Uma Virada do Destino



Uma Virada do Destino
Hinge of Fate
Autora - Ramos
Tradução - Clau Snape
Beta reader - Bastetazazis
Disclaimer: Estes personagens são de propriedade de J.K. Rowling. Nenhum lucro foi obtido pelo seu uso.
Cap. 18


Sumário: A espera está quase terminando - sem saber se isto é uma coisa boa.

Quando o mês de maio passou, o bebê de Hermione cresceu mais, e ela podia jurar que as escadas em Hogwarts se tornaram mais longas a cada dia que passava. Os degraus que ela perambulava facilmente para cima e para baixo nos primeiros anos da escola agora se tornaram um teste de resistência diário. Mais e mais ela abençoava a existência da mochila de couro preto virtualmente sem peso que fora o primeiro presente de Severo. O pequeno monograma “HS” na parte dianteira era lustrado regularmente.

Nesta tarde de sexta-feira em especial, entretanto, Hermione subiu as escadas tão rapidamente quanto seus tornozelos inchados permitiam, agradecida que Madame Pomfrey não precisava dela. Seus horários foram ajustados de forma que tinha a última parte de suas tardes livre, e mesmo as tardes devotadas à Madame Pomfrey podiam ser deixadas de lado se a medibruxa estivesse satisfeita com o estoque de poções.

Tudo isso explicava sua posição atual, estendida de costas, com os pés sobre uma pilha de travesseiros, as vestes da escola em um monte amarrotado no assoalho enquanto ela usava apenas uma camisa frouxa e suas roupas de baixo. Bichento também ocupava parte da cama, exigindo afagos ocasionais enquanto se esparramava sobre um dos livros abertos. Sua bruxa, enquanto isso tentava rever suas anotações de estudo sem muita vontade, mas estava deitada na maior parte do tempo e sentindo o bebê dela se mover. E atordoada, Hermione confessava a si mesma. Ela sentia mais falta de Severo do que pensara que sentiria, se é que ela TINHA pensado nisso.

Ainda não era noite quando ela deitou em sua enorme cama vazia, somente com Bichento como companhia, embora ela também sentisse sua falta. Era durante os silenciosos tempos de estudo que ela se via lamentando a ausência dele, quando sua mente nadava em correntes fortes do pensamento e ela desejava perguntar coisas, discutir todo tipo de coisa com ele, e ouvir a voz profunda e ressonante dele, derramando observações sarcásticas e devastadoramente exatas. Ela sentia falta de poder explorar um assunto verbalmente sem ter que antes explicar do que ela realmente estava falando, ou ser capaz de traçar um paralelo obscuro entre, por exemplo, bruxos de sangue puro e as famílias reais da Europa sem ter que explicar sobre os genes recessivos. Rony Weasley poderia saber de cor o nome de cada apanhador do Chudley Cannons nos últimos vinte anos, mas não saberia dizer qual a nacionalidade de Catarina, A grande, nem que fosse amarrado e torturado.




Em algum lugar nas florestas de Broughton Moor, em Lake District, Inglaterra, três homens se aconchegavam em torno de uma triste fogueira e esperavam, individual e coletivamente, que várias coisas acontecessem. Remo Lupin esperava a chaleira esquentar. Pessoalmente ele não tinha nenhuma objeção em aquecer a água magicamente, mas seus dois companheiros, num momento muito estranho de solidariedade, queixaram-se que a água aquecida pela mágica era simplesmente horrível, e preferiam provar fumaça em seu chá a fazer uma concessão.

Severo Snape espreguiçou-se em um tronco de árvore caído do outro lado do fogo, esperando a entrega do correio-coruja. Ele usava suas calças pretas habituais, vestes e camisa branca, mas finalmente teve a dignidade de retirar sua capa preta. Embora os três não estivessem exatamente vivendo rusticamente, sua capa formal era inadequada aos rigores de viajar através da floresta.

Quanto a Sirius Black, estava atiçando o pequeno fogo impertinentemente sentado ao lado de Remo, evidentemente estava esperando o inferno congelar antes que de parar de agir como um idiota.

- Eu ainda não entendo como você pôde permitir que Hermione se casasse com ele - Sirius disse a seu amigo. - Diabos, você deveria ter se casado com ela ao invés disso!

Remo estava tentando ignorá-lo, há muito tempo cansado de explicar a situação, mas a última acusação foi demais.

- Hermione Granger vai ter um bebê, Almofadinhas. Se você puder pensar em uma alternativa melhor do que ela se casar com o verdadeiro pai dessa criança, melhor que com um lobisomem, então eu me deleitaria em ouvi-la. - Ele disparou contra seu velho amigo um olhar irritado. - De fato, eu ficaria contente em apenas ouvir qualquer coisa contanto que você pare de se lamuriar sobre isso.

Eles foram distraídos da discussão pela visão de uma coruja branca voando através do crepúsculo, descendo entre as árvores e se dirigindo em linha reta até eles. Sirius levantou seu braço como um poleiro de aterragem, mas a coruja de Harry passou por ele e aterrissou preferível e ordenadamente no tronco ao lado de Severo e mostrou sua perna.

- Edwiges - Severo cumprimentou a coruja suavemente, ocultando qualquer surpresa pela longa prática. Desatando as cartas firmemente amarradas, examinou cada uma. Um entediante e bagunçado rabisco de Harry, e ele o lançou sobre a fogueira para Sirius. A segunda, com a caligrafia aranhosa de Dumbledore, deu a Remo. O terceiro rolo de pergaminho tinha a escrita redonda e arrumada e estava endereçado a ele.

Remo abriu sua carta primeiro, e relatou rapidamente com algum alívio o fato que os Comensais da Morte tinham aparentemente se retirado de Beltane a noite e nenhum ataque fora relatado. A carta tinha outras instruções, todas a ver com sua tarefa, embora nenhuma delas fosse alguma surpresa.

Sirius riu um bocado enquanto lia a carta de seu afilhado, contando algumas partes divertidas a Remo.

Severo, entretanto, estava absorto com a carta de Hermione. Não era longa, continha somente uma referência nervosa aos NIEMs, agora faltando apenas três semanas. Ela lhe contou como seu novo estado fora aceito e os bônus ocasionais disso, e sobre o presente e a correspondência que recebera de sua mãe. A metade da folha foi usada inteiramente para fazer uma pergunta técnica sobre Poções, e terminou com um curto parágrafo pessoal.

Eu não perguntarei onde você está, ou quando você voltará, mas eu queria que você soubesse que eu penso em você frequentemente. Sinto sua falta.

Com todo meu amor,

Hermione


Através do fogo, Black observou a concentração intensa com que Severo lia sua correspondência e não pode deixar passar a oportunidade.

- O quê? Outra carta de amor de sua noiva adolescente? Diga-me, ela assina com X e O para abraços e beijos?

Severo simplesmente levantou uma sobrancelha para ele, como se lhe perguntasse se aquilo era o melhor que ele podia fazer.

- Você sabe - Sirius continuou -, uma operação secreta realmente significa ser secreta. Ou seja, discreta. Você não pode mandar notícias a sua pequena namorada toda tarde, acho que alguém poderia notar.

Achando que já ouvira o suficiente, Remo chutou Sirius onde julgou que faria o melhor.

-Ei! - Sirius uivou quietamente, friccionando sua ferida no traseiro. - Por que fez isso?

- Ele mandou uma única maldita carta para ela em quatro semanas, Almofadinhas - Remo sussurrou de volta, tomando o cuidado para que sua voz não chegasse ao outro lado da fogueira. - Você escreveu a Harry três vezes! Quando é que você vai crescer hein, maldito seja?

- Eu passei doze anos na prisão, Aluado. Isso se chama desenvolvimento prisional.

- Isso se chama ser um idiota. Pare com isso já. Você está aqui, e eu estou aqui. Você não acha que já é hora de perdoar Severo por estar aqui também? Mesmo que Tiago não esteja?

- Como é que essa varinha nova funciona para você, Black? - Severo perguntou em uma voz benigna. Ele podia ouvir os dois queixando-se furtivamente, presumivelmente sobre ele mesmo, mas realmente não poderia se incomodar em querer saber quais eram as palavras exatas.

Um dos benefícios amargamente irônicos de se investigar Comensais da Morte e suas atividades era que as varinhas às vezes eram negligenciadas. Algumas tinham pertencido às vítimas, e outras eram varinhas dos Comensais da Morte que não necessitariam mais delas após terem desagradado o Lorde das Trevas. Dumbledore tinha uma gaveta cheia delas, e uma vez que as aulas acabassem, Harry conheceria a coleção na esperança de encontrar uma que o ajudasse contra Voldemort.

Sirius ficou vermelho ao redor do pescoço e não deu nenhuma resposta. Era altamente humilhante ser lembrado que ele só tinha uma nova varinha por causa do hábito de Severo de confiscar varinhas.

- Viu só? - Remo adicionou. – Ele encontrou uma varinha para você usar, por amor a Merlin!

- Você parece com o Harry - Black observou de mau humor.

- Bom - Lupin retorquiu. - Eu odiaria que Harry parecesse com você.

Você não espera realmente que eu seja colega dele, certo? Ele nos odeia.

- E você tentou matá-lo, Almofadinhas. Se alguma vez Harry tivesse feito uma proeza como aquela, você o teria chamado de insensato.

Sirius não tinha nenhuma resposta a isso. Ao invés disso, olhou para o homem magro através do fogo, lendo seu pergaminho. Das últimas vezes que tinham sido forçados a trabalharem juntos, Severo Snape fora um fardo rígido no seu auto controle e sangue-frio, que eram exaustivos para quem estava ao seu redor. Em contraste, o mestre de Poções parecia estar realmente um tanto relaxado neste momento.

- Você percebe que nunca pediu desculpas pela sua horrorosa travessura? - Remo perguntou.

- Eu disse uma dúzia de vezes, Aluado.


- Para mim. Não para ele. - Com um franzir de testa teimoso de Sirius, Lupin suspirou e desistiu de cutucá-lo. Ao invés disso, elevou a voz o suficiente para que Severo o ouvisse. - Como está Hermione? - ele perguntou com entusiasmo. – Ela não está estudando em demasiado, está?

- Na verdade, ela apareceu com uma idéia brilhante - Severo lhe disse, lendo a parte central da carta mais uma vez. - O Prof. Cluny fez um comentário particularmente estúpido em aula, e eles tiveram um debate bastante acalorado, perdoem-me pelo trocadilho, sobre a reação de determinadas poções ao metal do caldeirão. Ela levantou a hipótese de que um caldeirão feito de vidro tornaria determinadas poções muito mais fáceis de cozinhar. Como a Poção Mata-Cão - ele acrescentou com uma suavidade enganadora.

- Um caldeirão não-reativo realmente faria alguma diferença? - Lupin perguntou imediatamente.

- No mínimo, pode torná-la mais palatável, mas eu não estou certo. Isso requer algum estudo, já que a prata é um fator principal na Mata-Cão, mas todas as minhas referências estão em Hogwarts. Em outros casos, entretanto, caldeirões feitos de vidro provavelmente diminuiriam a freqüência de caldeirões derretidos por reações cáusticas.

- Como o vidro possivelmente pode suportar o calor?

- Aparentemente, os trouxas desenvolveram um tipo de vidro que resiste a uma quantidade tremenda de aumento de temperatura. A Hermione diz que a mãe dela tem um jogo de panelas, todo feito deste mesmo vidro.

- E quanto à ruptura? Um caldeirão de vidro não seria perigoso se explodisse?

Pior que um de estanho? Na verdade, o vidro pega os encantos inquebráveis com muito mais facilidade que o metal, e se eu recordo corretamente, os cortes de vidro respondem aos encantos curadores de forma mais eficaz, desde que os cacos deixem menos elementos de traço atrás das feridas. Um outro ponto à pesquisa. Droga, eu preciso das minhas referências. - Fez uma anotação mental para que Hermione encaminhasse à Madame Pomfrey uma pergunta médica, e para questionar Flitwick a respeito do encanto inquebrável.

- Onde nós pegaríamos isso? Como é que se chama? – Black perguntou, curioso apesar de tudo.

- Pyrex. - Severo procurou outra vez na carta. – Ela não tem certeza. Diz que terá que contatar Percy Weasley. Aparentemente ele tem algum tipo de experiência em importações de caldeirões.

Virando de costas para seus dois compatriotas, Severo se inclinou contra uma árvore e releu a carta outra vez. Nas semanas desde que vira Hermione, ele deixou de se apavorar com a freqüência com que pensava nela. Acordado ou dormindo, ela nunca estava longe dos seus pensamentos. Sempre que seus olhos se fechavam, as memórias o oprimiam: o rosto dela, o riso, e aquela teimosia, o temperamento grifinório que tanto o irritava como o enlaçara. Reviu suas longas conversas e considerou as novas, imaginando como ela reagiria a muitas das coisas que queria compartilhar com ela. Mais que qualquer coisa, Severo simplesmente queria vê-la outra vez.

Dumbledore havia jurado até ficar rouco, prometendo que notificaria Severo se qualquer coisa acontecesse a Hermione ou ao bebê. Seu bebê. Ele ia ser pai, e aquele pensamento era ao mesmo tempo estarrecedor e alegre. Logo, dentro de dois meses, Hermione daria à luz ao seu filho. E dentro de si mesmo, Severo Snape descobria uma dura determinação em ver seu filho nascer, crescer, e viver em um mundo que fosse seguro das depredações de monstros psicopatas a quem ele uma vez jurou fidelidade.

Uma mão bateu em seu ombro, e Severo abriu os olhos num sobressalto.

- Pinkus voltou - Black contou, segurando a rolha de plástico linguaruda, encantada para acender quando a caça deles abrisse a porta da frente. A bolha de plástico branco incandescia na luz sombria sob as árvores.

Os três se infiltraram rapidamente através das árvores, circundando ao redor da frente da pequena da casa de campo de Sidney Pinkus, onde o novato Comensal da Morte passava um fim de semana por mês, no qual dizia à sua esposa que estava em retiro espiritual. Na verdade, o homem se encontrava com sua amante no primeiro sábado de cada mês, regular como um relógio.

Este mês, entretanto, ele teve que deixar a bruxa fumegando e não satisfeita ao responder à intimação do seu mestre. Enquanto isso poderia ter prejudicado a vida amorosa de Pinkus, Sirius Black havia aparatado lá no início da noite, uma vez que o homem tivesse saído, e informou a amante da chegada iminente e inteiramente falsa da esposa. A amante partira logo após, apressadamente.

- O idiota nem mesmo preparou uma proteção - Severo silvou com desprezo. Com Black e Lupin atrás dele, caminhou até à porta da frente da pequena casa de campo e chutou a porta sem cerimônia.

- Pinkus - exclamou com contentamento, sua varinha apontada para o homem assustado. Pinkus deixou cair a máscara prateada que ele enrolara numa veste cinzenta. - Como você está, meu camarada? Bem, eu espero?

- S-S-Snape! - Sidney gaguejou. - Eu pensei que você estivesse morto!

- Nada disso - Severo respondeu. - Permita que eu não apresente meus amigos. Não se preocupe, eles não perderão tempo com sociabilidades. É com você que eu quero falar.

- Sobre o quê? – ele perguntou nervosamente, olhando os dois homens atrás de seu companheiro Comensal da morte. Experiências passadas tinham mostrado aos três detetives que a presença ameaçadora de um porta-voz amparado por duas figuras silenciosas e ameaçadoras criava uma impressão mais poderosa que três interrogadores separados com personalidades altamente antagônicas.

Severo sorriu sem mostrar os dentes, sentando-se numa mobília rústica.

- Muitas coisas. Voldemort, para começar.

Sidney Pinkus não era o primeiro nem o último Comensal da Morte identificado pela Ordem que poderia ter suas dúvidas sobre receber a Marca Negra. Enquanto Voldemort requeria corpos vigorosos para construir um exército, não podia prestar atenção em cada um deles tão de perto como talvez devesse fazer. E cada um que via Severo Snape vivo, fora das garras de seus antigos companheiros e andando robusto e saudável, era outro Comensal da Morte que questionava a lealdade impensável exigida por Voldemort.

Era um trabalho entediante e extremamente irritante, e o progresso era medido em minúsculos acréscimos. Mas cada Comensal da Morte que duvidava era uma rachadura na fortaleza de poder de Voldemort. Dia após o dia os três homens, de uma forma ou de outra, faziam tudo dentro de seu alcance para minar a sustentação de Voldemort. E mesmo aqueles que resistiram à propaganda bem pensada de Snape poderiam ser subjugados, dosados com Veritaserum, e então Obliviados após serem totalmente interrogados.

Como se confirmou, Severo Snape descobrira que, na verdade, compartilhava pelo menos uma característica com Remo Lupin e Sirius Black. Todos os três eram completamente capazes de crueldade, e todos os três mantinham suas consciências em rédea curta. Estas consciências acordavam ou descansavam ao comando, e eram conhecidas por se fingir de mortas com facilidade convincente.




O último fim de semana do ano em Hogsmeade foi anunciado para o primeiro fim de semana de junho. Hermione não planejara ir inicialmente, enterrada como estava nos estudos para os NIEMs que a ocupava quase todos os seus momentos acordada, mas Rony e Harry foram persistentes. Recusando-se a levar um não como resposta, praticamente sequestraram-na dos livros e finalmente a carregaram para fora do castelo pela primeira vez desde muito tempo.

Uma vez do lado de fora no ar fresco e na luz solar, Hermione respirou fundo e perdoou seus amigos imediatamente. O dia estava demasiadamente lindo para deixá-lo passar, e seu apetite longamente adormecido acordou e começou imediatamente a clamar pelo nougat da Dedos-de-Mel.

Eles se juntaram aos outros alunos de Hogwarts no trajeto em direção à vila, as vestes se agitando na brisa e as vozes levantadas em entusiástica inocência. Rony enaltecia as virtudes da novíssima vassoura de corrida, discutindo com Harry sobre inovações que ele endossava e Harry não.

- Nós podemos perguntar ao Gobião quando chegarmos à loja de vassouras - Rony disse finalmente. – Ele vai te convencer.

- E você sairá na capa do Semanário das Bruxas - Harry retorquiu sarcasticamente. - Gobião sabe mais.

- Ah, francamente - Hermione exclamou. - Se vocês acham que vou passar uma hora em pé enquanto você dois discutem sobre vassouras, vocês estão muito enganados.

- Ah, e você espera que nós esperemos enquanto você vasculha cada prateleira da livraria? - Rony retorquiu.

-Está certo - Hermione lhe disse. - Nenhuma livraria. Mas eu quero visitar uma outra loja, e eu não quero ouvir nenhuma queixa.

- Feito - Harry lhe disse. - E não se preocupe, nós não passaremos muito tempo olhando vassouras. Nós temos que estar de volta à escola antes das três da tarde.

- Nós temos? - Hermione perguntou, surpresa.

- Claro que nós temos - Rony lhe disse. – Você não leu a nota?

- Todos os fins de semana de folga foram encurtados este ano - Harry acrescentou. - Especialmente… bem, especialmente depois do Halloween - ele terminou simpaticamente. - E Dumbledore especificamente quis ter certeza que hoje não teríamos nenhuma surpresa.

Harry acenou por um minuto em direção ao bruxo que se espreguiçava de encontro à parede, lendo um Profeta Diário e aparentemente ignorando o trânsito de pedestres em torno dele. Com os olhos recentemente vigilantes, Hermione viu bruxos e bruxas casualmente ociosos ao longo da rua principal, não em cada esquina, mas quase.

- Aurores - Harry cochichou em sua orelha. - São todos voluntários de folga. Vem aqui toda vez que há um fim de semana em Hogsmeade, como um favor ao Prof. Dumbledore.

Suprimindo um arrepio e um pensamento não muito caridoso sobre o passado, Hermione concordou com uma expedição curta e seguiu obedientemente seus amigos até a oficina que cheirava a serragem, graxa verde de ramo, e verniz.


Rony e o proprietário da loja imediatamente começaram a discutir sobre a vassoura em questão. Para o desgosto de Rony, Dave Gobião apoiou a posição de Harry de que os projetistas mexeram no que deveria ser deixado bem como estava. Com um ar orgulhoso e superior, Harry deixou o debate raivoso e encontrou um banquinho para Hermione. Ela pegou o assento e sentou-se confortavelmente, esperando Harry começar alguma procura extensiva. Para sua surpresa, ele permaneceu ao lado dela, embora seus dedos vagassem sobre uma pilha de folhas impressas numa estante próxima.

- O que é isso? – ela perguntou, indicando os papéis que chamaram sua atenção.

- Programação Profissional de Quadribol - ele lhe disse, mostrando uma das folhas com os emblemas coloridos das várias equipes. O emblema alaranjado dos Chudley Cannons era fácil de identificar após anos ouvindo o Rony, mas ela reconheceu alguns outros também. Aparentemente extasiado, Harry olhou a folha lustrosa, seu dedo correu pela lista de datas e horários dos jogos. – Eu recebi uma coruja da Associação Inglesa de Quadribol - ele confessou suavemente.

- Harry! - Hermione exclamou feliz, mas ele cortou seu entusiasmo com um golpe curto da mão.

- Não - ele lhe disse. - Eu não contei ao Rony. Eles queriam que eu me declarasse como um jogador elegível; aparentemente as equipes profissionais não podem começar a recrutar, mesmo um jogador novato, a menos que sejam alistados.

- Isso é maravilhoso! A temporada não começa daqui alguns meses, certo? Assim deve haver alguns times que o queiram para jogar para eles!

Harry levantou seus óculos.

– Os treinamentos começam em primeiro de outubro. Mas eu não irei me alistar a menos que tudo o mais se resolva antes.

Assustada, Hermione olhou fixamente nele.

- Harry, você não pode deixar sua vida em suspenso esperando por Voldemort. Você não pode!

- Eu não estou esperando por ele - Harry confidenciou. - Assim que a escola acabar, eu vou para a ofensiva.

Hermione lançou um feitiço para se certificar que ninguém pudesse ouvi-los.

- Você está maluco? É do Voldemort que nós estamos falando! Ele tem um exército de Comensais da Morte a um aceno ou chamada!

- Eu não me importo, Hermione. Não é mais apenas por mim, você sabe isso. O Ministério pode negar coisas até ficar sem ar, mas isto já foi longe demais para ignorar. Dumbledore tem muitos contatos com os Aurores, e todos estão furiosos com a maneira como Fudge vem tratando as coisas. Assim que descobrirmos onde ele está se escondendo, nós iremos chamá-lo para a luta.

- Você nem mesmo consegue se levantar e se endireitar quando ele está perto de você! - Hermione protestou. - Sua cicatriz dói demais! O que você vai fazer sobre isso? - Harry fez uma careta; sua cicatriz ficara vermelha e queimara por meses, e era uma fonte constante de dores de cabeça. – Sem contar que suas varinhas não funcionam uma contra a outra!

- Está certo, eu não estou dizendo que não há alguns problemas para resolver. - Hermione bufou indelicadamente. - Mas eu estou farto disso, Hermione - ele disse, sua sinceridade evidente nas linhas tensas do seu corpo firme. - Estou cansado de ouvir sobre ataques dos Comensais da Morte, e eu estou cansado de ter medo. Ninguém mais terá que passar o que você passou. Eu juro.

Hermione franziu a testa, duvidosa.

- O que diz o professor Dumbledore?

Harry empurrou seus óculos.

– Ele não concorda em partir para a ofensiva, mas se você notar a programação final saiu semana passada. O fim das aulas será em dezenove de junho, e o Expresso levará todo mundo para casa no dia vinte. Nós não esperamos realmente que Voldemort faça qualquer coisa até o final deste verão, mas se ele quiser fazer algum tipo de exibição de no solstício de verão, pelo menos não haverá nenhum aluno por perto para ser ferido.

- E então o quê?

- E então eu vou para a guerra - Harry disse de modo assustador.

Este é o fim, Hermione percebeu enquanto olhava fixamente no jovem delgado, de cabelos pretos, diante dela. O fim de uma era. Um pensamento absoluto, talvez, mas verdadeiro. A última tarde despreocupada, e o último fim de semana de Hogsmeade. Uma vez que os alunos retornassem ao castelo, o restante do semestre seria gasto na preparação furiosa para as provas finais, e, para ela e seus companheiros do sétimo-ano, para os NIEM’s.

Ela recordou de uma canção popular que uma vez havia decorado sobre três amigos que apreciavam um dia maravilhoso. O verão antes da guerra, era como a música chamava, e a alegria melancólica da canção ecoou em seu coração enquanto Harry esperava que ela retrucasse. Em vez disso, ela deslizou no banco e abraçou Harry desajeitadamente, pressionando seu rosto contra o ombro dele numa tentativa de segurar as lágrimas.

- Tenha cuidado, - ela sussurrou.
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Os braços de Harry apertaram em torno dela momentaneamente.

- Eu terei - ele prometeu.

- O que é isso? - A voz de Rony se intrometeu, fazendo com que os dois se afastassem. - Ele já está reservado, Hermione, mas eu não posso culpá-la em querer negociar.

Hermione se afastou do abraço de Harry, e embora aquilo tomasse cada grama de coragem e determinação que tinha, ela invocou um sorriso radiante. - Se manda - ela lhe disse alegremente.

O queixo de Rony caiu com a irreverência casual, fazendo tanto Harry e Hermione rirem. Naquele momento, ela deu forma à determinação de que hoje, se fosse último dia despreocupado deles juntos, eles três teriam toda a diversão que pudessem ter.

- Vamos - ela lhes disse. - Vamos na Zonko's.

Foi a vez de Harry se virar boquiaberto para ela.

- Hermione, você está se sentindo bem?

- Eu estou muito bem - ela insistiu, colocando sua mão nos braços de cada um deles. - Eu quero apenas acabar com isso. Tudo bem?

Fred e George Weasley se recusavam a admitir quanto dinheiro tinham investido na Zonko’s, ou mesmo de onde tinham conseguido os galeões para começar, mas os gêmeos tinham convencido de algum modo o idoso Sr. Zonko a permitir que eles resgatassem a loja com o tempo. As Gemialidades Weasley atualmente ocupavam apenas algumas mesas na loja aglomerada, e os gêmeos aprendiam as complicações do mundo dos negócios sob o olho indulgente do próprio Zonko. Uma vez que as Gemialidades estivessem em franca produção, Zonko planejava se aposentar e deixar a loja para a geração mais nova de piadistas. Até então, ele tinha uma pessoa para fazer abrir a loja mais cedo ou fechá-la mais tarde, e quaisquer outros desagrados enquanto agia como um conselheiro. Todas as três partes ficaram particularmente satisfeitas com o arranjo, especialmente o cavalheiro que agora estava livre para ir pescar sempre que a truta estivesse solta.

Os gêmeos estavam excitados por ver seu irmão e seus amigos, e seus planos para recondicionar a loja foram logo deixados de lado para uma liquidação repentina. Eles esperavam realizar o trabalho durante o verão, a tempo para um novo ano escolar e todos os alunos ansiosos.

- Ponha isto em uma das poções do Snape - Fred disse ansiosamente, segurando uma das suas idéias novas, um cilindro de aspecto suspeito em papel fúcsia brilhante. - Fantasias espumantes. Baseado no princípio do Bicho-papão, mas exatamente o oposto. Dissolve-se imediatamente em qualquer líquido, então faz uma espuma que assume a forma da fantasia erótica da pessoa mais próxima. Isso pegará o morcego velho!

- Se funcionar - Hermione disse perigosamente. - E se funcionar, é muito bom que se pareça comigo. - Ela sorriu docemente ao olhar horrorizado na cara de Fred Weasley quando ele se lembrou de repente da última fofoca da escola. - Aliás, ele não ensina mais Poções. Você não sabia?

- Nós ouvimos - George interveio, dando a seu irmão gêmeo um sonoro bofetão na parte de trás da cabeça. - Parabéns, Hermione. Sempre soube que você seria mais sensata para se enroscar com o nosso irmãozinho.

- Não enche, George - Rony disse para seu irmão. - Eu vejo que você ainda não encontrou sua bruxa ideal também. Mamãe está começando a imaginar se você joga no outro time.

- Ele não - Fred disse rapidamente. – Justamente na semana passada eu o peguei tentando se esquivar escada acima com este surpreendente pedaço de MMfhh!

- Ele está louco - George socorreu facilmente, sua mão segurando a boca do irmão gêmeo. - Não há nenhuma menina. Realmente.

O nome dela é Felicity! - Fred gritou assim que conseguiu soltar sua boca. George imediatamente deu-lhe uma cotovelada, e os dois se pegaram. Rony, Hermione e Harry observaram a briga dos dois com algum interesse, mas sem se preocuparem, já que esta mesma cena se repetia cada vez que um tinha uma namorada e o outro não.

- Se eu tivesse algum dinheiro, eu apostaria no Fred - Rony ofereceu.

- Não - Harry respondeu casualmente. - George, definitivamente.

- Como você pode dizer isso? - Hermione gracejou.

No final, um dos gêmeos gritou realmente sentindo dor. O outro se desculpou loquazmente. .

- Desculpas aceitas, seu idiota - disse o primeiro, e a discussão terminou até a próxima vez. Infelizmente, como as etiquetas com seus nomes se soltaram durante a briga e eles usavam suéteres combinando, agora era impossível dizer quem era Fred e quem era George.

- Vamos - Rony disse finalmente, após outra tentativa frustrada de tentar dizer para os idiotas idênticos se afastarem. - Desculpem caras, mas nós vamos nos encontrar com Dino e parte do time daqui a pouco.

Como um símbolo de despedida, os gêmeos entregaram à Rony e Harry um saco de seu logro mais recente.

–Tenha certeza de ler as instruções - advertiu Fred (ou poderia ter sido o George) quando o trio seguiu para a porta.

Para alívio de Rony e Harry, Hermione reiterou sua intenção de passar pela visita à livraria. Aquela gratidão se extinguiu logo depois, quando a seguiram de perto, com rostos vermelhos e inquietos enquanto Hermione examinava cobertores macios, vestes pequenas e chapéus minúsculos pontiagudos na Bruxos e Bruxas Pequeninos.

Como ela ainda não sabia se precisaria da versão cor-de-rosa ou azul das pequenas vestes, Hermione se conteve. Também, a idéia da cara de Severo quando eventualmente ele visse as compras a ajudava a se desviar das estampas mais doces de patos e unicórnios. Ela escolheu comprar algumas vestes leves em verde claro e alguns pequenos cobertores amarelos com enfeites vermelhos ao longo das bordas.

- A pobre criança vai se confrontar com algo terrível - comentou Rony. - A única época em que ela vai ficar bem é no Natal.

A Dedos-de-mel foi a próxima, onde Hermione comprou para si uma quantidade obscena de nougat na esperança de que durasse até o fim do ano. Provavelmente não, ela pensou, já que sabia que era perfeitamente capaz de consumir uma quantidade enorme quando lhe batia o desejo no meio da noite.

Uma vez que finalmente chegaram ao Três Vassouras, encontraram a maioria do time de Quadribol da Grifinória lá antes deles. Natália McDonald, artilheira do quarto-ano, comandava uma mesa grande para todos. Ligeiramente pequena para uma artilheira e no geral parecendo muito delicada, Natália era um demônio sobre a vassoura e era uma indicação escolhida a dedo por Harry para ser capitã da equipe no ano seguinte.

Harry, Rony e Hermione se amontoaram com o resto da equipe, rindo dos gracejos tolos e fazendo proclamações ultrajantes por sua vez. Cervejas Amanteigadas foram pedidas, embora Hermione tivesse que gritar para chamar a atenção de Madame Rosmerta quando quis uma cidra da maçã ao invés disso. Seus companheiros da Grifinória imediatamente começaram a implicar com ela, fazendo referências simplórias e dissimuladas sobre seu peso e cintura e como essa mudança viera a acontecer.

- Pessoalmente, eu preferiria imaginar sobre a vida sexual do Hagrid - Rony confessou em voz alta. - A última coisa que eu quero imaginar é você e o Snape!

- Bem, você teria que imaginar coisas, não? - Hermione retornou com sarcasmo, seguramente encoberta na posição de uma mulher que tinha obviamente mais sexo que qualquer um naquela mesa. - Você nem mesmo tem uma vida sexual!
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- Hermione! - Rony protestou. Hermione deu de ombros, antipática. Se você não puder torturar os seus melhores amigos, quem você vai torturar? Harry abafou o riso entre as risadas compartilhadas com os outros, que ganharam um olhar azedo de Rony.

- Do que você está rindo afinal, amigo? - Rony exigiu. - Você e Gina não tramaram nada, tampouco!

- Você acredite nisso se o faz se sentir melhor - Natália lhe disse. - Certo, Hermione?

Hermione sorriu com o rubor nas caras de Harry e de Rony enquanto ambos esperavam para ouvir o que ela diria; um esperava negação, o outro esperava alguma discrição da parte dela.

- Eu não tenho certeza se Harry está transando com a Gina - ela começou, ciente da sua audiência. - Mas se eu tivesse que supor…

Um coro de Oohs se levantou da audiência quando Hermione sorriu conscientemente e levantou suas sobrancelhas, dando a entender com sua expressão o que não quis dizer em voz alta.

- À Gina! - Natália exclamou, levantando seu copo. O copo de Harry foi o primeiro de muitos a se juntar ao brinde, que rapidamente perdeu o controle e resultou em Cerveja Amanteigada derramada sobre toda a mesa entre risadas e outras formas de bobagens.

Um pouco antes das três horas, o grupo alegre se desfez e retornou ao castelo. Um tanto cansada e incapaz de andar tão rapidamente como antes, Hermione seguiu atrás dos outros. Rony e Harry se mantiveram com ela, falando e rindo sobre nada em particular enquanto os três andavam pelo trajeto. A presença familiar deles, a cadência de seus gracejos e conversas, contribuiu para encher Hermione com um sentido de felicidade. Ela estava satisfeita em ouvi-los, adicionando um comentário ocasional, mas mais do que qualquer coisa, simplesmente apreciando sua companhia.
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À distância, uma figura furtiva apareceu no trajeto à frente deles e falou brevemente com os alunos adiante. Quando a pessoa se aproximou, perceberam que era Colin Creevey.

- Filch - ele falou quase sem ar porque veio tão rápido. - Se vocês trouxeram qualquer coisa que queiram manter, devem dar um jeito de esconder. Ele está olhando tudo, e ouviu falar sobre o negócio novo dos seus irmãos. O maldito quer confiscar tudo.

Harry e Ron se olharam horrorizados. Então olharam a mochila nas mãos de Hermione.

- Não, não. Não desse jeito! - Hermione lhes disse segundos depois. – Francamente, vocês dois não aprenderam nada com os gêmeos? Tire o cobertor do bebê, ponha ENTÃO as suas coisas.

Quando eles alcançaram à entrada do castelo encontraram Argo Filch montando guarda na frente da enorme porta. Ele parecia notavelmente como o último débil servo de um grande rei, determinado a defender o castelo até seu último fôlego. O inspetor deu um olhar de remorso em Harry e Rony, que deram de ombros e reviraram seus bolsos para provar que estavam vazios.

Golpeado pelo descrédito, olhou então com suspeita para Hermione.

- Andou fazendo compras, não? E o que você tem aí?

- Apenas algumas coisas para o bebê - ela disse ao guarda pegajoso, dando-lhe o olhar mais doce e mais inocente do seu arsenal. - Eu comprei as vestes mais bonitinhas - ela soltou.

Atrás dela, Harry deu uma cotovelada em Rony, que tinha feito um ruído sufocado e parecia perto de perder seu almoço.

- Eu realmente preciso descansar - ela anunciou a ninguém em particular. - Minhas costas estão absolutamente me matando. - Pôs uma mão nas costas e se esticou, acentuando a barriga, e então recuou. – Ah, Harry. O bebê está chutando. Quer sentir?

Embora os óculos de Harry deslizassem abaixo do seu nariz quando uma expressão duvidosa cruzou o seu rosto, era mal visível comparada ao desconforto indicado por Filch. Ele pigarreou e limpou a garganta, suas bochechas vincadas e não barbeadas, tornaram-se pálidas e acinzentadas quando foi confrontado com a evidência redonda da condição de Hermione.

- Saiam daqui - ele finalmente resmungou, girando de lado com um tremor visível.

Uma vez em segurança dentro do castelo, Rony e Harry estouraram de rir.

- Quem pensaria que Filch seria tão sensível por causa de um bebê? - Rony demandou em descrédito. - Considerando quantos estudantes ele provavelmente pegou se amassando todos esses anos!

- Ah - Hermione proclamou, escalando de forma pesada as escadas diante dela. - Eu observei que nenhum de vocês teve coragem para tentar sentir o bebê se mover. - Suas colegas de classe se reuniam ao seu lado para sentir os tremores evasivos, mas a maioria dos meninos grifinórios agia como se eles fossem pegar alguma doença se chegassem perto da Hermione. Simas Finnegan era a exceção solitária, mas ele e Lilá estavam compreensivelmente intrigados.

- Hermione! - Rony protestou sonoramente. – Este é o bebê do Snape. Você realmente acha que eu quero sentir o filho dele se mover dentro de você?

- ÓTIMO - ela lhe disse, assumindo uma leve mágoa. - Que seja assim. - De nariz em pé, estranhamente similar a como ela falava com eles no primeiro-ano, Hermione deu as costas e começou a subir o próximo lance de escadas com toda a dignidade de um galeão ajustando as velas.

- Idiota - Harry disse a Rony, repugnado, subindo lentamente as escadas para os aposentos da Hermione.

- Sai fora, Harry. Você quer sentir aquele bebê se mover?

- Não realmente - Harry admitiu. - Mas ela ainda está com as nossas coisas.

Inclinando sobre os degraus um lance acima deles, Hermione os chamou:

- Ei! Qual foi o feitiço que você dois aprenderam primeiro?

A cara de Ron se retorceu, mas Harry respondeu:

- O Vingardium Leviosa. Por quê?

- Pensem rápido! - Hermione gritou enquanto lançava seus pacotes sobre a escada.




Numa tarde de sexta-feira algumas semanas mais tarde, Hermione se dirigiu aos seus aposentos, arrancando fora o uniforme amassado e velho da escola e jogando-se sobre a cama, usando mais nada além da sua horrível calcinha de grávida e uma camisa velha de algodão. Os exames que ela temera e aguardara ansiosamente nos últimos dois anos tinham finalmente terminado – ela acabara de terminar o último NIEM que tinha que fazer. A liberação da tensão pela espera dos exames finalmente acabara, e a tensão de preocupar-se pelos resultados ainda não tinha começado. No meio disso, Hermione não desejou nada mais que desmoronar no esquecimento de um sono exausto que seu corpo exigia.

O cochilo foi razoavelmente curto, mas quando Hermione acordou lentamente sentiu-se maravilhosamente descansada. Aninhada em seu confortável cobertor, ela quase pode imaginar um corpo quente ao lado dela. O corpo imaginário tinha um braço longo que caía sobre sua barriga grávida, atraindo-a de encontro a um magro e forte tórax.

Tinha que ser um sonho, Hermione pensou, e não quis acordar até uma pressão familiar e insistente contra ela a fez arquear as suas costas contra ele. Severo deu uma risada baixa e profunda quando ela respirou fundo, inteiramente acordada. Os lábios dele arranharam sua orelha e seguiram pescoço abaixo, pressionando beijos delicados em sua nuca macia.

Com um gemido, ela rolou abruptamente e puxou sua boca para a dele, frenética com o alívio que ele estava ali, seguro e inteiro.

- Quando você voltou? - ela perguntou quando finalmente o permitiu respirar outra vez.

- Esta manhã - ele disse simplesmente.

Hermione fechou os olhos por um momento antes de beijá-lo suavemente uma vez mais.

- Obrigado - ela murmurou contra os lábios dele. Se ela soubesse que ele estava no castelo, jamais teria se concentrado em seus exames.

- De nada - ele lhe disse sinceramente, enquanto se parabenizava por ter suposto corretamente. Ele tinha certeza que ela preferiria desta maneira, mas uma parte dele tinha se preocupado, sem necessidade como se revelou agora, que ela poderia querer saber o instante que ele voltou ao castelo.

Com um franzir de testa, Hermione puxou a cabeça para trás e o olhou criticamente.

- O que é isso? – ela perguntou enquanto agarrou uns centímetros de pelo escuro crescido no queixo dele.

- Deixe - Severo lhe disse, afastando a mão dela, mas sorrindo de modo anárquico. Hermione lhe deu uma arqueada de sobrancelha. Obviamente ele ficara completamente ao ar livre um bocado recentemente; seus braços estavam bronzeados do cotovelo para baixo, e seu rosto estava cheio de uma cor saudável acima da barba desalinhada.

- Agora você parece um cigano.

- Exatamente. E veja - ele lhe disse, tirando sua camisa de onde a colocara pendurada ao pé da cama. O tecido áspero parecia simples, e era bege escuro.

Rindo indefesa, Hermione desmoronou no colchão, colocando uma mão sobre sua boca em uma tentativa vã de sufocar as risadas. Severo fez uma cara feia teatralmente. Quando isso falhou para intimidá-la, ele se contentou um com mero olhar para a mulher que tinha assombrado seus pensamentos no mês passado. O cabelo dela estava tão ondulado como sempre, e apesar das olheiras sob os olhos dela, seu rosto tinha enchido um pouco, junto com o resto dela. Suas clavículas já não se projetavam dolorosamente, e as curvas adicionais eram agradáveis de se ver.

Com algo parecido com uma mesura, ele tirou o lençol do torso dela e levantou a camisa de algodão para ver a barriga, sua mão seguindo delicadamente a superfície curva. Um movimento abaixo de sua mão o surpreendeu. Aproximando-se com cuidado, ele pode realmente ver a superfície da pele dela movendo-se com a criança em seu interior.

- Você está enorme - ele murmurou.

- Conversa de travesseiro - Hermione disse com outra risada.

Ele observou enquanto uma protuberância se levantou em um lado da barriga dela e atravessou diversos centímetros antes de afundar sob a linha escura que corria abaixo do seu umbigo. - Pequeno ativo - ele comentou.

- Sempre, especialmente no meio da tarde. Eu estava tentando fazer meu exame final de Aritmancia no outro dia e ele me deu soluços.

Uma sobrancelha preta levantou como se dissesse, como assim?

- Tente se concentrar com um caso duplo de soluços - ela desafiou. - E há certos dias que eu poderia jurar que ele tem alguns parceiros para dançar como os Cossacos.

Severo deixou cair um beijo na pele lisa antes de mover-se até beijar Hermione com todo o desejo que ele segurara mais cedo. Ela respondeu ansiosamente, enganchando um tornozelo em volta da perna dele coberta pela calça e puxando-o o mais próximo possível. A pressão renovada de encontro a seu quadril era familiar e emitia um golpe do desejo através dela.

Para sua surpresa, Severo puxou-a para trás, gemendo. - Me desculpa Hermione. Eu sei que você não pode fazer isto.

- Quem disse? – ela perguntou. - Eu pensei que você soubesse, professor - ela começou em seu tom de conferência mais pedante -, que eu fiz uma quantidade significativa de pesquisas sobre este assunto. - Ela indicou a pilha dos livros em sua mesa de cabeceira, a maioria obtida por Cecília Granger da enorme seção de saúde de biblioteca trouxa local. - Você sabia que o corpo de uma mulher cria um tipo de barreira atrás do cérvix? Nada sai, nada entra, e não vai a qualquer lugar até que ela entre em trabalho de parto.

Ele a considerou firmemente.

- Então você está dizendo que está tudo certo?

- O que eu estou dizendo professor, é que é melhor você parar de ser assim muito nobre se você souber o que é bom para você.

Severo sorriu, mas dirigiu seus comentários seguintes à ascensão expansiva de sua barriga:

- Você deve ficar quietinho agora. Eu tenho alguns planos para sua mãe.

- Mesmo? - Hermione perguntou maliciosamente.

- Mesmo - ele murmurou, movendo-se até beijá-la completamente e puxar a barra da sua camisa. Hermione inclinou a cabeça para permitir que ele tirasse a camisa e então gemeu com a sensação das mãos dele quando elas alcançaram seus seios dolorosamente cheios.

Por um momento ela se preocupou que ele podia achar seu tamanho atual não atraente ou mesmo repulsivo, mas ela rapidamente abandonou o esforço de pensar claramente e decidiu apenas sentir. Severo deitou-se ao lado dela na cama, afagando-a, tocando-a, aparentemente na intenção de redescobrir a textura e o gosto de cada polegada de sua pele. Suas calcinhas elásticas rolaram para baixo de seus quadris e coxas, transformando-se uma corda torcida que desapareceu sem um segundo pensamento na confusão das roupas de cama. Em seus sussurros, ele a incitou a virar-se de lado, longe dele, e puxou-a de encontro ao seu tórax.

Hermione apoiou-se nele, tocando o que podia dos braços dele enquanto ele corria suas mãos sobre ela, incitando-a e despertando-a até que ela choramingou com frustração. Com uma risada baixa pela sua impaciência, Severo finalmente empurrou sua perna para cima e se elevou sobre ela, deslizando nela por trás, o aperto firme em seu quadril o deixava controlar os movimentos delicados deles. Hermione o empurrou, arqueando suas costas para lhe permitir um acesso mais profundo. Balançaram juntos, seus dedos a afagando intimamente pela frente enquanto ele a penetrava por trás, seu outro braço a embalava firmemente de encontro a ele. Sua paixão cavalgou até que Hermione arfou e cerrou em torno dele, sentindo seu ventre apertar com o êxtase surgindo em cascatas através do seu corpo. Com um gemido pesado, Severo juntou-se a ela, respirando sua conclusão na parte de trás do pescoço dela.

Quando pode se mover outra vez, Hermione se virou para deitar a cabeça no ombro dele, colocando um joelho atravessando a coxa dele para facilitar a pressão em seus quadris. O braço dele a segurou mais perto, a mão afagando as costas dela o lado da barriga que suportava o peso extra do seu filho. A curva cheia da barriga pressionou-o de encontro a sua cintura.

- Eu sei o que quer dizer - ele murmurou após ter recebido seu terceiro pontapé rápido em um minuto.

- Foi o que eu disse - Hermione disse calmamente. - Eu não imagino que você deva considerar terrível fazer amor com uma bola de praia?

- Claro que não - Severo respondeu suavemente. - Além disso, é a minha bola de praia. Ele levantou uma sobrancelha quando o bebê, obviamente descontente de ser chamado de bola de praia, chutou-o no rim outra vez. Hermione começou a se afastar, mas ele apertou seu braço em torno dela para impedi-la, e ela relaxou de encontro a ele uma vez mais. Sem um pensamento consciente, ele a puxou tão perto quanto possível e deixou cair um beijo na cabeça ondulada aninhada sob seu queixo.

- Eu senti sua falta - ele disse calmamente, e Hermione sentiu uma lágrima vir em seu olho enquanto imaginava o quanto deve ter custado a ele dizer-lhe aquelas palavras. Apertou o braço dele contra o peito e aconchegou-se ao lado dele, terrivelmente contente por estar com ele outra vez.

- Hermione - Severo chamou-a suavemente.

- Humm?

Sua mão livre encontrou a dela, descansado sobre seu peito e brincou com o anel de safira e diamante no dedo dela. - Você consideraria um encontro com minha mãe depois que você se formar?

- Naturalmente. Oh, espere. Isso é na Itália, certo?

- Sim. Perto de Roma.

- Não, realmente, eu acho que você terá que beliscar meu braço com um pouco mais de força - ela riu. - Eu amaria ir a Roma. Nós podemos ficar alguns dias?

- Certamente. Talvez uma semana ou mais.

- Humm. - Os pés de Hermione esticaram languidamente. - Roma no verão.

- Eu posso precisar deixá-la por um tempo e tomar conta de uma missão para Alvo – ele a advertiu numa voz ausente.

- Você não vai demorar muito?

- Não, naturalmente que não - ele respondeu, apenas muito rapidamente.

Ela se moveu no abraço dele.

- Você está mentindo.

- Não! Por que eu mentiria?

- Boa pergunta. Por que você não me dá uma boa resposta? - Ela se levantou sobre o cotovelo, de modo a poder olhá-lo no olho. - Diga-me.

- Hermione. Eu não posso...

Ela o cortou.

- Você bem que pode, ou eu não vou por um pé para fora...

- Você adoraria que eu lhe dissesse! - ele interrompeu por sua vez, seus olhos de ônix estalando de raiva.

- Você nem mesmo tente usar esse tom comigo, Severo! Eu nunca deixei o Harry quando ele precisou de mim, e eu não o deixarei!

- Você está com quase oito meses de gravidez - ele lhe disse veementemente, sentando-se. - Toda contribuição que você poderia dar é compensada por quão vulnerável você está.

O brilho furioso nos olhos dela o deixou saber que ele realmente pisara em falso desta vez.

- Se você acha que o fato de estar grávida faz de mim um peso inútil…

- Não, não foi isso que eu quis dizer. - Deixando soltar um gemido de frustração, ele puxou o corpo resistente dela para mais perto dele e inclinou-se para frente até que seu rosto estivesse enterrado no pescoço dela. Seu cabelo preto deslizou pela pele dela enquanto ele agitava a cabeça.

- Por favor, POR FAVOR, me escute. Eu não posso pensar corretamente se souber que você está aqui, onde pode se ferir. Eu não posso correr esse risco. – Ele engoliu em seco, as mãos apertando nela. - Eu estou pedindo que você permaneça segura, Hermione. Eu preciso saber que você e nosso filho estarão seguros.

- Que tal depois que eu tiver o bebê? – ela perguntou de forma cruel. - E então?

Severo levantou a cabeça para olhá-la, um olhar cuidadoso em seu rosto.

- É bem provável que até você estar de volta, isso tudo já deve ter acabado de uma forma ou de outra. Se o pior acontecer, minha mãe será capaz de esconder vocês dois e protegê-los.

Franzindo a testa, confusa, Hermione examinou a expressão dele.

- Não me diga que aquela morcega em sua torre de negação fez alguma profecia?

- Trelawney não fez esta predição - ele lhe disse, um sorriso carregado em sua boca. Apesar do ceticismo dela, ele se viu contando a Hermione sobre a profecia. Ela não discutiu quando ele disse ignorar as palavras reais, e em troca, Severo não lhe disse que Dumbledore estava atualmente colocando seus assuntos em ordem.

- Quanto tempo? - Hermione perguntou, finalmente.

- Nós não temos certeza. Antes do fim deste verão, mais provavelmente em agosto.

- O aniversário do Harry é em trinta e um de julho - ela acrescentou pensativamente. - Eu estou prevista para uma semana após.

Severo beijou a pele macia abaixo da orelha dela sem exprimir a possibilidade de que Harry Potter não viveria mais do que um mês além de seu décimo oitavo aniversário. Neste momento exato, seu desejo mais egoísta e desesperado era ver seu filho nascer antes da batalha final, para apenas uma vez segurar a vida minúscula em suas mãos antes de ir para uma batalha onde ele tinha pouca esperança de sobreviver.

Ele ficou agradecido quando Hermione relaxou contra ele, sua mão desenhando pequenos padrões no braço dele enquanto ela olhava fixamente para o nada, perdida em pensamentos.

- Eu irei para a Itália - ela concordou finalmente. - Mas eu quero que você jure que você me deixará saber o que está acontecendo.

- Eu irei - ele lhe disse, sem nenhuma intenção de passar adiante qualquer informação possivelmente devastadora até que ela tivesse parido. Mais de uma mulher tinha entrado em trabalho de parto prematuro por ter recebido em seguida uma notícia má. A honestidade podia esperar até depois que o bebê tivesse nascido em segurança.

- Quando você partirá? - ela perguntou, sua voz densa como a guerra se reafirmava um interlúdio pessoal entre eles.

Seu marido suspirou.

- Eu tenho somente hoje, mas vou tentar voltar a tempo para a formatura, nem que seja só para causar um enfarto no resto do corpo docente.

Hermione deu uma gargalhada abafada.

- Mas eu o tenho hoje, certo? - ela soluçou mesmo enquanto fazia a pergunta.

Severo inclinou o rosto dela contra o dele, odiando a dor que causava quando os olhos dela jorraram em lágrimas.

- Sim, naturalmente - ele lhe disse suavemente.

Uma única lágrima correu através da face de Hermione, brilhando enquanto corria até seu lábio. Um dia, ela pensou, assim como antes. Uma única extensão do tempo para encerrar tanto prazer quanto fosse possível. Carpe Diem, certamente.

Severo tencionava somente beijá-la, tranqüilizá-la e fazer com que parasse de chorar, mas o gosto de sal era como um afrodisíaco em sua boca. Seus lábios procuraram os dela com fome, e Hermione respondeu em troca. Ela resistiu às tentativas dele para girá-la, ao invés disso pressionou-o contra os travesseiros e moveu-se sobre ele.

Eles fizeram amor mais uma vez, seu corpo sobre o dele, redondo da gravidez. Seus dedos agarrados quase que dolorosamente nos ombros dele enquanto os seios cheios balançaram com seus movimentos, os mamilos redondos e inchados como framboesas maduras. Deitado sob sua esposa, a paixão de Severo estava tingida com admiração. Ela era uma deusa da terra, fértil e bonita, seus cachos descendo em cascata sobre seus ombros e a sua cabeça jogada para trás no êxtase agridoce.





Duas horas mais tarde, quando Harry Potter bateu na porta de Hermione para ver se ela desceria para o jantar, ficou chocado ou ouvir o grito profundo de uma voz masculina:

- Cai fora! - E a risada clara de Hermione.

Um tanto confuso Harry obedientemente caiu fora e retornou ao salão, onde tomou seu lugar ao lado de Rony.

- Hermione está vindo? - Rony perguntou.*

Harry fincou seu garfo no jantar.

– Você tem que dizer absolutamente dessa maneira? – ele perguntou.




O sol tardio de junho mal tinha se levantado quando uma batida pesada em sua porta acordou Hermione de um sono profundo. Tropeçando através do quarto, evitando o pacote jogado no chão enquanto colocava sua veste, abriu a porta e tentou resmungar:

– O quê? - em torno de um bocejo maciço.

- Nós estamos descendo para o campo de quadribol e voaremos por um tempo. Você quer vir? - Harry perguntou, parecendo repulsivamente acordado. Sua Firebolt estava sob o braço, e ele puxava suas luvas de vôo enquanto falava. Seu cabelo estava pior que o normal e parecia com um ouriço pego numa tempestade.

- Vocês dois ao menos dormiram? - Hermione perguntou. Ela caíra no sono no meio da tradicional festa do sétimo ano na noite anterior, apesar das vozes em volta de seus colegas, todos estavam relutantes em deixar a celebração e reconhecer o fim de seus dias de escola em Hogwarts. Tinha sido logo após a meia-noite quando Harry e Rony a tinham carregado de volta da sala comunal da Grifinória para o quarto da Monitora-chefe e a colocaram na cama.

- Claro que nós dormimos - aderiu Rony. Suas vestes vermelhas de Quadribol estavam lançadas sobre o ombro. - Eu tive pelo menos três horas de descanso.

Apesar de tudo, Hermione sorriu enquanto inclinou-se contra a porta.

– Francamente. Vocês dois são ainda piores que Hagrid. Eu meio que espero ver vocês dois agarrando alguma bandeira velha da Grifinória e uivando como demônios no trem esta tarde.

- Você virá no trem hoje, não? - Ron exigiu de repente. - Não seria o mesmo sem você.

- Sim, naturalmente. Severo mandou-me uma carta há alguns dias dizendo que não achava que conseguiria vir para a formatura apesar de tudo, então meus pais estarão na estação para me pegar. Eu ficarei na casa deles por alguns dias, então ele me levará para nos encontrarmos com a mãe dele.

Rony estremeceu.

– A mãe do Snape. Isso é algo para causar pesadelos.

- Suas cartas são muito agradáveis - Hermione retrucou. - E ela é a minha sogra, então eu terei que fazer o melhor, não?

- Se você diz - Harry se intrometeu, dirigindo o argumento. - Você vai descer ou não? Se nos apressarmos, poderíamos fazer uma última visita ao Hagrid, também.

- Está certo. Deixe-me vestir e logo estarei lá.

Os dois trocaram um olhar, para irritação de Hermione.

– Ah, parem com isso. É o último dia da escola. Eu sou perfeitamente capaz de descer para o campo de quadribol por minha conta. Andem... Eu descerei em cinco minutos. Apenas para olhar, para seu governo. Eu não posso subir numa vassoura nestes dias.

Rony fez uma careta.

– Do jeito que você voa, não deveriam permitir que você subisse em uma vassoura de qualquer maneira. - Harry bateu em seu no ombro, poupando Hermione o problema de responder.

- Eu descerei logo - ela prometeu.

Os jovens acenaram e seguiram corredor abaixo, rindo e empurrando um ao outro deliberadamente. Hermione fechou a porta e foi para o banheiro, esperando entusiasticamente que ela não tivesse embalado sua escova de cabelo acidentalmente.

Cinco minutos depois ela tinha escovado os dentes, o cabelo, e estava colocando um vestido de grávida frouxo sobre seu abdômen estufado quando alguém começou a socar sua porta. Exasperada, ela abriu a porta com força.

- Eu ainda nem mesmo calcei meus sapatos! – ela gritou, e interrompeu abruptamente quando viu quem estava em sua porta.

Não era o Harry.






Notas do autor:

Connie Dover foi um dos artistas que gravou “O verão antes da guerra.” Faz anos desde que eu ouvi a música e eu não posso recordar completamente as palavras, mas vai qualquer outra coisa parecida:

Todos em um sábado, brilhante como um sino,
Cedo e pronto para o passeio.
Nós fizemos uma viagem, pedalando para o mar,
Você e sua senhora e eu.
Descendo através das pistas estreitas
Perseguindo os trens lentos
E o final de uma época que se vai.
Um dia, em Whitesun, no mar e na costa
O verão antes da guerra.

CARPE DIEM significa “aproveite o dia.” (E essa tradução, pela primeira vez, eu tenho certeza! : P)

E não, eu nunca fui a Lake District. Eu nunca saí dos Estados Unidos. Mas de acordo com o Website que encontrei, Broughton Moor é “uma floresta secular em um cenário dramático que se encontra aproximadamente a cinco milhas a sudeste da vila de Coniston. O acesso é pela estrada pública que vai de Torver a Broughton Mills. Dois estacionamentos oferecem vistas excelentes do sul para o Duddon Estuary, enquanto o terceiro estacionamento é próximo ao estabelecimento antigo conhecido como “The Hawk”.

Parece maravilhoso.

N/T- * “Is Hermione coming?” Ron asked. Na verdade isso é um trocadilho com a gíria "coming" que significa "gozar". Não dava pra substituir com nada semelhante em português. Portanto fica a nota aqui explicando porque perdeu a graça rsrs.

Novamente venho agradecer a todos os reviews carinhosos e às vezes ansiosos pela fic. Ela é realmente muito especial para mim e por isso também todo o cuidado em postar sempre o capítulo betado e revisado. O cap. 19 já deve estar quase chegando também, já que a Bastet retornou com força total. O meu eterno agradecimento à ela , à FerPorcel e à todo o Esquadrão. Beijnhos Clau. Ah! Já tenho sim algumas fics em mente para quando esta aqui acabar, portanto aguardem.

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