’s não é. – Gui disse isso com um sorrisinho maroto no rosto e lançando uma piscadela a Harry.
Assim Gui se foi pela lareira segurando o malão a sua frente junto ao corpo, seguido por Rony com a gaiola e Harry logo em seguida. O garoto pode ver o Sr. Weasley empunhando a varinha antes de sentir seu corpo rodopiar e passar por várias lareiras e logo depois estava na sala da Toca.
(N/A: pessoas eu adorei esse capitulo, e espero que vcs entendam algumas mudanças no comportamento deles, não me levem a mal, mas na minha opinião eu imagino que adolescentes agindo assim com seus 16 anos. Não querendo pedir muito mas COMENTEM ;D Beijão até a próxima e agradeço a atenção.)
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