Troco.
Even though I'm the sacrifice,
You won't try for me, not now.
Though I'd die to know you love me,
I'm all alone.
Isn´t something missing?
Isn't someone missing me?
Missing - Evanescence
Duas semanas tinham se passado desde o casamento e Virgínia ainda estava com as palavras do marido ecoando em sua cabeça: Você não perde por esperar, não se deve brincar com um Malfoy". Desde aquela 'fatídica' noite de núpcias que Draco não falava com ela. "Menos mal assim não tenho que ficar aturando as chatices dele." ela pensava tentando convencer-se de que aquela situação entre recém-casados era perfeitamente normal.
_Que se dane. - ela resmungava enquanto preparava o café-da-manhã escondido. Afinal, Draco não permitiria q a atual Sra. Malfoy dispensasse os elfos para cozinhar por si mesma, mesmo q a atual Sra. Malfoy fosse Virgínia.
"Porque eu não paro de pensar naquela maldita noite? Tantas coisas já aconteceram nessas semanas... e eu aqui! Pensando naquele maldito loiro que possui um maldito corpo que me mata com um maldito desejo! Ai que raiva!" a ruiva pensava enquanto esquentava um pouco de leite, magicamente, fazendo com que o leite fervesse e sujasse parte da cozinha.
_Ah, MERDA! - ela falou alto o suficiente para ser ouvida na Malásia.
_Que palavreado inadequado para uma Malfoy. - uma voz fria e zombeteira se fez ouvir na cozinha.
_Olha aqui Draco, - ela falou virando-se para o loiro, e ficou atônita por instantes. - onde você vai vestido assim?
_Eu? - ele fez-se de desentendido, olhando para sua camisa social preta e sua calça também preta, impecáveis.
_Tem mais algum Draco aqui? - ela falou gesticulando impaciente. TPM. Virgínia estava de TPM.
_Não que eu realmente lhe deva satisfações, entenda: eu não lhe devo. - ele começou o discurso interminável de como ele era superior a uma Weasley que se prestou ao papel de casar com o inimigo pra salvar o filho e bla bla bla. Era sempre a mesma coisa. Eles discutiam por bobagens. - Mas hoje, exclusivamente, eu vou lhe dar e não. Não se acostume com isso, eu apenas acordei de bom humor. - ele sorriu cínico.
_Acabou? - ela perguntou entendiada.
_Ainda não. - ele falou irônico - bom, já que está tão interessada assim em saber onde eu vou - a ruiva rolou os olhos - Hospital.
_Aconteceu alguma coisa? - ela perguntou desinteressada, partindo um pedaço de bolo.
_Dylan. - ele respondeu irritado com a falta de atenção da ruiva.
_O que houve? Ele está bem? Mas, ele estava bem ontem a noite... o que aconteceu Malfoy? - ela falava rapidamente agarrando Draco pelo colarinho.
_Calma ruiva! - ele falou pegando os braços dela, que estavam sufocando-o, para afastá-la - eu sei que sou gostoso e lindo, mas controle-se.
_FALA LOGO DRACO! - ela gritou novamente.
_Tsc tsc tsc... que comportamento terrível. - ele falou cínico, sem largar os braços dela, que tentava soltar-se - vou procurar alguém pra cuidar dele em casa.
_Só isso mesmo? - ela perguntou intrigada.
_Sim, este trajeto até o hospital não está fazendo bem a ele. E como aparatar não é recomendado durante o tratamento, achei melhor procurar alguém para cuidar dele aqui. Temos quartos suficientes na Mansão. - ele falou com um brilho estranho no olhar.
_Certo. -ela falou simples. - faça como achar melhor. Aliás, porque está falando comigo? - ela perguntou encarando-o.
_Não estou. - ele falou simples, soltando os braços da ruiva, e saindo da cozinha rumo ao corredor.
"Eu hein, que será que deu nele?" ela pensou vendo-o sair da cozinha. "Esse casamento está começando a me irritar." ela divagava em pensamentos enquanto caminhava até o andar superior da Mansão. Queria verificar se seu menino estava realmente bem, como o loiro dissera. "Se ele estiver mal eu vou MATAR o Malfoy!" ela pensava abrindo a porta do quarto, para encontrar um Dylan descabelado e ainda sonolento sentado sobre a cama.
_Bom dia - a ruiva falou entrando no quarto.
_Bom dia mãe, ainda não foi pro trabalho? - Dylan perguntou estranhando.
_Vou mais tarde. - ela sorriu amarelo. A verdade era que Draco não queria mais que ela trabalhasse, não que ele gostasse dela, mas evitava fofocas do tipo 'A Sra. Malfoy trabalhando? Onde o mundo vai parar!'. Era a clássica situação de se impor na sociedade, enfim Virgínia odiava isso. - Mas não comente com ele ok?
_Tá. - Dylan falou meio triste, o que foi notado pela ruiva.
_Que foi? Que carinha é essa meu amor? - a ruiva perguntou aproximando-se da cama, e afagando os cabelos vermelhos do menino.
_Nada. - ele falou com o olhar baixo.
_Dylan - ela ergueu o rosto dele, fazendo-o encará-la - o que está havendo?
_Porque você se casou com ele? - ele perguntou de súbito.
_Ora, porque... porque... ah, quando você crescer você vai entender querido. - ela falou sem jeito.
_Mãe, eu não sou tão criança assim - ele falou assumindo uma pose tipicamente Malfoy, o que assustou a ruiva, por alguns segundos - tem alguma coisa errada.
_Porque está falando essas coisas Dylan?
_Sei lá. Eu vejo vocês dois sempre separados. É esquisito. - ele falou com uma careta - eu não gosto de ver vocês dois assim, brigados.
_Mas não estamos brigados. - ela falou rápido.
_Mãe, você pode até tentar me enganar, mas não vai conseguir. - ele falou com as duas mãos segurando o rosto dela - você não está feliz aqui.
_Dylan, é melhor você levantar e tomar seu café. Vou te levar pra casa do seu tio Rony. - ela falou levantando-se rapidamente da cama, tentando segurar as lágrimas. "Sou péssima atriz, até meu filho reparou que isso tudo é uma farsa." ela pensou com certo pânico.
_Porque? - ele perguntou confuso.
_Porque acho essa Mansão grande demais pra te deixar aqui sozinho. - ela explicou simples.
_Eu fico com a Vó Cissy. - ele falou com cara de cachorrinho pidão.
"Vó Cissy?" ela pensou alarmada - bom, vamos ver se ela não vai se importar então. - Gina falou levantando-se da cama, com o filho em seu encalço. - você deveria vestir um casaco, essa casa é muito fria.
_Tô me acostumando com esse frio.- Dylan falou simples, passando na frente da mãe e quase correndo até o final do corredor, onde ficava o quarto de Narcisa. - vem logo mãe! - ele reclamou da 'demora' de Gina ao andar no extenso corredor.
_Entre. - Narcisa falou sonolenta, após insistentes batidas na porta de seu quarto.
_Desculpe incomodar tão cedo... - Virgínia falou sem jeito, entrando no quarto da Matriarca Malfoy, após Dylan correr até a cama da 'avó'.
_Não incomoda querida, já nem é tão cedo. - a loira falou rindo levemente - dormiu bem anjinho? - ela virou-se para Dylan.
_Sim, mas tive um sonho estranho. - ele falou olhando para algum ponto na janela.
_Que sonho estranho Dylan? - Gina perguntou preocupada.
_Sonhei com meu pai. - ele falou olhando para a mãe - mas foi estranho.
_Como assim, querido? - Narcisa perguntou dessa vez.
_É que, bem... - ele parou um pouco pensativo - meu pai era moreno, de olhos verdes e usava óculos. - ele falava e ocasionalmente olhava para a mãe - mas no meu sonho ele tava diferente.
_Explique o 'diferente' Dylan. - Gina falou séria.
_Ele tava de costas pra mim, mas quando eu o chamava... ele virava pra mim, mas não era mais o meu pai. - ele falou como se estivesse ligando um mais um - era o Draco!
_Bom, isso deve ser porque você está se acostumando com a presença do meu filho - Narcisa falou envolvendo-o num abraço afetuoso - ele é seu novo 'pai' agora.
_Verdade mãe? - ele indagou com os olhos brilhando em expectativa.
_Dylan, entenda uma coisa: eu me casei com o Draco - "FORÇADA!" sua mente gritou - mas seu pai de verdade sempre vai ser o Harry, ok?
_Tá. - ele falou simples - mas eu gosto mais do Draco. - ele comentou pra si mesmo, porém Virginia e Narcisa ouviram.
_Bom, Narcisa, eu vim te perguntar: pode ficar com o Dylan enquanto eu trabalho? - Virinia mudou o assunto rapidamente.
_Sim, mas... porque você vai trabalhar? - a loira perguntou alarmada.
_Porque eu prefiro assim. - a ruiva falou como se prevesse a próxima fala da sogra.
_Draco não vai gostar nada disso.
_Eu sei. - ela falou sorrindo, enquanto levantava-se para sair do quarto - e eu sinceramente, não me importo.
_Oh, está bem. Faça o que quiser, mas depois não diga que não avisei - a loira falou rápido enquanto a ruiva fechava a porta atrás de si. - essa juventude! - Narcisa suspirou cansada - então o que vamos fazer hoje? - ela virou-se animada para Dylan.
********** St. Mungus ***********
_Veja bem, eu só preciso que você tome conta do meu enteado durante a semana. - Draco explicava pela terceira vez, já sem paciência - E aos sábados. Você terá uma folga por semana e os Domingos serão livres. O que mais você quer?
_Não sei. Malfoy, você nunca mais foi amigável comigo, o que está querendo com isso? - a morena perguntou seriamente.
_Chang, vai dizer que já se esqueceu dos nossos momentos em Hogwarts? - ele perguntou presunçoso.
_Não, eu não esqueci Draco - ela falou numa postura mais insinuante - achei que você tivesse dado um basta em 'nós'.
_E dei. Naquela época, você sabe: Potter, a guerra e tudo mais. Não podia me envolver emocionalmente com ninguém. - ele falou cínico.
_Sei, sei. - ela falou afastando-se lentamente - bom, quanto você vai me pagar pelo meu novo emprego?
_O que acha de 300 galeões, por semana. - ele falou galante.
_Nossa, muito dinheiro! Você deve realmente se importar com o garoto. - ela comentou surpresa - aliás, quem é a sua esposa?
_Não anda lendo os jornais ultimamente? - ele perguntou direto.
_Não, eu acabei de chegar de um intercâmbio na China. - ela explicou suavemente.
_Weasley. - ele falou num sorriso enviesado, esperando a reação da morena - Virginia Weasley.
_A Weasley? NEM PENSAR!! - ela falou alto demais para um ambiente hospitalar - para aturar o filho daquela desgraçada, só se você me pagar pelo menos o DOBRO!
_Dobro? Há, não se ache muito. - ele falou, consertando-se rapidamente ao ver que ela iria embora - ok, 500 galeões e não se fala mais nisso.
_O que eu ganho com isso? - ela perguntou maliciosamente.
_Humm... o que mais você quer além do que posso lhe oferecer? - ele perguntou sedutor.
_Você sabe muito bem o que eu quero, Draco... - ela falou envolvendo o pescoço dele com as duas mãos.
_Isso, eu posso te dar. - ele falou aproximando o rosto do dela - mas só se você aceitar o emprego. - ele falou próximo aos lábios dela, que arfava.
_Eu aceito. -ela falou terminando com a distância entre as bocas.
***************
"Nunca brinque com um Malfoy, Weasley." ele pensava enquanto caminhava por entre o Beco Diagonal. Encontrar a Chang não foi fácil, mas valeu a pena. Só queria imaginar como a Weasley reagiria ao saber da 'nova' companhia que teria na Mansão. "Ela vai ter um ataque!" ele pensava enquanto caminhava pelas ruelas do Beco. Não era novidade para ninguém no mundo mágico que a Weasley e a Chang se odiavam desde os tempos de Hogwarts. O motivo: Potter. Ele tivera um romance com a Chang, deixando a Weasley arrasada. Mas com a guerra a história se inverteu e quem ficou a ver 'bruxas voando' foi a Chang. Ninguém sabia o paradeiro da chinesa, ninguém exceto Draco, que manteve um caso secreto com ela durante o quinto ano.
_O que ela pensa que está fazendo? - ele perguntou-se ao notar, através da vidraça da Artefatos & Cia que Virginia estava lá, no costumeiro uniforme roxo. O mesmo uniforme que chamara a atenção do loiro hpa alguns meses.
Entrou na loja com passos firmes sendo notado pelos clientes e atendentes que ali estavam, devido ao barulho da campainha da porta. Como odiava sinetas! Procurou nos fundos da loja a cabeleira ruiva familiar da 'esposa' e dirigiu-se até ela, em passos firmes. Quem o visse de longe até temeria, pois aqueles olhos azuis-acinzentados só emanavam raiva. Uma raiva descabida pelo fato da esposa estar trabalhando. Os olhos de Draco rapidamente encontraram com os de Virgínia. Castanhos-esverdeados nos cinza-chumbo. Ele estava realmente furioso.
_O que pensa que está fazendo? - ele perguntou 'calmamente', contrastando com a raiva do olhar.
_Trabalhando. - ela respondeu num sorriso irritante.
_Malfoys não precisam trabalhar. - ele falou perigosamente baixo - principalmente as mulheres Malfoy.
_Eu sou uma Weasley. - ela respondeu seca afastando-se dele por um corredor próximo.
_Não. - ele falou firme seguindo-a - você é uma Malfoy agora. Então é melhor se comportar como uma.
_Eu não vou ser sua boneca de porcelana Draco. -ela falou venenosa.
_Virgínia não me provoque! - ele falou segurando-a pelo braço firmemente. -volte para casa, agora.
_Está me machucando! Me solta. - ela reclamava tentando soltar-se dele.
_Você vai voltar, por bem ou por mal. - ele avisou.
_Me solta! - ela pediu com lágrimas nos olhos, tentando ignorar o fato que TODOS na loja observavam aquela cena.
_Você vem comigo. - ele falou tentando arrastá-la porta afora, para aparatar.
_O que está acontecendo aqui? - uma voz, naquele momento salvadora, interviu naquele vexame conjugal - Draco, por Merlin solte-a. Está machucando a Gina.
_Blaise, eu não sei de onde você veio, mas é melhor voltar pelo mesmo caminho. - o loiro disse raivoso.
_Acalme-se.- Blaise falou firme - melhor vocês conversarem depois, com mais calma. Agora, solte-a.
_Ela é minha mulher. - Draco falou como se estivesse provando sua superioridade. - Eu mando nela.
_Me larga agora, seu estúpido! - Virgínia falou séria.
_Você não manda nela, Draco o que está havendo com você? - Blaise perguntou pondo-se entre o amigo e a porta da loja.
_Sai do caminho Zabini. - ele falou erguendo a varinha na direção do amigo.
_Não me faça azarar você, Malfoy! - Blaise respondeu no mesmo tom.
_Pelo amor de Merlin, olhe o papelão que você está fazendo Malfoy! - Luna, que estava entretida com alguns objetos da loja, apareceu ao lado da ruiva.
_Não se meta. - Draco falou nervoso.
_Não dê ordens à ela. - Blaise respondeu em igual tom.
_CHEGA! - Gina explodiu de raiva - era o que você queria, então tá: você é estúpido. Idiota! EGOÍSTA! EU TE ODEIO MALFOY! - ela falou a plenos pulmões soltando-se dele, que ficou surpreso com o ataque repentino, e ganhando a rua, aparatando em seguida para o único lugar onde sentia-se em casa.
*********************
Chorou a tarde inteira. Aquela não era nem de longe a vida que tanto sonhava quando adolescente. Recordando-se da sua época em Hogwarts, aproximou-se do baú ao pé da cama, em seu antigo quarto na Toca. Abriu-o. Quantas lembranças assolaram sua mente. Retirou o antigo uniforme de quadribol, adorava voar. Foi a atleta-revelação em seu quinto ano quando jogou na posição de apanhadora no lugar de Harry. Lembrou-se do moreno e sua vista embaçou-se mais uma vez. Retirando os inúmeros cadernos e diários do baú encontrou o que procurava: o antigo álbum de fotos da escola. Respirou fundo e abriu-o. Um Gina sorridente a fitava, enquanto voava com o pomo de ouro na mão. Tinha 15 anos e uma vontade louca de viver daquela maneira, livre. Virou a página e encontrou-se na biblioteca em seu sexto ano, ao lado de Luna e Colin, que estudava aritmancia feito um louco. Nunca soube o porque já que o amigo agora era um famoso fotógrafo na Irlanda. Riu. Mais uma página, mais lembranças. Estava assim, até que encontrou A foto. Ela e Harry, beijando-se. Lembrava-se perfeitamente daquele dia. Sétimo ano dela, ele já formado. Baile de Formatura. Ela já estava grávida de Dylan há dois meses, mas nem desconfiava. Estavam juntos, e até onde ela sabia, felizes. Virou a página e assutou-se ao notar, pela primeira vez, que tinha mais alguém naquela foto. Os olhos prateados eram inconfundíveis. Mas, o que Draco Malfoy fazia ali em pleno baile de inverno de uma turma que não era a sua? Isso, bem, ela agora teria que descobrir.
*********Mansão Malfoy, 21hs***********
_Boa noite. - a voz arrastada se fez ouvir na penumbra da Sala de Estar dos Malfoy.
Draco estava sentado de frente à lareira desde cedo, quando aparatara em casa depois do vexame no Beco Diagonal. O loiro estava com a cara péssima e bebia seu oitavo copo duplo de Fire Whisky enquanto esperava a chegada da esposa. Virgínia sentiu-se acuada por alguns segundos. Aquela voz fria do marido poucas vezes lhe causara aquela sensação de arrepio. Respirou fundo, concentrando-se nos lances de escada à sua frente. "Passe reto Gina, é só subir as escadas e se trancar no quarto que isso acaba." ela mentalizava feito um mantra. Mas mal pôde colocar o primeiro pé no degrau de mármore escuro, quando seu braço foi segurado com selvageria pela segunda vez naquele dia.
_Me solta Malfoy. - ela falou baixo, pois tinha a impressão que se ele não lhe soltasse começaria uma discussão daquelas.
_Onde você estava? - ele perguntou com a voz ébria. Ela reparou que ele não estava tão agressivo quanto antes, mas ainda assim mantinha seu braço apertado.
_Me solta Malfoy. - ela repetiu sem emoção. Estava transtornada pelas atitudes dele naquela tarde. Virou-se pra ele, um erro. - o que aconteceu com você Draco?
_Comigo? Nada. - ele falou com a voz bêbada e um sorriso demente no rosto. - eu... tô... legal. Onde você estava?
_Em casa. - ela respondeu breve, livrando o braço do aperto - boa noite. - falou subindo os lances de escada rapidamente.
Entrou no quarto e permitiu-se chorar ecostada à porta. Sua vida estava um inferno. Nada dava certo, tinha um emprego medíocre, um casamento de fachada, não tinha família alguma além do filho. Lembrou-se de Dylan e conseguiu reunir forças para levantar-se. Caminhou alguns passos em direção ao armário, precisava de um banho quente para relaxar, quando ouviu batidas. Suspirou pesadamente.
_Vá embora. - ela falou firme - não quero te ver hoje Draco Malfoy.
_Mãe? - Dylan pôs a cabeça pra dentro do quarto. - tá tudo bem?
_Ah, oi filho. - ela tentou recompôr-se e enxugou as lágrimas do rosto, sentando-se na cama - aconteceu alguma coisa?
_Não. - ele falou aproximando-se, sentando-se ao lado da ruiva - quer dizer, a vó Cissy e eu fomos dar um passeio numa vila aqui perto. Foi legal. - ele comentou sorrindo.
_Que bom filho. Bom ver você se divertindo. - ela falou precipitando-se num abraço forte do menino.
_Mãe, posso perguntar uma coisa? - ele olhou pros sapatos, tímido.
_Claro filho. O que quer saber? - ela indagou encarando-o.
_Posso ter um irmãozinho? - ele perguntou numa voz fraca.
_Er, Dylan... porque isso agora? - ela sorriu amarelo.
_Ah, todo mundo do pré-bruxo tem. E eu pensei assim: 'já que minha mãe é linda e casada, acho que ela pode resolver isso.' - ele falou sorrindo abertamente - então, posso?
_Dylan, as coisas não são assim tão fáceis. - ela começou a explicar - para que isso aconteça é preciso que os dois queiram, sabe. Marido e mulher.
_E você não quer? - ele perguntou direto.
_Bom, sim. Eu quero sim. Mas... - ela suspirou, como ia explicar que o casamento dela com Draco Malfoy era mais parecido com um contrato de negócios.
_Então, o Draco que não quer? - ele interrompeu o raciocínio da mãe, sem saber.
_Não sei, querido.
_Vocês não conversam não? - ele perguntou num tom de voz que lembrava Hermione perguntando "Vocês não lêem não?".
_Ainda não falamos desse assunto, mas pode deixar que no momento certo eu falo com ele, pode ser? - ela falou numa voz convincente.
_Tá então. Mas não demora muito, senão eu posso mudar de idéia! - ele falou rindo e beiajndo a bochecha da mãe em seguida - vou dormir. Boa noite, mamãe.
_Boa noite, querido. - ela falou enquanto ele saía do quarto. "Hoje a noite vai ser longa". ela pensou suspirando. - hora de Virgínia Winter entrar em ação. - ela falou pra si mesma, enquanto arrumava uma muda de roupa e partia para um banho rápido.
**********
Meia hora depois já estava arrumada. Uma maquiagem rápida, os cabelos secos e penteados, um sobretudo negro, salto alto, varinha. Aparatou no subúrbio de Londres, num dos becos escuros que já estava habituada. Caminhou alguns metros até a porta lateral da Shake-it. Bateu três vezes. A senha: Cão que ladra, não morde. Riu-se ao assemelhar o ditado com a postura do 'marido'. Entrou no camarim, vestiu-se para o número daquela noite: Gaiolas. Simplesmente odiava aquela sensação de prisão que tanto lhe lembrava sua 'casa'. Mas não podia queixar-se, pois era dali, daquele emprego obscuro, que conseguiria grana o suficiente para pagar àquele Malfoy imprestável tudo que ele fazia pelo seu pequeno tesouro. Terminou de arrumar-se coma s botas negras de couro. Acenou para a 'amiga' de número Chloe, entrando no palco e atraíndo vários olhares para si. Estava pronta para voltar ao trabalho.
**********
_Virgínia, eu... - Draco entrou no quarto de supetão às uma e vinte da manhã: estava completamente bêbado. - ué, cadê você ruiva? - ele questionou o nada ao deparar-se com o quarto, aparentemente vazio - tá dormindo no banheiro? - ele fez graça indo até o lavatório atrás da 'esposa'. NADA. Ela simplesmente não estava lá. - mas o que raios...? - ele se questionava ao notar, num vislumbre de lucidez, que a esposa não estava em casa. "Mas eu a vi subir e trancar-se no quarto. O que está acontecendo aqui afinal?" ele pegou-se pensando preocupadamente. Decidiu que não dormiria até que a ruiva aparecesse, e que se ela não desse as caras logo pela manhã, ele iria ao Ministério tomar alguma providência. Ele caminhou até a cama da ruiva e decidiu esperar por ela ali, até que finalmente adormeceu.
**********
_Foi um ótimo número. - Chloe falou sorrindo. Estavam cansadas, já passavam das quatro da madrugada e Virgínia ainda precisava trabalhar no dia seguinte.
_É. - a ruiva apenas disse acenando. - tenho que ir agora.
_Quer uma carona? - a morena ofereceu.
_Não, obrigada.
_Certo então... até amanhã?
_Sim, amanhã estamos de volta! - a ruiva falou tentando fazer graça, já que estava completamente cansada. Esperou a amiga virar a esquina e aparatou em seu quarto na Mansão Malfoy.
Assustando-se com a visão de seu marido deitado em sua cama, Virgínia suprimiu um grito de susto. Caminhou lentamente em direção ao banheiro, desfez a maquiagem e trocou de roupa rapidamente. Andou lentamente para fora do quarto e suspirou aliviada. "Se ele me descobre eu estou ferrada." ela pensou andando em direção ao quarto do filho. Abriu a porta com cautela para não acordá-lo e deitou-se ao seu lado. Adormeceu rapidamente.
No dia seguinte acordou tarde, já passava do meio-dia. Estava atrasada para o trabalho, muito atrasada. Levantou-se num pulo e correu para seu quarto, afim de tomar um banho e trocar-se para trabalhar. E foi o que fez. Em quinze minutos, Virgínia descia as escadas da Mansão rapidamente à procura do filho, para dar o eventual beijo de bom dia antes do trabalho. Porém a visão que teve de todos no almoço deixou-a desconcertada. Tinham visitas, uma bela moça de aparência familiar comia junto à Narcisa e Dylan, que parecia contrariado, ela notou. O menino abriu um largo sorriso ao avistar a mãe e, esquecendo os bons modos, afastou a cadeira de qualquer maneira e correu ao seu encontro abraçando-a apertado.
_Bom dia mãe! - ele comentou animado.
_Bom dia anjo. - ela falou beijando-lhe a bochecha - dormiu bem?
_Sim, e você? - ele perguntou puxando-a pela mão até a mesa.
_Sim, sim. - ela comentou analisando a mulher a sua frente. "Ela me parece familiar." - Bom dia Narcisa.
_Bom dia querida. - a loira falou numa voz desconfortável.
_Hum, você deve ser a Sra. Malfoy certo? - a oriental perguntou de modo afetado, oferecendo a mão para um aperto.
_Sim, ela mesma. - Gina falou respondendo o cumprimento - e você é?
_A nova enfermeira do pequeno ali. - ela falou sorrindo para Dylan, que fez uma careta. - Não está me reconhecendo, Gina?
_Bom, na verdade não. - a ruiva falou desconcertada - deveria?
_Creio que sim. Me chamo Chang, Cho Chang. - a morena falou deixando a ruiva abismada. "Como ela ousa?" Gina perguntou-se nervosa.
_O que pensa que está fazendo aqui, Chang? - a ruiva perguntou numa voz disfarçadamente doce.
_Vim trabalhar aqui. - Chang respondeu num sorriso.
_Não comigo nesta casa, queira se retirar por favor. - Gina falou num tom superior.
_Creio que eu não possa ser demitida, a não ser que o próprio Sr. Malfoy o faça.
_Mas como se atreve? - Gina controlou-se para não pular no pescoço da outra.
_Fale com seu esposo. Somente ele tem o direito de me demitir, afinal foi o próprio quem me contratou. - ela disse venenosa.
_Ah, mas com toda certeza. Eu falarei com ele. - a ruiva falou dando as costas para a morena e murmurando um 'até mais tarde' para a sogra e o filho - ah, propósito Chang: aproveite bem a sua curta estadia nessa casa. - falou desaparecendo pela porta do aposento.
***********Malfoy & Zabini Indústrias Ltda.***********
_QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA CONTRATAR AQUELA SUJEITA PRA CUIDAR DO MEU FILHO? - Gina berrava a plenos pulmões dentro do escritório de Draco.
_Em primeiro lugar: fale baixo...- o loiro retrucou calmamente de sua escrivaninha.
_FALE BAIXO É O *(&%!$#@"!!! - a ruiva explodiu - VOCÊ PASSOU DOS LIMITES DRACO MALFOY!
_É mesmo? Eu passei dos limites porque me preocupo com a saúde do seu filho? - o loiro falava nervosamente enquanto levantava-se - eu passei dos limites porque ao contrário de você, cuidei dele no dia do nosso casamento enquanto você fazia pose diante daquele bando de abutres que foram na nossa festa de casamento?
_Não misture uma coisa com a outra e... - ela tentava falar nervosamente.
_EU PASSEI DOS LIMITES PORQUE VOCÊ NÃO DORME EM CASA DIREITO HÁ SEMANAS? - Ele gritou perdendo a pose - ME DIGA VIRGÍNIA, QUEM É O ERRADO NESSA HISTÓRIA?
_VOCÊ ESTÁ DOENTE! Eu não passo noites fora de casa, diferente de você que fica por aí se esfregando com qualquer uma que use saias! - ela falou tentando acalmar-se. O que era demasiadamente difícil.
_Não só com as de saias, pode ter certeza! - ele disse venenoso.
_Você me dá nojo!
_Engraçado, achei que EU deveria ter nojo de uma mulher como você! - ele falou destilando veneno e não dando chance para a ruiva se defender - sim, porque você a WEASLEY PERFEITA engravidou antes do casamento do Potter Perfeito que por acaso te largou e ainda fez a merda de morrer numa maldita guerra e deixou de herança pra mim, que NADA TENHO A VER COM A HISTÓRIA, uma mulher maluca e um garoto doente, que não tem culpa da mãe que tem! Engraçado como as coisas acontecem não é? - ele concluiu há alguns passos de distância da ruiva, que tremia de raiva.
_Não fale do meu filho! - a ruiva praticamente gritou.
_EU FALO DE QUEM EU QUISER. - O loiro gritou de volta. - SE VOCÊ NÃO SE DÁ O VALOR E ARRUMA AMANTES PARA PASSAR AS NOITES FORA DE CASA, NÃO TEM O DIREITO DE ME DAR ORDENS!
_CALA A BOCA MALFOY! VOCÊ ESTÁ MALUCO!
_EU NÃO SOU DOIDO WEASLEY. ALIÁS, TALVEZ EU SEJA, JÁ QUE ME CASEI COM VOCÊ.
_Eu não vou ficar aqui ouvindo esses desparates. Faça o que quiser da sua vida eu não me importo! - a ruiva falou nervosa afastando as mechas de cabelo que insistiam em cair nos olhos - mas aquela Chang vai sair da minha casa!
_A casa é MINHA, Weasley! - o loiro falou não contendo uma gargalhada.
_NOSSA! Afinal eu sou uma Malfoy agora.
_Que momento conveniente para lembrar disso, não? - o loiro comentou aproximando-se - porque quando você some às noites você não se lembra que é uma mulher casada e se dá o respeito? Porque você não se lembra que é uma Malfoy e pára de ficar se esfregando por aí como se fosse uma...
PÓF. O loiro sentiu a face arder. Um tapa na cara foi o que recebeu por tamanha insolência. Seus olhos ardiam de ódio agora, ele segurou a ruiva pelos ombros fazendo-a cair no pequeno sofá do escritório, com um semblante assustado. Começou a beijar-lhe o pescoço com selvageria. Estava insano, suas mãos percorriam o corpo da ruiva, que tentava inutilmente se debater sob o corpo dele. Gina tentava gritar por socorro, mas Draco a sufocava com seus beijos e apertos. Ele machucava-a e machucava a si próprio por estar agredindo-a daquela forma. Ele sabia que estava errado, mas não conseguia se conter. A ruiva já estava aos prantos, tinha desistido de tirar-lhe de si. Não tinha mais forças para tentar lutar contra ele e rezava para que alguém aparecesse naquele escritório e tirasse-a daquela situação. Draco, por sua vez, tentava parar, mas seus instintos não lhe permitiam tal feito. Já tinha conseguido subir metade do vestido roxo da ruiva e não conseguia manter uma consciência saudável. Juntando toda a coragem que ainda possuía, Virgínia pediu, soluçando:
_Pare. Por favor, Draco. Pára! - ela falava aos soluços. E seu pranto pareceu despertar o loiro.
_Me... me desculpe.. eu.. - ele tentava falar desconexo com suas atitudes. NUNCA na vida fora capaz de fazer algo como aquilo. Levantou-se transtornado - Virgínia eu...
_Sai de perto de mim! - ela gritou numa voz sufocada. - nunca mais encoste em mim.
_Me perdoe... eu não.. eu não queria... - ele começava a desesperar-se. "IDIOTA RETARDADO!" sua consciência berrava.
_Eu não... eu não quero te ver... nunca mais... Malfoy. - ela falou com os olhos ardendo em lágrimas e aparatando logo em seguida.
Draco ainda permaneceu alguns instantes chocado olhando para o sofá onde a ruiva estivera, momentos antes. Sentiu-se sujo e idiota por ter atacado-a daquela forma. Quis bater-se por ter feito-a chorar daquela maneira angustiante. Só queria abraçá-la fortemente e dizer que aquela dor ia passar, mas não podia, já que ele mesmo era o causador do sofrimento da ruiva. Passava a mão pelos cabelos loiros, desconcertado. "O que está acontecendo com você Draco Malfoy?" ele pensou alarmado, quando uma voz interrompeu seus pensamentos.
_Cara, que gritaria foi aquela? - Blaise falou entrando sem convite, no escritório do loiro.
_Eu... Blaise... eu... fiz besteira. - o loiro falou jogando-se no sofá com uma cara lamentável.
_Pela sua cara deve ser uma besteira daquelas. - o amigo sentou-se de frente pra ele - então, vai me contar o que tava acontecendo aqui? Cadê a Gina?
_Aparatou. Depois que brigamos... eu... ah, que merda! - o loiro levantou-se nervoso.
_O que você disse à ela Draco? - Blaise perguntou cautelosamente.
_Na verdade... não foi o que eu disse, somente... eu também... - ele suspirou e tomou coragem - eu agi errado com ela.
_O que você fez Draco Malfoy? - Blaise perguntou temendo pela resposta.
_Isso mesmo que você está pensando. - o loiro suspirou pesadamente - eu sou um idiota.
_Idiota e animal. - o moreno completou - como teve coragem de atacá-la assim? Ela... cara, como? Logo ela?! - Blaise começou a irritar-se com as atitudes do amigo- sinceramente Draco, você me decepcionou agora. Eu não esperava essa atitude de você.
_Nem eu... - o loiro comentou num murmúrio.
_O que vai fazer agora? -Blaise comentou após alguns minutos de martírio do loiro Malfoy.
_Não faço idéia. - Draco encarou-o miseravelmente.
_Seja o que for, faça rápido. Antes que seja tarde. - Blaise falou simples e ia saindo do escritório quando emendou - reveja suas prioridades Draco, a vida não se resume a dinheiro. - e saiu deixando um loiro sozinho com seus pensamentos.
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N/A: *liga o bruxo-fone do esconderijo secreto*
Oi gente!
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Espero que este cap tenha valido a pena pela demora... sim, eu sei q fiquei milênios sem att isso aqui, mas eu TAVA SEM NET!! Então... PERDOEM-ME !!!
Sim, eu tô querendo MATAR o Draco dps desse cap... mas enfim... são coisas que acontecem!!
Quem quer matar o Draco levante seu fuzil e grite UHAAAAAA!!!!!!!!!
Bjokinhas e comentem...
Avisando para não me chamarem de má dps...
Próximo cap: so com 15 comentários, no mínimo!!
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