O livro de Draco Malfoy
Nevava muito lá fora, tinha a sensação que o tempo custava passar, hoje meu quarto aqui nas masmorras parecia especialmente frio já que, para mim o dia amanheceu bem mais cedo que o de costume.
Me levantei da cama, recolhi meu livro e a pena que estavam caídos no chão, me aproximei da janela segurando o livro e a pena nas mãos.
Mirei por alguns segundos o céu cinzento e , pela primeira vez não me senti tão frio quanto a neve que caia lá fora, senti que minha vida tinha um sentido e que Draco Malfoy era capaz de amar alguém, passei a mirar-me no vidro da janela e vi para minha surpresa que eu estava sorrindo mas, não era um sorriso de desdém ou de sarcasmo e sim um sorriso sincero talvez o único que eu tenha dado em muito tempo.
Me sentei próximo a janela para recomeçar a escrever a linda canção que tinha começado a noite passada mas, que infelizmente só tinha conseguido escrever o título adormecendo em seguida.
Baixei minha cabeça deixando os cabelos caírem sobre meus olhos, mirei por um momento o livro, abrindo-o logo em seguida, comecei a escrever.
Incomplete
(Incompleto)
Empty spaces fill me up with holes
(Espaços vazios me enchem de buracos)
Distant faces with no place left to go
(Rostos distantes sem nenhum destino)
Without you within me I can’t find no rest
(Sem você dentro de mim não posso encontrar descanso)
Where I’m going is anybody’s guess
(Aonde vou ninguém pode adivinhar)
Levantei lentamente minha cabeça, passei os olhos ao redor, tudo ali parecia diferente, voltei meus olhos para as palavras que já tinha escrito, fechei-os respirando fundo, a imagem de Hermione veio em minha mente, balancei a cabeça tentando esquecê-la, voltei a escrever.
I’ve tried to go on like I never knew you
(Eu tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido)
I’m awake but my world is half asleep
(Estou acordado mas meu mundo está meio adormecido)
I pray for this heart to be unbroken
(Eu rezo para que meu coração pare de doer)
But without you all I’m going to be is incomplete
(Mas sem você vou ficar incompleto)
Por mais que lutasse contra mim mesmo para afastar Hermione de meus pensamentos não conseguia, a cada palavra que escrevia, lembrava dela, sentia seu perfume, via seu rosto.
Voices tell me I should carry on
(Vozes distantes me dizem que eu devo seguir em frente)
But I am swimming in na ocean all alone
(Mas eu estou nadando em um oceano completamente sozinho)
Baby, my baby
(Amor, meu amor)
It’s written on your face
(Está escrito em seu rosto)
You still wonder if we made a big mistake
(Você ainda se pergunta se cometemos um grande erro)
O dia começou a clarear com dificuldade o sol conseguia fazer com que alguns de seus raios dourados penetrassem o céu cinzento. O despertador tocara, aquele som estridente era sinal que em breve não seria mais o único a estar acordado em meu dormitório. Fechei meu livro e coloquei-o na mochila junto com os livros que usaria nesse dia, troquei rapidamente de roupa, apanhei minha mochila deixando o dormitório antes que os outros pudessem acordar.
Passei despercebido pela sala comunal onde havia apenas três alunos do primeiro ano.
Rumei para a enfermaria para ter noticias sobre Hermione, no caminho das masmorras até a ala hospitalar, não era capaz de pensar em nada que não fosse o bem estar de Hermione. Acho que caminhei tão rápido bombardeado por pensamentos que me atordoavam que quando me dei conta já estava na porta da ala hospitalar, meu coração batia acelerado, tinha a sensação de que podia ser escutado a quilômetros, respirava com dificuldade, estava muito nervoso, nunca tinha passado por isso antes, tudo era tão novo pra mim, esse sentimento era novo para mim.
Coloquei a mão na maçaneta, mas hesitei, baixei o rosto sentindo algo ruim no peito, com certeza eu seria a ultima pessoa que Hermione gostaria de ver, tirei a mão da maçaneta, me virei e dei um passo, a porta se abriu atrás de mim, era Madame Pomfrey.
- Bom dia Sr. Malfoy. – disse ela no mesmo tom de sempre fazendo com que eu ficasse paralisado ali de costas para ela.
Me virei lentamente. – Bom dia. – respondi um pouco rouco.
- Imagino que o Sr. tenho vindo ver a srta. Granger. – disse ela dando-me passagem na porta. – Entre ela ainda esta dormindo mas, o sr. pode vê-la. – ela completou sorrindo.
Atravessei a porta com certo receio, mirei a cama onde Hermione se encontrava adormecida, me aproximei lentamente, a cada passo meu coração batia mais rápido, minhas mãos seguravam com firmeza a alça da mochila, parei ao lado da cama e fiquei a mirar o belo anjo que se encontrava ali adormecido.
- Ela esta muito bem, não se preocupe. – começou a enfermeira. – Só estou esperando ela acordar para liberá-la. – completou ela.
Eu ainda admirava Hermione ali deitada tão indefesa, me enchi de coragem, baixei meu corpo e dei-lhe um doce e calmo beijo. Passei a mão sobre os belos cachos dourados de Hermione que agora tinha um leve sorriso em seu rosto.
- Eu vim aqui pra te lembrar que Eu Te Amo. – eu sussurrei em seu ouvido. – Nunca se esqueça disso meu amor. – senti meus olhos arderem, me controlei ao máximo para não chorar, me levantei e rumei para fora dali. Fechei a porta me encostando nesta, respirei fundo.
Recomecei a andar, não estava com fome então resolvi ir até a biblioteca para continuar a escrever a canção que havia começado a minutos somente lá teria o sossego que precisava.
Os alunos em sua grande parte já estavam rumando para o salão principal para tomarem café da manhã, por isso, os corredores estavam cheios, segui até a biblioteca, entrei lentamente, passei os olhos ao redor, esta estava praticamente vazia, me sentei em uma das mesas vazias, apanhei uma pena e meu livro, voltei a escrever.
I’ve tried to go on like I never knew you
(Eu tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido)
I’m awake but my world is half asleep
(Estou acordado mas meu mundo esta meio adormecido)
I pray for this heart to be unbroken
(Eu rezo para que meu coração pare de doer)
But without you all I’m going to be is incomplete
(Mas sem você eu vou ficar incompleto)
I don’t mean to drag it on, but I can’t seem to let you go
(Eu não quero prolongar isso mas eu não consigo deixá-la)
I don’t wanna make you face this world alone
(Eu não quero fazer você encarar este mundo sozinha)
I wanna let you go (oh no)
(Eu quero deixá-la ir) (oh não)
Cada palavra que escrevia nessa canção ecoava em minha alma, pensava em Hermione, em como ela era linda, sentia vontade de gritar essas palavras ao sete ventos para que ela pudesse ouvir tudo o que estou sentindo nesse momento.
I’ve tried to go on like I never knew you
(Eu tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido)
I’m awake but my world is half asleep
(Estou acordado mas meu mundo esta meio adormecido)
I pray for this heart to be unbroken
(Eu rezo para que meu coração pare de doer)
But without you all I’m going to be is incomplete
(Mas sem você meu eu vai ficar incompleto)
Finalmente terminei de escrever, me sentia leve por ter posto o que sentia no papel. Fechei meu livro e fiquei a pensar em tudo o que estava acontecendo comigo nos últimos dias, mirava o nada através da janela. Me levantei e comecei a caminhar entre as prateleiras.
- Bom dia srta. Granger. – disse Madame Pomfrey quando abri os olhos. – A srta. está se sentindo bem? – perguntou a enfermeira sorrindo.
- Bom dia. – eu respondi automaticamente tentando me situar. – Eu estou bem. – continuei a falar agora que já tinha consciência de onde estava.
- Que bom. – disse ela sorrindo gentilmente.
- Como vim parar aqui? – perguntei me recordando aos poucos da minha conversa com Draco.
- A srta. desmaiou ontem e o sr. Malfoy te trouxe para cá. – respondeu ela. – Ele veio fazer uma visita para a srta. ainda pouco. – completou ela.
- E quando vou poder sair daqui? – quis saber.
- Imediatamente. – disse ela com simplicidade.
Me levantei sem pensar duas vezes precisava agradecê-lo por ter me socorrido, rumei para os corredores, onde vários alunos transitavam, andei por vários corredores mas, não encontrei Malfoy em nenhum lugar, parei em frente a biblioteca, um lugar onde obviamente Malfoy não estaria mas, que por um motivo desconhecido resolvi procurá-lo.
Entrei e comecei a perguntar para alguns alunos que estavam ali, todos apontavam para uma mesa distante e solitária, a qual tinha um livro e mais nada, me aproximei da mesa e apanhei o livro, Malfoy devia ter esquecido aquele livro ali, coloquei o livro na mochila e rumei para a sala comunal precisava ir até meu dormitório para pegar alguns livros que usaria nas próximas aulas.
Draco voltou para a mesa e encontrou essa para seu total desespero vazia, tinha certeza absoluta que tinha deixado seu livro ali e esse havia sumido, não tinha idéia de quem poderia ter levado seu precioso livro mas, tinha certeza absoluta que a pessoa o devolveria.
Entrei em meu dormitório e fui direto a pilha de livros próxima da minha cama, apanhei todos os livros necessários e coloquei-os na mochila juntamente com o livro de Malfoy, mirei por um momento o livro segurando-o na mão, sentia muita vontade de lê-lo.
Me sentei em minha cama, abri-o aleatoriamente e comecei a ler.
Nessa pagina continha o que parecia ser um desabafo e o começo do que parecia ser uma canção chamada Incompleto, marquei com o dedo essa página e passei a folhar o livro, suas páginas continham algumas canções e em sua maioria desabafos. Fiquei muito surpresa em ver que Draco Malfoy também tinha um coração. Depois de ter folheado o livro voltei a abri-lo na página que havia marcado, resolvi ler somente a letra da canção e em seguida devolver o livro para seu dono.
A canção realmente era muito bela, não conseguia imaginar alguém como Draco Malfoy escrevendo uma letra tão bonita.
Ao terminar de ler fechei o livro como veria Malfoy somente nas aulas de porções guardei-o na mochila, rumei para minhas primeiras aulas do dia.
Cheguei na porta da sala de runas onde a professora aguardava os alunos sentada em sua mesa, entrei na sala, cumprimentei a professora e me sentei na primeira carteira, fui a primeira a chegar, coloquei na mesa os livros que usaria, não demorou muito e o restante dos alunos chegaram, a aula se iniciou e como sempre passou muito rápido.
Guardei meu material rapidamente e sai da sala rumando diretamente para as aulas de História da Magia que seriam as últimas antes do almoço.
Ao chegar na porta da sala, escutei gritarem meu nome, me virei para ver quem era e me surpreendi ao ver Ben, que caminhava em minha direção.
- Olá, Hermione. – disse ele sorrindo.
- Olá, Ben. – respondi retribuindo o sorriso.
- Você também vai assistir aulas de História da Magia hoje? – eu perguntei achando estranho, podia jurar que só teria aulas com a Sonserina a tarde.
- Não. – respondeu ele. – Eu só vim mesmo para saber como você está? – terminou de dizer mirando me.
- Estou bem, obrigada. – respondi sorrindo achando a pergunta um pouco estranha.
- Que bom, fico mais tranqüilo. – disse ele.
- Magina eu agradeço pela preocupação. – disse tentando ser educada, realmente tinha algo nesse garoto que me deixava intrigada. – Eu preciso entrar minha aula já vai começar. – disse me despedindo.
- A gente se vê. – disse ele simpaticamente, virou-se e voltou a andar antes que eu pudesse falar algo.
Entrei pensativa na sala, me sentei ao lado de alguém que eu nem soube quem era pois não prestei muita atenção, a aula não demorou para começar o assunto de hoje era Os Gigantes Caolhos e sua importância na história bruxa, um assunto longo e chato, tudo parecia estar a meu favor pois, o professor me pediu para ir até a biblioteca para pegar para ele uns livros que seriam necessários para as próximas aulas, realmente ser a melhor aluna da classe tem suas compensações.
Sai da sala o mais rápido que pude, rumei rapidamente para a biblioteca, esta estava vazia aproveitei para pegar todos os livros que o professor tinha pedido em seguida rumei para os jardins onde podia ver claramente que a Sonserina treinava quadribol, fiquei ali por alguns segundos mirando os jogadores e pensando que qualquer um poderia ser Draco, então voltei a andar, fui até a sala de História da Magia entreguei os livros para o professor que agradeceu o favor.
Felizmente a sineta tocou, já era hora do almoço, o dia passava rapidamente, rumei para o salão principal para me encontrar com os demais, me sentei na mesa onde todos conversavam animados.
Comecei a me servir de batatas assadas e suco de abóboras, todos pareciam estar ali a algum tempo. O almoço passou e todos voltaram para as aulas.
Rumei com Harry e Ron para as masmorras, teria aulas de porções o que não era muito animador, entrei na sala, Snape ainda não tinha chegado, procurei algum lugar para me sentar, achei uma mesa um pouco distante da que Harry e Ron se sentaram mas, era a única mesa livre, passei os olhos pela sala como sempre mal iluminada para ver se achava a cabeça loira de Malfoy mas esse não estava na sala, chegou atrasado e teve que se sentar junto comigo, já que era o único lugar livre, o que seria bom em partes visto que poderia devolver seu livro sem que ninguém visse.
Apanhei o livro na mochila e coloquei-o sobre a mesa.
- Malfoy. – chamei. – Acho que isso é seu. – empurrei o livro um pouco para o lado.
Malfoy mirou o livro, pegando-o logo em seguida, colocou-o na mochila.
- Como você achou esse livro? – perguntou em voz baixa.
- Na biblioteca. – respondi.
Fez-se silencio, Malfoy baixou a cabeça mirando seu caldeirão.
- Você leu? – perguntou sem me olhar, sua voz estava um pouco tensa.
- Não. – respondi de imediato. – Claro que não li. – terminei de responder mirando-o.
Malfoy parecia mais calmo ao ouvir minha resposta, mesmo desconfiado que podia ser mentira. Logo a conversa se encerrou, Snape entrou na sala como sempre abrindo a porta brutalmente, pediu silêncio mas, todos já estavam quietos, começou a despejar instruções ditadas tão rapidamente que nenhum aluno conseguiu acompanhar, passou os olhos arrogantes pela sala e fez um esforço enorme para enxergar quem estava sentado na mesa mais distante e escura da sala.
Se aproximou e ficou muito surpreso ao me ver dividindo a mesa com o Malfoy e o que mais o intrigou pacificamente.
Arqueou as sobrancelhas, em seguida mirou Malfoy e depois passou a me olhar como se eu fosse um animal de zoológico ou tivesse uma doença contagiosa.
- É incrível como me surpreendo a cada dia nessa escola. – começou sarcástico ainda me olhando sorriu com desdém. – Desde quando a srta. senta-se tão próximo de alguém como o sr. Malfoy? – perguntou para mim.
- Eu já estava sentada aqui quando o Malfoy chegou atrasado e o único lugar vago era aqui. – disse me controlando.
- Ah, sim claro só podia ser por falta de espaço mesmo para que alguém como Draco se sentasse tão próximo de uma imunda como você. – terminou ele fazendo cara de nojo.
- Imagino que esteja falando uma coisas dessas por causa do meu sangue. – comecei sarcástica me levantando.
Snape apenas sorriu desdenhoso.
- Sabe de uma coisa eu acho que alguém como você. – disse desafiando-o. – Deveria se envergonhar pois, eu e você sabemos que você não é puro sangue. – sorri vitoriosa ao ver a cara de surpresa dele.
Draco arqueara as sobrancelhas surpreso.
- Como é que é? O que pensa que esta dizendo garota insolente? – disse irritado parando bem de frente para mim me olhando nos olhos, com certeza estava lendo minha mente mas, isso nem me preocupava visto que toda a sala tinha ficado muito surpresa fazendo muito barulho.
- Foi exatamente isso que você ouviu. – disse sustentando o olhar. – Pode conferir quanto quiser. – disse sorrindo para avisar-lhe que sabia que ele lia minha mente. – Sua mãe era puro sangue mas, seu pai era trouxa o que te torna um mestiço muito ingrato as suas origens. – sorri.
- Como se atreve... – ele voltou a dizer mas, antes que pudesse terminar eu o interrompi.
- Acho que um mestiço como você deveria pensar duas vezes antes de falar de alguém. – disse mirando Snape sorrindo sarcástico.
Olhei rapidamente para Malfoy que ria disfarçadamente, baixei minha cabeça de leve então pensei preciso dizer mais uma coisa para ele, já to ferrada mesmo.
- Professor Snape só tenho mais uma coisa a dizer. – recomecei a falar todos me olhavam espantados.
- A srta. tem algo mais a me dizer. – repetiu sarcástico.
- Sim. – eu respondi. – O sr. deveria se preocupar menos com a vida dos outros e procurar das aulas por que é para isso que o sr. está aqui. – disse ainda mirando-o.
- Esse seu atrevimento vai custar caro para a srta. e para sua casa. – disse me olhando em seguida olhando os demais que sorriam. – Menos 50 pontos para a Grifinória por seu atrevimento e menos 50 pontos por estarem rindo. – disse indo até seu livro de pontos. Ficara em detenção por tempo indeterminado, limpará e organizará os livros da biblioteca depois do horário de monitoria, também conversarei com a McGonagall para que ela como diretora de sua casa tome as providências devidas.
Comecei a recolher meu material e rumei para a saída, não tinha mais clima para continuar ali, meus olhos começaram a arder acho que desabaria em lagrimas a qualquer momento.
- Onde pensa que vai. – disse Snape. – Eu ainda não dispensei ninguém. – disse autoritário.
Malfoy se levantou.
- Eu acho que o sr. deveria seguir a sugestão da Granger e começar a dar aula. – disse em tom de defesa.
Snape mirou-o com um olhar estranho. – Sr. malfoy não seria aconselhável o sr. defender essa garota.
- Cuide da sua vida Snape e não se meta com ela novamente. – disse com firmeza e frieza.
- Pois bem, cumprira detenção com a srta. Granger. – disse irritado.
- Ótimo. – disse Draco arrumando suas coisas e rumando para a porta ao passar por mim me segurou pelo braço, me arrastando junto com ele.
Andamos para bem longe das masmorras em absoluto silêncio, ele ainda me levava pelo braço, quando estávamos no meio do caminho, fiquei olhando-o.
- O que pensa que esta fazendo? – perguntou desconfiada, encarando-o ainda tinha vontade chorar mas, consegui me conter por mais um tempo.
- Estou salvando sua pele. – disse ele me encarando serio. – Você no mínimo seria expulsa, você ficou louca, como teve coragem de desautorizar o Snape daquele jeito? – perguntou passando as mãos pelos cabelos.
- Foi ele quem pediu. – respondi. – E você não tinha nada que se meter. – briguei com ele.
- Ah, é assim que você me agradeci. – falou irritado.
Meus olhos começaram a arder com mais intensidade mas, dessa vez não fui capaz de evitar as lágrimas desabando em um choro de revolta e tristeza afinal quando foi que minha vida virou de pernas pro ar e porque justo o Malfoy teria que me ver ter uma crise de choro por que não o Harry ou o Ron ou até mesmo a Gina mas, o Malfoy justo ele. Conforme ia pensando nos dias anteriores meu estado ia ficando cada vez pior, eu chorava cada vez mais enquanto Malfoy só me mirava com um olhar terno e confortante, fechei meus olhos e pensei a qual é Hermione estar sensível tudo bem mais ver um olhar terno e confortante em Draco Malfoy, isso já é demais. Voltei a mirá-lo para tirar a duvida mas, aqueles belos olhos azuis acinzentados me miravam ternos e confortantes, mantivemos o olhar que veio seguido de um forte e gostoso abraço e das palavras.
- Calma, tudo vai ficar bem eu estou aqui para cuidar de você. – disse-me gentil e suavemente.
Não recusei o abraço muito menos as palavras era exatamente do que eu precisava naquele momento, fiquei ali envolvida em seus braços até me acalmar. Mesmo depois de ter chorado e desabafado, não tinha vontade nenhuma de voltar a assistir aulas naquele dia principalmente aulas de transfigurações, resolvi que iria vagar por Hogwarts o restante do período, procuraria algum lugar que fosse escondido para passar o resto da tarde.
Mirei Malfoy por algum tempo não sabia o que dizer.
- Obrigada. – agradeci.
Sorriu. – De nada. – respondeu ainda sorrindo. – Você pretende assistir o resto das aulas hoje? – perguntou mirando-me.
- Não. – respondi. – Não estou com vontade de assistir aulas, ainda mais sendo de transfigurações. – completei.
Malfoy somente me olhava, parecia ouvir com máxima atenção cada palavra que eu estava falando.
- O que foi? – perguntei curiosa querendo saber que tanto ele me olhava.
- Nada. – disse sorrindo.
- Por que esta me olhando assim? – tornei a perguntar.
- Estava pensando em fazer uma pergunta mesmo sabendo qual seria a resposta. – disse ainda me olhando.
- Pergunte. – disse mirando-o. – Perguntar não arranca pedaço. – disse sorrindo, vê se pode uma coisa dessas eu conversando amigavelmente com o Malfoy e o que torna tudo pior, sorrindo para ele, eu devo estar maluca.
- Eu queria saber se você gostaria de conhecer um lugar que eu descobri a uns dias. – disse ele ainda me encarando.
Eu já tinha dito que não ia para a aula, que droga, que boca maldita. Fiquei mirando-o por alguns segundos, não conseguia pensar em uma resposta boa o suficiente para recusar o convite que ele acabara de fazer.
- Tudo bem. – respondi em voz baixa. – Mas não quero demorar.
Abriu um belo sorriso, diria até o mais belo que já vi em toda a minha vida.
- Venha comigo. – disse começando a andar.
Comecei a segui-lo sem fazer nenhuma pergunta, descemos até o corredor que ia para as masmorras, entramos em uma passagem secreta que tinha na parede do lado esquerdo saindo em um corredor totalmente desconhecido, úmido e de aparência sinistra, o que me intrigava era que esse corredor não estava no mapa do maroto de Harry.
Continuamos andando, seguindo pelo corredor que aparentemente era sem saída, paramos diante de uma bela parede totalmente desenhada com uma tinta lindamente prata, fiquei fascinada ao ver aquela parede.
- Está pronta? – perguntou. – Vamos entrar. – disse segurando minha mão. – Feche os olhos. – disse me guiando para dentro. – Agora pode abrir. – disse sorrindo.
Quando abri os olhos vi um belo jardim com muitos seres mágicos, plantas das mais diversas espécies, realmente o lugar mais maravilhoso que eu tinha visto.
Passei os olhos a minha volta, estava realmente maravilhada com o que estava vendo.
- Esse lugar é conhecido como a Arca de Salazar. – começou ele.
- É maravilhoso. – respondi deslumbrada.
- Eu descobri esse lugar a uns dias. – continuou ele. – Descobri sem querer quando esbarrei na passagem secreta e cai no corredor que passamos a pouco.
Comecei a andar por entre as flores seguida por Malfoy.
- Acho que esse é meu lugar favorito em toda a escola é pra cá que eu sempre venho quando estou chateado ou quando brigo com alguém que eu não queria brigar também costumo vir pra cá quando tenho algumas idéias para por em ordem. – disse ele mirando o lugar. – A propósito obrigado por ter devolvido meu livro. – disse me mirando.
Sorri. – Não precisa me agradecer, o livro era seu tinha que voltar para suas mãos. – disse mirando-o.
Ele apenas balançara a cabeça, na arca o tempo era contado diferente, os relógios ficaram loucos, era realmente muito fácil de se perder hora ali, ficamos andando e conversando ali por uma bom tempo, vimos unicórnios, fadas, duendes e outros seres mágicos, vimos também inúmeras plantas, Hagrid ficaria louco aqui dentro.
Malfoy parara no meio do caminho, mirei-o achando estranho.
- O que foi? – perguntei olhando ao redor, para ver se não tinha nenhum animal que poderia nos atacar. – Por que parou de andar de repente?
- Não aconteceu nada não se preocupe. – disse ele se aproximando.
- O que você esta fazendo Malfoy? – perguntei mirando-o bem próximo de mim.
Colocou uma das mãos na minha cintura, a outra acariciava de leve meu rosto.
- Não me chame mais de Malfoy, pode me chamar de Draco por favor. – disse me olhando nos olhos.
Fiquei sem ação, completamente paralisada com aquele olhar cinzento profundo.
- Eu não posso te chamar de Draco. – disse ainda sustentando o olhar.
- Agora pode. – disse sorrindo e aproximando seu rosto me deu um carinhoso e suave beijo.
Nunca imaginei que alguém como ele poderia ter uma lado romântico.
Quando o beijo terminou não pude acreditar que tinha acabado de corresponder a um beijo nada forçado de Draco Malfoy.
Draco me olhava esperando que eu fosse ter um ataque como sempre mas, para sua surpresa e meu desespero o ataque não veio.
Baixei meu olhar, não acreditava que tinha gostado do beijo do Malfoy, por mais força que eu fizesse não conseguia odiá-lo.
- Eu acho melhor irmos, já deve estar na hora do jantar. – disse ainda sem olhá-lo rumando para a porta por onde entramos.
Ficamos em silêncio o resto do caminho, eu não tinha cabeça para falar com ninguém, estava tentando entender quando isso começou a acontecer.
Rumamos para o salão principal mas nos separamos antes de chegar no salão.
- Nos vemos daqui a pouco na monitoria. – disse ele.
- É. – disse com uma cara de quem pensava tem mais essa ainda.
Rumei para a mesa da Grifinória pouco depois Malfoy entrava no salão rumando para a mesa da Sonserina.
Me sentei pensativa na mesa, Harry e os demais me encaravam sem nada dizer, mirei-os mas não disse nada.
Comi qualquer coisa rapidamente e sai dali sem dar-lhe satisfações.
Rumei para a sala comunal que estava vazia, fui até meu dormitório, deixei minha mochila sobre a cama e me encaminhei para o lugar que me encontraria com Malfoy.
A temperatura tinha baixado muito, o frio estava cortante.
Encostei em uma das pilastras, fiquei a mirar o lago congelado, a brisa que acariciava meu rosto deixava minhas bochechas coradas e meus lábios vermelhos, pensava em tudo o que acontecera até ali e em como tudo estava diferente.
Malfoy não demorou a chegar, parou do meu lado e ficou me mirando.
- Você está bem? – perguntou me dando um susto.
- Que susto. – disse olhando pra ele.
- Me desculpe. – disse sorrindo. – Vamos começar a monitoria? – perguntou me encarando.
- Vamos. – respondi me recuperando do susto.
Começamos a caminhar pela escola que já estava vazia, todos já tinham ido para seu dormitórios a monitoria passou rápido mas, a noite prometia ser longa ainda tinha que cumprir detenção na biblioteca.
- Você também está de detenção? – perguntei para Malfoy.
- Sim. – respondeu como se fosse a coisa mais banal do mundo.
Rumamos para a biblioteca onde Madame Prince nos esperava para passar as instruções que Snape tinha dado.
Depois que ela nos falou onde teríamos que limpar ela nos deu uma noticia aparentemente boa, Snape tinha conversado com a professora McGonagall e resolvera nos dar apenas dois dias de detenção, isso parecias bom demais para ser verdade. Madame Prince também nos disse que a professora McGonagall queria que fossemos amanhã pela manhã conversar com ela.
Rumamos para o lugar onde teríamos que limpar, parecia não ser limpo a anos. Começamos a arrumar os diversos livros que se encontravam ali, algumas horas depois Madame Prince veio nos avisar que podíamos ir.
Saímos da biblioteca exaustos.
- Aqueles livros tinham poeira de séculos. - comento Malfoy.
- É. – concordei. – E é um desperdício tantos livros jogados sem uso. – falei.
Malfoy não respondera apenas dera com os ombros.
Caminhamos até as escadas onde teríamos que nos separar para cada um ir para seu dormitório.
- Obrigada. – agradeci mais uma vez.
- De nada. – respondeu ele me olhando.
- Preciso te pedir uma coisa. – disse com dor no coração.
- Peça. – disse ainda me olhando.
- Olha hoje foi um dia legal mas, não será sempre assim, amanhã tudo voltara a ser como antes, peço que me entenda, será melhor para nós dois. – respirei pesadamente baixando o olhar.
- Você é que sabe Granger. – disse secamente me dando as costas e seguindo para as masmorras.
Fiquei ali parada no meio do caminho vendo Malfoy se distanciar até desaparecer de vista.
Recomecei andar rumo a sala comunal, estava me sentindo mal com o que tinha acabado de fazer, disse a senha e entrei, sentia vontade de chorar, a sala comunal já estava vazia, fui direto para meu dormitório, estava muito cansada e péssima.
Peguei meu pijama, rumei para o banheiro, estava precisando de um bom banho. Tomei o banho o mais rápido que pude, não estava agüentando mais de tanto cansaço, vesti meu pijama e me deitei mas, mesmo exausta não conseguia dormir, minha consciência não permitia.
Fechei meus olhos e pedi com o restante de minhas forças para que Merlin me ajudasse a fazer a coisa certa.
Me recusei a abrir os olhos pois, estes estavam muito pesados então finalmente adormeci ainda pensando em Draco Malfoy.
N/A: Bom gnt esse eh o novo cap. demoro mais saiu..espero q gostem.. e mil desculpas por num ter postado antes mas eh q eu to c uns problemas pessoais serios p resolver..
Me desculpem novamente..
Leiam e comentem..^^
Bjokinhas
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