O segredo do poço



A cada momento que Harry se sentia próximo de sua casa, alguma coisa diferente se apossara dele. Harry nunca se sentira tão feliz e tão triste ao mesmo. Sua cabeça estava mais confusa do que ele pudera imaginar ficar. Muitas imagens passavam pelos seus olhos. Muitas vozes entravam em seus ouvidos.
Harry via cada detalhe daquela noite. Tudo se repetia, como um filme. Ele olhou para os lados e viu que seus amigos também estavam se sentindo estranhos.
- Harry, você não acha melhor voltarmos outro dia?- Hermione falava com cautela, com medo- Não sei, mas os ares aqui estão muito estranhos como se...
- Se você estivesse com toda a felicidade dentro de si e ao mesmo tempo com toda a tristeza que pudesse possuir.- completou Harry.
- É...
Quando chegaram perto de porta, Harry avançou para abri-la. Ao tocar na maçaneta sentiu um calor penetrar-lhe o corpo todo, e o colar mais uma vez ficou intensamente iluminado.
Mais uma vez, Harry viaja pela sua mente, mais uma vez aquela sensação de estará aparatando. Olhou a sua volta e viu um quarto, ou era isso que parecia para Harry. Uma mesinha cheia de objetos que a enfeitavam, e próximo a mesinha, um quadro. Um quadro com os Potter: sua mãe, seu pai e ele. Sua mãe mais bela que em todas as fotos que Harry já vira. Seu pai, mais feliz e encantado que nunca. E Harry, brincando com os cabelos ruivos de sua mãe. Todos acenavam para ele. Sua mãe parecia até chorar. Mas Harry não sabia se isso era possível, nunca vira uma foto bruxa chorar. Mas tudo começou a sair de foco, como das outras vezes. Harry queria permanecer ali. Se pudesse ficaria ali com seus pais pelo resto de sua vida. Morreria para estar junto a eles pelo resto de sua vida. Não, eu não posso, eu tenho que matar aquele que arruinou a minha vida e a vida de muitos bruxos, dizia Harry para si mesmo. Sentiu-se entrar e sair do mesmo lugar ao mesmo tempo.
- Por aqui!- disse decido aos seus amigos.
- Harry espere!- Hermione o chamava. Harry parecia nem ter escutado. Era como se alguma coisa o controlava.
Entrou no hall da casa. Tinha um cheiro conhecido de floral, o cheiro de sua mãe, ou seria o de Gina? Várias fotos espalhadas pela casa, uma mobília arrumada e todas combinando. Sua casa era linda, hospedeira e aconchegante. Harry pela segunda vez na vida se sentiu em casa. Em primeiro lugar vinha Hogwarts, que sempre foi a sua casa.
Harry olhava pra cada canto da casa, não queria perder um único detalhe. Tocava em tudo que fosse possível. Quadros de seus avós, tios, primos. Harry nunca achou que tivesse outro primo a não ser Duda. Seus primos se pareciam muito com ele: cabelos rebeldes, magros. Fazia Harry se lembrar dele mesmo quando tinha seus dez anos. Também tinha uma prima. Ruiva e de olhos claros como sua mãe, porém seus olhos eram azuis acinzentados. Ninguém se parecia com os Dursley. Ninguém parecia ser arrogantes, interesseiros e estúpidos. Harry não sabia como sua mãe, que todos diziam ser a melhor pessoa que possa ter existido no mundo, poderia ter uma irmã como tia Petúnia e sobrinhos como o Duda.
Subiram as escadas. A cada degrau, Harry se sentia mais excitado( *sem malicia, please!), mais emocionante ficava. Ele sentia que alguma coisa muito importante aconteceria naquele dia. Sabia o que Gina sentia. Mas não sabia explicar. Era apenas uma sensação estranha e complicada de entender.
No corredor do andar de cima era extenso. Havia, pelo que Harry percebeu, uns seis cômodos. Ele foi andando em direção ao terceiro. Como sempre, era como se alguma coisa o guiava.
Quando entrou viu que era aquele. Sim, o quadro!, passou pela cabeça de Harry. Minutos eles ficaram ali, parados contemplando o quadro. As meninas se emocionaram, era triste ver os Potter tão felizes naquele quadro, enquanto que na verdade foram separados pelo fim da vida.
Gina que se apoiara na cômoda, parecia estar um pouco tonta. Harry notou quando alguma coisa de estranho aconteceu: Gina perdera as forças e caíra. Só não caiu no chão porque Harry correu para ampará-la.Em seu colo, ela permaneceu durante alguns minutos, até a hora que acordou, um pouco confusa e eufórica.
- Harry!- e olhou fixamente para o garoto. Mas de sua boca não saía uma única palavra, apenas olhava para o garoto com aqueles olhos amedrontados que, em Gina, Harry nunca vira.
- Gina! Gina! Responde! Gina...- e desmaiou novamente.
Todos ajudaram Harry a apoiar Gina na cama, ela estava pálida e muito fria.
Na cabeça de Harry passou muitas coisas. Sabia que Gina previra que alguma coisa ruim aconteceria, e estava com medo, assim como Harry sentia que algo fosse acontecer. Mas não ligou. Deve ser porque vamos para a nossa primeira aventura, pensava Harry. Porém, lá no fundo alguma coisa muito forte lhe falava que algo estava para acontecer, mas que precisava ir a Godric’s Hollow o quanto antes.
Harry não se desgrudou um momento de Gina, segurava suas mãos com tanta força, que parecia acreditar que pudesse passar algum tipo de força para a garota acordar.
Hermione, não parava de lançar feitiços para acordá-la. Mas não adiantava, nenhum feitiço parecia ter feito algum efeito. A cada momento todos pareciam mais assustados do que sãos, para tomar alguma atitude correta.
Rony, estava tão preocupada quanto Hermione. Olhava de Hermione para Harry e de Harry para Gina, e mais uma vez para Hermione. Colocava toda a sua fé em Hermione.
Não poderia acreditar que neste momento, todas as leituras, todas as horas que Hermione passou na biblioteca poderia deixá-los na mão. Não agora.
“Gina, por favor! Volte... não faça isso comigo, por favor! Não me abandone, não agora!” dizia Harry para sim mesmo. E uma grande lágrima caiu sobre a mão fria e suada de Gina. Neste momento, a garota resmungou algumas palavras. Parecia ter recuperado a cor.
- Nunca vou te dei..., Harry- resmungou Gina em umas palavras quase inaudível.
Ele olhou para a garota e viu que parecia estar se recuperando. Mais lagrimas caíram, agora não foram do trio, e sim de Gina.
- Ah...Ela está melhor! – Hermione abraçou de Rony como modo de comemorar. Esse se sentia tão aliviado quando Hermione, que a abraçava da mesma forma que ela.
- Harry! Ali!- Rony anunciou a Harry.- O quadro, parece ter sido...aberto!
Os três olharam para o quadro. Estava mesmo aberto, parecia ser um tipo de...
- Um portal?- Harry examinava a fresta com grande interesse.
- Que interessante! De onde veio isso?- disse Hermione, que parecia tão interessada quanto Harry
- Não sei, mas sabia que esse quadro tinha algum tipo de mistério!- Harry disse olhando para o colar.
Foi até o quadro, onde o abriu um pouco mais. Assim como no escritório de Dumbledore, uma bacia de pedra apareceu, ao seu redor, vários frasquinhos com uma substancia gasosa , ou seria líquida? Harry nunca soube identificá-las. Todos estavam apoiados no canto, organizados em datas e nomes.
- Uma penseira!- Hermione se virou imediatamente para examiná-la, olhava Harry com aquele olhar conhecido, como se soubesse o que estaria pensando em fazer.
Harry não se mexia, não sabia o que fazer. Ficar com Gina era a coisa mais importante de sua vida, pois precisava protegê-la. Se acontecesse algo com ela...
- Harry, vá! Nós cuidaremos de Gina. Ela já está bem.- Hermione falava sem desviar os olhos de sua amiga.
- Não. Não vou deixar ninguém aqui. Não tenho certeza, mas acho que sei o porque que Gina estava tanto medo. Alguma coisa está para acontecer.
- Harry, não se preocupe cara! Qualquer coisa nós te puxamos daí de dentro...- disse Rony bisbliotando a penseira.
- O que?- disse Gina se levantando, atraindo a atenção de todos.
- Gina!- saiu correndo para abraçar a garota.
Foi incrível aquele momento. Uma coisa que há tempo que se recusara a fazer, uma coisa que sempre evitava era muito contato com a garota. Sempre temendo o pior, mas agora, o pior foi à sensação de que o amor de sua vida o abandonaria.
- Que ótimo que você acordou.- dizia cochichando em seu ouvido naquele abraço apertado- tive tanto medo de perdê-la...
- Eu disse que nunca te abandonaria, Harry!- disse a garota em seu ouvido.
Eles se olharam, estavam próximos demais. Contudo, desta vez não foi Harry que se desvencilhara de Gina, mas sim a garota. Harry a olhava, mas compreendeu o porque, assim como Harry sentia medo de se aproximar dela, ela estava com medo de se magoar.
- Gina!- disse em uníssono, Hermione e Rony, e viram abraçá-la também.
- O que aconteceu?- perguntava Hermione.
- Não sei dizer...Um momento eu estava aqui com vocês, e do nada eu parecia estar do lado de fora- olhava em direção da janela- O poço! Há um poço aqui, eu vi quando “estive” lá fora. Alguma coisa ele está guardando, uma coisa muito poderosa. Senti-me tão triste, parecia haver magia. Mas ao contrario daqui, era uma magia ruim, cheia de maldade.
- Poço? – disse Harry, que estava ao lado de Gina, ainda segurando a mão da garota, agora quente, mas mais suada que antes. Levantou-se e foi à janela, olhou para fora e viu o poço. “Estranho, você não estava aí antes...”, pensou Harry.- Há mesmo um poço, mas não me recordo dele.
- Engraçado... Eu também!
- Isso a cada minute está ficando sinistro e curioso.- disse Rony, olhando para o três como se torcia para que alguém descordasse dele.
- Então é melhor irmos andando. Daqui a pouco o sr Weasley chega e não descobriremos nada. E ainda quero visitar os túmulos de meus pais.
- Vamos!- disse Gina já de pé.
- Mas Gina, você acabou de desm...
- Mas já estou bem, certo?! E não deixar vocês irem sozinhos nessa aventura!
- Você não tem jeito mesmo, não é?- disse Harry. Esta, brincando, olhou de esguia e seguia a frente de todos.
- Para onde vamos?- disse numa voz de capitão- O que aquilo???- no mesmo momento ficou séria- Isto é uma...- não completou a frase.
- Penseira? É exatamente isto- disse Harry- agora, vamos capitã?
- Vamos!
Abriram o primeiro frasco, onde a data era de 1970, o ano que provavelmente os Potter se conheceram.
Harry sentiu aquela sensação novamente, como se caísse em um buraco sem fundo.
Harry e os outros se viram numa cabine do expresso de Hogwarts, onde estavam sentados dois garotos, onde um deles que tinha cabelos rebeldes e usava óculos estava brincando com um outro também moreno e brincalhão.
- Meu pai e Sírius!- disse Harry, mais pra ele do que para seus amigos.
Um barulho os despertou e mais dois garotos entraram. Um era um pouco ais alto do que aparentava para a idade. Cabelos castanhos claros e um ar de cansaço muito grande, era Lupin. O outro era mais baixo e gordinho, que era Pettigrew. Todos logo se entenderam. Parecia, e o que era, o começo de uma grande amizade.
Quando todos estavam conversando e se conhecendo, a cabine abriu novamente, mas desta vez uma senhora. A mulher que comandava o carrinho de doces.
- Vão querer algo meninos?- disse ela
- Sim! Sapos de chocolates, tortas de abóbora e...- Tiago parou de repente. Sua atenção foi atraída, pelo que Harry percebeu, por uma garota que entrava na cabine ao lado. Uma garota ruiva e de olhos claros, com o ar suave e calmo. Seus olhos a condenaram, eram iguais aos de Harry. A ruiva era Lily Evans.
- Tiago? Hei cara, foi estuporado?- perguntava Sírius.
- Só se for por aquela ruivinha ali.- disse Tiago ainda meio em transe.
- Uhu! Ela realmente é bonita...mas você em...num tem nem idade pra namorar e mau chega em Hogwarts já está agindo? Só você mesmo Tiago!
- Olha quem está falando, né?! Eu te vi lá na estação...não tirava os olhos daquela garota, que inclusive...parece estar aqui do lado também.
O queixo de Sírius caiu. Não sabia o que dizer. Olhou para fora da cabine para confirmar, e quando voltou os olhos para a cabine estava mais vermelho do que Tiago o deixou.
Harry e os outros novamente se viram no quarto.
- Que lindo... amor à primeira vista!- disse Hermione toda pomposa.
- Bom...pelo menos do lado do meu pai. Minha mãe poderia gostar dele, mas não demonstrava isso de jeito nenhum eu me lembro na penseira do Snape...- todos ficaram em silencio. Harry depois de tanto tempo se lembrou do Snape, do maldito Snape. Será que ele sabia que Dumbledore estava vivo? E onde estava neste momento? Nunca mais soube desde seu sonho...Mas Harry não pode continuar a questionar sobre Snape. Um barulho ensurdecedor vinha de fora.
Harry correu para a janela, para poder ver o que era, ou quem era. Quase não conseguiu ver, já estava escurecendo. Mas viu um vulto, e pelo que percebeu, não parecia ser gato revirando lixo, e sim um homem e ele olhou diretamente para Harry. Seus olhos, pelo que Harry pode ver, brilhavam de certa forma, como se estivesse enfeitiçado.
Os quatro saíram disparados do quarto, quando chegaram na porta de fora, tudo estava vazio, apenas próximo ao poço que estava um pouco bagunçado.
- é imprensam minha ou alguém parecia querer entrar aqui?- perguntou Rony.
- Acho que não foi apenas imprensam não Rony! Alguém realmente queria entrar aí. Mas por quê?
Harry se viu dentro daquele poço, ao contrário do que parecia era bem raso, apenas um pouco maior q Harry. Era u poço falso. Harry viu um caminho na parede, e sentiu que ali havia algo, ali estava escondido uma...
- Horcruxe!- disse Harry do nada.
- O que?- perguntaram todos.
- Horcruxe! Os pedaços da alma de Vold...
- Sim, sim...Mas como você sabe disso?
- Apenas sei...eu vi, quero dizer, eu estive lá.
- Não Harry, você estava aqui o tempo todo!- disse Hermione se preocupando.
- De alguma forma eu estive lá. Esse colar...ele me leva aos locais que preciso ir...Lembram da carta? “Este colar será muito útil durante sua jornada.” É isso que Dumbledore estava querendo dizer....
- Harry, nós ainda não sabemos que aquela carta seja mesmo de Dumbledore. Hagrid não confirmou que foi ele quem lhe deu.- disse Hermione mais preocupada ainda.
- E há dúvidas?- responder Harry.
- Não, mas também não há provas. Para mim, isto ainda é um pouco estranho.
Harry ficou sem responder. E se esse colar estava de certa forma enfeitiçando ele?
“Mas até agora ele só me ajudou!”
“E se Mione estiver certa? Afinal, a carta era Anônima”
“Mas mesmo assim ele está me ajudando muito. Sozinho talvez, eu não saberia que havia uma Horcruxe aí dentro”
“Mas se alguma coisa ruim acontecer?”
“Só verei se eu for lá dentro e descobrir se tem mesmo uma Horcruxe metros a baixo.”
- Eu vou descer. Vocês ficam! Talvez seja muito perigoso entrar lá.- disse Harry decidido.
- Nem pensar cara. Você não vai sozinho aí dentro não, parece fundo demais!- disse Rony que estava tão decidido quanto Harry.
- Rony, se eu precisar eu chamo alguém, pelo que eu me lembro não era um corredor muito longo, era bem pequeno. Mas caso eu precise, eu chamo, aviso...dou algum tipo de sinal. E sei que não é fundo!
- Ok!
E com mais uma olhada para seus amigos, Harry pulou e viu que não se enganara. O poço era realmente “mentiroso”. Pelo que Harry viu era apenas um braço maior que Harry.
- Viram?- disse Harry apara cima.
- É, você daqui a pouco pode dar aulas de Adivinhação Harry!- disse Gina.
- Só se um dia eu ficar tão doido quando a Trelawney!- brincou Harry- Bom, vou indo, fiquem atentos. Qualquer coisa eu chamo.
- Certo!
Harry olhou para a entrada do corredor e tomou coragem para ir.
- É isso aí, vamos ver o que foi que você fez por aqui Voldemort!- e seguiu em frente.
Harry mal sabia que o que menos esperava estava por vir.



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