Uma Virada do Destino
Uma Virada do Destino
Hinge of Fate
Autora - Ramos
Tradução - Clau Snape
Beta reader - Bastetazazis
Disclaimer: Estes personagens são de propriedade de J.K. Rowling. Nenhum lucro foi obtido pelo seu uso.
Cap. - 4
– Eu não pude acreditar no que estava ouvindo, Alvo! – Continuou Madame Pomfrey, afastando o saco de balinhas de limão oferecido, preferindo a xícara de chá na mesa a frente dela. – Você deveria ter ouvido a menina. Totalmente sem respeito!
Dumbledore fez uma série de barulhos polidos e reservados enquanto se servia de outra xícara de chá e escutou a medibruxa continuar a desabafar seu ultraje. Quando ela bebericou um pouco do seu chá, dando-lhe espaço para falar, Dumbledore mudou de assunto perguntando como seu paciente recebera os comentários de Hermione.
– Oh, ele recebeu bem. Melhor do que eu esperava, considerando todas as coisas, e melhorou seu silêncio costumeiro. Eu até esperava que ele fosse gritar com ela. – Recebendo apenas outro “humm” como resposta, Pomfrey estava pronta para gritar com seu patrão. – Não fique aí sentado sussurrando para mim, Alvo. Nós temos que fazer alguma coisa com o Severo.
– Você está certa, naturalmente, Papoula. E nós faremos. Severo sem seu temperamento é um menino muito maçante.
– Eu estou preocupada com a saúde dele, não com seu temperamento.
– Eu acredito que as duas estão intimamente relacionadas, cara senhora, talvez ainda mais do que eu suspeitara previamente.
Pomfrey limpou a garganta desta vez, e tomou um gole do chá. Discutir com Dumbledore era mais frustrante que debater com um aluno do primeiro ano fingindo-se de doente para fugir de uma prova. – Eu suponho você está querendo me dizer que eu o mimei demais.
– Não, de modo nenhum. É o seu trabalho mimar seus pacientes. Mas o fato é que Severo não está apresentando nenhuma melhora. Seu estado mental está afetando seriamente a sua recuperação e você sabe disso tanto quanto eu. Eu espero sinceramente que o fato de tornar-se pai até o fim do ano possa lhe dar vontade de se recuperar.
– Não conte com isso – veio a resposta ácida. – Ele foi explícito nesta tarde afirmando que não tem nenhuma intenção de reivindicar responsabilidade por esta criança. Hermione Granger vai criar um bastardo sem pai.
A censura suave no rosto de Dumbledore fez com que ela soltasse sua xícara de chá com um tinido. – Oh, não me venha com esse olhar, Alvo. Você pode sentar-se aqui e fazer ruidoso alarido que quiser sobre como é maravilhoso ter um bebê, mas aposto que você nunca teve que enfrentar todas as trocas de fraldas ou ficar horas andando com uma criança com cólicas dando voltas pelo assoalho. A Srta. Granger vai ter que fazer essas coisas, e fará tudo sozinha. Sua carreira acadêmica terá uma pausa gritante entre fraldas, babadores e mordedores, e enquanto isso, toda a comunidade bruxa vai torcer o nariz para ela por ter uma criança fora do casamento.
– Realmente, Papoula. Você pinta um retrato muito frio do futuro da senhorita Granger.
– É um futuro frio, como você bem sabe. Adicione a isso o fato do preconceito que ela encontrará por ser nascida trouxa e eu não posso imaginar uma situação mais desanimadora para uma jovem no estado dela.
– Bem, então – murmurou Dumbledore tomando mais um gole de chá. – Nós teremos que ver o que podemos fazer, não é?
Madame Pomfrey disparou nele um olhar suspeito, mas o Diretor o retornou com um olhar inocente e mudou o assunto.
*****
Além do cansaço da gravidez e ainda ligeiramente chocada com sua própria grosseria com Severo Snape, Hermione seguiu para seu quarto e murmurou a senha ao retrato que guardava a entrada para o dormitório da monitora-chefe. As suítes reservadas para o monitor e monitora-chefe estavam situadas perto dos banheiros dos monitores e não longe dos quartos tradicionais dos funcionários, visto que os estudantes que foram escolhidos para estas posições precisavam ficar disponíveis a todos os estudantes e professores. Ela sentia saudades da torre da Grifinória, mas passava ainda bastante tempo na adorável sala comunal vermelha e dourada com Harry e Rony. Depois de seis anos compartilhando seus aposentos com outras pessoas, ela achou que estudar em seu quarto quase que quieto demais.
Neste momento, entretanto, ela queria muito estar sozinha, e fechou a porta atrás de si com um suspiro de alívio. Bichento levantou-se da sua cadeira e esticou-se, ronronando em saudação e roçando-se nela. Não reclamou quando Hermione o levantou e o prendeu perto do peito.
- Bichento, eu sou uma completa idiota. Você sabe disso, não é?
O gato virou sua cara achatada para ela e estreitou seus olhos sem nenhuma pressa ou boa vontade, ronronando loucamente.
– Não, você não acha que sou uma idiota. Apesar de tudo, eu te alimento e tomo conta de você, então você me ama, não é? Você pensa que isso é tudo, não é?
A massa ruiva nos braços dela não respondeu. Com um outro suspiro Hermione desmoronou em sua cama e segurou fortemente seu bichano.
– Eu vou ter um bebê – ela sussurrou para pele macia sob seu queixo. – Eu não tenho a menor idéia do que estou fazendo, e estou apavorada.
Indiferente às confissões da sua dona, Bichento jogou a cabeça de encontro à mão dela e se esfregou para pedir mais carinho. Hermione o incentivou, murmurando bobagens docemente e deixando-o aliviar seus músculos. Quando estava relaxada como um monte de carne e osso, embalada numa calma serena pelo ronronar ininterrupto, seu gato sentou-se abruptamente e dirigiu-lhe um longo olhar fixo e duro.
Confusa, Hermione levantou a cabeça e olhou fixamente de volta para ele. Os olhos dourados se encontraram com ela, sem piscar, por longo tempo. Finalmente ele assentiu levemente com a cabeça e girou com uma sacudida da cauda para saltar para baixo e desaparecer no banheiro da suíte, que era uma das melhores vantagens de ser monitora - chefe.
- O que isso deveria significar? – Ela pensou em voz alta, mesmo que já tivesse alguma idéia. Bichento, que mais de uma vez demonstrara inteligência e lógica superiores para um gato, estava mostrando para ela que, já que era completamente capaz de cuidar dele satisfatoriamente, então certamente um bebê não poderia apresentar tamanha dificuldade. – Certo – ela falou, mesmo sem estar certa que o gato estivesse escutando. - Se você acha que há qualquer comparação entre os dois, você está louco. – Fez uma pausa. – E eu estou falando com um gato. Rony está certo. Eu sou uma doida.
Arrastando-se até sua mochila abandonada e revisando seus deveres e tarefas de casa, ela continuou: – Pelo menos eu não estou falando sozinha.
*****
No decorrer dos dias seguintes, Hermione se dedicou ao que fazia melhor: pesquisar.
A biblioteca em Hogwarts era extensa, mas a seção de reprodução humana era muito pequena. Aprendeu que o tamanho da sua cintura seria coisa do passado quando estivesse com cinco meses de gravidez, mas o cansaço que sentia atualmente logo desapareceria. Sua melhor estimativa lhe dava mais um mês até que sua gravidez ficasse óbvia mesmo sob suas vestes da escola. O que lhe dava alguns meses para inventar uma mentira aceitável sobre o pai da criança, mas pouco tempo para escrever a seus pais e comunicá-los que seriam avós. Sentiu um pouco de medo que eles rejeitassem ela e a criança. Ou pior, sua ansiedade estava mais focada no fato deles usarem a situação para pressioná-la a deixar o mundo bruxo e freqüentar uma universidade trouxa.
O texto médico que encontrou sobre trabalho de parto e nascimento, era suficiente para lhe dar calafrios por dias: descrevia partos pélvicos, cordões umbilicais enrolados em torno de partes da anatomia da criança, e vários outros desastres, todos completamente relatados e frequentemente acompanhados por fotos coloridas com descrições assustadoras. Uma lista de perguntas para Madame Pomfrey cresceu rapidamente.
As batidas na porta a despertaram e ela escondeu o livro sob uma pilha de deveres antes que atendesse. Uma menina baixinha que ela não reconheceu, mas que não poderia estar acima do terceiro ano, entregou um pergaminho dobrado para ela e murmurou algo sobre Madame Pomfrey antes de escapar a passos rápidos.
Intrigada, Hermione abriu a nota e reconheceu a letra caprichada de Madame Pomfrey. A nota também incluía uma lista de ingredientes, e perguntava se ela poderia ir imediatamente ao professor Cluny para trazer os artigos até a ala hospitalar. Seus colegas de classe reconheceriam a corda de coração de dragão e a dedaleira como ingredientes padrão para tônicos do coração, mas poucos deles saberiam que as flores secas do espinheiro e o ácido salicílico eram também componentes fortes de uma poção para fortalecer e curar um coração danificado.
Ocorreu-lhe de repente que o professor Dumbledore poderia ter sofrido um ataque cardíaco. Alvoroçada, ela se enfiou nas suas vestes de escola e meteu os pés nos sapatos antes de voar porta afora. No salão principal ela diminuiu o passo, não querendo causar uma cena. A monitora-chefe descendo a galopes para a sala de Poções somente causaria uma especulação não desejada. Se o Diretor estivesse realmente doente, Madame Pomfrey não iria querer anunciar esse fato.
Cluny estava no meio de uma aula da turma do primeiro ano, mas fez uma pausa no meio da sua apresentação quando Hermione deslizou dentro da sala de aula. Quando explicou a incumbência de Madame Pomfrey, o professor simplesmente entregou-lhe seu chaveiro e acenou em direção ao armário de poções.
O simples ato de confiança mais uma vez enfatizou a diferença entre Snape e Cluny. Snape mantinha o armário de poções trancado o tempo todo e não confiava que ninguém fosse lá dentro sem sua presença. Honestamente, Hermione não podia culpá-lo, pois algumas das coisas armazenadas nas prateleiras longas e estreitas eram exorbitantemente caras, horrivelmente perigosas, ou em alguns casos, ambas. Uma vez lá dentro, fechou a porta bloqueando a voz monótona do Cluny, e por um momento, favoreceu a vontade que sempre sentira de examinar as fileiras em ordem dos frascos de vidro e das caixas pequenas, o teto repleto de ervas secas penduradas. Ela apreciou as possibilidades suspensas, há apenas um caldeirão de distância, entre os muitos ingredientes que a cercaram.
Diversos minutos se passaram enquanto ela juntava os artigos da lista de Pomfrey, verificando novamente suas quantidades e etiquetando cada um dos rolos de papel e dos frascos pequenos com nomes e medidas. Quando terminou, trancou a sala e devolveu as chaves para Cluny, que as guardou no bolso e desejou-lhe um bom dia com uma pequena pausa em seu monólogo.
Uma vez de volta aos andares superiores do castelo, Hermione se apressou, segurando a pequena cesta que pegara sob um dos braços enquanto rumava à ala do hospital. Madame Pomfrey estava em seu escritório, mas levantou-se e acenou assim que a viu.
– Maravilhoso, Srta.Granger – a medibruxa declarou, examinando a cesta e classificando seu conteúdo. – Muito obrigada pela atenção imediata a este pedido. – A bruxa mais velha a conduziu além da porta do seu escritório, ao que Hermione sempre supôs que era um armário de suprimentos. Uma vez destravado, ela entrou em um pequeno laboratório com duas janelas altas que deixavam a luz do pátio do lado de fora entrar. Tudo estava arrumado ordenadamente, mas os detalhes sutis chamaram sua atenção. O anel do queimador sob o caldeirão maior manchado com o acúmulo das cinzas que faziam com que a chama queimasse desigualmente. A prateleira de suprimentos tinha uma cortina escura presa na sua parte dianteira, mas a poeira nas dobras mostrou que a tela fora puxada de lado e deixada lá por algum tempo. Muitos ingredientes envelheciam prematuramente quando expostos à luz, e Hermione se contraiu com a idéia.
Na extremidade distante da bancada, entretanto, perto de um banco alto, um caldeirão menor e outros equipamento foram colocados para fora em um padrão diferente. Tão facilmente como poderia reconhecer o trabalho de um artista particular, Hermione via o toque de Snape no ângulo das pipetas de vidro e na disposição do espaço de trabalho.
– O Professor Dumbledore vai ficar bom? Hermione perguntou. Recebeu um olhar vazio em troca, e imediatamente imaginou que deixara sua imaginação ir longe demais. – Desculpe. Eu pensei que isto poderia ser para o Diretor.
– Não, Alvo está muito bem, querida. Na verdade, eles são para o Severo.
– O Professor Snape teve um ataque cardíaco? – Hermione perguntou atordoada.
– Nada disso. Seu coração foi danificado na noite… seu coração foi danificado por uma lasca de uma costela quebrada, e isto é um tanto aborrecedor. Tanto quanto seu dono.
Hermione piscou com o que foi falado tão próximo ao que ela pensava. Em seguida piscou outra vez tentando imaginar que tipo de ferimento levaria uma lasca de osso ao coração de um homem.
– Eu ouvi isso – veio uma voz profunda. As duas bruxas viraram para ver Severo Snape apoiando-se pesadamente contra o batente da porta. Ele parecia ainda pior do que estava nos dias anteriores.
– Bom. Então nós podemos discutir as preparações para o Vie de la Couer Elixer.
– Discuta tudo que você quiser Madame. Eu já expliquei porque não confio nos rabiscos daquele embusteiro. Nós concordamos em não prepará-la.
– Você concordou Severo. O doutor Hazelton é um antigo e confiável colega meu. Serviu aos pacientes do St. Mungus por anos. Isto – ela sacudiu um pedaço de pergaminho da bancada e agitou-o na direção dele – é a melhor possibilidade que nós temos para dissolvermos a lasca do osso e fortalecer seu coração.
– Hazelton é um charlatão e eu não daria suas poções a um cão. A menos que fosse Sirius Black, naturalmente – adicionou pensando melhor. – Você se esquece que eu estudei com ele. Não poderia criar uma poção nova nem por todo o ouro de Gringotes.
– Esta não é uma invenção dele, Severo. É uma tradução de um mestre de Beauxbatons.
Snape deu-lhe um corte. – E isso deve ser tranqüilizador!
Como continuavam a discutir, Hermione pegou o pergaminho da mão de Madame Pomfrey e o leu rapidamente, e então outra vez, lentamente.
– Isto deve funcionar – ela arriscou, interrompendo os dois.
Snape deu-lhe um olhar longo e hostil. – E quando você ganhou seu Diploma de Mestre em Poções, Srta. Granger?
– Você leu isto? – Ela retornou calmamente.
Snape seguiu os poucos passos em direção a ela, para alcançá-la, e então declinou de repente para o lado. Felizmente, o banco estava próximo, e ele conseguiu se segurar e sentar. Hermione cedeu o pergaminho quando ele levantou uma mão imperiosamente.
Seus olhos escuros caíram sobre o texto da mesma forma que os dela. Veias azuis seguiam através da pele pálida em suas têmporas e Hermione engoliu em seco quando ela percebeu como o homem à sua frente estava doente.
– Isto pode funcionar – ele admitiu finalmente. – Mas eu não tenho forças para moldar o encantamento. – Ele disse aquilo como se fosse apenas uma verdade simples, mas Hermione podia ver que sem uma intervenção drástica, Severo Snape morreria num futuro muito próximo.
– Eu farei o feitiço, Severo. Tudo que você precisa fazer é se sentar lá e me ajudar com o preparo.
– Deixe Papoula. Apenas deixe.
Hermione ouvira o mesmo tom de resolução quieta antes. Mais de uma vez ela e Rony tiveram que lidar com a aceitação fatalística de Harry Potter à sua suposta existência amaldiçoada. Deixando de lado seus sentimentos incertos para com aquele homem, ela pigarreou para chamar sua atenção e deliberadamente falou com uma pequena fisgada em sua voz:
– Professor, independente de como você percebe o seu lugar neste mundo, eu devo admitir que, eu acho que a sua existência é muito melhor para esse mundo que a sua ausência. Eu sugiro que você dê pelo menos uma chance à poção, antes de abandonar toda a esperança.
Um familiar brilho sádico começou a queimar nas pupilas pretas de Snape. – Srta. Granger, se você continuar insistindo em trazer a tona esse sentimentalismo mais apropriado a uma Lufa-lufa e me disser que o mundo será mais feliz por eu estar nele, eu vou ficar realmente doente..
– Não foi isso o que eu disse, e você já está doente – ela respondeu de volta no mesmo tom. – Eu disse que seria melhor. Talvez eu deva deixar mais claro dizendo que seria mais interessante. Eu certamente não usaria a palavra feliz para me referir a você, professor. Eu apenas acho que a sua existência pode tornar as coisas mais interessantes. Mas novamente, eu gosto de morangos com vinagre balsâmico, pra você ver.
Sem querer, Snape pausou, considerando as palavras dela.
Ele nunca tinha sido comparado ao vinagre antes, mas a semelhança era estranhamente interessante. O melhor vinagre balsâmico era escuro, viscoso e guardava os sabores mais variados, assim como os vinhos mais finos. Misturado através dos anos e envelhecido em barris antigos, era perfumado e adicionava um toque atraente a tudo que se misturasse com ele. Uma coisa altamente romanceada e incrível para ser dita por uma grifinória.
– Eu tomarei a poção – ele finalmente cedeu. – Mas eu quero que você a prepare.
– Eu? Não seja tolo. Madame Pomfrey é uma medibruxa licenciada.
-E eu confio nas suas habilidades mais que nas dela – ele interrompeu sem rodeios. – Você tem uma afinidade para poções que eu não via em uma década, srta. Granger. Você saberá se a poção é eficaz antes mesmo que a termine.
Hermione dirigiu um olhar suplicante para Pomfrey, mas a mulher simplesmente deu de ombros: – Ele está certo, minha cara. Para dizer a verdade, eu nunca fui estive muito acima da média no preparo de poções.
Olhando de relance novamente para Snape, que permaneceu apoiado contra a bancada e mais uma vez recusava-se a olhar para ela, Hermione pode apenas concordar: – Se o professor Snape está disposto a me treinar, eu farei o melhor que puder.
- Excelente – anunciou Madame Pomfrey. – A última coisa que nós precisamos é de um bom Borgonha para formar à base. Alvo ainda não sabe, mas sua adega será usada realmente para finalidades medicinais hoje à noite. – Com estas palavras e um farfalhar de suas vestes, a bruxa saiu.
Deixando Hermione sozinha com Severo Snape.
Comentários (1)
Putz!
2014-03-31