Fazendo as Malas



Eileen jogou sua grande mala em cima da cama. Ela preservava seu quarto como ele era na adolescência: uma grande cama de metal lilás com colchas e almofadas aconchegantes em tons de púrpura muito vivos e estrelas prateadas bordadas nas colchas, almofadas e nas cortinas que ficavam na janela que dava a visão de um vasto e lindo jardim de muitas flores, cuidadosamente cultivados pelas próprias mãos da Sra. Prince. Sobre uma cadeira e sobre as estantes próximas à cama, sua coleção de boneca de bruxinhas, com exemplares do planeta todo. Cada parente ou amigo que viajava, trazia uma bruxinha para Eileen.
Começou rapidamente a colocar roupas, já perfeitamente dobradas, dentro da mala, utilizando feitiços convocatórios não verbais. De repente parou, observou as roupas, e decidiu colocá-las com os próprios punhos, para ver como era fazer aquilo sem magia, sendo um trouxa, ou mesmo uma criança...
Sua mãe bateu levemente na porta e entrou vagarosamente, estranhando a atitude da filha de não se utilizar de magia para arrumar sua mala. Eileen engoliu em seco.
- Para onde está indo, Eileen? Ia viajar sem avisar seus pais e irmãos?
- Não, mãe, de forma alguma! Eu ia conversar com vocês na hora do jantar.... mas, bem, deixe-me avisar a senhora. Estou indo viajar, a serviço, não sei quanto tempo vou ficar fora, mãe.
A Sra. Prince olhou Eileen, assustada.
- Como assim? Viajar? Eles não poderiam ter enviado um homem para essa viagem? Não pega bem uma moça de família como você sair por aí viajando sozinha... aliás... você vai sozinha?!?
- É, mãe, infelizmente eu era a única que poderia ser enviada para essa missão, o Ministério não tinha escolha...
- Mas você vai sozinha ou não?
- Não, mãe, uma colega de serviço vai comigo, uma auror que a senhora não conhece, mas que é muito respeitosa!- mentiu Eileen descaradamente. Era necessário. A mãe jamais entenderia Eileen indo passar não se sabia quanto tempo junto a um trouxa no meio do mato... mesmo Eileen não estava sentindo-se nem um pouco à vontade com isso... ao mesmo tempo que parecia um sonho passar uma temporada ao lado do homem que seu coração escolhera para si.
Desviou rapidamente esses pensamentos de sua cabeça e fechou sua mente o mais rápido que pôde. A mãe também era uma ótima legilimente. A sra. Prince observou Eileen com severidade e levantou-se para sair do quarto dizendo:
- Bem, conversaremos com seu pai no jantar...- e Eileen jamais soube se ela pôde ou não perceber alguma coisa em seus pensamentos.
Eileen terminou de arrumar sua mala e ficou observando a noite tomando conta da Escócia. Era uma noite agradável, mas Eileen vez por outra podia sentir um arrepio nos braços que ela não saberia responder se era uma brisa ou emoção pura.
O jantar não foi nada agradável e seu pai não ficou nada satisfeito com a súbita viagem de Eileen.
- Vou mandar uma coruja ao Ministério imediatamente!!! Eles vão ter que dispensar você e designar um homem para essa missão! Como pode uma coisa dessas?
- Pai, não vai adiantar.
Mas o Sr. Prince não estava mais escutando. Chamou um de seus empregados, mandou a coruja diretamente para o ministro e outra coruja para o chefe dos Aurores, Rufus Scrimgeour. Que responderam cordial e imediatamente as corujas do Sr. Prince, no entanto sem retrocederem um milímetro de sua decisão: Eileen e somente Eileen poderia ser incumbida da missão.
O Sr. Prince saiu da mesa, furioso, bufando e praguejando. Os irmãos olharam para Eileen com admiração e surpresa. A Sra. Prince ficou na mesa, aflita, tentando imaginar uma forma de resolver o impasse e Eileen terminou sua sopa de abóboras calmamente.
Não havia como resolver a questão. No dia seguinte uma comitiva aparatou nos gramados da mansão dos Prince e levou Eileen para bem longe dali.

***

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