A volta à Toca



Harry e Gina desaparataram em frente aos jardins da Toca.
- Vamos entrar logo. - disse Gina
- Espera! - responde Harry - O que você estava fazendo?! Poderia se machucar!
- Acontece, Harry, que caso você ainda não tenha percebido, atualmente nós podemos nos machucar facilmente em qualquer lugar.
- VOCÊ NÃO ENTENDE! - explode Harry - EU PRECISO TE PROTEGER!
- Harry! Nós podemos discutir lá dentro, pois aqui fora é perigoso e está muito frio!
- Muito frio?! Será que são...
Porém, antes que pudesse terminar a frase, o ar gélido e cortante envolveu a Toca. E vindo dos céus, centenas de dementadores cercaram os jardins.
Harry sentia que nunca mais seria feliz. Sua mente dizia para lutar, mas seu corpo mandava-o desistir. Mas depois se lembrou de sua promessa de proteger Gina. Se desistisse agora, todo o seu esforço teria sido em vão. Então, com um raio de esperança que invadiu seu coração, exclamou:
- ENTRA LOGO! Eu os mantenho ocupados! EXPECTO PATRONUM!
Precisava de uma boa lembrança para conjurar seu patrono, mas não conseguia pensar em nenhuma. Suava frio. Estava desesperado.
O que posso fazer? - pensava.
Nesse instante, não pensou em algo que tinha acontecido, mas sim em algo que nunca aconteceria se desistisse. Imaginou ele e Gina, juntos, após ter derrotado Voldemort. E com esse bom pensamento, conjurou o seu patrono, um cervo, que galopou até os dementadores e pisoteava aqueles que alcançava.
- EU DISSE PRA VOCÊ ENTAR!
- Quantas vezes eu vou precisar repetir? Eu sei me cuidar sozinha! EXPECTO PATRONUM!
Dessa vez, um grande tigre albino fora conjurado. Juntos, eles atacavam aqueles dementadores que podiam. Mas havia centenas deles, que estavam sugando a energia dos patronos rapidamente.
- GINA! ABRA A PORTA!
- Ela não quer abrir! Que m****! ALOHOMORA!
Mas nem o feitiço conseguiu fazer com que a porta abrisse.
Agora, Harry fora ajudá-la, tentando abrir a porta, que por incrível que pareça nada conseguia faze-la mover. Nenhum feitiço, nenhuma força bruta. Nada. Ele começara a ficar preocupado. Se não conseguissem abrir a porta, logo a energia dos patronos se desfaria. Após pensar nisso, o vento gélido o fez perceber que o seu maior temor no momento se concretizou. Seus patronos haviam se desfeito.
- EXPECTO PATRONUM! - bradaram juntos.
Mas eles não conseguiram reunir forças para conjurá-los novamente. Harry olhou para Gina, que embora tentasse passar uma aparência forte, estava visivelmente cansada. Se aproximando deles, os dementadores posicionavam-se para executar o beijo.
Precisavam de algo para retardá-los. Algo que não precisasse de uma boa lembrança. Num estalo em sua mente, usou o primeiro feitiço que lhe veio à cabeça:
- LUMUS SOLARIS!
E com a mesma luz de uma manhã de verão, o feitiço atingiu todos os dementadores ao mesmo tempo, que ficaram paralisados com tanta luz. Mas para tristeza mútua, eles voltaram rapidamente ao estado normal. Mas agora, ele sabia o que fazer, então, Harry bradou novamente:
- LUMUS SOLARIS!
O mesmo efeito atingiu os dementadores. Mas agora, os dois perceberam que as luzes na casa haviam sido acesas. Os Weasley haviam acordado. Correram apressadamente até a porta, mas Arthur demorou um pouco para conseguir desfazer todos os feitiços que a trancavam. Os dementadores haviam acordado da paralisia, e por isso, Harry agora estava visivelmente atordoado.
- LUMUS SOLARIS!
Mas agora, ele estava exausto, e não conseguiu fazer o feitiço. Numa tentativa heróica, Arthur e Molly apontaram suas varinhas para os dementadores e bradaram:
- EXPECTO PATRONUM!
Dessa vez, dois unicórnios foram conjurados, atacando aqueles que chegavam perto dos garotos.
- Entrem logo! - gritou a Sra. Weasley, também desesperada.
E após muita dificuldade e muitos esforços, os dois conseguiram passar pela porta, que foi fechada imediatamente.
Harry desmontou no sofá da sala.
Após alguns minutos de descanso, perguntou:
- Mas e os dementadores? Eles podem entrar?
- Não. - respondeu seriamente o Sr. Weasley - Existe um feitiço anti-dementador em volta da casa. Eles não conseguirão entrar. Mas agora que vocês entraram, creio que irão embora, pois a missão deles fracassou.
- Ginevra Molly Weasley! - exclamou a Sra. Weasley - Fugiu de casa, aparatou e usou feitiços ilegalmente! Você está encrencada, mocinha!
- Pai! - diz Gina virando-se para o Sr. Weasley - Abre a porta de novo! Eu prefiro ficar com os dementadores!
- Não tente ironizar! - Estressa-se Molly - Por um acaso, qual seria o motivo de sua fuga?
- Mãe! Eu fui salvar o Harry!
Neste momento, Harry olhou Gina com a pior cara de desprezo que conseguira fazer, mas Gina apenas deu um pequeno sorriso com o canto da boca.
- E o que te levou a aparatar? - continuou a Sra. Weasley com seu interrogatório.
- Eu não chegaria a tempo! Ele estava sendo atacado por três manticores! E ainda por cima, não sabia qual feitiço usar! E agora nós teríamos sido beijados se eu não usasse o meu patrono!
- O seu patrono?! Você não acha que fomos eu e seu pai que salvamos suas vidas?
- Bem, é que...
- Por falar no seu patrono, como aprendeu a conjurar um? - intromete-se o Sr. Weasley.
- Eu diria que eu tive um ótimo professor.
E neste momento Gina virou-se para Harry, que corou, e se lembrou de como ela era uma ótima aluna nos encontros da AD.
- Bom Gina, - tornou a falar a Sra. Weasley - parece que suas respostas soaram convincentes. Por isso, você terá apenas um mês de castigo.
- O QUÊ?! Você acha que um mês é APENAS?! - questionou Gina.
- É isso mesmo que você ouviu. Fique feliz por eu não te dar um ano de castigo! - responde seriamente Molly.
Raivosa, Gina subiu as escadas até o seu quarto pisando tão fortemente no chão, que da sala podia-se ouvi-la.
- Agora, Harry querido, - continuou a Sra. Weasley - Feliz aniversário. E seja bem-vindo. Mas agora, você precisa ir dormir. Só não acorde o Rony. Amanhã comemoraremos o seu aniversário. Acho que já chega de emoções por hoje.
- Tudo bem. - responde Harry, que pegou suas coisas e após desejar boa-noite aos dois, foi em direção às escadas.
Chegando ao quarto de Rony, ele deparou-se com uma situação muito agradável. Rony estava beijando o seu travesseiro, o que Harry associou ao fato dele estar sonhando com Hermione.
Após vestir-se para dormir e guardar o seu malão, ele deitou em sua cama e adormeceu.

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Pouco tempo depois, Voldemort e Rabicho se encontravam em uma estreita rua. E espantado, Rabicho disse:
- Mi-mi lorde. Parece-ce que o Potter continua vivo.
- Não se preocupe, Rabicho. - respondeu friamente Voldemort - Terei outras chances de matá-lo. Além disso, isso foi apenas um teste para Potter. E ele provou que não consegue nem se defender de dementadores sozinho. E mais ainda, ele virá me procurar por livre e espontânea vontade.
E olhando um instante para o estrelado céu, Voldemort ironizou:
- Afinal, ele é o menino que sobreviveu! Ele é o escolhido! Ele é o Harry Potter!

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Harry acordara revigorado no outro dia. Estava sonolento, mas pelo menos não precisava enfrentar dementador algum. Após colocar seus óculos, percebeu que Rony não estava na cama. Foi até o banheiro e lavou o rosto. Quando se olhou no espelho, levou um susto.
- Meu Deus! Eu estou literalmente acabado. Tenho mais rugas que a senhora Figg.
- Acho que os dementadores te afetaram. Você não é de falar sozinho. Essa é uma das características da Mione.
Harry reparou que Rony havia entrado no banheiro e após se abraçarem, ele disse:
- Senti saudades.
- Confessa que sentiu mais saudades da Gina do que de mim. - disse Rony, ironizando.
- Acho que senti mesmo. Mas digamos que tivemos uma experiência horrível ontem.
- E por falar em ontem, FELIZ ANIVERSÁRIO!
- Valeu mesmo. Você sabe que atualmente conseguir completar mais um ano de vida está difícil.
- Eu só não sabia que você era filósofo.
- Engraçadinho.
Após falar isso, Rony entregou-lhe um pequeno embrulho arredondado.
- Não deu para comprar algo muito bom, porque você sabe,...
- VALEU CARA! - interrompeu Harry, após desembrulhar um pequeno pomo de ouro, que percebeu não ser de ouro.
- De nada. Sabia que era sua cara.
- Por um momento fiquei preocupado em ser uma aliança e você estivesse me pedindo em casamento.
Após dizer isso, foi acertado por um soco de Rony, que disse:
- Acho que você é o engraçadinho por aqui. Vamos descer. Todos já estão lá em baixo.
Consentindo com a cabeça ainda um pouco dolorida pelo soco de Rony, desceram juntos.
A chegarem lá em baixo, Jorge cantou:
- “Lá vem a noiva, toda de branco...”. Ops, acho que errei a música.
- Totalmente - completou Fred.
E juntos cantaram:
- “Parabéns pra você, nesta data querida...”
- Podem parar. - exclamou Molly - Eu juro que eu tentei educá-los. Onde foi que eu errei?!
Nesse momento, todos da sala caíram na gargalhada.
- Agora é sério, Harry. - disse Fred.
- Feliz aniversário - completou Jorge.
- E pra você, - disseram juntos - isto.
Harry desembrulhou uma pequena caixa branca.
- O que é isso? - perguntou
- Caixa da Luz. - disse Jorge
- Boa para você cegar o Rony. - disse Fred.
- Mas melhor ainda para usar contra um dementador - disseram juntos.
- Devido a suas experiências passadas, ou melhor, de ontem. - disse Fred.
Sem perceber, Gina havia chegado atrás dele e começado a fazer carinho em sua cabeça.
- Você esqueceu de mim. - ela disse.
- Seria impossível.
E após isso, se beijaram calorosamente.
- Acho que irei lá fora, pois aqui está começando a esquentar. - disse Jorge.
Sem ligar para Jorge, Gina deu um pequeno embrulho a ele. Dentro havia um pingente em forma de raio com letras marcando as iniciais H e G. - Esta será a minha proteção a você.
- Tenho certeza que me protegerá.
Após algum tempo de conversa e da gostosa comida da Sra. Weasley, Harry apanhou o Profeta Diário de cima da mesa e leu a manchete da capa, onde havia uma foto de dragões e dizia:
“Ontem de madrugada, misteriosamente, toda uma colônia de dragões na Romênia sumiu. Várias pessoas acreditam que os dragões foram levados por aquele-que-não-deve-ser-nomeado, que ultimamente têm se mostrado bastante agressivo, destruindo pontes, vilarejos (ver detalhes na página 5) entre outros. Todos os dias bruxos e trouxas desaparecem misteriosamente. Pedimos que se alguém vir ou souber onde estão os dragões, que representam perigo para o mundo trouxa, entre em contato imediatamente conosco ou com o Ministério. Aqui quem fala é a escritora especial do Profeta Diário,
Rita Skeeter.”
- Eu não sabia que a Skeeter escrevia outros artigos de jornal, além daqueles que dizem respeito a mim.
Mas Harry estava preocupado.
- Agora ele está recrutando até dragões?! - pensou.
Após isso romperam batidas na porta.
- Quem está aí? - perguntou o Sr. Weasley.
- Sou eu, Hagrid.
- Como vou saber que é você?
- Me faça alguma pergunta que só eu saberia responder.
Virando-se para os outros, o Sr. Weasley perguntou:
- Alguém pode me ajudar?
Lembrando-se da manchete de jornal, Harry perguntou:
- Hagrid, quem é Norberto?
- Harry, você está me constrangendo. Norberto era o meu bebê.
- Assim como Aragogue era. - murmurou Rony
- Como assim meu bebê, Hagrid?! - perguntou a Sra. Weasley, aparentemente interessada no assunto.
- Era o bichinho de estimação dele. - disse Harry.
Ele não disse que era um dragão, pois criá-los era proibido, e se falasse isso, Hagrid estaria com problemas, ainda mais atualmente, onde era só um mestiço fazer alguma coisa inofensiva que ia direto para Azkaban.
Assim, a Sra. Weasley abriu a porta para que ele entrasse. Mas ele não estava sozinho.
- Mione! - exclamou Rony.
- Harry! - exclamou Hermione, que foi até ele e o abraçou - Feliz aniversário.
- Eu acho que EU que sou seu namorado. - disse Rony, chateado.
- Mal cheguei e já está com ciúmes de mim?! Não ligue Harry. Aqui está o meu presente.
Dentro de um bonito embrulho vermelho e dourado, estava um grande livro intitulado:
“Artes das Trevas - Manuais para autodefesa e proteção”
- É algum livro com linguagem indecifrável?
- É claro que não. Bom, mais ou menos. Eu estava pensando em comprar para você “Hogwarts, uma história”, mas...
-... nós já temos você, por isso, não precisamos do livro. - intrometeu-se Rony.
Hermione fez uma cara de desgosto para ele, mas depois, riu.
Após ela ter voltado suas atenções para o amigo, Harry foi até Hagrid e perguntou, murmurando:
- Hagrid, você leu o Profeta hoje?
- Você viu Harry?
- Uma colônia inteira. Ele está ousando demais.
- O que mais me preocupa é que Carlinhos levou Norberto para a Romênia. E se ele foi pego?
- Eu também pensei nisso.
- Pelo menos eu sei reconhecê-lo.
- Como?!
- Quando Norberto nasceu ele tinha uma mancha vremelha de nascença em sua pata direita.
- Ah, sim.
- Primeiro dementadores, depois gigantes, pessoas que desaparecem e agora até dragões. Onde ele vai parar?
- Não sei Hagrid. Não sei.
Mas Harry foi distraído por uma coxa de galinha que bateu em sua testa, após ser enfeitiçada por Fred. Harry divertira-se muito naquela tarde, pois ali, sentia como se estivesse em casa.

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