Don't Know Why I Didn't Come
Notas inutilmente importantes: Sim, eu tenho uma boa explicação para essa demora toda na atualização da fic. Qual é ela? Simples. Cometeram um ato completamente sadomasoquista contra a minha pessoa. Enfiaram-me um cano no estomago. Voei numa lombada e ferrei minha coluna, sem contar a batida da cabeça na gaveta.
Hm, encontrei um problema muito chato aqui no site, que quando você está apenas editando um errinho ou outro na fic, ele manda e-mail pra toodo mundo dizendo que ela foi atualizada quando na verdade não foi. Portanto estou disposta a mandar e-mail pra quem quiser saber quando a fic foi realmente atualizada. ^^
Sem mais delongas, cá está a fic.
Capítulo, segundo. Don’t know I didn’t come…
Onisciente.
Já passara das 11 quando Ron escancarara a porta do bar e esperara que todos entrassem. Uma voz suavemente hipnotizadora enchera seus ouvidos. Era quase como um som ambiente. E também como se aquilo fosse o ponto mais alto da vida toda. Como se sem aquela suave e sussurrante voz, a vida não mais fizesse sentido algum.
I waited ‘til I saw the sun...
Don’t know why I didn’t come.
Aquela viciante voz cantava uma música que o fizera levemente lembrar de alguns fatos ocorridos em sua vida. Era injustificável como aquela voz parecia pertencer a criatura que ele secretamente admirara mais que tudo durante toda a sua vida. Ele apostaria seu ultimo sapo de chocolate na esperança de que aquela voz realmente pertencesse a ela.
I left you by the House of Fun.
I don’t know why I didn’t come…
Ron esperou quase impaciente que todos entrassem no estabelecimento e seguiu em direção a mesa mais próxima ao palco. As luzes branca e vermelha que saiam de holofotes logo acima eram cegantes. Frustado, ele fazia de tudo pra tentar enxergar a dona daquela voz.
Era baixinha, com silhueta arredondada, traços suaves. Vestia uma saia rodada com estampa de bolinhas, uma laço vermelho na cintura, sapatinhos de verniz. Ron conseguia ver cabelos cacheados acima da cintura, mas o rosto parecia refletir as luzes. Cegava-o como um anjo. Era absolutamente linda, apesar de estar apenas imaginando quem poderia ser, no lugar de realmente ver.
When I saw the break of day.
Wish that I could fly away…
Instead of kneeling in the sand.
Catching teardrops in my hand.
Ela fechara os olhos, e as luzes diminuíram lentamente. Ele a viu. Não apenas ele, mas praticamente a família toda que se pusera a esperar boquiaberta logo atrás.
Olhos esbugalhados, mãos suando frio, dois ou três litros? O sangue decidira fugir de seu rosto e lábios, ficara mais branco que algodão. Sua altura de praticamente um metro e noventa fora reduzida a meros trinta centímetros em menos de vinte segundos.
Riu-se sozinho, mas mentalmente lembrou-se que ria para não chorar.
“Então é aqui que ela trabalha?” A inconveniência em pessoa, mas conhecida como Fred Weasley perguntou importunamente.
O senhor Weasley tossira. Ginny pisara no pé do irmão, que também levara um beliscão de sua mãe. E movimentos frenéticos vindos do irmão mais velho, Bill, fizera com que Fred engolisse seco a próxima piadinha e quase engasgasse com seu riso entalado.
George apenas balançara a cabeça negativamente, e rira.
Também ganhou um beliscão da Sra. Weasley, quem os fizera sentar à mesa mais próxima. Mas Ron não arredou o pé daquele corredorzinho em que se localizava.
My heart is drenched in wine,
You’ll be on my mind…
Hermione abrira os olhos, olhou a platéia que a assistia atentamente, até que viu aquela mesinha logo ao canto da primeira fileira, lotada de cabelos cor de fogo. Engoliu seco a próxima nota musical.
Seus olhos castanhos abriram mais do que ela achava fisicamente possível e prenderam-se com olhos azuis brilhantes, e ao tentar cantar a próxima palavra, ela soluçou. Forever...
Hermione sentiu seus olhos arderem com lágrimas não caídas e desviou o olhar. Respirou fundo logo a tempo de continuar sua canção.
Out across the endless sea.
I would die in ectasy
Ela sorriu enquanto examinava atentamente o brilho que a luz refletia em seus sapatinhos de verniz.
But I’ll be a bag of bones...
Driving down the road alone.
Memórias tristonhas invadiram sua mente.
“É assim que você quer?! Então assim que vai ser!” Ronald Weasley agarrou sua vassoura com força suficiente para quebrá-la ao meio. Caminhou com passos fortes pelo corredor.
“Deixa de ser patético! Volta aqui, isso não tá terminado!” ela tentou agarra-lo pelo braço, mas suas mãos pequeninas não estavam lá muito empenhadas.
“Se depender de você tá sim! Você vai embora, em quatro dias e quer que eu ache que tudo é um mar de rosas?! Se toca, Hermione! Você vai mudar a sua vida inteira de uma hora pra outra por causa de um trabalho estúpido?” O rosto dele estava quase tão vermelho quantos seus cabelos, a fúria era tanta, que se ele fosse feito em traços de desenho animado fumaça estaria saindo à mil de suas orelhas, naquele exato instante.
“E diz se você não trocaria tudo pra ir jogar quadribol na... Finlândia, que seja! Me diz que você não iria!”
“Eu não largaria tudo, Hermione! ‘Tudo’ não! Você sabe como ‘tudo’ é importante pra mim!-”
“Você acha que não é importante pra mim?!” e foi nesse momento que a menina pôs-se a chorar, um rio de lágrimas, elas nunca tinham vindo com tamanha força, tamanha correnteza.
“Não parece ser lá muito importante! Me deixa refrescar sua memória! Você vai embora!!” Ron olhou pro chão e deixou que a gravidade ajudasse suas próprias lágrimas a caírem rumo ao chão. “E nem ao menos teve a coragem, ou seja lá como você possa chamar isso, de me dizer antes? Você sabe disso há quanto tempo?”
Sua resposta foi um silêncio ensurdecedor, que durou muito mais do que o desejado. Aquele zumbido irritara-o mais ainda.
“Quanto tempo, Hermione?” falou com mais força através de dentes trincados. Era incapaz de olhar nos olhos dela, sabia que eles demonstravam medo. Ele também sentia.
“Dois meses.” Hermione sussurrou ao encolher seus ombros. Sabia o que estava por vir. Era definitivamente o fim de tudo. De ‘tudo’.
Ela esperou que ele berrasse. Gritasse, quebrasse a vassoura, ou seja lá o que fosse. Mas esperava uma resposta. Esperava palavras... mas nada veio.
Ele apenas deu passos duros em direção ao fundo d’A Toca.O sol se punha enquanto ela o seguia. Quando estava quase perto do lago, ele saltou em sua vassoura e voou para longe, o mais longe e o mais alto possível.
Ela caíra de joelhos ao chão arenoso junto à água. E sofria.
Mais um soluço fez com que Hermione errasse a música. Repetia o mesmo verso em sua mente sem parar.
When I saw the break of day
I wished that I could fly away
Instead of kneeling in the sand
Catching teardrops in my hand
Hermione sentiu tudo voltar a tona. A cabeça pesava, e alguém a olhava atentamente. Alguém que não deveria estar ali. De jeito nenhum. Sua boca envergou-se num sorriso ao contrário.
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Segue abaixo a tradução da música "Don't Know Why I Didn't Come" por Norah Jones.
Eu esperei até eu ver o sol.
Eu não sei porque não vim.
Deixei-te na casa da diversão
Eu não sei porque não vim.
Eu não sei porque não vim.
Quando eu vi o dia sumindo,
Desejei poder voar daqui.
Ao invés de ajoelhar na areia,
Catando lágrimas com as mãos.
Meu coração está encharcado de vinho.
Você estará na minha mente, para sempre.
Através do mar infinito,
Eu morreria em êxtase.
Mas serei um saco de ossos,
Dirigindo-me nessa estrada, sozinha.
Meu coração está encharcado de vinho.
Você estará na minha mente, para sempre.
Algo tem que te fazer correr.
Eu não sei porque não vim.
Sinto-me tão vazia quando um tambor.
Eu não sei porque não vim.
Não sei porque não vim.
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