Olhos Azuis
Capitulo 20 – Olhos Azuis
O Ministério já havia recolhido os prisioneiros e levado o corpo de Voldemort embora. Os Weasley colocaram os três corpos em mesas de mármore branco, seriam velados até a manhã do dia seguinte e depois enterrados em Hogwarts pela bravura e honra.
Estavam todos ao lado dos corpos e choravam. Tonks estava com a cabeça encostada no peito de Lupin e chorava dizendo:
-Por Merlin, por que ele?
Ao lado do corpo de Gina encontravam seus familiares, que também choravam ao ver a caçula sem vida. No corpo de Anita, Harry estava de um lado segurando Lílian no colo e do outro lado estava Hermione que também chorava.
Harry já tinha entregue sua filha para a Sr. Weasley levar para dentro quando ficou frio e a noite foi chegando. Acabou por ser o único com os corpos depois de certo tempo. Segurava nas mãos as fotos que os gêmeos haviam tirado na festa, viu ele e Apocalipse se beijando, e sorrindo para ele, outras fotos eram do momento em que ela aceitava o pedido e o abraçava. Momentos que estavam gravados naquela foto e também em sua memória.
Sentiu as lágrimas descerem pelo seu rosto, o vento bateu mais forte e bagunçou-lhe os cabelos. Pegou um envelope que estava dentro de suas vestes, o abriu e colocou as fotos da festa junto com as outras que Apocalipse guardava com tanto carinho.
Pegou a mão de sua amada e elhe fez um carinho no rosto. A pele gelada era terrível. Recomeçou a chorar, todos que ele amava realmente morriam e ele nada podia fazer para impedir isso.
A noite caiu por completo e Harry não conseguiu ficar lá fora por causa do frio. Entrou e olhou mais uma vez para os corpos de seus entes amados. Hermione que segurava Lílian, a entregou para o pai e esse começou a nina-la, a criança estava agitada e começava a sentir a falta da mãe.
Olhou para a sua filha, era tudo o que lhe restara. Tirando os amigos, as demais pessoas que confiaram nele e o amaram e ele os amou, foram assassinados e a dor parecia que seria eterna. Ouviu o riso de sua filha e a olhou, aqueles olhos azuis o olhavam com amor e isso fez sua alma acalmar.
-Esfriou. Deve ser por isso que ele entrou.
-Pois é. Ahhh, Sirius, para com isso. – disse Lupin afastando o focinho do amigo – O que vai ser agora?
-Não sei. – respondeu Anita.
-Seguirá o destino de um Anjo da Morte. – falou Dumbledore que estava sentado com eles quatro em um colina de frente para a Toca.
-E qual é? – perguntou Gina.
-Ela saberá. – sorriu o ex-diretor de Hogwarts – Não saberá?
-Pra ser sincera, não. – e riu.
-Mas saberá pela manhã. Já vocês dois... – disse apontando para Lupin e Gina – Vão ter que vir conosco. – sorriu e acariciou Sirius.
-Para onde? – disse Gina sorrindo para Dumbledore.
-Para a outra aventura. – respondeu para ela e se levantou.
-Como saberei ir para essa outra aventura sem vocês? – perguntou a morena também se levantando e olhando para Dumbledore.
-Saberá. – disse ele e virou-se para descer a colina. Os outros três seguiram ele e desapareceram da visão dela. Ela não sentia frio, fome, dor ou felicidade, não estava viva. Deitou na grama e olhou para o céu escuro, não sabia se dormiria, mas fechou os olhos e deixou de existir.
Harry passou a noite toda acordado fazendo Lílian se acalmar, o bebê sentia falta da mãe. Pela manhã ele conseguiu faze-la dormir e sentou-se na cama e fechou os olhos. Lembrando do dia anterior.
Ouviu alguém bater na porta e disse “entra”. Era Ron que o chamava para que pudessem ir para Hogwarts aos enterros. Ron sentou perto de Harry e esse o abraçou, os dois derramaram lágrimas e se olharam, palavras não eram necessárias. Um sabia o que o outro sentia.
No Grande Salão as mesas estavam cheias de pessoas atentas ao discurso que a diretora da escola fazia. Bandeiras negras caiam do teto, pessoas choravam as três perdas. Lílian dormia calmamente nos braços do pai. Um estrondo nas portas fez com que todos olhassem para aquela direção e muitas pessoas gritaram de susto. Apocalipse entrava pelo corredor central.
-Não pode ser! – disse Harry para si e entregou sua filha para Mione e andou mancando até ela. Se olharam por segundos, era o corpo de Apocalipse mas viu que ela tinha os olhos azuis – Quem é você?
-Sou eu, Harry. – o garoto a abraçou e ela retribuiu.
-Não é possível.
-Talvez não, mas eu estou aqui. O que eu não sabia é que Anjos da Morte morrem mas a pessoa em que o Anjo vive não. – e sorriu ao ouvir Lílian chorar. Olhou para Mione e viu sua filha em seus braços.
-Seus olhos... – perguntou o garoto fazendo carinho no rosto dela.
-Essa é a verdadeira cor deles. Aparentemente meus olhos cinzas eram do Anjo. Essa sou eu de verdade. – sorriu e o beijou apaixonadamente.
Muitas pessoas se levantaram e aplaudiram eles, os dois se separaram e olharam para os lados. Ele olhou para ela em seus olhos azuis e disse:
-Te amo. Nunca mais morra.
-Também te amo. – e o beijou novamente.
Harry abriu os olhos, viu o teto de seu quarto. Sentiu Lily lhe dar um beijo no rosto e se despedir, estava indo para a escola com a babá.
-Cinco anos e o mesmo sonho... – disse para si mesmo. Olhou o relógio na cabeceira da cama, 7:00 horas da manhã. Se levantou, estava morando no apartamento de Apocalipse, adaptou ele para que tivesse mais um quarto para sua filha, mas só mudou isso.
O sol brilhava pelas vidraças das janelas da sacada, ele olhou para a sacada e viu alguém do lado de fora, se aproximou devagar e abriu a porta com a varinha apontada para a pessoa de costas para ele.
-Quem é você? – mas tomou um susto quando a pessoas se virou – Apocalipse...
-Oi! – respondeu ela, os olhos azuis brilhavam, o sorriso, o cheiro doce, tudo indicavam para ele que ela era real – Não, não sou.
-Mas... – duas lágrimas desceram de seus olhos e ele esticou um mão para poder toca-la.
-Harry... – ela segurou a mão dele e trouxe para que ele sentisse seu coração – Sente?
-Não. – respondeu olhando nos olhos dela.
-É porque não estou viva. Você está, viva. Viva por nós dois. – e sorriu soltando a mão dele devagar. O moreno fechou os olhos para impedir lágrimas de caírem, mas quando os abriu ela já não estava mais lá. Olhou para trás e dentro da casa, se segurou na grade da varanda e na praça que tinha na frente do prédio viu. Viu uma cena que se lembraria com toda felicidade que pudesse existir. Remus, Sirius, Apocalipse e seu pai sentados em um banco, todos olhavam na direção dele e sorriam. Viu que eles estavam bem, felizes, aonde quer que estivessem.
Apocalipse se levantou e os homens a seguiram, com um aceno com a mão ela deu Adeus para Harry e se virou, os outros a imitaram e se juntaram à ela. Harry viu quando Anita deu a mão à Sirius, Lupin passou o braço pela cintura dela, seu pai passou o braço no ombro de Sirius e ela entrelaçou o braço de Lupin. A imagem dele conversando, rindo e se afastando foi ficando cada vez mais clara, até que se tornou um borrão e sumiu.
O garoto-que-sobreviveu se sentou no chão e com lágrimas felizes no rosto disse:
-Aluado, Pontas, Almofadinhas e Apocalipse. – riu e olhou para onde eles haviam sumido – Eternos.
FIM
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