Predestinado



Depois de mais um beijo cinematográfico, Rony e Demelza resolveram dar uma volta pela propriedade, onde poderiam conversar sossegados e sem interrupções.

-Então, Rony, o que está acontecendo aqui? –Pergunta Demelza um pouco insegura.

-Não entendi, como assim “o que está acontecendo aqui”? -Achei que você já sabia. –Rony fala meio confuso e corando um pouco.

-Eu prefiro que você me diga, Rony, não quero ficar imaginado coisas onde não existem. –Demelza fala decidida esperando um retorno de Rony que dá um sorriso maroto.

-Então você quer ouvir de mim o quanto gosto de você e o quanto sinto sua falta quando não estamos juntos...
Eu sei que você chegou a pouco Demi, e não sei o que houve comigo, eu só sei que aconteceu de repente. Comecei a querer ficar mais do teu lado, não conseguia parar de pensar em você, na verdade, isso me assustou um pouco, pois nunca havia sentido nada igual por ninguém antes, entende? –Fala Rony depois que Demelza dá uma olhada descrente para ele, mas logo é convencida quando encontra o olhar do garoto, onde ela viu a sinceridade de suas palavras.

-Sim Rony, claro que eu entendo! Me aconteceu à mesma coisa, só que comigo era mais torturante, pois não sabia se você ia querer ficar com uma garota mais nova, sem nenhum atrativo, ou melhor, completamente sem sal... –Demelza não continuou, pois foi interrompida com um dedo de Rony em seus lábios.

-Pisss. Não fala isso, como você se atreve a dizer que não tem atrativo algum? Você acha mesmo que um Weasley ia ficar com uma mulher sem sal? Você é perfeita Demi, jamais repita isso na minha frente ou na de qualquer pessoa, pois você é a mulher com mais atrativos que já vi na vida! –Rony finaliza com um selinho em sua amada que sorri para ele.

-Você é um amor Rony, eu realmente tirei a sorte grande em ter um namorado assim como você, carinhoso, gentil, sensível e lindo! –Demelza fala a última parte com um grande sorriso e dando um grande beijo em Rony.

Depois de terem discutido a relação, eles resolveram avisar a família que estavam namorando. A Sra. Weasley ficou muito feliz e os outros disseram “eu já sabia ou vocês dão muito na cara”, mas os parabenizaram, então a Srª. Weasley chamou Demelza para contar algumas histórias de Rony quando este era pequeno, o que o fez ficar com as orelhas vermelhas como se estivessem em chamas, mas fora isso o dia correu tranqüilo e sem mais constrangimentos para o casal.


XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


–Quem derrotou meus comensais? Quem se atreveu a se meter em meu caminho, não deixando que entregassem meu recado ao Potter? –Grita Voldemort com uma voz fria e aterrorizante que faz o comensal tremer de medo, pensando se devia responder que fora o próprio Harry, quem fez isso com os três comensais presos no Ministério para interrogatório.

-Meu senhor, foi o próprio Harry Potter quem derrotou o casal Lestrange e Dolohov.

-Bando de incompetentes! Como se deixaram derrotar por um simples garoto que não tem poder nem para transfigurar um copo de água em vinho, como se atrevem a me fazer passar por mais essa humilhação? –Grita Voldemort com a voz cheia de ódio.

Voldemort sai de sua sala acompanhado por Nagini, sua cobra de estimação, descendo por uma escada escura e sombria que o levava a um quarto úmido e sujo. No entanto havia algo mais naquele quarto, mais a frente havia um homem de cabelos negros até o ombro, barba por fazer, magro, com vários machucados pelo corpo e uma expressão miserável.

-Bom dia, Sr. Black! –Fala Voldemort com a voz fria de sempre e com um pouco sarcasmo.

-Não vejo nada de bom. -Responde Sírius entre dentes.

-Mas eu vejo e para você ver que o será, vou deixá-lo ver o seu adorável sobrinho. Vê como eu também tenho um grandioso coração? –Fala Voldemort com uma gargalhada demente fazendo Sírius se preocupar com o que veria em seguida.

-Desde quando você tem coração? Nunca te ajudarei a chegar perto de Harry, nunca! Você me ouviu? –Grita Sírius cheio de raiva e ódio.
- Quem disse que eu preciso de sua ajuda, seu insolente? – Fala Voldemort depois de gargalhar com o comentário de Sírius. -Eu vou trazê-lo, não aqui, mas em um outro lugar. –Voldemort fala com sua voz fria, mas deixando transparecer um pouco de ansiedade em sua voz.


XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


Algum tempo passado, Harry surge trazendo o chocolate para Hermione que o come. No entanto, algum tempo depois, continuam os sintomas da maldição cruciatos lançada por Bellatriz Lestrange, a garota sentia dores fortes pelo corpo, náusea, febre e ainda tinha pequenos lapsos de memória.

-Harry, acho que chocolate não serve muito para recuperação de um taque da maldição cruciatos, isso só deve funcionar com Dementadores. –Fala Hermione com dificuldade, preocupando Harry.

-Hermione eu não sei mais o que fazer, já tentei de tudo que sabia até feitiços de cura, mas nada parece funcionar para te livrar desses malditos efeitos colaterais. –Fala Harry desesperado.

-Eu sei de uma coisa que pode ajudá-los! –Fala Dumbledore parado na porta e olhando os dois.

-Dumbledore! –Exclamou Harry e Hermione juntos, claro Hermione com mais dificuldade para falar.

-Não vi o senhor chegar, mas isso não vem caso, o senhor pode ajudar Hermione? –Pergunta Harry ansioso.

-Não só posso como vou ajudá-la, é um feitiço muito raro que só os grandes bruxos conseguem realizar com a devida perfeição. –Fala Dumbledore sabiamente e de um modo sério, que Harry só vira em alguns casos de extrema gravidade e isso estava deixando-o preocupado.

Dumbledore se aproxima de Hermione a olha nos olhos, depois levanta sua varinha e começa a balançá-la, murmurando um feitiço que Harry não conhecia. Da ponta de sua varinha saía uma fumaça azul que entrava pelo nariz de Hermione, mas quando o professou falou a última palavra do feitiço, à luz da sua varinha mudou de azul para um prateado e de imediato Hermione deixou de sentir suas dores, sua febre havia sumido e estava completamente renovada.
-Então Srtª. Granger como se sente? –Pergunta Dumbledore guardando sua varinha, com um grande sorriso e vendo a vivacidade da garota.

-Eu estou ótima Prof. Dumbledore, parece que nunca tive nada, muito obrigada. –Disse Hermione já se levantando da cama para espanto de Harry, que não gostou daquilo.

-O que você acha que está fazendo Hermione Granger? De volta para está cama agora mesmo ou você quer que eu te cole com um feitiço adesivo na cama? Mesmo com o feitiço do professor Dumbledore, você precisa de pelo menos um dia de descanso, correto Professor? –Fala Harry com um olhar severo para Hermione após ela querer se levantar e finalizando com uma olhada para o professor, esperando que o ajudasse.

-Exatamente! Harry está certo Hermione, só espero que ele não use um feitiço adesivo em você, pois isso deve doer. –fala em tom bem humorado, vendo a garota se deitar novamente. -Eu a aconselho que repouse o resto do dia, pro seu bem e para acalmar certo rapazinho aqui. –Fala Dumbledore que recebe de imediato a confirmação de Hermione, que olhava Harry como se fosse grudá-la na cama a qualquer momento.

-Agora que tudo está bem, podemos ter a nossa conversa, não é mesmo Harry? –Fala Dumbledore aguardando a confirmação de Harry, que logo confirma com um gesto de sua cabeça. Dumbledore conjurou uma poltrona confortável ao lado da cama de Hermione e Harry sentou em uma cadeira que havia entre as duas camas, podendo também ficar de frente a Dumbledore.


-Harry, eu acho que você deve estar cheio de perguntas às quais eu vou tentar responder até onde eu tiver conhecimento, mas pode haver outras que eu não saiba e teremos que descobri-las juntos. Agora, antes de você começar a perguntar, eu gostaria de te contar o que eu já sei de seus poderes, ou melhor, de como você os conseguiu, assim você entenderá melhor e com certeza vamos eliminar muitas perguntas, tudo bem? –Dumbledore pergunta e dá um sorriso para Harry, aguardando um consentimento que vem logo em seguida.

-Harry, há pouco tempo descobri a árvore genealógica de sua família e, nela, que seu pai era descendente de Godric Gryffindor, ou seja, você é um descendente de Godric Gryffindor. E, que, além disso, herdou poderes que outros descendentes não herdaram, como o de realizar feitiços sem varinha como ocorreu em sua batalha com os comensais da morte, você os derrotou fazendo feitiços apenas desejando-os fazer e só poucos bruxos já conseguiram tal façanha e mesmo assim depois de muito treinamento.
Eu, infelizmente, não sei quais poderes mais você herdou, mas assim que completar seus 17 anos você irá passar por um treinamento comigo para conhecermos o nível de sua magia, treiná-la e aprender a controlá-la também. Agora, pode me fazer suas perguntas.
-Se eu sou descendente de Godric Gryffindor, como o senhor não soube antes disso, porque o meu pai não revelou isso pro senhor, professor? –Pergunta Harry confuso com todas essas informações.

-Eu imaginei que fosse perguntar isso. Harry, a base dessa árvore genealógica começa com Godric Grynffindor e Rowena Ravenclaw. –Dumbledore fala mostrando a árvore genealógica que descobrira. –Como pode ver, eles tiveram um filho que iniciou sua família. –fala apontando os nomes dos fundadores e depois o nom de um homem, do qual os vários ramos surgiram.

-Isso explica tudo, afinal, se hoje em dia os bruxos são tão antiquados e rígidos sob diversos assuntos, imagine naquela época. –Hermione fala olhando atentamente a tabela.

-Exato, naquela época, eu me atreveria a dizer, que era melhor ser um lobisomem que um bastardo. –dumbledore fala concordando com Hermione.

-Entendo, nunca sairiam por aí dizendo quer eram fruto de um relacionamento extraconjugal. –Harry fala pensativo e analisando a informação. –Mas, isso não explica porque eu tenho esses poderes e meus ancestrais não.

-Isso é explicado nesse mesmo pergaminho, mas oculto por um feitiço antigo. –ao terminar de falar, Dumbledore passa sua varinha sobre o pergaminho como se desenhasse algo, que não conseguiu identificar, então o pergaminho mudou, pra um texto escrito em uma língua que não conhecia. –Esse texto está em Latim, mas traduzirei pra vocês. –Dumbledore explica sorridente e eles olham atentamente o mago que começa a ler.

“Meu filho e todos os que tiverem teu sangue, sei que pode parecer errado forjar uma árvore genealógica de um relacionamento entre duas pessoas já comprometidas, mas não poderíamos esperar a viuvez e muito menos antecipá-la pra vivermos este sentimento tão puro e tão forte que nos arrebatou ao trocarmos nosso primeiro olhar: O amor. No entanto faço isto como prova de que é, dos meus filhos, o mais amado e do que tenho mais orgulho.
Aqui deixarei um pequeno testamento pra ti, a quem infelizmente não poderei deixar meus feitos, meu nome, meus bens ou qualquer outra herança convencional. Por isso deixo-lhe, no fim de minha vida, um pequeno tesouro e um grande fardo.

O tesouro, é o anel forjado pelo bruxo que iniciou minha árvore genealógica. Um anel passado de geração em geração ao filho mais forte, mais corajoso e mais honrado, e que um dia foi dado a mim pelo meu pai e que agora é passado a ti, por mim. Sei que jamais poderá usá-lo, tamanha vergonha que isto seria, mas rogo que continue a passá-lo de geração a geração conforme a tradição de nossa família.
O fardo, que talvez tu e teus descendentes chameis de maldição, é um ritual criado por mim, pra garantir que no futuro, os ideais pelos quais eu e sua mãe lutamos, possam se tornar realidade.

O presente pode vos pertencer, mas o futuro será meu. Daqui a uma, duas ou várias gerações, alguém com meu sangue retomará e lutará por meus sonhos, abrirá a câmara secreta e começara por Hogwarts a limpeza do mundo, matando os sangues-ruins e trouxas e reinando sobre os mestiços e criaturas inferiores, dando àqueles de sangue nobre o poder sobre o mundo que, por direito, nos pertence.

Essas foram às últimas palavras de Salazar Slytherin antes de morrer, derrotado por mim, Rowena e Helga. Elas disseram que não poderíamos condenar os filhos por coisas ditas por alguém em seu leito de morte, mas eu fui atrás deles e descobri que os sete sumiram no mundo, sob falsos nomes. Rowena me disse que faria o mesmo no lugar deles, afinal seria uma vergonha e um grande fardo ser filho ou descendente de Salazar Slytherin, mas eu nunca concordei com ela.
É por esse motivo, que decidi fazer este ritual, que ao preço de minha vida selará parte dos poderes de nossas gerações e o armazenará em meu sangue. Este poder despertará quando o herdeiro de Salazar resolver abraçar seus propósitos e fazer cumprir suas últimas palavras.
Sei que a ti e aos teus descendentes que irão de mim até meu sucessor, parecerá uma punição, mas é apenas um sacrifício necessário pra que um dia, meu sucessor tenha os poderes e o conhecimento necessários pra derrotar nosso inimigo e, assim, criar um mundo onde todos possam conviver em paz, respeitando suas diferenças.

Tenho que dizer ainda, que este pergaminho será um reflexo de meu contrato mágico, e, portanto, só mostrará aqueles descendentes que fizerem parte deste acordo, ou seja, os bruxos que cederão seus poderes ao predestinado, e a criança que nascerá pra concluir este contrato. Nesse dia, esta será apenas uma árvore genealógica normal e um pouco incompleta.

Godric Gryffindor”

-Acho que sua dúvida foi explicada, não? –Dumbledore pergunta a um Harry perplexo.

-Pequeno sacrifício? Predestinado? –Harry fala se erguendo, incrédulo no que ouvira. –QUEM ESSE IDIOTA PENSA QUE ERA PRA CONDENAR A TODOS? PORQUE SE MEU PAI NAO TIVESSE OS PODERES LIMITADOS PODERIA TER DERROTADO VOLDEMORT E EU AINDA OS TERIA AQUI, COMIGO! NÃO TERIA CRESCIDO SEM MEUS PAIS E SERIA CRIADO POR PESSOAS QUE ME AMASSEM!– grita Harry colocando toda sua raiva e frustração para fora e sem pensar em nada pega sua cadeira e há arremessa contra a janela.

Dumbledore, rapidamente, ergue a varinha e impede, por milímetros, que a janela fosse quebrada e a atenção da vizinhança fosse desperta.

-Sei que está com raiva, Harry...

-Sabe, como, pode me dizer? O senhor não sabe de nada, nada! –Harry fala passando a mão pelos cabelos nervosamente e depois despeja toda sua raiva e frustração no criado mudo, começando a chuta-lo, soca-lo, resmungando algo que parecia “maldito”.

Ao vê-lo daquela forma, Hermione corre até o amigo, abraça e o olha . Harry fica estático, surpreso pela atitude dela, mas vendo em seus olhos que era o jeito que ela tinha de lhe mostrar apoio, de lhe dizer que estaria sempre com ele, ajudando-o e confortando-o. Abraçou-a com toda força que possuía, descansando sua cabeça nos ombros dela, buscando naquele abraço o conforto e a calma que precisava pra encarar os fatos de frente, como um homem, porque era o jeito como seu pai iria querer que o fizesse.

-Harry eu também estarei aqui ao seu lado, e se eu pudesse, passaria por tudo isso em teu lugar, então você só teria uma vida normal, mas, infelizmente, eu não posso, a única coisa que posso fazer é estar ao seu lado, em todos os momentos que você precisar para te ajudar, emocionalmente ou até fisicamente. –Fala Dumbledore sinceramente, observando os dois ainda abraçados.

-Eu sei que posso contar com você professor, por isso o considero de minha família. Eu não sei o que seria de mim se não tivesse o senhor ou você também, Hermione, em minha vida, vocês dois são muito importantes para mim, e eu só quero agradecer por tudo que vocês estão fazendo. –Fala Harry se soltando do abraço da garota e olhando para Dumbledore e Hermione com toda sinceridade que conseguia colocar em seus olhos e voz.

-Obrigado Harry, por me considerar de sua família, me sinto muito honrado e feliz. –Fala Dumbledore deixando uma lágrima rolar por sua face.

-Eu que me sinto honrado, professor. –Fala sorrindo.

-Eu também... -Hermione parou de falar abruptamente ao ouvir Harry gritar de dor e vê-lo apertar sua cicatriz.

-Harry o que foi? -Pergunta Dumbledore se levantando e indo a direção do garoto com ar preocupado.

-Minha cicatriz, professor, está doendo muito, como quando tinha as visões com Voldemort. –Fala Harry já não contendo as lágrimas de dor.

-Harry, Voldermort deve estar tentando acessar sua mente, você não pode deixar que ele descubra sobre os seus novos poderes, não agora. Precisa limpar sua mente, eu vou estar com você, vou entrar em sua mente e não vou deixar que ele saiba que estou contigo, mas te protegerei se for o caso. –Dumbledore fala se ajoelhando e ficando da altura de Harry, que agora estava sentado na cama, com a cabeça baixa e apertando a cicatriz. Dumbledore coloca sua mão direita do lado direito da cabeça de Harry e sua mão esquerda do lado esquerdo, depois fecha seus olhos murmurando algo que Hermione não consegue ouvir.

Neste exato momento, Harry recebe uma carga mais forte de dor e é transportado para um lugar úmido e gélido, o chão de terra que, de imediato, Harry reconheceu como sendo uma caverna ou algo do tipo. Tambem percebeu que não estava sozinho, ao seu lado estava Dumbledore com uma expressão séria e olhando um ponto mais adiante na caverna, quando seus olhos acompanharam os do diretor, ele sentiu outra dor muito forte em sua cicatriz e se não tivesse apoiado na parede teria caído de dor bem na frente de Voldemort, que estava vindo em sua direção.

-Olá Sr. Potter, mais uma vez nos encontramos, mas desta vez eu o quero bem lúcido. -sem esperar qualquer reação de Harry, apontou rapidamente sua varinha pro garoto e fez a dor da cicatriz desaparecer. –Bem melhor, não acha? -Fala Voldermort com sua voz fria de sempre e com um sorriso em seu rosto de cobra.

-O que você quer comigo, porque me trouxe aqui e porque dessa bondade tirando a dor de minha cicatriz? –Perguntava Harry entre dentes e com um grande tom de sarcasmo em sua voz.

-Calma, garoto irritante, você logo saberá. Eu quero saber primeiro como conseguiu derrotar meus comensais, Dolohov não era um excelente bruxo, mas Bella e Rodolfo eram bruxos poderosos. –Fala Voldemort com a mesma voz fria, mas com certa curiosidade, que Harry logo percebeu, e olhou pra Dumbledore.

-Para onde está olhando garoto? -Pergunta Voldemort ao ver Harry olhando para o nada.

-Estou vendo como um Lord, puro sangue como você insiste dizer que é, tem como esconderijo uma caverna imunda dessas! –Fala Harry tentando disfarçar, pois Voldemort não conseguia ver Dumbledore.

-Garoto insolente você vai parar com essa arrogância assim que ver o que eu tenho para você. –Fala Voldemort com um sorriso sinistro que faz os cabelos da nuca de Harry se arrepiarem, preocupando-o.

Nesta mesma hora, com um aceno de sua varinha, Voldemort faz surgir um homem moreno, de cabelos negros e longos, magro e que Harry tanto amava. Ali estava Sírius Black, o padrinho de Harry que havia morrido ao passar pelo véu no Departamento de Ministérios.

-Sírius? –Grita Harry completamente atordoado com aquela visão. –Como que você conseguiu resgatar ele do véu, se quem entra lá não volta mais? –Pergunta Harry com certa desconfiança na voz, ele ainda estava abalado com a visão e sabia que Voldemort podia tentar enganá-lo mais uma vez, só que agora Dumbledore estava com ele e podia ajudá-lo a entender toda essa situação.

-Garoto idiota, eu não sou qualquer pessoa, eu sou Lord Voldemort o senhor das trevas o bruxo mais poderoso do mundo! Eu posso tudo, entrei no véu e peguei esse lixo, pois sabia que você iria fazer de tudo para ter de volta o seu querido padrinho, pois bem...

–Não faça nada Harry, não concorde com esse imundo. –Gritou Sírius para Harry interrompendo Voldemort e sendo punido com a Maldição cruciatos.

-Não! –Grita Harry indo à direção de Sírius, mas sendo controlado por Dumbledore que fala em seu ouvido para não se deixar levar por Voldemort, pois assim ele conseguiria entrar mais fundo na mente de Harry, descobrindo seus novos poderes e a presença de Dumbledore ali. Como Harry estava apenas tendo uma visão não iria conseguir fazer nada pelo padrinho, mas se desse mais tempo para Dumbledore, ele conseguiria descobrir onde estavam e seria mais fácil montar um plano para salvar Sírius das garras de Voldemort.

Harry recuou alguns passos e falou:
-Você consegue fazer isso porque ele está fraco e sem varinha, eu queria que você tentasse com um bruxo em posse de sua saúde e sua varinha, acho que você não teria a mesma sorte. Mas esperar o que de um covarde que mata mulheres e criancinhas? –Harry fala com todo sarcasmo que consegue atraindo atenção de Voldemort.

-Garoto atrevido, você conseguiu chegar onde eu queria. Eu te desafio para daqui a três dias, duelarmos, onde o vencedor fica com Sírius e com o mundo bruxo. –Fala Voldemort esperando uma confirmação de Harry.

Harry, antes de responder, ouviu o conselho de Dumbledore que falou que podia aceitar, pois tinha um plano para resgatar Sírius e precisava que Harry seguisse o jogo de Voldemort. Apesar de ser certo que de qualquer maneira Harry aceitaria lutar com Voldemort para salvar seu padrinho.

-Desafio aceito. Onde e a que horas vai ser o duelo? –Pergunta Harry tentando manter o tom de voz calma.

-Eu te informarei em dois dias, mas não se preocupe, você vai gostar do lugar, apesar de não viver o suficiente pra apreciá-lo. –Fala Voldemort com sua voz cheia de maldade e levantando sua varinha em direção a Harry que começa a ficar tonto e desmaia. Ao acordar dá de cara com Dumbledore que ainda estava ajoelhado a sua frente.

-Dumbledore, tudo era verdade, Sírius está mesmo nas mãos de Voldemort? –Perguntava Harry ainda se recuperando.

-Do que você está falando, Harry? O que aconteceu com Sírius, ele não morreu? –Pergunta Hermione confusa olhando de Harry para Dumbledore.

-Voldemort conseguiu entrar no véu e trouxe com ele Sírius, agora quer que Harry lute com ele em três dias pela vida de Sírius e pelo mundo bruxo. –Fala Dumbledore fazendo um pequeno resumo para Hermione que o olha descrente.

-Não! Harry não pode enfrentar Voldemort agora, ele iria matá-lo. –Fala Hermione em tom de alarme.

-Então é verdade, ele está mesmo com Sírius. Eu vou lutar com ele sim, Hermione, nada nem ninguém vai me impedir. Eu vou salvar Sírius das garras de Voldemort, nem que para isso eu tenha que morrer tentando. –Fala Harry decidido.

-Calma Srta. Granger e Sr. Potter. Lembram que eu te falei que estava tentando saber que local era aquele, para poder fazer um plano de resgate? –Pergunta Dumbledore brandamente.

-Sim, então conseguiu descobrir que lugar era aquele? –Pergunta Harry ansioso.

-Tenho um palpite e você sabe que os meus palpites costumam estar certos. –Fala Dumbledore dando uma piscadela para Harry que abre um sorriso em resposta.
-Então vamos logo, o que estamos fazendo aqui ainda? Sírius está lá sendo torturado pelo mestiço imundo do Voldemort! –Fala Harry não contendo o tom de urgência em sua voz.

-Calma Harry, primeiro eu vou reunir a Ordem e selecionar algumas pessoas de minha confiança para irem nessa missão, você espera aqui e não faça nada até eu entrar em contato com você. –Fala Dumbledore brandamente, mas com um tom de voz firme.

-O QUE? EU NÃO VOU FICAR AQUI SENTANDO ENQUANTO AQUELE DESGRAÇADO ESTÁ TORTURANDO SÍRIUS! –Fala Harry já gritando e se levantando da cama em que estava sentado, mas sendo contido por Hermione.

-Harry calma, não adianta você sair correndo por aí sem saber onde Sírius está e Dumbledore falou que vai reunir a Ordem e selecionar pessoas de confiança para o plano de salvamento. Se você sair por aí igual louco pode colocar tudo a perder e Sírius pode até morrer dessa vez, acho que você já aprendeu esta lição, não é? –Hermione fala acalmando Harry e dando um sorriso no final, mesmo lembrando-o do erro que cometera no quinto, o que o fez se acalmar.

-Eu sei, mas eu sofri muito quando perdi Sírius e não quero passar por isso novamente. –Fala Harry olhando de Dumbledore para Hermione.

-Você não vai passar Harry, eu só te peço que confie em mim, você confia que trarei seu padrinho de volta são e salvo? –Fala Dumbledore firmemente.

-Claro que sim professor, eu confio a minha vida ao senhor. –Fala Harry com toda sinceridade.

-Obrigado por essa confiança eu não te decepcionarei. – Fala Dumbledore se levantando.

-Não saiam de casa em momento algum e, Harry, qualquer coisa me avise, podem usar o patrono de Hermione para entrar em contato comigo. Em breve entrarei em contato e com boas notícias. –Fala Dumbledore já se dirigindo para a porta, mas se virando para Hermione antes de sair. -Por favor, cuide do Harry, Hermione ele vai precisar muito de você nesses dias. –Fala Dumbledore com um sorriso e tendo uma confirmação positiva de Hermione antes de sair do quarto.


XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


Na sede da Ordem da Fênix, Dumbledore conta em detalhes o que aconteceu em sua visão conjunta com Harry, surpreendendo todos com a revelação de que Sírius estava vivo.

-Mas como? Eu mesmo o vi passar pelo véu. –Rosnava Moody.

-Sim, ele me ajudou com Bellatriz quando estávamos duelando e quando eu me recuperei, ele já havia atravessado o véu. –Fala Tonks um pouco corada.

-Certos, todos vocês estão certos, mas Voldemort, como eu já disse, conseguiu ou consegue atravessar o véu e ele trouxe Sírius Black através dele. –Fala Dumbledore explicando novamente o ocorrido.

-Então o que estamos esperando para irmos salvá-lo. –Disse Lupin se sobrepondo às demais vozes.

-Silêncio! –Fala Dumbledore se levantando e atraindo a atenção de todos. -Não adianta ficarmos discutindo, é como o Lupin disse, temos que salvar Sírius, essa é nossa prioridade. Para isso temos que bolar um plano que não pode ter furos, pois se houver Voldemort descobrirá que eu estive com Harry na caverna e poderá retirar Sírius dela ou até mesmo matá-lo, então só temos uma única tentativa senhoras e senhores. –Fala Dumbledore vendo o apoio de todos.

Depois de algum tempo em reunião, tentando bolar a melhor maneira de libertar Sírius, eles deram por encerrada a reunião, ficando apenas Remo Lupin, Alastor Moody, Nymphadora Tonks, Artur Weasley e Carlinhos Weasley. Esses e Alvo Dumbledore seriam os integrantes que libertariam Sírius Black.

-Pare de chorar mamãe, vai dar tudo certo e iremos voltar sãos e salvos. –Fala Carlinhos tentando controlar sua mãe que o abraçava e chorava compulsivamente.

-Me prometa Artur, que vai cuidar dele e de você também, me prometa que vão voltar sãos e salvos sem nenhum membro faltando, me prometa que voltarão para casa! –Fala Molly, agarrando Arthur pelo pescoço, quase o sufocando.

-Claro, se você não me matar enfocado antes eu votarei para casa com Carlinhos são e salvo, não se preocupe querida, tudo vai dar certo. -Fala Arthur dando um beijo em sua esposa e massageando o pescoço vermelho, conseqüência do abraço de uma Sr. Weasley muito chorosa.

-Ok, querido eu acredito em você e vou esperá-los acordada, agora deixe-me ir que tenho as crianças em casa pra vigiar. –Disse a Sr. Weasley ainda chorosa, dando um beijo no marido e outro no filho antes de aparatar.

-Arthur, eu não garanto nada pela integridade física sua e de seu filho. –Fala Dumbledore depois de ouvir os comentários de Molly e Arthur.

-Eu sei Alvo, mas eu precisava controlar a Molly, senão ela não teria nos deixado sair daqui. –Arthur fala pesadamente.

-Eu concordo com o Arthur, se ele não tivesse garantido a ela que voltaria são e salvo junto com seu filho, era bem capaz da Molly azarar todos nós, estuporar o Arthur e Carlinhos, levá-los para casa e trancá-los no quarto sem varinha, e ainda colocar um feitiço para lacrar a porta. –Fala Lupin entre risos com Carlinhos e Moody.

-É eu não duvido nada da protetora mãe e esposa Molly, mas agora temos que ir, estão todos preparados? –Dumbledore pergunta e todos assentem com a cabeça.

O pelotão de salvamento esperou até a meia noite, para poder seguir com sua missão e já que era uma noite sem lua decidiram ir de vassouras,usando o feitiço de desilusão. Chegaram após algumas horas de vôo e se esconderam a alguns metros de distância da suposta entrada da caverna, onde estaria Sírius Black.
Aguardaram para ver se aparecia algum comensal da morte, só assim confirmaria que o local era realmente aquele. Passado algum tempo, em que eles já pensavam em entrar na caverna, ouviram vozes.

-Que noite mais parada, eu acho uma perda de tempo manter vivo esse Black, o Lord devia aniquilar logo com ele! Já que esse Black é um abusado, mesmo preso e sabendo que vai morrer, consegue ser arrogante e irritante. –Fala o comensal indignado.

-Mas isso é porque o mestre não fica com ele, deixa apenas nós dois aqui, agüentando esse lixo... –O comensal mal terminou de falar e foi atingido por um jato vermelho, assim como o outro comensal.

-Era só o que precisávamos ouvir! –Rosnou Moody se dirigindo a entrada da caverna, ainda com sua varinha levantada, pois tinha algum feitiço que impossibilitava seu olho mágico de visualizar o interior da caverna.

-Voldemort tinha certeza de que ninguém conhecia esse lugar, então não haveria necessidade de ter mais que dois comensais. Esse foi seu erro, Tom, subestimar seus oponentes. –Fala Dumbledore se dirigindo com os outros para dentro da caverna.


********************************************************************************************************************



N/A: Eu quero agradecer e muito a Lílian Granger Potter, ela que me deu a maior força para começar essa FIC, VALEU MESMO LÍLIAN.

N/A: Obrigado a todos que estão comentando, mas continuem, pois assim eu posto mais rápido.

N/A: O que acharam da explicação do Dumbledore?

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.