Descoberta
− Não seja ridícula!
Talvez esta não fosse a maneira mais educada de rejeitar o diagnóstico de Madame Pomfrey, mas foi a primeira coisa que veio na cabeça de Hermione.
Normalmente, Hermione Granger considerava-se uma pessoa razoavelmente equilibrada. Lógica, pensativa e responsável, assim como atenciosa e respeitosa com as bruxas e os bruxos que administravam a vida diária em Hogwarts. Mas desta vez, entretanto, havia passado dos limites.
A medibruxa franziu seus lábios sem se aborrecer, mas a firmeza em sua voz não demonstrava dúvida: − Eu receio que sim, senhorita Granger. Eu executei o feitiço de diagnóstico duas vezes, e analisando seus outros sintomas, não resta nenhuma dúvida.
− Metade da escola foi acometida por um surto violento de gripe quando nós voltamos do recesso de Natal na semana passada, Madame Pomfrey. Eu ajudei você e o professor Cluny a preparar dúzias de poções anti-gripais, lembra-se? Tudo que eu tive foi um simples caso de gripe!
− Isto não é gripe. Eu pedi para o Diretor vir aqui e ter uma conversa com você, senhorita. Ele deve chegar a qualquer momento. Acredito que ele tem muito a lhe dizer. Sua posição como monitora chefe será…
− O que você disse!? − Hermione interrompeu, sem se importar o quanto estava soando rude. − Francamente! − Com esta exclamação exasperada, ela não poderia mais permanecer sentada. Deixou abruptamente a estreita cama branca na qual fora conduzida quando se apresentou à ala hospitalar naquela manhã e começou a passear de um lado para o outro nas curtas fileiras de camas idênticas. Felizmente, ela manteve seu murmúrio baixinho casualmente, porque Madame Pomfrey sem dúvida não apreciaria ser chamada de doida de pedra, que era o nome mais criativo que sua mente poderia fornecer atualmente.
Como que em resposta aos seus comentários meio-inteligíveis, Alvo Dumbledore apareceu na entrada da enfermaria.
− Bom dia, Madame Pomfrey; e para você também, senhorita Granger. Eu acredito que você esteja bem, embora esta seja sempre uma hipótese questionável já que está aqui na enfermaria... − Dumbledore sorriu com seu bom humor casual, e Hermione teve a impressão que ele estava ligeiramente censurando Madame Pomfrey. Quando nenhuma das mulheres sorriu de volta, ele assumiu uma expressão mais séria.
− Então, Papoula? Você me chamou em pleno café da manhã, e como você sabe, eu sou alucinado por panquecas de framboesa.
Resumidamente, Madame Pomfrey repetiu o diagnóstico da doença de Hermione, apesar do seu embaraço.
− E eu lhe disse, Madame Pomfrey, que não há absolutamente nenhuma chance de você estar correta. Eu estou com gripe!
− A única gripe que você tem, minha cara, é a gripe egípcia, e daqui nove meses você vai ter uma múmia. Você está grávida, minha menina, não há dúvidas!
Qualquer outro argumento adicional fora adiado assim que o professor Dumbledore sentou-se calmamente na maca mais próxima. Não era apenas a falta repentina de seu brilho habitual; de repente ele parecia sentir cada um de seus cento e trinta e poucos anos. Mesmo suas vestes pareceram inclinar-se com a fadiga sobre seus ombros estreitos.
− Você tem certeza, Papoula? − Ele perguntou à senhora parada, sem tirar sua atenção de onde Hermione estava com seus braços cruzados desafiadoramente sobre sua barriga plana e obviamente não-grávida.
− Sim, diretor. Absolutamente.
− Você poderia, por gentileza, pegar os registros da senhorita Granger e trazê-los aqui, por favor? − A frase de Dumbledore era educada, mas o tom não deixava nenhuma dúvida de que era uma ordem. A mulher mais velha saiu resmungando e se dirigiu para o seu escritório, enquanto isso, com um aceno de Dumbledore, Hermione sentou-se num banquinho próximo.
− Professor, eu não sei como pode ser possível Madame Pomfrey estar certa neste caso. Eu sei que ela é uma enfermeira maravilhosa, mas isto é… é impossível!
− Senhorita Granger… − Dumbledore estendeu e colocou sua mão enrugada e manchada sobre a dela. − Não há nenhuma dúvida de que esta será uma tarde difícil para você, mas acredito que você será forte o bastante para agüentar. Antes de tudo − começou, deslizando sua varinha para fora das suas vestes − ,Memonis finito Anisthetae − entoou, a varinha de madeira em sua mão golpeou o ar sobre a cabeça dela decisivamente.
− Memonis Anisthetae − Hermione repetiu com dúvida. − O que é isso? − Ela encolheu-se no banquinho, cruzando cada lado de seu assento com suas mãos, como se a cadeira fosse incliná-la para fora do assoalho.
− É semelhante ao Obliviate, senhorita Granger. Entretanto, ele não apaga permanentemente o passado. Simplesmente enfraquece uma memória dolorosa até que a pessoa esteja suficientemente recuperada para lidar com o trauma.
Os olhos dela arregalaram-se ao som da palavra trauma e o diretor assentiu, gravemente: − Sim, eu receio que você tenha várias memórias dolorosas atualmente escondidas no seu subconsciente. E elas virão à tona sem dúvida, cedo ou tarde. Talvez mais cedo que o sensato, agora que eu removi o encantamento de Anisthetae. Mas sob as circunstâncias atuais, eu acho que é melhor você saber exatamente como veio parar na sua condição atual.
− Professor Dumbledore, não há absolutamente nenhuma maneira de eu estar grávida! − Hermione trovejou. − E se eu estiver, é melhor você fazer uma chamada para o Vaticano!
− Hermione − a voz calma do Diretor alcançou-a, diminuindo sua irritação e acalmando parte do seu cérebro, normalmente hiperativo, que se recusava a somar os indícios que ele tinha dado a ela −, eu quero que você retorne ao final de outubro. Diga-me o que você se recorda.
Ela reprimiu o impulso de bufar raivosamente e lembrou-se de dois meses atrás. − Minha Nana Bren havia morrido. Minha mãe insistiu para que eu fosse para casa para o funeral.
− Ah, sim. Brenda Carver. A madrinha da sua mãe, certo?
− Sim. Mamãe estava muito transtornada. Ela e Nana Bren eram muito próximas, principalmente depois que minha avó falecera.
− Eu sei. E como foi que a Sra. Carver morreu?
Hermione franziu as sobrancelhas. De enfarte, eu suponho. Ela já tinha mais de oitenta anos.
− Uma idade avançada e madura, para uma não nascida bruxa. E após o funeral?
Com uma paciência determinada, Hermione resumiu como tinha lidado com o luto da sua mãe, fazendo com que faltasse a três dias de aula, além do fim de semana. Quando terminou, disse-lhe como sua mãe a tinha deixado no Caldeirão Furado e abraçado-a diversas vezes antes que finalmente permitisse que ela apanhasse um pouco de pó de Flu na bacia de porcelana rachada que Tom mantinha na sua lareira.
− Eu lembro de ter discutido com mamãe porque ela faria com que eu chegasse atrasada para a festa de Halloween se continuasse a chorar em cima de mim. Ela estava sendo muito corajosa, e eu sabia que a falta da Nana Bren era algo terrível, mas eu tinha vários compromissos que estavam sendo atrasados por causa disso.
− E então? − Dumbledore insistiu.
− Então o quê? − Hermione encolheu os ombros. − Fui com o pó de Flu até o Três Vassouras e voltei para a escola.
− Como foi a festa de Halloween? − ele perguntou suavemente.
− Foi… − a palavra boa tremeu na ponta da sua língua. Recusou-se a sair, porque ela de repente não tinha mais certeza. − Eu não… Eu não me lembro − tremendo, ela colocou seu cabelo selvagem para trás da orelha. − Eu disse olá para a Madame Rosmerta, e preguei meu emblema de monitora chefe na parte externa do meu casaco. E eu lembro que fiz um feitiço de levitação na minha mochila, porque mamãe tinha insistido em me comprar algumas coisas e ela estava realmente pesada, e então… e então…
− E então era segunda-feira − Dumbledore completou.
− Sim − sussurrou Hermione. Ela engoliu em seco, procurando desesperadamente por suas memórias. Nada veio iluminá-la. − O que aconteceu, professor? − Perguntou em um sussurro amedrontado. − Aconteceu alguma coisa comigo?
− Para minha grande tristeza, sim, minha cara.
Madame Pomfrey surgiu alvoroçada neste instante, dando a Hermione um momento para se recompor. Ambas estavam ansiosas para saber a verdade, contudo, estarrecida pelo que podia ser revelado, Hermione mal prestou atenção quando a enfermeira mostrou um pergaminho a Dumbledore.
− Você vê, bem aqui. Eu sempre faço anotações deste tipo de coisa, Alvo, você sabe disso. Olhe aqui, dia quinze de outubro.
Hermione buscou em sua memória outra vez e corou. − Oh, isso.
Dumbledore olhou sobre seus oclinhos redondos para ela: − Diz aqui, senhorita Granger, que você pediu e recebeu uma poção contraceptiva − sua voz não continha nenhuma acusação, apenas puro interesse em sua resposta.
− Bem, sim. Eu pedi.
− E Madame Pomfrey deu a poção para você?
− Sim, senhor − suas bochechas estavam ficando num vermelho brilhante, mas ela manteve sua cabeça elevada. Tinha dezoito anos, acima da idade considerada adulta no mundo mágico. Ela tinha certeza que podia fazer sexo, e se escolheu ou não praticá-lo, não era da conta de Dumbledore ou de ninguém.
− Mas eu suspeito que você não fêz uso dessa poção. Isto está certo, senhorita Granger?
− Não, senhor.
− E porque não? − Madame Pomfrey insistiu: − Se você tivesse tomado a poção, não estaria nessa condição!
− Eu não estou nesta condição! − Hermione vociferou. − Eu não usei a poção porque o frasco quebrou quando eu o joguei… nele − o nome de Rony quase foi dito, mas ela deteve-se no último momento: − Nós tivemos uma briga terrível, e então tivemos uma longa conversa − ela completou mais calma. − Nós decidimos que ficaríamos melhor como amigos que como amantes − como ela se controlou para dizer estas palavras em voz alta sem gaguejar, ela nunca soube, mas continuou: −, e então não me importei que tivesse derramado a poção, porque eu não precisava mais dela.
− Você pode nos dar um momento, por favor, Papoula? − A enfermeira estava acostumada a ser excluída de várias coisas por Dumbledore, mas como sempre, ela não aceitou isso com bom humor. Torcendo o nariz, ela se desculpou e foi para o seu escritório, fechando a porta, não com uma batida forte, mas com um enfático clique que não deixou nenhuma dúvida a respeito da sua opinião nos procedimentos.
Calado, Dumbledore entregou para Hermione o pergaminho com a sua história nele. No alto, mencionava sua primeira visita à enfermaria, devido a uma pequena indisposição no seu primeiro ano. Sua admissão após sua experiência desastrosa com a Poção Polissuco, e então o episódio da petrificação pelo basilisco. Uma visita após a outra, cada vez que fora tratada por Madame Pomfrey, fora anotada, dos incidentes menores às maiores catástrofes. Rapidamente, ela saltou para o final, onde o incisivo relato começava no dia 31 de Outubro.
“A paciente foi trazida à ala hospitalar pelo Chefe de Polícia Randy Blightwell, de Hogsmeade. Atacada por Comensais da Morte, segundo Severo Snape, também admitido na ala hospitalar. Os ferimentos são descritos a seguir: Clavícula quebrada, três dentes frouxos, lábios rachados, hematoma no olho (esquerdo), várias outras lesões menores. Atacada sexualmente com sangramento vaginal e contusões. Administração precedente da poção contraceptiva confirmada, ver acima…”.
Incapaz de ler mais, Hermione deixou cair o pergaminho no assoalho e correu para a janela. Empurrou a pesada esquadria de metal, abrindo-a, e inclinou-se para fora, respirando em golfadas profundas o ar frio de Dezembro para neutralizar a sensação de nojo no seu estômago.
− Você não teve nenhum outro romance desde que você e o Sr. Weasley terminaram? − Dumbledore perguntou suave, quase tristemente. Hermione balançou a cabeça, lutando contra a onda repentina de náusea e o caos que surgiu quando sua mente lógica tentou encaixar a peça quadrada de um estupro com a cavidade redonda de uma gravidez. Os dois recusaram-se a continuar a conversa, deixando-a com a confusão desordenada dos seus pensamentos, duplicada no seu estômago. Ela sentia como se não houvesse ar suficiente para respirar.
Dumbledore esperou pacientemente até que a respiração dela pareceu se estabilizar, então se dirigiu para as costas dela, sabendo que ela não poderia virar-se e encarar qualquer pessoa neste momento.
− Eu lhe devo enormes desculpas, senhorita Granger. Os eventos daquela noite foram… extremamente dramáticos, e lamento ter agido apressadamente. De maneira alguma eu banalizei o que lhe acontecera, mas uma vida estava em jogo naquela noite. Eu devo confessar que peguei o caminho mais fácil, não o mais apropriado ou prudente, e conjurei o anisthetae em você para que pudesse voltar minha atenção para o que julguei ser uma emergência mais urgente.
Os pensamentos de Hermione se prenderam na única coisa que não estava relacionada com ela própria: − O Professor… o Professor Snape. Ele se feriu?
− Sim − respondeu Dumbledore pesaroso. Pelo tom dele, ela soube que era sério.
− Ele não está de licença sabática, está? − ela declarou. Quase todos os Grifinórios tinham ficado descontroladamente glorificados quando o mestre de Poções saíra abruptamente para sua licença sabática, dois meses atrás. Contudo, ela, Harry, e Rony foram moderados nas suas celebrações, mais preocupados com o bem estar do espião. Os eventos dos últimos anos, quando eles tiveram de lidar com a ameaça sempre crescente da guerra, tinham dado a eles um certo grau de respeito pelo ausente instrutor de Poções, não importava o quão desagradável ele era como professor. Agora, parecia que suas preocupações estavam bem colocadas.
− Não, minha cara, ele não está. Ele foi ferido gravemente e estava perto de morrer quando foi trazido para cá naquela noite. Ele quase morreu.
Hermione abriu sua boca outra vez, com mais e mais perguntas se aglomerando em sua mente, mas Dumbledore segurou-a com uma mão, advertindo-a:
− Eu sei que você tem muitas perguntas, senhorita Granger. Eu só posso implorar suas desculpas por não poder respondê-las agora. Cornélio Fudge está me esperando em seu escritório em uma hora, e de lá eu devo me dirigir a um grupo no Ministério e ainda outra tentativa… não se preocupe senhorita Granger. Não é de seu interesse neste momento, e você tem muito mais em que pensar.
Ele se levantou do seu assento e considerou-a firmemente: − Eu retornarei a Hogwarts em dois dias, Hermione. Venha ao meu escritório então, e eu não esconderei nada de você. Você pode ser dispensada das aulas, se desejar. Não? − Ele questionou quando ela agitou sua cabeça, e então ele inclinou-se em concordância. − Como você quiser, minha cara. Eu imploro por suas desculpas, e talvez algum dia, você me perdoe por esta decepção. Até sábado, então.
Automaticamente Hermione desejou um bom dia ao diretor, então recolheu suas coisas e saiu. Vagueou a esmo até a sala de Poções, onde o professor substituto, Prof. Cluny, aceitou sem questionar sua resposta de que estava com Madame Pomfrey e indicou que ela pegasse seu caldeirão e ingredientes. Ela criou mecanicamente a poção - uma que Snape ensinara-lhes quando estavam no quinto ano, e somente Neville teve alguma dificuldade - enquanto tentava afugentar seus pensamentos entorpecidos sem chegar a qualquer conclusão coerente.
Num único lampejo de clareza dos seus pensamentos, folheou seu livro texto de Poções rapidamente para dar uma olhada na poção Contraceptiva. Estava listada sem a receita, meramente referida no contexto de outra poção, mas o livro indicava claramente que ambas durariam por vários meses no frasco, e manteriam seus efeitos no corpo por mais de um mês.
O que significava que se ela tivesse usado a poção quando Madame Pomfrey lhe dera, não poderia ter engravidado por um mês. Tentou o quanto pôde lembrar-se de alguma memória adicional além da tarde quando chegara ao Três Vassouras. O emblema, o encanto de levitação de curta duração, a porta do bar enquanto acenava para o proprietário divertido… depois nada. Sua próxima lembrança coerente era do seu café da manhã na segunda-feira, preocupada com uma tarefa que tinha que se apressar para terminar, perguntando a si mesma se ainda teria tempo para adicionar mais algumas notas.
Naquela noite, Hermione sentou-se na sala comunal da Grifinória, mas seus pensamentos persistiam na mesma tecla, sem encontrar nenhuma lembrança ou traço adicional para seguir. O fogo crepitava alegre na lareira enquanto ela olhava para ele fixamente sem expressão, e ficaria assim se não fosse por alguém que lhe deu um cutucão, assustando-a e fazendo-a retornar ao presente.
− Ei, Hermione. Você já terminou essa tarefa? Hermione? − Os óculos de Harry refletiam a chama da lareira enquanto ele sorria animado para ela. Olhou de relance para baixo, para as três frases que ela tinha conseguido escrever na última hora.
− Não. Não, eu não terminei.
− Eu não acredito nisso. Eu realmente terminei meu dever de casa antes de Hermione Granger. Um dia para o livro dos recordes, isto é! − Rony, ainda encolhido sobre seu pergaminho em uma mesa próxima, deu uma olhada feia para Harry e voltou olhando de cara feia para seu próprio trabalho.
− Então, qual o problema? Herm? Dia ruim? − Harry se jogou no sofá ao lado dela. Sua expressão era franca e dedicada, tão cheia de ânimo, que Hermione não poderia de jeito nenhum abrir sua boca para dizer o quão realmente ruim fora o seu dia.
Harry Potter mudara drasticamente do menino mirrado que ela encontrara pela primeira vez no Expresso de Hogwarts sete anos atrás. Estava quase tão alto quanto Rony agora, mas continuava magrelo. Seu tórax desenvolvera-se um bocado nos últimos dois anos, e os músculos de um jogador fanático de Quadribol envolviam seus ossos, dando-lhe uma força enganadora. A morte de Cedrico Diggory o atingira de alguma forma, talvez o privando ainda mais de sua infância, e ele passara os últimos três anos se aprofundando no estudo da magia como vingança. Sua concentração e senso de finalidade afiaram-se a ponto das suas notas em Defesa Contra as Artes das Trevas e Poções estarem competindo com as de Hermione. Não poderia importar-se menos com as outras diversas matérias, e suas notas refletiam isso, mas qualquer coisa que pudesse ser usada no combate contra Voldemort era digna de seu estudo intenso.
Em algum lugar no ano passado, quase todos em torno dele já tinham aceitado sem dúvidas o fato que Harry Potter e Voldemort se encontrariam num confronto final onde salvariam ou condenariam o mundo. Este já não era mais um assunto a ser debatido. Era simplesmente um fato, e os professores em Hogwarts faziam o seu melhor para prepará-lo para uma batalha cujo resultado de maneira nenhuma estava garantido.
Neste ínterim, entretanto, Harry era ainda um menino de dezessete anos de idade, e mesmo sendo seu melhor amigo, de maneira nenhuma Hermione poderia abrir sua boca e contar-lhe o que este dia havia lhe revelado. Ela simplesmente olhou fixamente para ele, com seus lábios tremendo.
Talvez por causa da sua expressão compreensiva, ou porque ele talvez tivesse colocado seus braços em volta dos ombros dela antes, mas de repente ela se viu com seu rosto pressionado no ombro magro dele enquanto soluçava silenciosa e incontrolavelmente. Harry bateu em suas costas meio sem jeito:
− Ei, Hermione. Está tudo bem. Não pode ser nada tão ruim, realmente!
Ela apenas balançou a cabeça, e deixou-se enterrar no suéter verde de Harry. Não o viu disparar um olhar questionador a Rony, e balbuciar: − O que está errado com ela?
Rony deu de ombros violentamente: − Como eu posso saber? − balbuciou de volta, tão admirado quanto Harry com a mudança repentina da amiga, comportando-se como uma garota, ao invés da amiga sensata e imperturbável que conheciam.
N/T - Descobri essa fic ao acaso fuçando no ffnet. Foi a primeira fic em inglês que li e simplesmente me apaixonei por ela. Somente depois vim, a saber, da importância dessa fic no fandom potteriano. Simplesmente um clássico! Desde então quis traduzi-la e para isso tive a ajuda da Fer e da Carlinha e o apoio da Su e de toda a galera do MSN. Cumpridas todas as etapas necessárias de autorizações, está aqui o primeiro capítulo. Espero que vocês gostem da mesma forma que eu. Então mãos a obra leiam e, por favor, reviews ok? Bjs Clau Snape.
Essa história original está em http://www.fanfiction.net/s/1024910/1/
Nota do autor: Eu sei que isso já foi feito antes, mas aqui está a minha versão distorcida de “Memento”. Também, para o registro, eu sou pró-escolha, mas não estou fazendo nenhum tipo de indicação a respeito do aborto.
Agradecimentos: A Fer Porcel, sempre presente e que me incentivou a traduzir essa fic. A Bastet pela betagem impecável e a todas as meninas do MSN pelos ótimos momentos que passamos nas madrugas.
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