Armário de Vassouras

Armário de Vassouras



Capítulo 1 – Armário de Vassouras



Na Plataforma 9 ¾


Mais um ano letivo começará em Hogwarts. Velhos ares retornarão, novas pessoas aparecerão, atitudes diferentes surgirão, antigas desavenças superadas serão (Pareci com o Yoda agora. Bom, tirando que eu não tenho menos de um mestro e não sou verde). Aliás, falando em desavença, eu tenho que acabar com aquela que eu e James temos desde... Sempre. Essa coisa toda já está começando a afetar o meu cérebro e veja bem, isso não é nem um pouco legal. Não mesmo

Primeiro sinal de problemas mentais: resolvi me tornar monitora por culpa dele. A cara de pidão e o jeito sexy... Claro que isso é apenas atração física, mas mesmo assim!Isso já significa falha no sistema de comando, ou seja, mal-funcionamento do cérebro.

Segundo sinal: Chamei-o de “James”. Lily Evans não chama o Potter-Seboso pelo nome. Nunca. É uma falha pequena, mas crucial. Significa que já estou considerando alguma aproximação.

Terceiro sinal: Sinto-me culpada pelo apelido “Potter-Seboso” (P.S.), porque o cabelo dele é bagunçado e ele fica passado ainda mais a mão para deixá-lo pior, mas não é nem um pouco seboso. Parece ser sedoso e é brilhante.

Quarto sinal: Falar bem do cabelo do P.S., isso é ultrajante! De qualquer forma, a partir de hoje ele será o “Pottinho”, talvez eu me sinta menos culpada ao chamá-lo assim.

Quinto e o não menos perigoso problema mental e sim, o pior: Quero parar com as brigas. Sinto-me compelida a acabar com as nossas discussões inúteis que nunca nos levarão a nada (é, pelo menos reconheço serem inúteis). Mas o problema não é querer acabar com as brigas. O problema é porque quero acabar com isso. Aparentemente (aparentemente, certo?!), estou um... er ...um... pouquinho à fim do Potter. Quer dizer, estou... ugh... apaixonada por ele. E como vocês podem ver, minhas dificuldades anteriores são as provas de que alguma coisa no meu sistema está falhando.

O resto apenas significa a minha maturidade. Acho que não há outra palavra para descrever o que sinto sobre mim mesma no momento, além de “orgulhosa” (Se ignorarmos o fato de... Ah, nada, esquece).

Falando em ficar madura, devo achar logo o Potter. Nada melhor do que pedir uma trégua e me sentir bem. Talvez, dessa forma, eu descubra que aquela deficiência mental seja temporária e tudo volte ao normal. Ah! Falando nele, olha ele ali com o Remus em frente ao trem! Em frente ao trem... Em frente ao trem... Isso me lembra alguma coisa... DROGA! Ele nunca vai me ouvir daqui! Estou quase na entrada da plataforma! Vou dar um jeito, senão o Black e o Pettigrew vão começar a pensar coisas por eu pedir desculpas na frente deles. Ah, sim! Depois conto um pouquinho sobre todas essas figuras. Ou melhor, os Marotos.

- POTTER! EI, POTTER! ESPERE AÍ, UM INSTANTINHOOOO! – berrei. Acho que ele deve ter ouvido alguma coisa, já que parou de andar. – POTTER...! Arf... Arf... FIQUE PARADO! – estava correndo que nem doida para ele, minhas malas bateram em tudo e em todos no caminho.

O que me custa falar com o Potter depois mesmo? Aaah! Apenas ter que aturar uns comentários infantis do Black e Pettigrew! Hahahah! Até parece que vou passar por isso! É isso aí, problema das pessoas que estão no meu caminho! Nunca pensei que na minha vida, correria atrás do Potter, mesmo com todo aquele probleminha e tudo o mais.

- Evans...? – Cheguei ao meu destino. – O que foi? – James perguntou preocupado. “James”? Eu disse “JAMES”? DE NOVO?!

- Bom... – percebi que ele não estava sozinho, estava com o Remus. – Ah! Oi, Remus! – dei um abraço forte e um beijo estalado na bochecha nele.

- E aí, Lily? Foi tudo bem nesse verão? Sua irmã não a importunou nem nada? – ele perguntou carinhosamente e com um sorriso agradável no rosto. Aquele sorriso dele é muito bonito, faz com que toda aquela aura de cansaço que ele tem suma. Aliás, por que ele anda sempre tão cansado? Nunca pensei nisso... Acho que deve ter alguma coisa a ver com os amigos dele que sempre aprontam. Só pode ser.

- Ah, Remus, sabe como é, ela ficou me implicando o verão inteiro, mas não foi nada preocupante. Ainda bem, né? – Tentei sorrir como ele e... desisto. Não sei sorrir, muito menos rir de forma agradável, como ele faz. Que saco! Falando em saco... Por que o Potter está olhando feio para nós dois? Não que ele e saco tenham alguma coisa a ver... Digo, ele TEM um, bom, todos têm... Bom, digo, homens têm e... Bah! Deu já para entender e só comentei porque queria falar que ele está estranho. Oras!

- Lily, depois eu falo contigo, está bem? Você não veio falar comigo, certo? Tenho quase certeza que você veio gritanto: “Potter, Potter”. – disse ele entre risos – Sabe quem você me lembrou com esses gritos? Aquela ex-namorada lufa-lufa do Pontas que SÓ berrava o nome dele... - Remus falava divertido e piscando para mim, comparando-me com aquele alto-falante ambulante que era a ex-namorada do Potter. Remus, aquele nojentinho metido à besta. O que ele pensa que está fazendo? Que piscada foi aquela?! Que frase foi aquela?!

- Remus Lupin, queridinho, você é hilário. – Remus deu mais uma risadinha e foi entrando no trem. Que por sinal está quase partindo... Se eu e o Potter corrermos ainda conseguiremos alguma cabine vaga para conversamos a sós. Esse tipo de conversa não é do tipo que todas as pessoas de Hogwarts podem ver e comentar pelo colégio inteiro, não mesmo.

- Venha comigo, Potter. – só recebi um levantar de sobrancelha como resposta. Arquear a sobrancelha é algo que apenas eu posso fazer. Potter, seu macaco de imitação. – Qual é a sua, Potter? Será que dá para me acompanhar...? – respire fundo, respire fundo... Não posso perder toda a paciência que custei a juntar. E coragem! Não posso me esquecer da coragem!

- Não. Obrigado. Acho que estou bem aqui. – Esse infeliz está curtindo com a minha cara, não é? Só pode. Aqui estou eu, chamando-o para uma cabine vazia e ele não quer vir? Santo Merlin dos Sereianos, dê-me paciência...

- Pois bem. Você virá comigo quer queira ou não. – Juro que não sei o que deu em mim. Simplesmente o peguei pelo braço, coloquei-o perto do meu corpo e o puxei para a cabine mais próxima que tinha. Graças a Merlin o lugar estava vazio... Imagine o escândalo que seria se me vissem assim com... Ele.

Bom, como disse, entramos na primeira cabine que vi, certo? E que estava vazia, como disse. Só que tem um pequenino problema nessa “cabine”.

DE MODO ALGUM ISSO É UMA CABINE! É um armário de vassouras!! POR QUE DIABOS TEM UM ARMÁRIO DE VASSOURAS NO TREM?! O que esse garoto vai pensar agora? Não, James Potter. Eu NÃO quero sair com você, muito menos quero te agarrar aqui (acho...)! Então pare com esse olhar 42. Mamãe, onde é que fui me enfiar?!

Pergunta imbecil. Me enfiei em um armário de vassouras dentro do Expresso de Hogwarts com Potter, qualquer um já sabe o que isso pode parecer... Pelo menos aporta está apenas encostada... Se eu precisar de uma super-fuga... Saberei que caminho tomar! Sou um gênio mesmo!

- Potter, não é nada disso que você está pensando. – Tive que colocar uma mão entre nós. Mesmo sabendo que o espaço aqui é pequeno, tenho que mantê-lo afastado. – Vim aqui em nome da saúde e da paz. – James me olhou confuso. Moreno lerdo é fogo. – Trégua. Já ouviu falar?

- Já. Só quero saber o que a saúde tem a ver com isso. – ele perguntou interrogativo e com os braços cruzados. Isso mesmo, Potter. Continue nessa posição. Confuso e sem aquele olhar de “Finalmente a Lily admitiu que me ama e me pôs em um apertadinho armário de vassouras. Huhuhu”.

- Minha saúde. A mental, sabe? – Nunca vi pessoa mais lerda. Sério mesmo. Esse olhar vazio que ele me dá toda vez que falo da saúde mental... – Bom, o mais importante é a paz. O mundo ficaria em paz se Lily Evans e James Potter não discutisse mais. E a paz mundial é algo extremamente necessário. Topa?

Potter parou, pensou, coçou o queixo, levantou a cabeça, arqueou a sobrancelha, coçou o queixo pela última vez e riu. Essa foi a reação do Potter. Foi muito cômica, por sinal. Se não estivéssemos dentro de um armário de vassouras, até aliviaria a feição do meu rosto e riria com ele. O riso dele também é bonito, mas não é como do Remus. É mais alegre, mais jovial, mais... Ah, controle-se, Lily!!

Fiz de novo. Saco.

- Só tem um problema, Evans. Por que precisamos de trégua? – Acabei de explicar o motivo, imbecil. – Eu entendi que é para sua saúde mental e pela paz mundial, seja lá o que isso quer dizer. – Tá. Talvez ele não seja tão burro assim. - Só não entendi qual o problema. Eu nunca discuto ou brigo com você. Só te chamo para sair e tudo o mais... – ele sorriu malicioso.

Ai, ai... Parece que alguém tem que explicá-lo que ele PRECISA parar exatamente com isso. Digo, essa coisa de me chamar para sair e dar em cima de mim. E esse alguém a explicar sou eu, aparentemente. Afinal, não tem mais ninguém aqui que possa esclarecer a mente dessa criatura à minha frente, pelo menos não outro alguém que se encontre nesse minúsculo armário de vassouras conosco.

- Deixa eu te explicar uma coisa, Potter. Nossos problemas começam a partir do momento que você fala isso. Digo, achar que não é um problema me chamar para sair e tal. – suspirei. – Você não sabe como me chamar para sair e mesmo que soubesse me convidar, eu ficaria irritada. Afinal, estamos falando de James Potter, ou seja, você. Não dá para simplesmente resistir quando você provoca. - ele me olhou maroto. Acho que tenho que escolher melhor as palavras que uso com ele... – Não desse jeito, seu palhaço! Estou falando que não dá para não ficar irritada quando você faz esse tipo de coisa. Sei que você só faz isso para me ver dessa forma. Irritada, sabe? Não sei porque é tão divertido, mas é assim.

De repente, o garoto ficou estupefato como se alguém (vide, eu) tivesse falado alguma coisa que não deveria. Por algum motivo, uma ruiva (eu de novo!) começou a se sentir ameaçada e a falar de si mesma em terceira pessoa e a narrar a história de sua vida de uma forma extremamente bizarra, além de viajar completamente na maionese enquanto dá o seu relato e...Bom! Melhor parar com essa besteira. Narrarei o que se passa de forma sucinta, como deveria ter feito desde o início e como prometido (para quem?).

Como eu falava anteriormente, Potter ficou estupefato. E do nada começou a falar de forma cortante comigo. COMIGO!

- Evans. – O jeito que ele falou “Evans” agora deu até arrepio na nuca... Talvez seja esse tom de voz dele... Muito sensual por sinal... – Eu quero realmente sair com você. Parece que só você não reparou isso. E se para entrarmos em um consenso, devo parar de te chamar para sair, pode esquecer a tal saúde mental e paz mundial que você tanto quer. – Hah! Agora ele usa ironia...

- Potter. Estou aqui em missão de paz e você vai jogar todo o meu treinamento psicológico, que por sinal foi muito duro devido a minha ligeira falha no sistema, como se não fosse nada? – Mantive a calma nessa hora e só Merlin sabe como!

De novo aquela reação estranha e engraçada. Parar, pensar, coçar e para finalizar (com uma pequena diferença) com levantar os ombros. FILHO DA MÃE! ELE NÃO ESTÁ NEM AÍ COM TUDO QUE TIVE QUE PASSAR PARA ME TORNAR MADURA E VIR ATÉ AQUI! Filhinho de papai, maldito. Vou acabar com a raça dele! Vou mesmo! Potter sorriu... Potter... Sorriso sexy... Cara-de-pau... Murro na cara... Cérebro em pane...

- Certo. Eu pedi educadamente por paz, mas você não quis. Então é isso. – O sistema reiniciou? Ele está funcionando! Funcionando! Yaaay!

- Bom... Já que é isso, Lily... - James me olhou daquela forma diferente novamente, não é malicioso ou qualquer coisa assim, é algo mais profundo, sei não... E meu coração está disparando...

Obviamente, como uma pessoa extremamente esperta, estou tentando me afastar o máximo possível. E como esperado, não está dando certo. EU VOU CHORAAAAAAAAR! Por que essas coisas só acontecem comigo?!

EI! O espaço aqui está acabando e não é por ser um local apertado! James “Pottinho” Potter está diminuindo a nossa proximidade e continua com aquele olhar...

-O que você está fazendo...? – perguntei nervosa e com a respiração um pouquinho irregular. Esse moreno tem problemas, é sério! Parece que não sabe que nem todas as mulheres de Hogwarts gostam de caras atirados e nojentos como essezinho! Vou acabar com essa brincadeirinha agora ou eu não me chamo Lily Evans. Oh, meu Merlin! Dá para sentir o hálito quente dele e acho que fechar os olhos só um pouco e dar só um beijinho não tem problema... Não! Não! Controle! Há! Já sei! Vou fazer isso enquanto meus sentidos não me traem!

POW! BAQUE! BAQUE! BAQUE! POW!

Empurrei-o e ele se segurou em mim! Porcaria de armário! Nunca mais planejarei uma super-fuga! NUNCA MAIS! O palhaço caiu no chão, eu CAÍ em cima dele e para melhorar a situação todas as vassouras estão em cima de mim! Legal, né? E estamos numa posição constrangedora: minhas mãos estão apoiadas no chão entre a cabeça do Potter e minhas pernas estão entre a deles. O que eu faço?! O QUUUUUUUÊÊÊ?!

Ó meu Merlin, isso não pode ficar pior.

- JAMES POTTER E LILÍAN EVANS NO ARMÁRIO DE VASSOURAS?! WOW! VAI SAIR UMA GRANDE HISTÓRIA! – uma voz estridente gritou.



Continua...


--s2s2s2s2--


N.A.: Nooossa! Faz eras, né?! Eu comecei a fic e nunca continuei nem nada... (.) Mas tem uma explicação para isso... Já estava no capítulo 5 e o meu computador, graças ao meu irmão (u.ú), pegou um vírus e não consegui salvar nada que estava lá (inclusive a fic). Fiquei com tanta raiva que desistir de continuar e ficou por isso mesmo por 2 anos (realmente, eu SOU uma vergonha...) até que bateu uma vontade de continuá-la e escrever mais fics. Sinto muito mesmo! =X

Beijos, sweeties ;*

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