Dez anos depois...
N/A: Autora sob domínio da maldição IMPÉRIO, lançada pela varinha de \Vampira/ em 11.01.2008. Boa leitura!
10 anos depois...
Sentada no sofá, ao som das chamas crepitantes da lareira, Gina pensava nos últimos dez anos de sua vida. Quanta loucura! Primeiro casara-se com Malfoy pelo filho Dylan, depois descobriu-se apaixonada pelo marido... "Isso parece até história! Ela pensava quando o som da campainha acordou-a de seus devaneios. Kitty, a elfa doméstica, prontamente foi atender a porta e Virgínia estranhou ao ouvir uma voz familiar chegar mais cedo do que o previsto.
_Será que não tem ninguém em casa para me receber?
_Dylan! - Gina disse virando-se confusa - você não ia chegar só amanhã?
_Pois é... o diretor resolveu nos dispensar mais cedo este ano - ele disse dando um abraço na mãe - disse que é "presente de formatura". - terminou sorrindo sapeca, como fazia quando era criança. (N/A: Minha beta ADOOOOOOOORA a palavra "sapeca"! O.o)
_Ah, que mordomia! Eu não tive esse "presente" quando estava no sétimo ano. - Gina protestou fingindo aborrecimento.
_É, mas você ganhou um presente melhor, né? - ele falou rindo apontando para si - e mamãe... são só as férias de Natal... Você não está feliz por me ver? - Dylan fingiu-se triste.
_Oh, claro meu amor - a ruiva abraçou-o mais uma vez. - E então, como está sendo esse último ano? Muitas novidades? Alguma namorada?
Dylan ia responder quando um loiro imponente e lindo, esbanjando o mesmo charme de quando ainda era um jovem de vinte anos, adentrou a sala encarado o ruivo de dezessete com um sorriso de canto de boca.
_E eu, não mereço um abraço?
_Pai! - o ruivo disse indo de encontro ao loiro que parado à porta do escritório.
_Mais cedo esse ano, é? - Draco respondeu correspondendo o abraço.
_É, "presente de formatura" - Gina respondeu fazendo falsete, fazendo Draco e Dylan rirem.
_E então, cadê os pestinhas? - o ruivo perguntou animado, sentindo uma pressão leve em seu braço direito.
_Dylan! Não fale assim de seus irmãos? - ela disse fingindo dar um beliscão nele.
_Ai mãe! - ele respondeu fazendo cena.
_Aposto que estão no quarto de Lia. - Draco respondeu aproximando-se da bandeja de bebidas, que ficava ao lado da porta de entrada da saleta - Espero que não estejam aprontando nada dessa vez- completou servindo-se de uma dose de Hidromel.
_Vou vê-los. - Dylan respondeu saindo do aposento às pressas em direção as escadas.
_O que houve querida? - Draco perguntou ao notar o semblante triste da esposa.
_Nada. - ela falou tentado disfarçar, caminhando até a janela próxima - é só que... - ela olhou-o com as orbes castanhas marejadas - o tempo passa tão rápido. Dylan já é um homem feito.
_Querida -o loiro falou aproximando-se dela, por trás e abraçando-lhe - Não dá pra congelar o tempo não é? Eles crescem Virgínia. -ele falou virando-a para si..
_É...mas não dava pra esperar mais um pouquinho? -ela perguntou num bico manhoso. - Dez anos...
_É ruiva, dez anos.. -ele falou beijando-a em seguida.
***************** No andar de cima da Mansão Wiltshire *************
Sentada em sua cama, uma japonesinha olhava mais uma vez o álbum de fotos de sua família. Os Malfoy sempre foram bonitos, aristocráticos e cheios de pose. "Como Vovó Cissy dizia." ela pensou rindo ao ver a legenda principal do álbum. É claro que essa última parte "Cheios de pose" foi acrescentada por sua mãe, Virgínia.
_O que está fazendo Lia?- Norah perguntou entrando no aposento, junto do irmão gêmeo.
_Vendo umas fotos antigas aqui... olha como a mamãe era! - a garota de dez anos mostrava uma fotografia antiga, onde uma ruiva tímida acenava para a câmera e depois corava.
_Ela sempre foi bonita né? - Luke comentou com inocência.
_Mas quem é esse de óculos do lado dela?- Norah peguntou franzindo a testa.
_Meu pai. - Dylan falou da porta olhando para o trio com um enorme sorriso no rosto.
As três crianças olharam sorrindo para a porta do quarto. Levantaram-se abruptamente e se jogaram pra cima do irmão mais velho. Estavam com saudade das brincadeiras do ruivo.
_DYLAN! - Gritaram juntas.
_Ei! - Dylan disse equilibrando-se - Devagar galerinha. - o ruivo falou jogando todos no chão e lhes fazendo cócegas.
_Ué... A mamãe disse que você só chegaria amanhã... - Norah disse voltando-se para a cama.
_Pois é, mas eu vim hoje porque o diretor liberou os alunos do sétimo ano mais cedo, como presente de formatura.- ele explicou sentando-se entre Norah e Luke, com Lia a sua frente, com um álbum de fotografias antigas nas mãos.
_O que estavam vendo? - ele perguntou apontando para o álbum.
_Fotos de Hogwarts. - Lia respondeu ainda observando o estranho ao lado de sua mãe. "Pai. O Dylan falou que esse é o pai dele..." ela pensava quando a voz infantil do irmão loiro a tirou de seus devaneios.
_Eu, quando estiver em Hogwarts, nunca vou querer sair de lá. - Luke disse juntando-se à Norah.
_É porque você ainda não conhece o professor de Poções. - Dylan disse fazendo careta.
_Dylan, quando eu for pra Hogwarts em qual casa eu vou ficar? - Lia perguntou encarando-o. - Sonserina, não é?
_É... talvez seja mesmo. Mas não não se preocupe com isso agora. Quando vocês três forem pra Hogwarts o Chapéu vai escolher a casa pra vocês. - Dylan disse mexendo nas fotos. - E então, posso saber o que vocês falavam do meu pai?
_Dylan, mas o seu pai não é o mesmo do nosso? - Luke perguntou confuso. Mas a voz que ouviu como resposta não foi a do irmão mais velho.
_Não, não é. Estou errada Dylan? - Lia falou olhando de Luke para Dylan.
_Não, não está. Bom, meu pai morreu antes de eu nascer, na última grande guerra, acho que vocês já ouviram falar... - o ruivo respondeu confuso. - o que importa é que o Draco é meu pai agora e isso não faz de nós menos irmãos, ok? - falou, dando uma piscadinha marota para Luke.
_Ok. - o menino respondeu sorrindo.
_Entendi. - falou Norah sorrindo aérea, perguntando em seguida. - É verdade que em Hogwarts existe um quadro que brade uma espada e fala loucuras como se ainda estivéssemos em guerra?
_Êita, é sim. Onde você ouviu isso, ruivinha? - Dylan perguntou ajeitando os cabelos.
_Tia Mione me deu um livro. - ela falou pegando o exemplar de Hogwarts, uma história. Contos Infantis. - tá aqui, ó.
_Ok. E falando na minha madrinha, você vão no aniversário do Michael, certo?
_Ah, não estou muito a fim não. - Luke respondeu emburrado.
_E eu posso saber porque? - Lia perguntou indignada.
_Ah, todo ano é a mesma chatice! - o loirinho protestou - a mamãe leva a gente no Beco pra comprar roupas e presentes.
_E essa é a melhor parte - cochichou Norah no ouvido de Dylan, que riu.
_O que tem de ruim em fazer compras? - Lia perguntou exasperada.
_Tem que se você não é uma boneca chinesa ou uma porcelana ruiva não tem a mínima graça. - ele reclamou afetando o ego das irmãs.
_Retire o que você disse, fedelho. - Lia ameaçou com um enorme travesseiro nas mãos.
_Não! - ele falou numa pose que lembrava, bastante, Draco quando era contrariado. - PÓF.
"É guerraaaaaaaaaa!!!!!!!!!" Norah gritou dando início a uma verdadeira bagunça no quarto de Lia. Dylan não conseguiu conter as risadas perante a chuva de travesseiros de penas de ganso "caríssimas", como sua avó Cissy faria questão de ressaltar caso estivesse em casa presenciando a cena e não num cruzeiro pelas Ilhas Maltas. O ruivo achava muita graça de tudo até que recebeu uma almofadada no meio da cara. Franzindo o cenho em clara demosntração de afetação, ele pegou uma almofada roxa, que por sinal combinava perfeitamente com o quarto em motivos lilases (N/A: ADOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOORO ROXO!!! Continuando...) , e lançou a esmo, sem perceber que acertara em cheio as costas da irmã oriental. Resultado: uma Lia choramingando por ter dado de cara no armário. Um Luke se esvaindo de rir e uma Norah com uma expressão de choque e riso.
_Péra. Chega disso, pestinhas! - Dylan se intrometeu antes que alguém saísse mais machucado daquela guerra de almofadas. - vem cá Lia, deixa eu ver isso.
_Tá doendo! - ela reclamou enquanto Dylan examinava sua testa avermelhada.
_Espera, deixa eu tentar um feitiço... - ele balbuciou ainda observando a testa vermelha, e agora inchada, da pequena enquanto pegava a varinha do bolso.
_NÃOOOOO!! - Ela gritou correndo porta afora - MÃE!!! PAI!! PAPAAAAAAAAAAAAAAAI!!! - ela berrava pelos corredores com os irmãos em seu encalço.
*******Sala de Estar******
_Por Merlin Virgínia, pare de chorar! - Draco falou exasperado - ele só está crescendo, é normal.
_Eu sei Draco, eu sei. -ela falou secando as lágrimas e voltando-se para a janela, longe do marido - mas é que...
BAM.
A porta da Sala escancarou-se trazendo a figura pequena de uma moreninha chorosa, desesperada, com um loirinho, rindo à toa, mais uma ruiva, observadora, e um ruivo mais velho descabelado. Gina limpou rapidamente o rosto, não a tempo de ser flagrada por Norah, que encarou-a por alguns segundos, antes de voltar a atenção a cena que a irmã protagonizava em frente ao pai.
_Paaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaii!!!
_O que aconteceu? - Draco perguntou abaixando-se na altura da filha, que lhe abraçava as pernas. - Lia?
_Ele me machucou. - ela falou fazendo beicinho apontando para a direção onde Luke e Dylan estavam, ambos com cara de paisagem.
_Luke? - Gina chamou-o - o que houve?
_Mãe, não fui eu! - ele protestou indignado - dessa vez não fui eu! - ele falou sentando-se a frente da lareira cruzando os braços.
_Alguém pode me dizer o que houve lá em cima? - Draco exigiu num tom brincalhão que beirava a seriedade.
_Pai, fui eu. - Dylan falou dando um passo a frente - eles estavam brincando lá, e eu acabei machucando a Lia sem querer.
_E como foi isso? - ele perguntou à Lia, que parava de chorar.
_A gente tava brincando de guerra de travesseiros...
_Mas não conta pra Vovó!!! - Norah pediu com urgência - ela adoooooooooora aquelas penas de ganso, aff...
_...daí o Luke deu uma travesseirada no Dylan, e ele entrou na brincadeira e me acertou e eu caí e fui de cara no armário - GIna arregalou os olhos, Draco tentou não rir do desespero da pequena - e aí, tá doendo. -ela falou num tom irritado.
_Foi só isso mesmo? - Draco perguntou ao mais velho, que assentiu numa cara de remorso. - querida, já passou e você vai ficar boa logo.
_Não foi só isso, papai! - ela se esquivou de Draco, com as mãos na cintura e pose de exigente - ele tem que receber castigo por me bater!
_Ei, mas foi sem querer, sua japa-chatinha. - Luke interveio a favor do irmão.
_Não fala assim com a minha irmã! - Norah se intrometeu também.
_Ora, CHEGA! Os quatro! - Gina falou batendo o pé e até Draco se calou - Lia e Luke vocês estão de castigo por brigarem sem motivos. - ela falou fazendo Nora e Dylan soltarem uma risadinha - E vocês também!
_Ah, mãe, tenha dó. - Dylan falou rindo-se - eu já sou maior de idade pra ficar de castigo.
_Não interessa. - a matriarca ruiva falou nervosamente - você se encarregará de cuidar da Lia, esse é o seu castigo. - ela falou numa cara séria, piscando rapidamente para o mais velho.
_Ei! E o nosso castigo vai ser o quê? - Norah perguntou encarando a mãe.
_Er... Draco? - VirgÍnia apelou para o marido, que ficou mais branco que o normal.
_Er... você princesa, vai ajudar a Vó Cissy com o jardim. -ele falou para Norah. -e você rapazinho - apontou para Luke - vai passar um dia comigo no escritório.
_AH não! Porque o pior castigo é sempre o meu? - ele perguntou emburrado saindo do escritório batendo os pés.
_Deixe ele. - Draco falou segurando a esposa pelo braço - converso com o Luke depois. - ele emendou no ouvido dela, e voltou-se para os três restantes - Lia, você vai ficar sob os cuidados do Dylan, o dia inteiro.
_Mas papai! - ela tentou protestar.
_Mas nada! -ele trovejou - ou então ninguém aqui vai no aniversário do Weasleyzinho lá.
_Draco!!! Não fale assim do meu sobrinho. - Gina advertiu-o com classe. (leia-se fuzilando-o com o olhar, ok?).
_Desculpe querida. -ele falou rapidamente e Dylan riu.
_Ok. Podemos ir para os nossos "castigos", pai? - o ruivo perguntou segurando o riso.
_Podem. - o loiro falou voltando para seu Hidromel. -e Dylan... - ele chamou o mais velho, que o encarou de volta - pega leve com eles, ok?
_Tá bem, pai. - o jovem disse saindo do aposento com uma ruivinha saltitante e uma moreninha emburrada.
_Eles ainda vão me matar, você vai ver. - Draco comentou casual, bebendo uma gole do líquido forte ems eu copo. Gina observava-o. - o que foi?
_Sabia que você fica tremendamente sexy bancando o pai durão? - ela perguntoua proximando-se dele feito uma gata.
_Uou, não sabia que isso te..ãhn... excitava, querida... -ele falou permitindo-se ser seduzido pela esposa.
_Você nem imagina. -disse ela trancando a porta e as janelas com um gesto de varinha, beijando-o ávidamente em seguida.
*********A Toca***********
_Mãe! Pai! - um ruivinho de onze anos descia correndo as escadas com um envelope pardo nas mãos e um sorriso no rosto - adivinhem? - ele perguntou adentrando a cozinha aos pulos.
_Michael Granger Weasley, quantas vezes eu vou ter que pedir pra andar devagar dentro dessa casa? - Hermione reclamava enquanto organizava travessas de doces para a festa do único filho.
_Desculpe mamãe, mas é que...- e foi interrompido pela figura ruiva do pai que se materializava na sua frente.
_Qual o motivo do furacão? - Rony perguntou entrando na cozinha, enquanto lia o Profeta Diário. - Mione querida, não achei as cenouras.
_Não acredito! - ela falou desesperada - COMO eu vou fazer tortilhas de cenoura e chocolate SEM as cenouras, Ronald????
_Não sei. -ele deu de ombros - conjure-as.
_Ora...
_EEEEEEEEEIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!!!! - Michael berrou subindo numa cadeira - Será que vocês podem me dar a mínima atenção? - vendo seus pais olharem-no com assombro pela explosão de humor ele aproveitou - Uma carta de Hogwarts. Fui aceito! - e desceu da cadeira esperando a bronca que levaria por ter elevado a voz para um adulto e por ter subido no móvel.
_YES! - Ronald deu socos no ar - esse é o meu garoto! -e abraçou-o de supetão, fazendo-o corar.
_Francamente Pai. - ele resmungou quando Ronald o soltou. - Ai, mãe. - ele reclamou ao sentir o abraço quebra-ossos da castanha. - vocês querem me matar asfixiado? - ele fez bico saindo da cozinha, rumo às escadas - vou tomar banho! - gritou do alto.
_Com quem ele aprendeu a ser tão reclamão? - Rony perguntou coçando a cabeça.
_Quer mesmo que eu responda? -Mione perguntou rindo, enquanto espiava o forno. O bolo de aniversário estava quase pronto.
_Esquece. - o ruivo falou numa careta - que horas eles chegam?
_Às sete. - ela falou mirando-o - algum problema, querido?
_Não, é só que... -ele falava enquanto sentava-se - acho que não agimos certo com o Michael.
_Tá falando de quê, exatamente?
_Ele recebeu a carta, né Mione. Devíamos ter festejado mais e não ter agido como dois panacas...
_Um panaca. - ela falou apontando o marido - eu agi certo. Demonstrei que estava feliz.
_Que seja, Mione, que seja. - ele falou resoluto - vou subir pra tomar um banho. Você vem? - ele perguntou sedutor.
_Depois. Estou esperando a resposta dos Zabine. - ela falou conjurando as cenouras.
_O QUÊ? - Rony voltou para a cozinha aos pulos - VOCÊ convidou aquele...aquele...
_O marido de uma grande amiga? Ah, sim... eu o convidei também. - ela falou refrescando a memória do esposo, que calou-se por instantes.
_Está bem. -ele falou virando-se, quando ouviu-a o chamando novamente - sim, querida.
_Se demorar pra subir vou acabar tomando banho sozinha. - ela falou muito próxima ao ouvido do esposo, que arrepiou-se, saindo correndo escadas acima.
_E o bolo? -ele perguntou quando recuperou a voz.
_Tá pronto. - ela gritou rindo do andar de cima. Rony subiu as escadas rapidamente, com um sorriso safado nos lábios.
*******Mansão Zabine*******
_Ah, você VAI! - uma loira com cara de maníaca ameaçava um certo moreno de olhos azuis com uma escova de cabelos - e não me obrigue a te obrigar, Blaise!
_Luna, Lunita, Luluzinha da minha vida - ele apelava - acho que o Weasley não vai gostar de me ver lá, sabe...
_Por Merlin! Vocês estão agindo feito crianças. -ela falou tentando se acalmar. - vou me arrumar. Veja se o Bruce está bem, ele anda quieto esses dias. -ela falava enquanto abria o guarda-roupa à procura de um vestido azul - e é bom que vocês estejam prontos quando eu terminar aqui.
_Está bem, querida, está bem, você me convenceu. -ele falou erguendo os braços em sinal de rendição - mas se eu morrer lá o remorso vai te atingir em cheio. -ele finalizou fazendo drama e saindo do quarto atrás do filho.
Blaise procurou em todos os aposentos da Mansão e nada de encontrar o filho. "Onde será que esse menino se meteu?" ele pensava enquanto caminhava por um extenso corredor, com vários retratos de família que se mexiam e falavam coisas não muito agradáveis aos que não tinham sangue-puro. Foi no final desse corredor que avistou um loirinho de quase onze anos abaixado, conversando com um dos quadros. Blaise sentiu o coração afundar ao perceber com quem o filho estava papeando.
_Bruce. -ele chamou-o - venha, você tem que se arrumar para a festa.
_Ah, pai, não quero ir. -o loirinho falou abaixando a cabeça. O homem negro do quadro observava a cena curioso.
_E eu posso saber porquê? - Blaise perguntou ignorando o olhar do quadro à sua direita.
_Precisa perguntar rapaz? Ele não quer se misturar com aquela ralé de Weasleys e sinceramente, você me envergonha Blaise. Andando com esse tipo de gentalha... - o homem continuaria seu discurso de não fosse interrompido pelo bisneto.
_Já chega disso, Bernard! - Blaise encarou os olhos verdes do homem negro do quadro - não o quero cultivando esse tipo de intrigas na minha casa. Se eu ouvir mais uma gracinha sobre os Weasley ou sobre qualquer outra pessoa aqui, você vai para a lareira, combinado?
_Estressado - o homem resmungou e evitando o olhar de Blaise respondeu - está bem.
_Ok, - Blaise disse virando-se para o filho - e você venha comigo Bruce. Sua mãe está aflita atrás de você. -ele falou numa voz serena para o loirinho de olhos incrivelmente azuis que levantou-se de um salto.
_Essa juventude... -ele ainda pôde ouvir Bernard Zabine murmurar de seu quadro.
_Não devia dar ouvidos à ele. - Blaise falou calmamente, quando saíram do extenso corredor.
_E porque não? - Bruce perguntou sem entender.
_Digamos que não é saudável. - Blaise falou simples - um dia eu te explico toda essa história, mas agora quero que vá tomar banho e se arrumar, temos vinte minutos antes de partir para a festa dos Weasley.
_Tá bem, papai. Eu vou.
Algumas horas depois todos se encontravam na casa dos Weasley, comemorando o aniversário de Michael e sua carta de Hogwarts. Os homens bebiam brandy, uma bebida trouxa trazida por Fred, que não pôde ficar para a festa, pois tinha que cuidar da loja. As mulheres estavam sentadas na cozinha, enquanto conversavam e terminavam os últimos preparativos do bolo.
_Onde estão as crianças? - Luna perguntou a Gina.
_Michal e Lia estão na sala abrindo os presentes. -a ruiva falou calma, bebendo uma dose de Fire-Whisky - Luke e bruce estão brincando lá fora e Norah está apanhando flores no canteiro dos fundos.
_Lá fora? Bruce está lá fora? - a loira falou saindo em disparada porta afora.
_O que deu nela? - perguntou Mione à cunhada.
_Vai saber. - a ruiva deu de ombros.
Luna cheogu na varanda da casa dos Weasley e viu, para seu desprazer que seu único filho estava brincando no quintal com o amigo Luke, com a permissão dos pais dos mesmos, Draco e Blaise. Seu sangue ferveu ao notar o filho fazendo manobras perigosas para um menino de quase onze anos, sob os aplausos do pai. "Ele vai ficar de castigo até os trinta anos!" pensou com raiva e olhou de esguelha para Blaise "E você vai se arrepender de me contrariar querido".
_Bruce Lovegood Zabine, desça já dessa vassoura! - ela gritou.
_Mas eu estou treinando para entrar no time de quadribol, mãe. - ele respondeu do alto, sob o olhar orgulhoso do pai.
_Deixa ele querida. Ou você vai querer ser responsável pelo fato do melhor batedor da Sonserina não saber voar? - Blaise perguntou brincalhão. Bruce olhou-o com assombro.
_Eu não quero ir para a Sonserina! - ele falou pairando sobre os pais.
_O QUÊ? - gritaram os pais ao mesmo tempo. Luna de surpresa. Blaise de choque.
_Vou ser da Grifinória. -ele falou sorrindo e saiu voando, antes de ver o pai fingir um desmaio, fazendo Luna, Dylan e Draco rirem.
*********Muito longe dali, em Paris*********
_Cheguei. - um homem bonito, forte e com cabelos lisos e curtos anunciava enquanto jogava-se no sofé do mínimo apartamento.
_Está atrasado. - uma morena de olhos puxados reclamou - sabia que é importante pra mim e...
_Estive ocupado. -ele falou sereno, de olhos fechados.
_Podia ter ao menos me avisado. Assim não ficaria fazendo papel de idiota aqui. - ela falou irritada, saindo pelo extenso corredor, rumo ao quarto do casal.
Carl suspirou. Já era a terceira discussão sem fundamento em menos de uma semana. Passou a mão nervosamente pelos cabelos e suspirou novamente. Enviara uma coruja aos Malfoy para saber notícias de Lia, mas tudo que obteve como resposta foi um seco "ela está bem" do patriarca daquela família. Essa distância já estava matando-o e ele acreditava que Cho estava nesse estado de nervosismo, porque a filha deles faria onze anos dali a dois meses. Levantou-se e encaminhou seus passos pelo percurso antes traçado pela mulher.
_Desculpe. - ele falou após entrar no aposento e abraçá-la por trás.
_Você não entende, Carl. - ela virou-se para ele - sinto falta dela. Como sinto. - e abraçou-o.
_Eu te entendo. -ele falou afagando os cabelos negros da mulher - e por isso mesmo acho que precisamos conversar sobre isso.
_Como? - ela perguntou sem entender.
_Paris. Cidade maravilhosa. Gente bonita. Mas já está na hora de voltar, não acha? - ele perguntou encarando-a nos olhos. Cho afastou-se do abraço, aproximando-se da janela.
_Não sei. - a morena de olhos puxados comentou num observatório profundo da paisagem - estou com medo dela me rejeitar, Carl. - ela confessou num sussurro.
_Você é a mãe dela. E ela sabe que não é filha dos Malfoy. - ele falou curto.
_Mesmo assim. Pode ser um choque para a cabeçinha dela. - Chang falou encarando-o de volta - é complicado. Ela sabe que é adotada, mas não sabe NADA a meu respeito. Alias ela não sabe nada sobre você também.
_Não achei que a maternidade tivesse te deixado covarde, Chang. - ele falou provocando-a recebendo como resposta um olhar mortal e uma mão apertando seu pescoço.
_Nunca mais repita isso! - ela falou agarrando-o pelo pescoço, ao mesmo tempo que ele lhe sorria cínico.
_Partimos dentro de dois meses. -ele informou calmamente, retirando a mão da chinesa de sua garganta, envolvendo-a com a sua logo em seguida - onze anos é muito tempo.
_Tempo. - ela falou olhando para o carpete verde-musgo do aposento - preciso de tempo para me acostumar com essa idéia. Além disso eu fui dada como morta, lembra? Não posso simplesmente aparecer na Inglaterra! -ela lembrou-o nervosamente.
_Eu sei disso, querida. - ele falou levantando o rosto dela com os dedos - confia em mim. Vou dar um jeito nisso.
_Como? - ela perguntou num tom incrédulo.
_Identidade falsa, obviamente. -ele falou sacando a varinha do bolso - agora você é Melinda Flitz. Minha adorável esposa.
_Melinda? Argh... detestei esse nome. - ela falou numa careta - Porque não tenta Akira? É um nome mais parecido comigo.
_Ok, se você faz questão -ele mudou o documento com um toque de varinha - agora você é Akira Flitz. feliz?
_Um pouco. -ela falou abraçando-o - não acredito que vou rever nossa filha. - ela falou com voz embargada - espero que os Malfoy não criem problemas.
_Ah, não. - Carl reclamou afastando-se - o que você está pensando em fazer?
_Eu? Nada. - ela falou retomando o abraço - nada querido, não se preocupe. - ela falou num tom de voz meigo, que contrastava com a fúria explícita em seus olhos. "Você não perde por esperar Virgínia." completou em pensamento.
*********************************
N/A: Desculpem a demora... mas tive problemas como já expliquei na nota (veja cap 100).
Bom gente, este é o último capítulo da fic. O próximo será um epílogo e aí sim começo Heranças, está bem?
Agradeço a paciência que todos tiveram comigo.
Obrigada às pessoas que me deram idéias, força e ajuda nos momentos que eu mais precisei (e que não foram poucos..rs).
Bjus à todos... e por Merlin: COMENTEM, ok?
Vivika.
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