Dançando!
By Marmaduke Scarlet
Capítulo 2 – Dançando!
Dance me to your beauty with a burning violin
(Dance comigo para a sua beleza com um violino em chamas)
Dance me through the panic ‘till I’m gathered safely in
(Dance comigo pelo pânico até que eu esteja a salvo)
Touch me with your naked hand or touch me with you glove
(Toque-me com sua mão nua ou toque-me com sua luva)
Dance me to the end of love.
(Dance comigo até o fim do amor.)
Dance me to the end of love- Leonard Cohen
Essa escola é simplesmente incrível.
As notícias voam.
Sim, eu sei que elas voam, afinal, o correio chega por corujas, mas nunca vi uma notícia se espalhar tão rápido entre mil estudantes e uma meia dúzia de professores e funcionários.
São dez e meia da manhã e já me perguntaram dezenove vezes se eu realmente ia ao baile com Lily Evans.
O ápice chegou quando, as nove e quarenta e cinco, a própria professora MaGonagall me perguntou se eu realmente ia com a ruiva no baile.
Aula de Transfiguração, 9:45 da manhã.
- Ser um animago é muito... - MaGonagall começou, andando pelas classes. Eu e Sirius nos entreolhamos e começamos a rir, disfarçadamente. - Difícil. - a professora falou, olhando severamente pra gente. - Além disso, os erros na transformação podem ser muito sérios, e muito horríveis. Ernestina Brashares, uma bruxa dos anos 50, passou o resto da vida com um rabo de leão, ao tentar executar uma transformação animaga.
- Professora?
- Sim. Sr. Black?
- Se ela passou o resto da vida com um rabo, por onde... A Senhora sabe... Ela defecava? - Sirius perguntou, sério, fingindo um absoluto interesse.
Tive que simular um forte acesso de tosse para não começar a gargalhar no meio da sala de aula.
Os professores devem achar que eu tenho asma, ou algum problema de pulmão semelhante, porque frequentemente eu tenho "ataques de tosse" em sala de aula. Mas dessa vez foi engraçado MESMO. Até o Remus riu.
A MaGonagall ignorou o Sirius.
O que é uma pena. Seria o supra-sumo do engraçado ver a MaGonagall explicando o aparelho excretor da mulher pro Pads.
Então, enquanto eu me recuperava do meu "ataque de tosse", a professora passou umas quinze páginas pra gente ler no livro, e mais uns exercícios para entregar.
Imediatamente, a sala ficou em silêncio e começou a trabalhar. Tediosamente, eu pulei o texto e fui direto para as respostas. De repente, sinto alguém parar do lado da minha classe.
- Sr. Potter. - levantei a cabeça e encarei a professora MaGonagall. - Alguma dúvida?
- Não, senhora.
- Sabe Sr. Potter, eu ouvi uma coisa interessante sobre o senhor hoje mais cedo.
- É mesmo, professora?
- Me disseram que você vai ao baile com Lily Evans. É verdade?
Senti minhas bochechas ficarem vermelhas, e nem precisei olhar para o lado para ver que o Sirius ria de mim.
E agora, o que eu respondo? Se eu disser que sim, a ruiva é capaz de me chamar de convencido, e cancelar o encontro. Se eu disser que não, eu vou estar mentindo para a MaGonagall, o que na maioria das vezes acaba em detenção. Merlin, falo o quê?
- Pergunte a ela, professora.
Depois desse momento flash-back, vamos voltar ao tempo real.
- E aí, cara? - Sirius cumprimentou, enquanto se atirava de qualquer jeito na cadeira do meu lado.
- Planejando o encontro, James? - Remus perguntou, enquanto se sentava, de forma mais civilizada que o amigo canino, na nossa frente, seguido de Peter.
- Ahn?
- É, ele tava.
- Com esse olhar pedido, só podia estar.
- Vão à merda.
- Já sabe o que você vai fazer?
- O de sempre, eu acho.
- Grudá-la?
- Não, criatura, deixar rolar. - Sirius me olhou engraçado. Dei de ombros. - Não tenho culpa se as coisas sempre acabam rolando pra esse lado.
- Mas você sabe que com ela vai ser diferente, né? Quer dizer, eu nunca vi a Lily sair aos beijos com ninguém logo no primeiro encontro.
- É, eu sei.
- Vocês vão dançar? - Wormtail perguntou.
PUTA QUE PARIU!
- Eu espero que não. - respondi, de repente nervoso. Por que o Wormtail tinha que mencionar isso? Odeio dançar. Eu me atrapalho todo, tropeço nos meus próprios pés e sempre acabo fazendo um fiasco.
- James, é um baile. Detesto te informar, mas as pessoas dançam em um baile.
- Eu não preciso ser como todo mundo, certo?
Sirius e Remus se olharam.
- É, eu acho que eu preciso.
- Dançar não é tão ruim, James. - Remus disse. - Tá certo que também não é tão fácil, mas não é impossível. É bom que você aprenda agora. Já imaginou, chega o seu casamento e você não sabe dançar valsa!
- Eu tenho que dançar no meu casamento?
- Tem.
- Mas o casamento é meu! Não seria eu que decidiria o que eu tenho que fazer ou não?
Sirius só revirou os olhos.
- Olha, a gente vai te ajudar, tá legal?
- A gente?
- É, Sirius, a gente. Temos o feriado, ainda.
- Feriado?
- É, do dia da Artemisia Lufkin. A primeira bruxa a se tornar Ministra da Magia, você sabe. ¹
- Ah, sim, sim.
- Não precisava lembrar. - resmunguei, lembrando que tinha prometido à minha mãe que ia passar o feriado em casa. Minhas tias Glenda, Noah e Georgia May virão de Edimburgo só para passar o feriado conosco. Menos mal que os Marotos também o vão.
- Hei! Você pode aprender a dançar no feriado!
Eu nem me dei ao trabalho de retrucar. Só lancei ao Sirius aquele olhar de advertência que eu sempre dou quando as idéias dele começam a ficar doidas demais.
-- tic tac tic tac --
Meu feriado tinha tudo para ser ótimo.
Sério.
Tinha começado realmente bem. Uma viagem tranqüila (se você não contar o pequeno ataque de histeria por parte de Remus porque faltavam cinco minutos para o trem partir e Sirius e eu ainda não tínhamos arrumado nossas malas) e uma chegada legal, com mamãe nos esperando com chá e bolinhos.
Entretanto, em algum ponto entre o momento em que eu sentei entre o Sirius e a Tia Glenda, com uma xícara de chá na mão (embora eu não goste de chá) e o presente momento, a coisa fugiu de controle, e se tornou uma espécie de peça fantástica e surreal de horror, como aquela que escreveram sobre Yardley Platt, aquele serial killer que matava goblins por atacado.
Alguém teve a brilhante idéia de contar do baile dos Finalistas, e o meu pai tinha que perguntar se nós já tínhamos convidado alguém. E aí o Peter não conseguiu se conter e contou que eu ia com a Lily - o que não era uma informação que deveria chegar aos ouvidos dos meus pais, muito menos das minhas tias. E sabe-se Merlin porque, eu estou aqui, no meio da sala - que teve todos os sofás e poltronas arrastados para os lados - encarando minha tia Noah, que é a encarregada de me ensinar a dançar.
Ainda se fosse só eu e a Tia Noah, dava para agüentar. Mas como desgraça pouca é bobagem, eu ainda tenho a mamãe, aqueles seres demoníacos que eu tenho a infelicidade de chamar de amigos, tia Glenda e tia Georgia May sentados nos já mencionados sofás, me assistindo.
Perfeito.
- Certo, James. Vamos começar.
- Tá. - Por que está todo mundo me olhando? Eles esperam que eu faça alguma coisa agora?
- Prongs, peque na cintura dela. Como a gente faz pra dançar valsa. - Remus me explicou. Ah, tudo bem. Vou fingir que não ouvi o "é um idiota" que o Sirius disse, no meio da crise de riso contido dele.
- Tá. - repeti, incerto.
- Agora, um passo para a direita.
Tudo bem, eu posso fazer isso.
- Certo, muito bem. Agora outro para esquerda.
Esquerda.
- Isso. Agora, nós vamos juntar tudo. Direita, esquerda. Direita, esquerda.
Hei, isso não é tão difícil.
- Tá.
- Agora, mais um passo. Direita, esquerda, um passo para trás. Isso aí, James.
- Noah, você está fazendo o menino dançar como uma múmia.
- Ah é, Glenda? Quero ver você fazer melhor. Há quanto tempo você não dança com um cara? Três séculos?
- Olha aqui, sua...
- Parem! - minha mãe exclamou, sem nem ao menos altear a voz. Minha mãe nunca ergue a voz. Ela sempre fala baixinho, daquele jeito meio sussurrado dela. - Vocês não vêm que isso é um momento sério na vida dele?
Brigado Mamãe. A Senhora também vai para a lista dos culpados por eu estar aqui pagando esse king Kong.
Até o Remus riu dessa.
- Deixa que eu te ensino a dançar, James. - Tia Georgia May se ergue do sofá e veio na minha direção. Ela é a mais nova das minhas tias. Primeiro vem a tia Glenda, que é a mais velha de todas, depois vem tia Noah, tia Georgia May e minha mãe, Grace Jane. Tia Georgia e mamãe têm apenas um ano de diferença, tinha Noah tem três e tia Glenda tem cinco.
- Ok. - Fiquei na posição de inicio.
- Por favor, garoto. Pegue com vontade. Você tem que se lembrar que na hora, você não estará dançando com a sua tia, por mais bonita que ela seja, mas sim com uma namorada em potencial.
Eu ri. Tia Georgia May era bonita, um pouco mais gordinha que a mamãe, e com os cabelos não tão lisos. Eu já disse que a minha mãe é a mãe mais bonita do mundo bruxo? Ela é. Minha mãe é alta, esguia, têm cabelos castanhos, assim, cor-de-avelã, bem lisos, e olhos cor-de-mel, meio verdes, que eu herdei. Também dizem que eu herdei o sorriso dela, com as covinhas e tudo, mas aí eu já não tenho certeza. O sorriso da minha mãe é muito lindo para que eu tenha herdado. ²
- Assim está melhor. Não importa o que a Noah tenha dito você não vai executar 'A Dança Macabra das Múmias'. Aliás, Grace, dá pra colocar uma música?
Minha mãe acenou com a varinha para a vitrola mágica e logo começou a tocar uma música melodiosa, não muito rápida, mas também não muito lenta.
- Certo, James, agora você tem que sentir a música. Sentir a vibração dela. Deixar que ela penetre na sua mente, e que dê ao seu cérebro as ordens que ele deve passar pro resto do corpo.
Como é que é?
- Entendeu?
- Acho que sim. - respondi, sem muita certeza, enquanto Ella Fitzgerald cantava sobre como um cara tinha lhe enfeitiçado, levando seu coração embora.
- Então, vamos começar.
Tia Georgia May fez exatamente os mesmos movimentos que tia Noah tinha feito antes, mas com mais ritmo, por assim dizer.
- Muito bem, James, agora mais uma vez, antes de virar-mos.
O quê?! Nós vamos virar?
Minha tia me arrastava com ela nos movimentos, e dançar não parecia tão difícil, uma vez que eu não precisava guiar ninguém.
- James, sweetheart³?
- Hum? - respondi, distraído, tentando me concentrar nos passos que minha tia fazia.
- Como é o nome dela? - mamãe perguntou.
- Lily.
A música acabou e eu levantei a cabeça, sobressaltado. Não deveria ter falado o nome da ruiva para minha mãe. Não tem nenhum motivo especial para isso, mas eu não tencionava deixar minha mãe ficar sabendo dessas coisas, apesar dos Marotos terem contado um monte de outras coisas sobre Lily.
- Quando estiver dançando com ela, não fique olhando para os seus pés, como você estava fazendo agora. Do contrário, ela poderá pensar que você aprecia mais os seus sapatos do que a companhia dela.
- Pronto para mais uma tentativa, James?
- É, estou.
Fizemos mais uma meia dúzia de tentativas, o nível de dificuldade aumentando gradualmente. Depois de uma hora de dança, quando eu já estava praticamente me convencendo que nunca poderia tirar Lily para dançar, e desistindo, minha tia parou de guiar. Incrivelmente, eu continuei a dançar, guiando-a. Como eu fiz isso, ainda é um mistério, mas eu fiz.
Eu de repente me vi lá.
Dançando!
¹Essa informação é verdadeira. Artemisia Lufkin foi a primeira mulher a se tornar primeira ministra. Informação do site da JK. Se existe ou não um feriado no mundo bruxo, eu não sei.
²N/A: Sim, ele herdou o sorriso.
³ Querido, docinho, em inglês.
N/A: Segundo capítulo no ar, e pronto mais cedo do que eu imaginava. Ficou levemente maior que o anterior, mas acho que os próximos não serão maiores que esse. Espero que vocês gostem ;D Ah, e desculpem qualquer erro gramatical. Esse cap não passou por beta, embora eu tenha revisado.
Agradecimentos especiais ao site Mugglenet, que me forneceu muitas informações para a construção desse capítulo.
Obrigado por todas as reviews. Não vou responder uma por uma, mas vocês sabem que eu leio todas. E continuem mandando-as!
Beijos!
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